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29 de junho de 2017

Um fenômeno chamado Papa Francisco

Francisco, o Papa de todos

"O primeiro Papa latino-americano e primeiro religioso jesuíta escolhido para o ministério petrino já visitou 27 países e inaugurou um novo contato com os fiéis pelas redes sociais"

"O Papa Francisco é um fenômeno!" A frase dita por Bento XVI, na ocasião em que encontrou alguns cardeais da Cúria Romana, em 2014, ilustra a força da presença de Francisco nestes quatro anos e três meses de pontificado. O Papa argentino deu início ao ministério petrino, no dia 19 de março de 2013, ao receber o Pálio e o anel de pescador. E lá se foram mais de 1550 dias intensos, seguidos por gente do mundo inteiro, simpatizantes ou não.

-Um-fenômeno-chamado-Papa-Francisco-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Um Pontífice da era digital, que sabe navegar e levar a voz da Igreja aos cinco continentes por meio do Instagram, Twitter e sites vaticanos. Sua conta no Instagram, Franciscus, em cinco idiomas, por exemplo, conta com 5 milhões de seguidores. Ele também inaugurou uma forma nova de falar com os fiéis gravando vídeos no celular, que são viralizados nas redes.

"Igreja pobre para os pobres"

Uma Igreja missionária, de portas abertas, que vá às periferias reais e existenciais é a maior insistência de Francisco. "Como gostaria de uma Igreja pobre para os pobres!", já exclamou em diversas ocasiões. Um "plano de pontificado"2, que desponta em seus discursos e atitudes.

Exemplo são as viagens internacionais que já somam 19, sendo a 27 países. Dentro da Itália, Francisco visitou 16 cidades e se encontrou com milhares de fiéis. Todas permanecerão para a história. Um destaque certo, no entanto, tem a viagem ao Brasil, por ser a primeira de seu pontificado, por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013. A visita a Cuba e aos Estados Unidos, em setembro de 2015, ocorreu dois meses após restabelecimento das relações diplomáticas, processo que Francisco participou.

União e paz

Antes de chegar ao México, em fevereiro de 2016, o Papa se encontrou com o Patriarca russo ortodoxo Kirill (no aeroporto de Havana), sendo o primeiro encontro entre os líderes das duas igrejas após o cisma de 1054. A visita relâmpago à ilha Grega de Lesbos, onde se encontrou com refugiados de países em guerra como a Síria, também desponta em seu pontificado. O Papa levou para morar em residencias cedidas pelo Vaticano 12 desses refugiados.

Em visita à Armênia, Francisco gerou polêmica reconhecendo como "genocídio", a morte de cerca de 1,5 milhões de armênios que viviam no império otomano durante a 1ª Guerra Mundial. Afirmação que trouxe admiração dos armênios e duras críticas da Turquia.

Em comunhão com os pontificados precedentes, é um incansável propagador da paz. A jornada de oração pela paz, ocorrida no Vaticano em junho de 2014, com presença do então presidente de Israel, Shimon Peres, e o líder palestino, Mahmoud Abbas, significa um marco neste campo. O Pontífice acompanhou de perto, por exemplo, as negociações de paz entre o Governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias (Farc), e em setembro deste ano visitará o país.

Reforma

A palavra mais dita nos últimos anos pela mídia a respeito de Francisco é reforma. Embora não seja novidade, mas sim um processo de continuidade com o pontificado anterior, Francisco ganha o mérito de mudanças significativas no campo administrativo da Cúria Romana.

Para esse fim, criou o Conselho de Cardeais, chamado popularmente de C9, um grupo de purpurados que se reúne para analisar e propor as mudanças necessárias. Nesse contexto, seguem também as medidas de máxima transparência as ações do "Banco Vaticano", o Instituto para as Obras de Religião (IOR). Aliás, transparência também é um empenho do Papa nos últimos tempos, para evitar informações errôneas e manipuladas pela mídia.

Espaço às mulheres e entrevistas

Em questão de novidade, Francisco trouxe uma séria reflexão sobre o papel das mulheres na Igreja. Criou uma comissão oficial para estudar a questão do diaconato das mulheres. Autorizou também a criação de uma comissão, abrigada pelo Pontifício Conselho para a Cultura, composta por 37 mulheres, que têm o papel de propor reflexões e mudanças.

Unindo novidade à transparência, Francisco lida com facilidade com os meios de comunicação, falando de assuntos polêmicos de modo franco e aberto. Acessível aos jornalistas, durante os voos papais, ele responde a perguntas livres. Em 4 anos de pontificado, já é recordista no número de entrevistas concedidas a TVs, jornais, rádios e até meios de comunicação universitários.

Um Papa de acentuado bom humor

Por fim, uma característica que faz recordar o grande Papa São João XXIII: o bom humor. Um sorriso largo e fácil recebe sempre os peregrinos que se encontram com Francisco. Os telefonemas "surpresa", que faz muitos desligarem "na cara do Papa" por não acreditar ser verdade, são momentos hilários.

As histórias engraçadas da infância e situações vividas durante o serviço à Igreja argentina já renderam muitas risadas. Em uma ocasião, uma senhora, que acreditava ser afligida por uma grande provação, perguntou-lhe o que fazer para que seu filho de 33 anos arrumasse emprego, se casasse e construísse a própria vida. Sem exitar, Francisco respondeu: "Isso é fácil, e só a senhora deixar de lavar e passar a roupa dele".

Contato com o povo

Há e haverá, certamente, muito o que dizer de Francisco, mas, assim como o Papa emérito Bento XVI deu o tom do início do texto, é dele também a ideia final. Segundo Ratzinger3, o que mais caracteriza o Pontífice argentino é o tempo e a atenção que dispensa ao povo, a maneira como se relaciona com a multidão, aperta as mãos, olha nos olhos e anuncia um Deus misericordioso.

1 https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/bento-xvi/papa-francisco-e-um-fenomeno-diz-bento-xvi/

2 http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2013/march/documents/papafrancesco_20130316_rappresentanti-media.html

3 Livro "Bento XVI: As últimas conversas" de Peter Seewald

Para aprofundar os temas tratados neste artigo, acesse a página especial Francisco, no noticias.cancaonova.com

Liliane Borges
Jornalista e Missionária da Comunidade Canção Nova, trabalhou na cobertura de dois conclaves em Roma. Ela também acompanhou o funeral do Papa João Paulo II e o pontificado de Bento XVI. Atualmente, trabalha no Departamento de Jornalismo Canção Nova, onde é responsável pela cobertura dos eventos com o Papa Francisco e a Igreja no Brasil.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/um-fenomeno-chamado-papa-francisco/

26 de junho de 2017

A esperança é o combustível da vida

Entenda por que a esperança é o combustível da vida

A esperança corresponde à aspiração de felicidade existente no coração de cada pessoa. Interessante observar que quem perde a esperança mais profunda perde o sentido de sua vida; sem esperança, viver não tem sentido. O próprio antônimo dessa palavra é desespero, ou melhor, a perda quase que em estado definitivo da esperança. E esse desespero é capaz de corroer o coração.

