O controle de natalidade é direcionado aos países subdesenvolvidos
O controle de natalidade é uma questão bastante discutida em vários setores como sociedade como política, economia, antropologia, religião etc., e é um assunto um tanto polêmico. Essa polêmica está em torno do aumento populacional dos países pobres e a diminuição da população nos países ricos.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Pesquisadores, estudiosos e cientistas do social apresentam relatórios que induzem o controle de natalidade. No entanto, esse controle é direcionado aos países subdesenvolvidos e não aos países desenvolvidos. Esses especialistas incentivam [o controle de natalidade], mas a prática é outra, ou seja, nesses países desenvolvidos ocorrem incentivos para que as famílias tenham mais filhos. Por isso, promovem uma guerra silenciosa especialmente direcionada aos países em desenvolvimento, com vistas a frear seu crescimento demográfico. Para isso, usam do eufemismo "desenvolvimento sustentável", que compreende políticas que terão como contrapartida toda e qualquer técnica contraceptiva e abortiva para frear o crescimento populacional.
Os "profetas" do "The Population Bomb" (A bomba populacional) e da "destruição" do mundo usam de um bombardeio de propagandas de que existe gente demais para o planeta e que essa "superpopulação" é a responsável pelo desequilíbrio ecológico e futura destruição da própria humanidade. Porém, sabe-se que as maiores violências contra o meio ambiente têm sua origem nas indústrias dos países desenvolvidos e a população consumista desses mesmos países.
Benefícios do aumento populacional
É verdade que, após 200 anos de desenvolvimento econômico, propiciado pela Revolução Industrial, a população mundial ganhou com a redução das taxas de mortalidade e o crescimento da esperança de vida. Porém, o crescimento da riqueza se deu à custa da pauperização do planeta e do aumento do abismo entre ricos e pobres. Pesquisas populacionais revelam que houve um aumento populacional, que começou no século dezoito e aumentou seis vezes nos 200 anos seguintes. Contudo, isso é um aumento, não uma explosão, porque, com esse aumento populacional, também houve aumento de produtividade, de recursos de comida, informação, comunicação e tecnologia.
Interesse por parte da sociedade em reduzir a natalidade dos mais pobres
Considerando que nos países subdesenvolvidos a taxa de natalidade aumenta a cada instante e que, nos países desenvolvidos, esse número reduz, a distribuição de renda fica mais concentrada, nos países subdesenvolvidos, nas mãos das pessoas com renda mais alta, enquanto os mais pobres quase não participam dessas conquistas, provocando uma elevada desigualdade da distribuição da renda. Por isso, existe o interesse de alguns setores da sociedade reduzir a taxa de natalidade dos mais pobres em vez de reduzirem os seus consumos por meio da partilha.
Acredito que a melhor análise já nos foi apresentada pelo Papa Francisco: "Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de 'saúde reprodutiva'. Mas 'se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário'.
Uma forma de não enfrentar os problemas
Culpar o incremento demográfico, em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns, é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o modelo distributivo atual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e 'a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre'" (Papa Francisco, Laudato sì, n.50).
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