A-esperança-é-o-combustível-da-vidaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A esperança é a vacina contra o desânimo e contra a possibilidade de invasão do egoísmo, porque, apoiados nela, dedicamo-nos à construção de um mundo melhor. A perda da esperança endurece nossos sentimentos, enfraquece nossos relacionamentos, deixa a vida cinza, fazendo-a perder parte do seu sabor. Porém, todos os dias, somos atingidos por inúmeras situações que podem nos desesperar.

A esperança é o combustível da vida, e a forma de mantê-la viva é não prender os olhos nas tragédias, pois, a cada desgraça que contemplamos, corremos o risco de perder o combustível. Existe, na mitologia grega, a presença de uma figura interessante: uma ave chamada fênix, que, quando morria, entrava em autocombustão; passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. A fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do sol nascente, possuía uma voz melodiosa, que se tornava triste quando a morte se aproximava.

A impressão causada em outros animais por sua beleza e tristeza chegava a lhes provocar a morte. Nossa vida passa por esse processo várias vezes num único dia, ou seja, sair das tragédias para contemplar a beleza que não morreu, a vida que existe ainda, como fazia essa ave mitológica. Alguns historiadores dizem que o que traria a fênix de volta à vida seria somente o seu desejo de continuar viva. Depois de completar quinhentos anos, elas perdiam o desejo de viver e aí, se morressem, não mais reviviam. O desejo de continuar a viver era sua paixão pela beleza, que é a vida.

Vida sem esperança perde o sabor

Vida sem sabor é vida sem perspectivas. Quem cansou de tentar, cansou de lutar e desistiu de tudo, uma vida que apenas espera o seu fim, por pensar que nada que se faça pode mudar coisa alguma. Quem perdeu a capacidade de sonhar, viu o desejo de felicidade confundiu-se com a utopia. Felizmente, não existe motivo para desanimar, lembrando as palavras de São Paulo: "A esperança não decepciona" (Rm 5,5). Não falamos aqui de qualquer esperança, mas da autêntica esperança, que não se apoia em ilusões, em falsas promessas, que não segue uma ilusão popular em que tudo se explica.

A esperança verdadeira, vinda de Deus, é uma atitude muito realista, que não tem medo de dar às situações seu verdadeiro nome e tem sempre Deus como fator principal. Não tem medo de rever as próprias posições e mudar o que deve ser mudado.

À medida que perdermos ilusões e incompreensões, temos o espaço real no qual pode crescer a esperança, que nada mais é do que a certeza de que tudo pode ser melhor do que aquilo que já vemos. O desejo de caminhar na direção da vida, atraídos pela sua beleza, que no momento pode somente ser sonhada, é contemplada pelo coração.


O homem pode ser resistente às palavras, forte nas argumentações, mas não sobrevive sem esperança. Ninguém vive se não espera por algo bom, que seja bem melhor do que aquilo que já conhece, já possui ou já experimentou. Deus alimenta nossa vida por meio da esperança!

23 de junho de 2017

Como fazer com que a espiritualidade se torne parte do nosso dia?

A espiritualidade precisar ser um exercício diário de fé e reconhecimento da presença de Jesus

Cultivar a espiritualidade ainda não faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Pouco se compreende que esse exercício é um pilar determinante na sustentação da interioridade e de uma qualificada participação na vida social. Por isso, muitas dinâmicas estão comprometidas. Ilusoriamente, pensa-se – talvez por forças de secularismos, excesso de racionalizações ou imediatismos – que a espiritualidade é opcional, mais apropriada para alguns mais devotos. Na verdade, a espiritualidade é indispensável para sustentar a vida de todos em parâmetros qualificados. Assim, um permanente desafio é estar em sintonia com o que diz o salmista nas Sagradas Escrituras: "Desde a minha concepção me conduzistes, e no seio maternal me agasalhastes. Desde quando vim à luz vos fui entregue, desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus".

A humanidade, mesmo emoldurada por diferentes manifestações confessionais e religiosas, não prioriza o hábito de cultivar a espiritualidade. As consequências são o comprometimento da vida, com equívocos nos critérios que regem discernimentos e escolhas, a prevalência da mediocridade na emissão de juízos e nas iniciativas que deveriam corresponder à dignidade própria do ser humano, na sua inteireza. A cultura da dimensão espiritual no cotidiano significa reconhecer a presença de Deus no lugar que Lhe é próprio, conforme ensina o salmista, em oração: "Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude. Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo. Vosso louvor transborda nos meus lábios, cantam eles vossa glória o dia inteiro. Não me deixeis quando chegar minha velhice, não me falteis quando faltarem minhas forças. Eu, porém, sempre em vós confiarei, sempre mais aumentarei vosso louvor".

Como-fazer-com-que-a-espiritualidade-se-torne-parte-do-nosso-diaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O exercício da espiritualidade

O lado espiritual não é apenas uma parte da existência. Trata-se de alicerce para a vida, cultivado pelo desenvolvimento da competência de se contemplar, isto é, tornar-se capaz de mergulhar no sentido mais profundo de cada ser, de cada criatura, superando superficialidades. E a oração é, por excelência, a experiência do exercício da espiritualidade. Causa empobrecimento considerar a oração como um recurso de poucos, para momentos passageiros de aflições maiores. As preces possibilitam o enraizamento de si mesmo na verdade e na fonte do amor que é Deus. Tertuliano, reconhecido escritor dos primeiros anos da era cristã, destaca a força da oração, ao comentar: "nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome. Agora, a oração cristã não faz descer o orvalho sobre as chamas, ou fechar a boca de leões, nem impede o sofrimento. Mas, certamente vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, acalma tempestades, detém ladrões, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam e confirma os que estão de pé".

A oração possibilita ao humano experimentar o deserto de seu próprio ser. Leva-o a reconhecer sua condição solitária e pobre, para explicitar sua dependência de Deus. O lado espiritual de cada pessoa é que lhe permite assumir e conquistar a humanidade verdadeira e integral. Na espiritualidade, cultiva-se o silêncio que faz da própria vida um ouvir determinante, gera-se a competência para o diálogo que promove a cultura do encontro e quebra, com propriedade, a rigidez da mesquinhez.  A experiência espiritual qualificada é que nos permite cultivar e aproveitar os nossos dons, edificando a unidade interior básica, que permite a inteireza moral e existencial. Quando se compromete essa unidade, a conduta pessoal sofre com reflexos negativos. E o caminho da espiritualidade, que possibilita uma condição humana qualificada, não pode ser trilhado apenas com a própria força, nem mesmo unicamente com a luz da razão. Trata-se de percurso impulsionado pelo Espírito Santo, que está presente em cada um dos que cultivam a abertura para receber seus dons.


A humanidade carrega um fardo pesado por não compreender a importância de cultivar a espiritualidade. Por isso, o cidadão contemporâneo fica moralmente enfraquecido gerando os descompassos que degradam o mundo. Assim, o investimento para transformar a realidade exige, de cada um, cultivar o lado espiritual. Eis o caminho que é fonte de soluções para os muitos problemas enfrentados pela humanidade.

21 de junho de 2017

Por que devo estudar o Catecismo da Igreja Católica?

O Catecismo da Igreja Católica é o instrumento da missão que Jesus Cristo nos deixou

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) é o texto que a Igreja Católica Apostólica Romana apresenta a seus fiéis, a fim de que conheçam a doutrina católica e, com base nesta fonte segura e fiel, possam elaborar os catecismos locais. De modo mais particular, o texto permite aos cristãos que se adentrem profundamente na riqueza da fé, para que assim possam conhecer a verdade, "e a verdade os libertará" (cf. Jo 8, 32). O CIC, desejado e sugerido pelo Sínodo dos Bispos de 1985, foi elaborado por uma comissão de doze Cardeais e Bispos em um trabalho que durou seis anos, e foi presidido pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, o qual, em 2005, se tornaria Papa Bento XVI.

A catequese representa o esforço cristão para dar cumprimento à missão que Jesus Cristo nos deixou: fazer discípulos em seu nome, transmitindo seus ensinamentos e a doutrina cristã (Mt 28,19-20). Para tanto, o CIC se apresenta como instrumento para o desempenho da missão de ensinar o povo de Deus, destinando-se, primeiramente, aos responsáveis pela catequese, que são, em primeiro lugar, os bispos, enquanto doutores da fé e pastores da Igreja; e, por meio dos bispos, aos sacerdotes e catequistas.

Por que devo estudar o catecismo da Igreja CatólicaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quais são os conteúdos do CIC?

No prólogo do Catecismo da Igreja Católica, lemos que sua finalidade é apresentar uma exposição organizada e resumida dos conteúdos essenciais e fundamentais da doutrina católica, tanto sobre a fé como sobre a moral, à luz do Concílio Vaticano II e do conjunto da Tradição da Igreja. É que o XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, conhecido como Concílio Vaticano II, teve como objetivo principal a defesa e difusão da doutrina cristã. No discurso de abertura do Concílio, o Santo Papa João XXIII deixou claro que "o que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz".

Ainda em observância ao Concílio Vaticano II, em outubro de 2002, o Papa João Paulo II convocou o Congresso Catequético Internacional para comemorar o décimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, no qual foi considerada a urgência de um Catecismo breve para todos os fiéis, com a redação de uma síntese autorizada, segura e completa. Certamente, era necessário que esse texto refletisse fielmente o Catecismo da Igreja Católica, no que diz respeito aos aspectos essenciais da fé e da moral cristãs.


Desta forma, mais uma vez foi confiada ao Cardeal Joseph Ratzinger a missão de presidir os trabalhados dos quais resultaria o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. Pouco mais de dois anos depois, agora o já Papa Bento XVI apresentava o Compêndio em um discurso no qual ensinava que o texto reflete fielmente o Catecismo da Igreja Católica, que permanece tanto a fonte em que se inspira para compreender melhor o próprio Compêndio, como o modelo para o qual olha incessantemente, em vista de encontrar a exposição harmoniosa e autêntica da fé e da moral católica, e como o ponto de referência, para a elaboração dos catecismos locais.

Compreensão da doutrina cristã

Atualmente, tanto o Catecismo da Igreja Católica, que mantém sua autoridade e importância, quanto o Compêndio, no qual se encontra uma síntese fundamental de educação na fé, estão disponíveis, íntegra e gratuitamente, no site oficial da Santa Sé, no qual se reforça seu caráter de texto confiável e fiel à doutrina cristã. Devemos estar atentos para que dúvidas superficiais não enfraqueçam nossa fé. Por mais que os questionamentos em nosso coração possam soar ao longe de início, o desconhecido é um obstáculo incômodo no caminho da salvação. Não há mal em questionar. A busca pelo conhecimento, de coração aberto e humilde, aproxima-nos da verdade da fé e, esteja certo, que encontrará resposta. Cremos na Igreja de Jesus Cristo.

Referências

A BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. 86 ed. São Paulo: Paulus. 2012.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html>

JOÃO PAULO II. Constituição Apostólica Fidei Depositum para a publicação do Catecismo da Igreja Católica redigido depois do Concílio Vaticano II. 11 out. 1992. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_constitutions/documents/hf_jp-ii_apc_19921011_fidei-depositum.html>

PAPA JOÃO XXIII. Discurso na abertura solene do ss. Concílio Vaticano II. 11 out. 1962. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/speeches/1962/documents/hf_j-xxiii_spe_19621011_opening-council.html>

JOÃO PAULO II. Carta ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé pela elaboração do "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica". 2 fev. 2003. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/2003/documents/hf_jp-ii_let_20030307_ratzinger.html>

PAPA BENTO XVI. Apresentação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. 28 jun. 2005. Disponível em: < http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2005/june/documents/hf_ben-xvi_spe_20050628_compendium.html>

19 de junho de 2017

É preciso vivenciar o Evangelho em sua profundidade e radicalidade

Não quero um Evangelho fácil

Olhando para o Evangelho deste tempo, a liturgia nos apresenta o Evangelho de São Mateus: são normas, leis e vida para entrar no Reino de Deus. Nós sabemos que Jesus não tem meio-termo: Seja o vosso sim, sim; e o vosso não, não (cf. Mt 5,37).

Muitos interpretam a Palavra do Senhor de qualquer jeito, mas Ele é firme, radical e sem meio-termo. Para entrar no Reino de Deus, precisamos viver o Evangelho na sua profundidade e moldar nossa vida de acordo com a vida de Jesus.

É-preciso-vivenciar-o-Evangelho-em-sua-profundidade-e-radicalidadeFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O único Evangelho é o do Reino de Deus. Jesus é o Rei, o Senhor, a autoridade máxima. Jesus é e está no centro do Evangelho, que é Cristocêntrico. Em contraposição, temos visto um Evangelho cujo centro é o homem, um evangelho para o homem, um evangelho humano, antropocêntrico. Torna-se, assim, um tipo de propaganda, de oferta tentadora, na qual se faz abatimento e se abrem facilitações para o freguês. Levam um evangelho de múltiplas vantagens para quem o aceitar, afirma monsenhor Jonas Abib.

Evangelho fácil

Hoje, o mundo tem medo das palavras de Jesus, porque elas incomodam, trazem luz às trevas, denunciam e libertam. O povo quer um Evangelho fácil, querem que as palavras de Jesus se adaptem àquilo que vivem e não querem se adaptar ao Evangelho. Muitos estão vivendo a impureza, deixando-se ser moldados pelas paixões e pelos prazeres sexuais, alegando que hoje não têm como viver a pureza, e que todos somos fracos. Mas o Senhor nos fala que bem-aventurados são os puros de coração, porque verão Deus!

Outros querem viver a ganância, porque a vida fácil é melhor, querem seres ricos, não querem sofrer, não têm misericórdia para com seu semelhante e querem viver a lei do olho por olho, dente por dente. O Senhor, no entanto, nos fala: "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! Não julgueis, e não sereis julgados".

Ficam dizendo que não é tudo isso que Jesus quis dizer e que Ele não era tão radical como pregam por aí, como a Igreja fala e os cristãos querem viver. No entanto, nós não podemos viver um Evangelho de meia medida!

Conversão

Querem ouvir somente que Deus é amor e misericórdia, mas não querem se converter. O amor e a misericórdia não estão separados, e a conversão é uma busca radical pelo Senhor. A noção de conversão é expressa de maneira muito concreta por meio do verbo "voltar", ou seja, voltar para o Senhor com todo o coração, retomar o caminho das suas veredas. Porém, a conversão se dá numa vida de busca do Senhor, de renúncias das coisas que levam ao pecado, na vivência do Evangelho. Jesus precisa passar a ser o centro da nossa vida!

Claro que todos nós continuamente estamos em processo de conversão, isto é, dessa volta para o Senhor. Precisamos dizer que não queremos outra vida, a não ser seguir a voz do Senhor, fazer a vontade d'Ele, mesmo que venhamos a ser criticados, perseguidos, pois a vida é garantida para quem busca o Senhor Deus como o coração em uma vida nova.

Queremos uma vida diferente daquela que antes vivíamos. É uma adesão radical por Jesus, uma mudança de comportamento, de falar e agir; esse é o processo de conversão pelo qual precisamos passar. Mas ninguém muda da noite para o dia, passa também pela paciência, pelo recomeçar todos os dias, pela mudança diária e, principalmente, pela vida de oração e a busca do Senhor e abandono da vida velha.

Viver o Evangelho

Efetivamente, a nossa fé não é uma ideologia, mas a adesão ao Nosso Senhor Jesus Cristo. É o próprio Senhor que o declara: "Convertei-vos a mim!". O profeta Joel explica e justifica esse convite: "Convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é clemente e compassivo", e ele mesmo, por sua vez, compreende e perdoa.


Não podemos ser cristãos que buscam as coisas fáceis e algo como mágica. Estamos numa geração de cristãos que não querem ser radicais no seguimento a Jesus. É difícil viver o Evangelho radical neste mundo; contudo, não podemos desistir. Por isso, estou incentivando você, leitor, a não desistir do nosso Deus, a lutar pela santidade e pela vida autêntica de cristão. Vivamos o Evangelho na sua profundidade e radicalidade.

15 de junho de 2017

Quando o inesperado bate à nossa porta

Precisamos aprender a viver intensamente cada momento

No nosso cotidiano, envolvidos nas tarefas e nas situações do dia a dia, sempre nos esquecemos de algumas coisas básicas, até nos depararmos com o inesperado. Muitas vezes, nós nos envolvemos tanto com as tarefas, que acabamos nos esquecendo de Deus, dos irmãos, e de que a nossa vida é finita. Vivemos como se o nosso tempo aqui fosse infinito; e, assim, perdemos tempo. Deixamos de amar aqueles que nos cercam.

Foto: ImagineGolf, 17329893 , iStock photos by gett image

A finitude do nosso tempo faz com que nos esforcemos para aproveitar o tempo de vida de que dispomos e não deixemos passar em vão ocasiões e momentos irrepetíveis. Cada minuto de nossa vida, ao lado das pessoas que conhecemos e amamos, é único e precisa ser aproveitado com toda a sua intensidade. Cada encontro com o outro é uma oportunidade que não volta a se repetir.

Uma experiência com o inesperado

Em 2002, vivi a experiência do inesperado bater à minha porta, quando meu irmão sofreu um grave acidente de carro e, em fevereiro de 2004, foi para junto de Deus. No ano do acidente, posso dizer que tive a graça de aproveitar breves momentos, intensamente.

Ele morava em Araguaína (TO) e eu estava na missão de Natal (RN). Ele foi para casa de férias, no fim de ano, mas, devido à missão, eu não pude ir. Como somos pernambucanos, ele estava a poucas horas da cidade onde eu estava, e, na hora de voltar para sua cidade, ele mudou a rota e passou, em plena madrugada, na minha casa, para matarmos um pouco as saudades. Essa foi a última vez que eu vi o meu irmão com vida. Foram poucos minutos, mas vividos com intensidade, vividos como únicos e irrepetíveis.


Hoje, compreendo que a consciência de nossa finitude nos dá oportunidade para concentrarmos a atenção no essencial. Dá-nos oportunidade de entendermos que cada pessoa é única e irrepetível. Ensina-nos a não pararmos nas diferenças, mas olharmos a individualidade de cada um como riqueza. Ensina-nos a sairmos de nós mesmos para servir o outro, para amarmos o outro. Ensina-nos a viver cada momento como único.

Assim, conseguimos viver o tempo presente como ele deve ser vivido, colocando nossas preocupações em Deus e nos concentrando na essência da vida: amar e servir. Precisamos aprender a viver intensamente cada momento. Aprender a não nos deixarmos levar pelas tarefas e atividades do cotidiano, para não deixarmos passar em vão os momentos de encontro com o outro, a não deixarmos passar em vão as oportunidades para amar.

14 de junho de 2017

Conheça a história da Festa de Corpus Christi

Conheça a origem da Festa de Corpus Christi

Todas as quintas-feiras, depois da oitava de Pentecostes, a Igreja celebra a festa de Corpus Christi, mas nem sempre foi assim. Vejamos, então, como essa festa tomou a proporção que ela tem hoje.

A origem da Festa de Corpus ChristiFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

História

Uma primeira coisa a saber é que não existe registo do culto ao Santíssimo Sacramento fora da Missa no primeiro milênio. Nesse período, a Eucaristia ministrada fora da Missa era somente para os doentes.

A partir do segundo milênio, no entanto, por meio de um movimento eucarístico, cujo centro foi a Abadia de Cornillon, fundada em 1124, pelo Bispo Albero em Liége, na Bélgica, podemos constatar costumes eucarísticos: exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante sua elevação na Missa e, consequentemente, a festa do Corpus Christi.

A Solenidade em honra ao Corpo do Senhor – "Corpus Chisti" –, que hoje celebramos na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade, é oficializada somente em 1264 pelo Papa Urbano IV.

Como bem sabemos, Deus costuma se revelar aos humildes e pequenos, e Ele se utilizou de uma simples jovem para lhe revelar a festa de Corpus Christi.  Segundo os registros da Igreja, Santa Juliana de Cornillon, em 1258, numa revelação particular, teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida, no Calendário Litúrgico da Igreja, a Festa de Corpus Domini.

Santa Juliana nasceu, em 1191, nos arredores de Liège, na Bélgica. Essa localidade é importante, e, naquele tempo, era conhecida como "cenáculo eucarístico". Nessa cidade, havia grupos femininos generosamente dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa.

Tendo ficado órfã aos cinco anos de idade, Juliana, com a sua irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont Cornillon. Mais tarde, ela também uma monja agostiniana, era dotada de um profundo sentido da presença de Cristo, que experimentava vivendo, de modo particular, o Sacramento da Eucaristia.

Com a idade de 16 anos, teve a primeira visão. Via a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. Compreendeu que a lua simbolizava a vida da Igreja na Terra; a linha opaca representava a ausência de uma festa litúrgica, em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

Durante cerca de 20 anos, Juliana, que entretanto se tinha tornado priora do convento, conservou no segredo essa revelação. Depois, confiou o segredo a outras duas fervorosas adoradoras da Eucaristia: Eva e Isabel. Juliana comunicou essa imagem também a Dom Roberto de Thorete, bispo de Liége. Mais tarde, a Jacques Pantaleón, que, no futuro, se tornou o Papa Urbano IV. Quiseram envolver também um sacerdote muito estimado, João de Lausanne, pedindo-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre aquilo que elas estimavam.

Foi precisamente o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thourotte, que, após hesitações iniciais, aceitou a proposta de Juliana e das suas companheiras, e instituiu, pela primeira vez, a solenidade do Corpus Christi na sua diocese, precisamente na paróquia de Sainte Martin. Mais tarde, também outros bispos o imitaram, estabelecendo a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais. Depois, tornou-se festa nacional da Bélgica.

A festa ficou conhecida

Dessa forma, a festa foi crescendo cada vez mais, e outros bispos faziam a mesma coisa em sua diocese. Tomou tal proporção, que veio a tornar-se não só uma festa do território da Bélgica, mas sim de todo o mundo. Sendo que, a festa mundial de Corpus Christi foi decretada oficialmente somente, em 1264, seis anos após a morte de irmã Juliana, em 1258, com 66 anos.

Na cela onde jazia, foi exposto o Santíssimo Sacramento e, segundo as palavras do seu biógrafo, Juliana faleceu contemplando, com um ímpeto de amor, a Jesus Eucaristia, por ela sempre amado, honrado e adorado.

Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada, em 1599, pelo Papa Clemente VIII.  Como vimos, ela morreu sem ver a procissão de forma mundial.

Depois da morte do Papa Alexandre IV, foi eleito o novo Papa, o cardeal Jacques Panteleón. Naquela época, a corte papal era em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde, em 1264, aconteceu o famoso Milagre de Bolsena.


Em que consiste esse milagre? Um padre da Boemia, Alemanha, que tinha dúvidas sobre a verdade da transubstanciação, presenciou um milagre. Durante uma viagem que fazia da cidade de Praga a Roma, ao celebrar a Santa Missa na tumba de Santa Cristina, na cidade de Bolsena, Itália, no momento da consagração, viu escorrer sangue da Hóstia Consagrada, banhando o corporal, os linhos litúrgicos e também a pedra do altar, que ficaram banhados de sangue.

O sacerdote, impressionado com o que viu, correu até a cidade de Orvieto, onde morava o Papa Urbano IV, que mandou a Bolsena o Bispo Giacomo, para ter a certeza do ocorrido e levar até ele o linho ensanguentado. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. O Pontífice foi ao encontro do Bispo até a ponte do Rio Claro, hoje atual Ponte do Sol. O Papa pegou as relíquias e mostrou à população da cidade.

O Santo Padre, movido pelo pelas visões de Santa Juliana, pelo prodígio e também a petição de vários bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula Transiturus de hoc mundo, em 11 de agosto de 1264. Esses fatos foram marcantes para se estabelecer a festa de Corpus Christi.

A morte do Papa Urbano IV, em 2 de outubro de 1264, um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena, em 1311, ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317, foi promulgada uma recompilação das leis por João XXII e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

Foi assim que a festa de Corpus Chisti aconteceu, tendo como testemunho estes dois fatos: as visões de Santa Juliana e o milagre eucarístico de Bolsena.

13 de junho de 2017

Bíblia: uma junção do ato humano e divino

Na Bíblia, temos o sagrado que une o ato humano e a ação divina

A princípio, parece uma coisa óbvia dizer que a Bíblia é um livro, ou melhor, uma coleção de livros, e que, como tal, são para serem lidos; mais do que óbvio, é a entendermos como literatura. No entanto, quando se trata das Sagradas Escrituras, nem sempre a coisa é simples, porque a Bíblia é, para nós, a Palavra de Deus.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Por ser Palavra do Senhor, a Igreja venera a Bíblia profundamente. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas entendem de modo equivocado o fato de a termos como Palavra de Deus e de a venerarmos como tal. Acabam, então, por um respeito fora da normalidade, tendo medo de ler a Bíblia.

Destaque para a Palavra de Deus

Eu acho bacana quando chego em uma casa e a Palavra de Deus está aberta, geralmente num lugar de destaque. A pessoa tem aquela Bíblia grande, ilustrada e a coloca na sala, aberta. Isso é bem bonito! É muito importante dar destaque à Palavra de Deus, e a Igreja nos incentiva a fazer isso. No entanto, grande parte dessa pessoas ficam com medo ou respeito excessivo e não a leem. Por isso quero comentar sobre a Bíblia como literatura.

Para ficar mais fácil, vamos separar as palavras: Bíblia e Sagrada. "Bíblia" significa um conjunto de livros, e como já dissemos, livro é para ser lido. Ato humano. E a outra palavra "Sagrada", segundo o dicionário, é algo relativo às coisas divinas, algo santo, separado. Ato divino. Percebemos aí o que Deus quer: a união do divino com o humano.


Ato humano e ação divina

Na composição da Bíblia Sagrada, temos, no momento da redação dos livros, a mão humana, mas também, e principalmente, a inspiração divina, que é o que torna a Bíblia algo sagrado para nós. Temos aí essa junção do ato humano e da ação divina.

Fazemos o que cabe a nós no ato humano da leitura dos textos; e Deus faz o Lhe cabe, enviando-nos Seu Espírito Santo, que nos ilumina e encaminha nessa leitura.

A Igreja nos ensina que a graça de Deus é oferecida a todo ser humano, mas que para produzir seu efeito é necessário que haja a cooperação humana. É o que a Igreja chama de livre adesão do homem à graça divina. Assim também o é com a Bíblia. Para que a Palavra de Deus, em toda sua sacralidade, e para que o ato divino aconteça em nós, precisamos realizar o ato humano da leitura dos textos.

Fique com Deus. Até a próxima.

9 de junho de 2017

Será que nasci para ser solteira?

Minha vocação é ser solteira?

Não, não e não! Ninguém nasce predestinada, muito menos com um carimbo na testa determinando para sempre o seu estado civil. E não venha querer culpar Deus, o destino ou os astros por você estar solteira até hoje! Nascemos para ser felizes, para nos realizarmos plenamente neste mundo, independentemente do estado civil.

A nossa vida é fruto de nossa vocação, de nossas escolhas e discernimento. Vocação é um chamado natural, condizente com a nossa aptidão e personalidade, conforme nosso talento, que vai se desenvolvendo ao longo da vida.

Será-que-nasci-para-ser-solteiraFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Influência social

A vocação não é algo forçado, não aparece num passe de mágica, muito menos com base na moda, no momento, naquilo que todo o seu grupo de amigos faz, na mídia, nem naquilo que seus pais e seus colegas de trabalho querem que você seja. Já repararam que a sociedade hoje toca a mesma música para todas as mulheres: namorar, noivar, casar… e viveram felizes para sempre!

Essa fórmula não se aplica a todas nós, pois muitas têm o chamado à vida religiosa, ao celibato ou à vivência plenamente solteira. Mas há uma cobrança social que impede muitas meninas e mulheres de admitirem essa possibilidade! Todos têm de ter uma tampa da panela, a metade da laranja, alguém para dividir o financiamento do apartamento. Quem disse?

Desde pequenas, somos influenciadas a formar uma família, e isso é lindo, afinal, o matrimônio é um sacramento importante, mas não precisa ser o destino final de todas, pois nem todas têm essa vocação.

Você acha que casamento é fácil?

Casamento é renúncia diária, é anular-se muitas vezes pelo marido (muitas mesmo), é dedicar-se em tempo integral pelos filhos, administrar conflitos, resolver incompatibilidades de gênios, financeiras e emocionais todos os dias; é um doar-se, que, sinceramente, nem todos têm vocação. Muitos casamentos acabam, simplesmente, porque um dos cônjuges ou ambos não sabem se doar, só querem receber, são egoístas. No fundo, não têm a vocação para o matrimônio.

De um lado, reparem na quantidade de casamentos falidos, e que nunca deveriam ter se concretizado, mas os namorados foram indo, empurrando com a barriga as incompatibilidades, depois noivaram, casaram e perceberam que não fazia qualquer sentido os dois debaixo do mesmo teto, discutindo até para decidir se compram manteiga ou margarina. É isso que você quer para sua vida?


Descobrir-se

Vejam a quantidade de mulheres solteiras frustradas, entregando-se a qualquer cara sem discernimento, por desespero, por medo de "ficar pra titia" e se tornando ainda mais infelizes e frustradas. Um casamento que não deveria ter acontecido, por vezes, vai terminar em divórcio em pouco tempo.

Entre ficar sempre solteira, assumindo essa vocação ou ser casada por um tempo (como nos contos de fadas), para depois cair na real, perceber o erro e retornar à vida de solteira, o que você escolhe?

Nem todos temos o chamado ao matrimônio, mas Jesus Cristo chama a todos nós para que sejamos Seus discípulos, contribuindo para que se faça um céu na pequena parte que lhe couber nesta vida terrena: sua casa, seus amigos, seu trabalho. Ele se apresenta às pessoas por meio de nossas atitudes.

Então, em vez de ficar se lamuriando, porque está solteira, busque ser uma pessoa melhor com quem Deus confiou a você. Pode não ser um marido ou filhos biológicos, mas talvez os sobrinhos, os filhos dos amigos, os amigos, seus pais, as pessoas do seu trabalho ou mesmo uma associação que você decida ajudar e fazer a diferença, um céu na vida delas.

A vocação precisa ser discernida

Conforme consta no Catecismo da Igreja Católica, 1830, "a vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. São disposições permanentes que tornam o homem dócil aos impulsos do mesmo Espírito ", e este Espírito é que nos dá discernimento para tomarmos decisões importantes, como o seu estado de vida!

Ao decidir ficar bem solteira ou namorar para casar, estando fora da graça de Deus (por exemplo, há muito tempo sem ter se confessado, comungado, participado de uma adoração), perde-se a oportunidade do dom de conselho do Espírito Santo, e o discernimento será prejudicado.

Minha dica então é: dedique um tempo da sua vida para discernir sua vocação. Procure um diretor espiritual, um retiro, e olhe para dentro de você com sinceridade: é capaz de suportar, com alegria, todas as renúncias de um casamento ou só quer casar para não ser solteira? Nunca perdemos por sermos sinceras com nós mesmas, com os outros e com Deus.

Antes do seu estado civil, Deus a fez para ser feliz plenamente, e a decisão que traz paz ao seu coração é a mais acertada.


    Mariella Silva de Oliveira Costa

Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, professora universitária, cientista em formação e servidora pública, Mariella é graduada na Universidade Federal de Viçosa e especialista em jornalismo científico (Unicamp), mestre em ciências médicas (Unicamp) e doutoranda em saúde coletiva na Universidade de Brasília. Participa da Renovação Carismática Católica, desde 1998, onde serviu especialmente no Ministério Universidades Renovadas e no Ministério de Comunicação Social. Cofundadora do projeto Muitas Marias.com (www.muitasmarias.com)
Contato: mariellajornalista@gmail.com Twitter: @_mari_ella_
www.muitasmarias.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/nasci-para-ser-solteira/

7 de junho de 2017

Como preparar seu filho para lidar com a frustração

A escola da vida é uma excelente academia para treinar e lidar com a frustração

Num mundo de opções tão variadas, é possível preparar nossos filhos para conviver com essa diversidade? É possível dizer 'não' àquilo que não é bom para eles e ensiná-los a conviver com a frustrações?  Para responder essas perguntas precisamos, primeiro, entender o que é frustração. É um estado que vivenciamos quando algo nos impede de realizar nosso objeto de prazer. Na vida, sabemos que existem várias barreiras limitadoras – sejam elas sociais, psicológicas, físicas ou espirituais –, e é bom que assim seja, pois elas nos impedem de ter comportamentos nocivos para nós e para os outros. Mas a forma de lidar com isso gera satisfação ou insatisfação.

Durante toda a nossa vida, vivemos realidades permeadas de expectativas não atendidas, tais como a falta de pessoas e de sentimentos que gostaríamos que elas tivessem ou não para conosco. Esses sentimentos podem despertar em nós emoções de raiva ou tristezas, as quais acabam se transformando em ira ou depressão, levando nossos filhos a pequenos ou grandes sofrimentos.

Como-preparar-seu-filho-para-lidar-com-a-frustraçãoFoto: BrianAJackson by Getty Images
A frustração pode atacar principalmente a autoestima dos nossos filhos e levá-los a fazer escolhas erradas, tais como drogas ou relacionamentos complicados.


Como fazer para que as crianças aprendam a conviver e a trabalhar essas frustrações inevitáveis? Esse é um grande dilema vivenciado diariamente por muitos pais.

A escola da vida é uma excelente academia para treinarmos desde pequenos, e colocarmos limites nos possibilita criar condicionamentos mentais, que vão nos propiciando amadurecimento e condições para lidarmos com frustrações maiores. Poder trabalhar preventivamente é um ponto importante para quem tem filhos pequenos.

Nesse ponto, temos vivido uma realidade preocupante. Como a vida profissional dos pais exige que estes fiquem muito tempo fora, eles acabam atendendo aos desejos dos filhos, que não deveriam, para acalmar o sentimento de culpa que sentem por causa da ausência.

Superar a frustração

A grande maioria dos pais, quando perguntados sobre o que mais querem para seus filhos, provavelmente responderão: que sejam felizes. Para isso, esforçam-se para oferecer às crianças as melhores condições, mas, muitas vezes, perdem a oportunidade de ensinar a simplicidade da felicidade. Temos de entender que, dentro de cada um de nós, existe uma pessoa fraca e uma forte. A pergunta que temos de nos fazer é: qual estamos alimentando mais em nossos filhos? Ensiná-los a lidar com as emoções e os sentimentos faz parte do nosso papel de educador, a fim de que possam superar as frustrações que enfrentarão por toda a vida.

O primeiro aprendizado que focamos muito como sucesso é o que o mundo nos ensina, ou seja, criarmos condições principalmente no desenvolvimento do quociente intelectual, mas nos esquecemos do quociente emocional e espiritual, que é a nossa capacidade de lidar com as emoções diante dos desafios diários da vida. A capacidade de transcender, abrir mãos de necessidades atendidas no presente para uma vida futura melhor.

O nosso papel é trabalhar as competências de nossos filhos, seus conhecimentos, suas habilidades e, principalmente, suas atitudes aos valores e às crenças que introjetamos neles a partir da forma como vemos o mundo. A escola pode ser parceira, mas os pais não podem terceirizar uma função que é inerente à sua vocação. E a vocação dos pais católicos é serem os primeiros educadores e catequistas de seus filhos.

O que podemos, então, fazer como pais para ajudar os filhos desde pequenos? Primeiro, buscar o autoconhecimento, pois quem se conhece tem mais possibilidade de se aceitar com foco na construção da autoconfiança. Pessoas que reconhecem suas qualidades e defeitos têm mais facilidade para trabalhar comportamentos inadequados sem se sentir uma pessoa inadequada. Isso permite que ela tenha coragem de mudar quando for preciso e aceitar aquilo que ela não pode mudar.

Caminho para ajudar a lidar com a frustração

Trabalhar a paciência para que eles aprendam a esperar, fazendo com que a frustração seja menos dolorida. O diálogo é fundamental para a criança aprender a partilhar seus sentimentos, os quais, quando falados, podem ser melhor trabalhados. Aprender a ser persistente, pois pouca coisa nós conseguimos sem que tenhamos de batalhar por elas. A vida não é o que a televisão vende, mas algo conquistado passo a passo. Como diz São Paulo, precisamos combater o bom combate. Ser resiliente, ou seja, ter a capacidade de mudar de estado de acordo com algumas situações, controlar impulsos e aceitar as adversidades e as alegrias como parte da vida, pois o mundo não se restringe ao nosso umbigo, mas a uma coletividade.

Porém, nada disso é possível sem que os pais se lembrem de que o comportamento dos filhos é modelado por seus exemplos; portanto, precisam ser os primeiros a reconhecer seus próprios sentimentos e lidar com suas frustrações diante da realidade da vida.

Lembrem-se: nossos filhos são como folhas em branco, nas quais podemos escrever nossas frustrações e nossos medos ou contribuir para o aprendizado de como lidar com as decepções e superá-las. Como em uma academia, temos de começar com exercícios leves até chegar aos mais exigentes, ou seja, ajudá-los a serem adultos maduros e felizes.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-preparar-seu-filho-para-lidar-com-frustracao/

5 de junho de 2017

Contaminação espiritual: o perigo dos excessos e do relativismo

Existe contaminação espiritual?

Há alguns anos, era muito comum para nós, que fazíamos parte da Renovação Carismática Católica (RCC), ouvirmos as pessoas falando sobre a realidade da "contaminação espiritual". Certamente, houve muitos erros em relação à essa realidade e até mesmo excessos. Para algumas pessoas, tudo girava em torno da possibilidade de "contaminar-se espiritualmente". Assim era com as roupas que vestíamos, com certos alimentos, marcas e empresas com as quais, se tivéssemos contato, "correríamos o risco de sermos contaminados espiritualmente". Também houve excessos sobre conteúdos que víamos na televisão como músicas, objetos e símbolos que usávamos em nosso dia a dia. Tudo precisava ser analisado com muito critério para não nos "contaminarmos".

-Contaminação-espiritual-o-perigo-dos-excessos-e-do-relativismoFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Percebi, porém, com o passar do tempo, depois dos excessos cometidos, que as pessoas começaram a assumir uma outra postura em relação a essa realidade de "contaminação espiritual", e entraram num perigoso e arriscado terreno chamado relativismo. Era uma tentativa de apagar os "traumas" do passado deixados pelos excessos. Hoje, percebo que muitas pessoas, especialmente os jovens, estão caindo nesse perigoso relativismo, afirmando que não é necessário tanto rigor com determinadas realidades.

A questão da "contaminação espiritual" existe realmente?

Para entendermos um pouco mais, vamos ao significado do que a palavra "contaminação" significa. A palavra "contaminação" deriva do latim contaminatĭo, e se refere à ação de contaminar. Podemos dizer que faz referência a uma ação nociva de alterar as condições normais de uma coisa por agentes químicos ou físicos, uma forma de corromper, em sua originalidade, determinadas matérias.

Penso que aqui está a chave para a nossa questão, na palavra "corromper"! O que chamamos de contaminação espiritual é, na verdade, todo e qualquer tipo de contato que temos com realidades capazes de corromper a verdade ou a ação de Deus sobre nossa vida.

Utilizamos este termo "contaminação espiritual" somente para figurarmos que algo nocivo pode estar nos influenciando de maneira direta ou indireta. E que esse algo nocivo não provém de Deus nem mesmo faz parte da sã doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana.

Como saber se alguém pode ou não estar "contaminado espiritualmente?"

Não é tão simples assim discernir se uma pessoa pode ou não estar contaminada espiritualmente, pois como expliquei, vai além de regras impostas ou situações que determine de modo irreversível tal condição, pois é necessário que a pessoa tenha buscado ou tenha tido contato com uma realidade fora de Deus ou da doutrina Católica, a ponto de essa pessoa estar sendo, a partir de então, influenciada ou refém por tal decisão.

Há realidades que se as pessoas buscarem, certamente estarão "abrindo as portas" para uma ação direta do demônio sobre sua vida, trazendo para si algo de nocivo, que poderá corromper a ação e a amizade com Deus, e por isso poderia-se usar o termo "contaminação espiritual."

Exemplo disso é quando buscamos todas e quaisquer realidades voltadas ao Ocultismo, a Magia, a Adivinhação, a Superstição, as seitas e filosofias que ensinam uma doutrina contrária à da Igreja Católica. Estas realidades podem ser muito nocivas, podem nos levar a caminhos longes de Jesus Cristo, e por isso "manchar", "ferir", "contaminar" a nossa relação com Deus.

Consequências da contaminação

Se uma pessoa tem contato direto com essas realidades, a probabilidade de corromper-se é grande, mas ainda assim não podemos afirmar que estão "contaminadas espiritualmente", a não ser que já estejam colhendo as consequências dolorosas desta busca, como por exemplo, há pessoas que, depois que tiveram contato com essas realidades, começaram a ouvir vozes, verem vultos, terem pesadelos, dores crônicas, não conseguem mais rezar et).

Isso é um sinal de algo espiritual, maligno, que pode tê-las atingido. Ou ainda depois do contato com estas realidades deixaram de ir a Santa Missa, rejeitam os ensinamentos da Igreja, não se confessam, acham que não precisam mais da Igreja e etc… Isso tudo são sinais que podem indicar que algo foi corrompido, contaminado dentro da pessoa por uma força maior que ela mesma.


Extremos e relativismo

Os jovens têm buscado, cada vez mais, essas realidades voltadas ao ocultismo e à adivinhação, caindo num perigoso relativismo quando afirmam que buscam essas coisas somente para fazer o bem, que não tem a intenção de procurar o Mal, por isso buscar estas realidades não traria perigo! Na verdade ,correm um grande risco de se depararem com realidades diabólicas, sem ao menos saber do que se trata.

O que precisa ficar bem claro para nós e cair por terra são os extremos que algumas pessoas afirmavam. Elas nos trariam com uma contaminação espiritual, por exemplo, passássemos em frente a um terreiro que mexe com ocultismo, se passássemos ao lado de um despacho na rua, se comecemos em casas de pessoas de outras religiões, ou tívessemos contatos fisicos com elas, e outros tipos de extremismos sem lógica!

Onde Deus não se encontra

Uma outra realidade que geralmente sempre perguntam é sobre a leitura de livros, músicas e filmes, se podem ou não trazer o perigo de uma "contaminação espiritual"… Minha resposta e experiência podem afirmar o mesmo que disse acima: Se o que você vai ler, ouvir ou assistir, irá corromper a ação de Deus em você de maneira direta ou indireta, ou se vai levar você a um terreno de doutrinas contrários à nossa, muito cuidado, pois o Demônio pode usar de toda a sua astúcia para cumprir o seu papel de quem veio para roubar, matar e destruir… E ele nunca vai deixar transparecer as pessoas a maldade que estará por detrás daquilo que ele oferecer, ele sempre age sutilmente, mas objetivamente…

Podemos dizer que de certa forma existe sim a realidade do que chamamos de "contaminação espiritual", mas que usamos a mesma como uma figura de linguagem, que expressa o perigo que corremos espiritualmente, quando buscamos realidades onde Deus não se encontra!

Clique aqui e faça uma Oração de Renúncia

Danilo Gesualdo, missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/contaminacao-espiritual/

1 de junho de 2017

Dicas de como lidar com pessoas difíceis no trabalho

O sonho de ter o melhor emprego do mundo acaba, muitas vezes, quando nos deparamos com pessoas difíceis

Quem dera nosso local de trabalho fosse um ambiente formado por pessoas que aceitassem nossas opiniões, andassem sempre bem humoradas, com vontade de produzir! Pessoas que fossem flexíveis e ponderadas em suas atitudes, sem reclamações e dentro da mais perfeita harmonia. Quem dera não existir pessoas difíceis!


Dicas para lidar com pessoas difíceis no trabalhoFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Vez ou outra, deparamo-nos com aquele colega orgulhoso, o "sabe-tudo", o interesseiro; tem também o bajulador, o que empurra serviço para o outro, o invejoso, o ciumento, o explosivo… Enfim, pessoas difíceis que julgamos ser realmente complicadas de lidar e que, diariamente, criam conflitos com os demais.

Como resolver o conflito

Quando um problema desse tipo é diagnosticado, o jeito mais comum de agirmos é ignorando, acreditando ser uma situação passageira, que logo terá fim. Com o passar do tempo, pouca mudança é percebida e a solução correta do fato fica de lado.

Fingir que nada está acontecendo e continuar sofrendo as consequências sem nenhuma atitude só contribui para crescer aquele "monstro" dentro de nós. Vamos fazer o quê? Arrumar mais confusão? Isso é problema nosso?

O bom senso é a chave para entrar num caminho delicado e renovador. Resolver problemas não é tarefa agradável, por isso tantas pessoas se esquivam deles. Desejamos que os outros já cheguem até nós prontos, sem defeitos nem ajustes. Culpamos a todos e nunca paramos para pensar sobre nossas próprias atitudes. Temos de nos livrar de certos preconceitos e tentar entender os que estão ao nosso redor para os auxiliar. A melhora pode partir de quem está incomodado e não de quem incomoda.

Respeito e ponderação

O individualista não percebe que está centralizando as tarefas nele, impedindo o trabalho em equipe. O explosivo grita, responde de modo ríspido às ordens, sem compreender o quanto está causando mal aos que estão a sua volta. Mostrar-lhes que atitudes como essas não colaboram para um ambiente sadio de trabalho é de extrema necessidade. Não cabe somente ao líder tomar essa iniciativa. Se você faz parte desse grupo e se sente prejudicado, fale. Com respeito e ponderação, uma boa conversa é libertadora.

Fuja da armadilha do "toma lá, dá cá", de ficar buscando formas de "dar o troco" a quem tira sua paciência. Concentre sua atenção em observar seus colegas, tentando buscar formas de evoluí-los. Evite responder às provocações, estimular fofocas e comentários na ausência do outro, respire fundo e só depois fale.

A oração da serenidade nos ensina:
"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras".