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29 de maio de 2017

A palavra de profecia é um dom do Espírito Santo

Por meio da palavra de profecia, o próprio Deus nos fala, às vezes, consolando-nos; outras vezes, exortando-nos ou repreendendo-nos

A palavra de profecia é um dom do Espírito Santo pelo qual, por meio de uma pessoa que fala, Deus exerce o seu poder. O Senhor mesmo põe a Sua Palavra cheia de sabedoria, de força e vida na boca de Seus profetas. Deus manda dizer, o profeta fala e a Palavra, por uma força do alto, realiza o que foi anunciado.


Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A palavra que sai da boca de Deus arranca e demole, arruína e destrói, mas faz isso sempre para edificar, construir e plantar algo novo e melhor. Depois da palavra de profecia, sempre brota a esperança de uma vida nova, pois assim o próprio Senhor declara: "Vou fazer reentrar em vós o sopro da vida para vos fazer reviver" (Ez 37,5).

Deus cura os enfermos

Ainda hoje, quando se fala do carisma de profecia, é fácil perceber que muitas pessoas não o conhecem. E quando o conhecem, têm muitas dúvidas a seu respeito. Não sabem do que se trata exatamente e chegam a confundir profecia com predições do futuro.

Entre os primeiros cristãos, porém, isso era bem diferente. Apesar de saberem que a sua profecia era limitada e imperfeita (cf. I Cor 13,9), eles conheciam muito bem esse carisma e tinham a certeza de que era inspirado por Deus. Podemos dizer que conheciam. porque eles possuíam, viviam, experimentavam e aplicavam esse dom em todos os dias da vida deles. Eram homens e mulheres simples, mas cheios de uma grande intimidade com Deus.

Sua experiência carismática era tão intensa, que São Paulo precisou intervir para ensiná-los a aproveitar melhor as graças tão abundantes que Deus derramava sobre eles.

Não lhes falta dom algum

Suas reuniões de oração eram famosas, pois eram alegres, animadas e cheias de vida. No entanto, se falarmos da nossa comunidade, das nossas reuniões de oração, o que podemos dizer sobre o dom da profecia? São Paulo, diante daqueles homens e mulheres de Corinto, inflamados pelo Espírito, chegou a dizer:  "..não lhes falta dom algum". Eram tantos os que possuíam esse carisma, que Paulo determinou: "Quanto aos profetas, falem dois ou três, e os outros julguem" (I Cor 14,29).

Nas comunidades de hoje, contudo, as pessoas pouco conhecem esse dom. E, às vezes, aqueles que o conhecem na teoria não têm coragem de colocá-lo em prática, por vergonha ou medo.

Alguns não o fazem, porque se acham indignos, e, por essa razão, o grupo de oração, a paróquia, a Igreja ficam privados de um carisma vigoroso, que enraíza, edifica e firma a comunidade em Deus.


Como  saber que Deus está nos dando uma palavra de profecia

O Espírito Santo gosta de derramar o carisma da palavra de profecia quando as pessoas estão reunidas em oração. E como isso se dá? Normalmente, depois de um fecundo momento de louvor, um silêncio de adoração cai sobre todos os que estão reunidos.

Em dado momento, uma dentre as pessoas se sente impulsionada pelo Espírito Santo a dizer alguma coisa da parte de Deus (cf. II Pd 1,21). Sente um movimento e uma unção diferente em seus pensamentos e sentimentos.

Percebe-se como que inundada em suas palavras por um vigor e uma convicção que superam sua capacidade.

A pessoa reconhece que se trata de uma inspiração, um toque de Deus. Compreende isso por meio de um sentimento intenso que a envolve e de uma coragem extraordinária, cheia de certeza, que reconhece não serem originadas dela mesma.

Então, quando abre a boca para proclamar a mensagem que Deus lhe dá, sua palavra se torna mais firme, cortante e eficaz. Experimenta ainda um lampejo do vigor e do assombro que todos sentiam quando Jesus falava. E não se trata de uma coisa programada, pois quem profetiza não formula em seus pensamentos o que dirá, as palavras simplesmente vêem a seus lábios. Transmite a mensagem em primeira pessoa, com segurança e firmeza, sem qualquer sinal de medo ou dúvida (lembrando que o "eu" aqui não é o da pessoa que fala, mas o do próprio Deus).

A profecia chega aos poucos

Encontrei uma pessoa que, há muitos anos, exerce o dom de profetizar e lhe perguntei: "Como a profecia chega ao seu coração?". "Chega aos poucos", respondeu-me. "A frase não vem pronta. As palavras surgem por inspiração uma após a outra.

Às vezes, Deus me dá uma ou duas palavras e, só depois que eu as falo, é que aparecem as outras.

No momento em que começo a dizer a profecia, não tenho a menor ideia do rumo que a mensagem tomará, mas é emocionante ver como Deus revela e renova as coisas por meio desse dom".

O mais interessante é que pessoas muito simples e tímidas, que jamais ousariam falar em público, também profetizam. Levantam a voz com autoridade e dizem coisas verdadeiramente audaciosas.

Alguns contam que nem mesmo eles sabem de onde vem a coragem para tanto, ou melhor, sabem que veio de Deus.

O Espírito Santo abrasa os sentimentos e o desejo de profetizar

Quando a pessoa profetiza, ela não muda de voz, mas sofre influência no seu jeito de falar. O Espírito Santo não abrasa apenas as palavras, mas também os sentimentos e os desejos do profeta. Por exemplo, se ele fala de salvação, experimenta uma alegria inabalável, fala com tanta ternura, que os seus olhos se enchem de lágrimas, sente-se como se Deus mesmo tivesse feito dele o seu porta-voz para o mundo inteiro: "Farei de ti o servo que está a meu serviço e serás como a minha boca" (cf. Jr 15,19).

Percebe-se inflamado de um zelo tão grande pela salvação das almas, que, de bom grado, enfrentaria o inferno inteiro para que ninguém se perdesse. Se fala do consolo de Deus, sente no coração uma profunda compaixão, e é tomado de grande amor pela pessoa que sofre, de maneira que até mesmo desejaria estar em seu lugar para aliviá-la de suas dores.

(Artigo extraído do livro: "O dom de profecia")

 

26 de maio de 2017

Qual sentido estamos dando a cada área da nossa vida?

A chave para o sentido é a abertura do homem, que consiste em se voltar para a vida

O valor do homem está naquilo que ele é, não naquilo que faz ou tem. Na essência do seu ser, ele herdou do seu Senhor inteligência, liberdade, vontade, sensibilidade e consciência. "Na intimidade da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo, mas a ela deve obedecer" (Gaudium et Spes, n.16).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz: "Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos às influências negativas e tentados pelo pecado a preferirem o próprio juízo e a recusar os ensinamentos autorizados". A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida, "garante a liberdade e gera a paz do coração" (CIC 1783).

Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com

Não há dúvida de que a liberdade é um dos mais belos dons que Deus nos concedeu. Quando nos criou, o Senhor nos amou tanto, que nos deixou livres para acolhê-Lo ou recusá-Lo. A liberdade caminha de mãos dadas com a responsabilidade; sem esta, o que era liberdade passa a ser escravidão. "O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre seus atos" (CIC 1734). "O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos" (CIC 1740).

O homem recebeu de Deus o poder de decisão (cf. Eclo 15,14), mas também recebeu a graça para que possa se decidir pelo bem e buscar a sua essência, que é o amor. A liberdade não é dos escravos, mas dos filhos. "Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres" (Jo 8,35). Sedento de liberdade, precisa o homem moderno compreender que a verdadeira liberdade encontra-se somente em Cristo. Tanto mais livre é o homem, mais ele é capaz de escolher e fazer o bem.


"O homem procura sempre um significado para sua vida, está sempre se movendo em busca de um sentido de seu viver" (Victor Frankl). O sentido não pode ser dado. Os pais não podem prescrever ao filho o que é sentido, nem o chefe ao seu empregado, nem o médico ao paciente. O sentido, pois, como resposta à pergunta "para quê?" ultrapassa os limites estreitos em direção a uma conexão (próxima) maior, a partir da qual ele [sentido] possa ser entendido. Para a compreensão do sentido é importante somente a compreensão de nós mesmos. (Quem sou eu?).

A chave para o sentido

O sentido para todos os tempos, este é impossível de aprendermos. O sentido para a nossa vida, este nós não possuímos. O que se entende por sentido é sempre uma possibilidade a ser apreendida e realizada de modo concreto, que possui o sentido concreto. Ele sempre vai ao nosso encontro sob a forma de situações de vida concretas.

A chave para o sentido é a abertura do homem, que consiste em se voltar para a vida. A primeira coisa a ser abordada é a visão ontológica do homem. O que é o homem? Pessoa, filho de Deus, esposo, pai/mãe, profissional. Essa escala de valores, muitas vezes, está desestruturada ou desregulada.


Para que nos encontremos com Deus, precisamos nos encontrar no pessoal. Encontremos a maneira com que nos colocamos como colaboradores de Deus na missão de diretamente cuidar de alguém no amor, esse amor que gera em cada pessoa uma terceira. Para que possamos construir uma sociedade melhor, busquemos ter uma missão-profissão.

Qual sentido estamos dando a cada área da nossa vida? O que pesa mais hoje? Como podemos colocar cada coisa no seu devido lugar? Queremos ajuda? Temos coragem de pedir?

24 de maio de 2017

Os desafios enfrentados pelos cristãos no dia a dia

Os cristãos e seus desafios

O cristianismo se difundiu a partir da experiência da primeira Comunidade de Jerusalém, conduzida pelo Espírito Santo, tendo à frente o grupo dos Apóstolos, sendo Simão Pedro sinal de unidade. A partir daí, as perseguições contribuíram para a positiva dispersão dos primeiros cristãos, fazendo com que a Semente da Boa Nova se espalhasse por toda parte (Cf. At 8,5-8.14-17).

Fundamental foi a participação de São Paulo, a grande figura de convertido, cuja pregação, testemunho e viagens alargaram as fronteiras do Evangelho, já nos primeiros decênios. Não foram pequenas as dificuldades encontradas pelos cristãos de todas as gerações.

-Os-desafios-enfrentados-pelos-cristãos-no-dia-a-dia-Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

No entanto, desde o início, o Espírito Santo prometido e enviado por Jesus (Cf. Jo 14,15-21) consolida a fé em Jesus Cristo, fortalece para o martírio, ilumina as mentes para o testemunho coerente do Evangelho.

Como os cristãos de ontem e hoje se colocam diante dos desafios que se apresentam?

Podemos começar dentro de casa, em nosso coração e no âmbito de nossos limites pessoais. Há que contar com o fato de sermos pecadores, limitados em nossa vontade, pusilânimes nas decisões. Deus, que não se cansa de perdoar, sabe quem somos e como somos, e está sempre pronto a manifestar sua misericórdia e seu perdão. Ninguém se desespere das próprias fraquezas. A sabedoria popular dizer que "perdão foi feito prá gente pedir". Contar com as fraquezas dos outros e as nossas, não imaginar que em qualquer lugar do mundo encontraremos um grupo de perfeitos e impecáveis!

Do outro lado, a coragem para recomeçar do zero se for necessário. E, uns com os outros, ter a coragem para dizer: "quando você falhar, saiba que antes de julgar ou condenar, encontrará em mim disposição para empreender e perdoar, assim como a ajuda necessária para se erguer dos próprios fracassos".

Para tanto, ter clareza dos valores em que acreditamos, não perder de vista os grandes ideais que norteiam os nossos passos, ser radicais na busca da verdade e do bem, o que significa superar todo tipo de acomodamento.

Ninguém se renda diante do mal circunstante, mas lute bravamente para superá-lo. Quem nivela a própria vida pelo rodapé da existência e se acomoda com os pequenos ou grandes defeitos bloqueia a ação da graça de Deus que pode e quer vir ao encontro da pessoa fragilizada.

Olhe ao seu redor

Com certeza o mar dos contravalores existentes e propagandeados lhe causa uma forte impressão. E que dizer da repisada corrupção que se espalha e contagia pequenos e grandes? Em torno a nós floresce um relaxamento geral das consciências, a prática dos escambos mais escandalosos, a propaganda do pecado, a da impureza e da injustiça. É hora da rendição diante do inimigo? Absolutamente, não! Cristão que se preze luta até derramar, se for preciso, o seu sangue, pela verdade, a justiça e o amor.

Faz-se necessário ter a coragem de nadar contra a correnteza, plantando valores diferentes, acreditando no bem que podem fazer os considerados pequenos na luta pela vida, apoiar as iniciativas de solidariedade, comunhão e participação. Acredito muito mais nas pessoas que arregaçam as mangas e começam a fazer diferente do que as e rumorosas manifestações públicas, nas quais o ódio e a revolta podem se impor.

O cristão tem que abrir os olhos para o horizonte. Até a volta do Senhor, cabe a nós a visibilidade da ação de Deus a favor de seu povo. Só que não estamos sozinhos, pois Jesus prometeu e enviou o Espírito Santo, o amor do Pai e do Filho.


Um roteiro de coragem e ousadia pode ser assim resumido:

– Amar a Jesus é guardar os seus mandamentos. Não falatório, mas vida concreta, de fidelidade ao Senhor.

– Acolher o Espírito Santo Consolador, o Paráclito, o Defensor, que permanece sempre em nós. Ele nos concede a audácia dos mártires, a força dos profetas e confessores da fé, a simplicidade das virgens. São forças que desmontam os poderes do maligno!

– Buscar os caminhos de diálogo e de escuta com quem pensa diferente de nós. Para isso, valorizar o bem que o Espírito Santo já plantou no coração das pessoas, mesmo onde nosso fraco julgamento julga impossível. Não imaginar que exista um mundo ou um pedaço de mundo em que todos pensam como nós.

– Nunca alimentar um espírito de orfandade e tristeza. Cristão olha para frente, aponta para o alto, sabe que a vitória final pertence a Deus.

– Enfim, a sábia recomendação de São Pedro: "Quem é que vos fará mal, se vos esforçais por fazer o bem? Mais que isso, se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se tal for a vontade de Deus, do que praticando o mal. De fato, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na existência humana, mas recebeu nova vida no Espírito" (1Pd 3, 15-18).


Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/os-desafios-enfrentados-pelos-cristaos-no-dia-dia/

22 de maio de 2017

Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova

Ao machucar uma pessoa, você se torna inferior a ela; ao se vingar, você se iguala. Só é superior quem aprende a perdoar

O perdão é uma decisão pessoal que beneficia, em primeiro lugar, quem toma a iniciativa. O perdão é muito mais para mim do que para a pessoa que me ofendeu. Por isso, a decisão de perdoar depende mais de mim do que dos outros.

Perdoar é recuperar o poder sobre si mesmo. A mágoa me coloca na mão do outro; o perdão me devolve a autonomia sobre minha própria história.

Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida novaFoto:  Arquivo CN/cancaonova.com

Perdoar é assumir o presente, é viver e mergulhar nele. Perdoar é não sofrer por aquilo que não posso mudar ou resolver. Não podemos mudar o passado. Nunca!

Começar uma vida nova

Perdoar é concentrar suas atenções sobre as coisas boas da vida. "Se algo ou alguém estragou o meu passado, não permitirei que estrague também o meu futuro." Perdoar é começar a valorizar as bênçãos de Deus, as coisas boas. É sair do vício de ver sempre as mesmas coisas do mesmo jeito.


Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova. O que fazer para sofrer menos? Isso exige buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus. É decidir-se pela primazia do Reino, e não do encardido. É optar pelo bem, divulgá-lo. É aprender a sintonizar-se no bem.

Um olhar de esperança

"Abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam" (Lc 6,28). "Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo, sereis os filhos de vosso Pai do Céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5,44-45). Você não pode mudar um acontecimento do passado, mas pode mudar a maneira de falar sobre ele. Com Jesus é possível achar um ponto de vista mais positivo e esperançoso.

Recorde seus grandes objetivos de vida. A mágoa distorce os objetivos. Esquecemos as grandes e permanentes verdades e nos guiamos por momentos. Qual é mesmo a minha grande meta? Vocação!

Escolher pelo amor

A vida sempre segue adiante, ela não pára. Devemos aprender a concentrar nossas atenções sobre as coisas boas da vida. Se já estragou o passado, não permita que estraguem o presente nem o futuro. Não devemos sofrer por aquilo que não podemos mudar. Não podemos mudar o passado.

Ao machucar uma pessoa, você se torna inferior a ela; ao se vingar, você se iguala. Só é superior quem aprende a perdoar. A mágoa foi o jeito que o encardido encontrou para permanecer conosco todos os dias, até o fim dos tempos.

Autor: Padre Léo, scj. (Extraído do livro "Gotas de cura interior").


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/perdoar-e-tomar-a-decisao/ 

19 de maio de 2017

Entenda a corrupção com base nas palavras do Papa Francisco

Corrupção não é pecado

Corrupção é consequência da repetição de pecados, o que limita a capacidade de amar. Nas rodas de conversa, é só puxar o assunto que o papo rende. Em tempos de Lava-Jato, operação da Polícia Federal – que já completa três anos –, tornou-se habitual associar corrupção às estruturas políticas. Porém, o objetivo deste texto é ampliar a visão desse tema que, infelizmente, atinge todas as áreas. Inclusive, há corrupção dentro de nós, em nossa casa, comunidade e igreja.

Entenda-a-corrupção-com-base-nas-palavras-do-Papa-Francisco-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Em 2005, o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, escreveu um livro intitulado 'Corrupção e Pecado', o qual nos ajuda nessa reflexão tão importante e atual. Embora seja um ato intrinsecamente ligado ao pecado, distingue-se dele em algumas coisas. Pecado reiterativo conduz à corrupção. Não é a repetição de pecados que provocam um corrupto, mas os hábitos de má qualidade que vão deteriorando e limitando a capacidade de amar. O coração vai se encolhendo, perdendo os horizontes, e o egoísmo passa a ser sua maior referência.

Processo de morte

Ações corruptas levam pessoas e instituições a um processo de decomposição. Perde-se a capacidade de ser, crescer e servir. É um verdadeiro processo de morte. A vida morre, fica a corrupção. É como uma folhagem que se desenvolve, alimentada pelo húmus da fraqueza humana e da cumplicidade.

Pecadores sim, corruptos não!

Geralmente, relacionamos corrupção ao pecado, mas não é bem assim. "Situação de pecado e estado de corrupção são duas realidades diferentes, embora intimamente entrelaçadas", explica Bergoglio. Isso não significa que a corrupção faça parte da vida normal da sociedade. Tais atos devem ser denunciados e combatidos. Pecado se perdoa. Corrupção não pode ser perdoada. Diante do Deus que não se cansa de perdoar, a autossuficiência do corrupto vira um bloqueio, que o impede de pedir perdão.

Deus aceita o pecador

"Pecador sim!" Como é lindo reconhecer-se pecador e poder sentir a misericórdia do Pai das Misericórdias, que nos acolhe a todo momento! Mas como é difícil para um coração corrupto deixar-se alcançar pelo vigor profético do Evangelho!

"Quem não rouba é trouxa", diz o 'cara de vaso'". A autossuficiência é um escudo que isola e não permite questionamentos. Defende que "quem não rouba é trouxa". Francisco afirma que "o corrupto construiu uma autoestima baseada justamente nesse tipo de atitudes enganosas, caminha pela vida pelos atalhos do vantajoso a preço de sua própria dignidade e a dos outros". E o pior, esconde-se em uma cara de inocente.

Sintomas da corrupção

O corrupto adquiriu características de verme: tem medo da luz, vive nas trevas, debaixo da terra. Diante de críticas, enfurece-se, desqualifica pessoas ou instituições que o criticam. Procura aniquilar toda autoridade moral que o possa questionar. Usa de todo tipo de argumento para se justificar. Desvaloriza os outros e insulta quem pensa diferente dele. De maneira inconsciente, persegue-se, projetando-se nos outros, tornando-se perseguidor. Assim como quem tem mal hálito, o corrupto não percebe sua corrupção. Os outros que o sentem é que têm de lhe dizer.

A corrupção tem cheiro de podre. "Quando alguma coisa começa a cheirar mal, é porque existe um coração preso sob pressão entre sua própria autossuficiência imanente e a incapacidade real de bastar a si mesmo; há um coração podre por conta da excessiva adesão a um tesouro que o aprisionou", afirma.


No Evangelho, o corrupto faz armadilhas para Jesus (cf. Jo 8, 1-11; Mt 22, 15-22; Lc 20, 1-8), cria intrigas para tirá-lo do caminho (Jo 11, 45-57; Mt 12, 14), suborna quem tem capacidade de trair (Mt 26, 14-16).

Consequências

A corrupção tende a asfixiar a força da Palavra de Deus. Pode levar ao desmoronamento pessoal ou social.

O remédio

O remédio para essa doença é o Evangelho. A verdade de Cristo é a força para sacudir a alma, ensinar a discernir os estados de corrupção que nos circundam com ameaças e seduções. Por isso, é preciso declarar com força e temor: "pecador sim, corrupto não".

O estado de corrupção não pode ser aceito como mais um pecado. Corrupção é consequência de um coração corrupto. "O coração não é uma última instância do homem, fechada em si mesma", esclarece o Papa. Ele orienta ainda que o coração humano é coração na medida em que é capaz de amar ou negar o amor (odiar).

Onde está o teu tesouro?

"Porque onde está teu tesouro, lá também estará o teu coração" (Mt 6,21). Francisco indica conhecer o tesouro que está no coração, portanto, a referência para a sua vida. O tesouro que está no coração liberta e plenifica, destrói e escraviza; neste último caso, o tesouro que o corrompe. Como o corrupto vive anestesiado, Deus o salva por meio de provações que lhe cabe viver como doenças, perdas de fortuna e de entes queridos. Essas quebras da estrutura corrupta permitem a entrada da graça e a cura.

17 de maio de 2017

Internet, tecnologia a serviço da evangelização no meio virtual

É preciso usar a internet para também evangelizar

"O desenvolvimento na internet nos últimos anos oferece uma oportunidade sem precedentes para ampliar as obras missionárias da Igreja, já que se tornou a principal fonte de informação e de comunicação". (João Paulo II)

A Igreja se aproveita da internet, que permite às pessoas estabelecer amizade, iniciar um relacionamento e, em alguns casos, até se casarem, para promover também o trabalho pastoral em ambiente virtual.

Papa João Paulo II já havia percebido a eficácia da internet como um instrumento para a facilitação dos trabalhos missionários no século XXI.

Internet, tecnologia a serviço da evangelizaçãoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Por intermédio de e-mails, blogs, redes sociais entre outros, essa tecnologia ganha uma notoriedade sobre os demais meios de comunicação.

A internet tem como característica principal o poder de abranger milhares de pessoas, as quais, por sua vez, interagem entre si quase que simultaneamente.

A evangelização no ambiente virtual

É muito comum, para os usuários dessa ferramenta de comunicação, a transferências de links e arquivos – através da rede de computadores – com conteúdos classificados por eles como relevantes.

Assim, a importância e a eficácia de uma mensagem para uma pessoa é potencializada por milhares de vezes, atingindo alguém que jamais seria conhecida por aquele que disponibilizou tal conteúdo pela primeira vez na rede.

Muitas comunidades e dioceses já se utilizam dessa ferramenta de interação para o contato direto com os internautas.

Por meio de conteúdos com linguagem própria, são disponibilizados aos usuários diversão, doutrina, conteúdo de esclarecimento e outros artigos que possam conduzi-los a uma reflexão.


Ser evangelizador

Mesmo com o avanço de toda essa tecnologia acessível a muitas pessoas, a evangelização não poderá acontecer por si própria.

A internet favorece o ambiente para que missionários desbravem as fronteiras digitais e promovam uma abertura para o acesso direto com aqueles que se encontram "plugados" na rede, buscando informações e conteúdos que venham atender a uma necessidade específica.

Para o trabalho de evangelização nos meios tecnológicos acontecer, cada usuário deverá tornar-se um evangelizador em potencial.

Que este ministério seja manifestado por um comportamento digno de cristão no meio virtual ou através do anúncio direto do Evangelho.

Deus abençoe cada um que se dispõe a ser um formador de opinião.

15 de maio de 2017

Saiba como lidar com o medo

O medo nos paralisa e nos implode, perturba a alma; por isso é importante enfrentá-lo

O medo da desgraça é pior do que a desgraça. O medo de sofrer é pior do que o sofrimento. É natural ter medo, é algo humano, mas devemos enfrentá-lo para que ele não paralise a nossa vida. Há muitas formas de medo: temos medo do futuro incerto, da doença, da morte, do desemprego, do mundo… O medo nos paralisa e nos implode, perturba a alma; por isso é importante enfrentá-lo. Talvez seja ele uma das piores realidades de nossos dias.

Coragem não é ausência do medo, mas a capacidade de alcançar metas apesar do medo, caminhar e enfrentar as adversidades. É isso que devemos fazer. Não podemos nos derrotar, nos entregar por causa desse sentimento [medo].

A maioria das coisas que tememos acontecer conosco acabam acontecendo. Esse medo antecipado nos faz sofrer muito, nos preocupar em demasia e perder horas de sono. Muitas vezes, acaba acontecendo o que menos esperamos. Como me disse um amigo: "Não podemos sangrar antes do tiro!".

É preciso policiar a nossa mente; ela solta a si mesma e pode fabricar fantasmas assustadores, especialmente nas madrugadas. Os medos em geral são sombras imaginárias sem bases na realidade.

Há pessoas que se sentem ameaçadas por tudo e por todos: "Fulano não gosta de mim, veja como me olha!" Ou: "Sicrano me persegue; todos conjuram contra mim, meu trabalho não vai dar certo…" E assim vão dramatizando os fatos e fabricando tragédias.

É preciso acordar, deixar de se torturar com essas fantasias e pesadelos imaginários; o que assusta é irreal. Quando amanhece, as trevas somem. Para onde foram? Não foram para lugar nenhum, simplesmente desapareceram, porque não existiram, não eram reais. Quanto menor o medo, menor o perigo. As aflições imaginárias doem tanto quanto as outras.

Quando Jesus chamou Pedro para vir ao encontro d'Ele, andando sobre as águas do mar da Galileia, ele foi, mas permitiu que o medo tomasse conta do seu coração; então, começou a afundar. Após salvá-lo, Jesus lhe perguntou: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" (Mt 15,31).

Pedro sentiu medo, porque olhou para o vento e para a fúria do mar em vez de manter os olhos fixos em Jesus. Esse também é o nosso grande erro, em vez de mantermos os olhos fixos em Deus, permitimos que as circunstâncias que nos envolvem nos amedrontam.

Não podemos, em hipótese nenhuma, abrigar o medo e o pânico na alma; não lhes permitir que "durmam" conosco. Não! Arranque-os pela fé, pela oração e por um ato de vontade decididamente.

É claro que toda fé em Deus não nos dispensa de fazer a nossa parte. Não basta rezar e confiar, cruzando em seguida os braços; o Senhor não fará a nossa parte. Ele está pronto a mover todo o céu para fazer aquilo que não podemos fazer, mas não faz nada que podemos fazer. Vivemos dizendo a Deus que temos confiança n'Ele, mas passamos o tempo todo provando o contrário, por nossas preocupações.

Quando você age com fé e confiança em Deus, Ele lhe dá equilíbrio e luzes para agir, guiando-o e abrindo portas para você resolver o problema que o angustia. Se tivermos um problema, é porque ele terá solução, então teremos de resolvê-os; se o problema não tiver solução, então não será mais um problema, mas um fato consumado que devemos aceitar.

Em vez de ficar pensando em suas fraquezas, deficiências, problemas e fracassos, reais ou imaginários, pense como o salmista: " O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei?" (Sl 26,1).


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/saiba-como-lidar-com-o-medo/

12 de maio de 2017

A adaptação sexual no início do casamento

Muitas vezes, por vergonha ou moralismo, os noivos não conversam sobre o que esperam da vida sexual

Nossa, quanta expectativa! Depois de meses, anos de convívio, de lutas para controlar os desejos e acúmulo de sonhos, chega o dia da lua de mel. Tantos filmes retratam esse momento como um dos mais especiais da vida dos noivos! Existe um peso emocional imenso sobre a primeira relação do casal, que vem com o sonho de que seja uma noite memorável. O que, infelizmente, ninguém conta, é que, frequentemente, esse momento não é nem um pouco mágico, fácil ou prazeroso. E acho que isso está diretamente ligado à falta de conhecimento sobre a realidade.

Foto: szefei by Getty Images

Vamos olhar para a parte natural primeiro. Homem e mulher têm fisiologias sexuais muito diferentes (pensamento sexual, funcionamento do corpo, do desejo, do prazer). Com isso, existe um descompasso natural quando os dois iniciam sua vida de relacionamento. A mulher, muito mais lenta na resposta ao desejo, precisa de muito tempo de estímulo preparatório (preliminares), precisa de envolvimento e dedicação para conseguir se soltar. Nas primeiras vezes, ainda existe o processo de rompimento do hímen, que pode gerar dor ou sangramento. O homem, com seu instinto procriativo, geralmente tem o foco na penetração e ejaculação, sendo muito mais rapidamente estimulado. Geralmente, são necessários anos (associados à dedicação, empenho, diálogo, intimidade) para que marido e mulher entrem em sintonia fisiológica sexual real. E essa diferença natural, quando não entendida, pode gerar muitas mágoas em ambos, seja porque o homem vê que a esposa não se sente bem, seja porque a mulher não sente a dedicação do esposo em prepará-la para o ato.

Muitas pessoas também buscam viver a continência sexual no namoro (algo que recomendo fortemente!), porém, sem entender a castidade, sem ter consciência dos verdadeiros motivos para abrir mão do sexo momentaneamente. São usadas ideias erradas sobre o sexo ("sexo é sujo", "prazer é ruim", "tenho que lutar contra meus desejos"), as quais vão construindo uma barreira inconsciente. Após o casamento, quando a relação se torna permitida, esses bloqueios internos podem fazer com que ambos não consigam viver o prazer e a entrega física do momento. E isso pode ser forte, a ponto de gerar vaginismo (contração involuntária da vagina) ou dificuldade de ereção (nos homens).

Existe outro problema frequente: a falta de diálogo sexual prévio. Muitas vezes, por vergonha ou moralismo, os noivos não conversam sobre o que esperam da vida sexual, sobre como gostariam que fosse, sobre as experiências que já tiveram. E aí, na lua de mel, pode acontecer que cada um venha com uma ideia bem diferente sobre o sexo, gerando o sentimento de rejeição e reprovação do outro.

Não tenham pressa!

Minha sugestão (depois de ter vivido a castidade no namoro, e eu e meu marido termos casado virgens) é: não tenham pressa! Vocês estão começando um longo caminho de conhecimento e entendimento sexual. Não coloquem expectativas demais na primeira noite. É natural que a relação completa demore várias tentativas para acontecer. Muito mais importante do que ter prazer de imediato, é sentir que existe o amor, o carinho, a dedicação ao outro. Procurem conversar abertamente sobre o que pensam sobre o sexo, sobre como estão se sentindo e, se for preciso, busquem ajuda profissional.


O sexo é algo lindo, feito por Deus, que tem como consequência o prazer físico. Se sua vocação é realmente se casar, esse presente é para você. E o sonho de Deus é ver cada um de nós realizado de verdade, incluindo a parte sexual. Deixe que Ele o ajude a abrir-se para essa área, e lhe dê uma visão mais verdadeira sobre a pureza e a beleza do sexo.

Recomendo a leitura do meu livro "A verdadeira realização sexual". Acredito que pode ajudá-lo nesse processo de cura e construção da sexualidade sadia e feliz.

8 de maio de 2017

Não existe mãe perfeita, não se cobre tanto

Toda mãe traz em si a obrigação de ser infalível mas não existe mãe perfeita

nao-existe-mae-perfeita-nao-se-cobre-tantoFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Quem não chegou em um momento da vida que precisou se deparar com as fragilidades de sua própria mãe? Que frustração! Ela era uma heroína, quase "imaculada" àqueles olhos infantis. Nesse dia, passamos a ter de compreender que ela tem muitas fraquezas e não dá conta de tudo como imaginávamos.

Quando fomos introduzidos em nossa cultura, herdamos essa imagem materna de alguém que não erra, que nos protege, que é forte e quase podemos dizer que é dotada de "superpoderes".

Toda mãe traz em si essa enraizada "obrigação" de ser infalível para seus filhos. Principalmente nos dias atuais, em que é preciso dar conta de uma jornada de trabalho longa, cuidar da saúde dos filhos, assim como escola, atividades extras, alimentação, roupa, higiene, organização da casa, relacionamento com o marido, agenda da família, e assim vai… Ufa! E ainda tem o cuidado com si mesma. Por que isso só me veio à lembrança por último? Sim, é assim que acontece. Toda mãe traz consigo o dom da renúncia e de querer fazer o melhor possível para os filhos, mesmo que esse melhor requeira não colocar a si mesma na lista de prioridades.


Com essa "obrigação" de acertar em tudo, perde-se também o direito de cometer falhas. E quando elas acontecem, desmorona um "mundo" sobre os próprios ombros, justamente porque sabemos que nos foi confiado alguém que depende totalmente de nós. "Educar e suprir as necessidades de um filho não é uma tarefa fácil, pois consome todo tempo e energia da mãe. É um cuidado integral, de intensa dependência, que pode, muitas vezes, gerar sentimentos de angústia, ansiedade, fracasso e culpa", esclarece a psicóloga Lisandra Borges.

Os motivos que fazem as mães não se sentirem a mãe ideal

Comum é encontrar alguém não se sentindo a mãe ideal, e os motivos são díspares. Ou porque acha que é muito protetora ou muito ausente. Outras vezes, porque é muito rígida ou ainda porque não consegue ter a firmeza necessária. Quantas vezes choramos depois de gritarmos com as crianças, mas também porque percebemos nossas omissões e limitações. Ou ainda sentimos aquela angústia e medo por não conseguirmos dar para eles o que precisam. Se o desenvolvimento do filho não está da melhor forma, se as notas na escola estão baixas, se tem ficado doente com frequência ou se o filho está muito rebelde… Ai, meu Deus! Onde estou errando? Tudo pode se tornar motivo de preocupação dentro da cabeça de uma mãe, pois ela entende que suas atitudes são determinantes na vida dos filhos.

Esse sentimento é fruto do muito amor, de alguém que não sabe fazer nada além de se doar, um verdadeiro martírio, como tem citado Papa Francisco, ressaltando também que esse dom não é só o de gerar o filho, mas de lhe dar a vida, a sua própria vida no dia a dia, nas suas escolhas.

Por outro lado, na vivência desse dom, a mulher é chamada a cuidar de si mesma para que esteja também em boas condições para lidar com aqueles que tanto ama e para que tenha saúde e disposição para as lutas diárias. Lisandra Borges dá algumas dicas que favorecem esse processo.

"Lembre-se de que a mãe perfeita não existe, pois somos seres humanos e estamos aprendendo todos os dias. Além disso, nenhuma criança vem com manual de instruções, então, aprendemos no dia a dia, com a experiência. Aceite a imperfeição, isso já é um começo! É importante saber que você está fazendo o melhor, atendendo às necessidades do seu filho, mas nunca as conseguirá sanar cem por cento. Aproveite os bons momentos junto com os filhos, valorizando mais os sentimentos positivos", ensina a psicóloga.

Cuidar-se

Esse consumir-se provoca um esgotamento, por isso é necessário dar-se o direito de ser cuidada, sem culpa; e aqui vale reafirmar: sem culpa mesmo. Não é porque você se tornou mãe, que vai esquecer de si mesma. Quando nos sentimos bem, os filhos colhem o melhor de nós e são os primeiros beneficiados. Quando você se sente bonita, por exemplo, tudo muda, principalmente o humor.

Separar um tempo para si

Em meio a tanta correria, não é fácil ser prioridade, porém vale muito a pena separar um tempo para si. De repente, cuidar das unhas, do cabelo ou fazer algo que lhe dê prazer. Que tal se encontrar com os amigos de que tanto gosta? Separar um momento para estar a sós com Deus? Ou então deixar as crianças com alguém para curtir um cineminha com o marido? De repente, um jantar a dois!

Filhos são os melhores presentes que uma pessoa pode receber de Deus, mas as mães precisam respirar novos ares de vez em quando, retomar as forças para dar o melhor de si para esses tesouros.

É preciso também, e principalmente, olhar para o Senhor

Ele sabe das nossas intenções, como está em 1 João 3,19-20: "Nisto conheceremos que somos da verdade, e diante dele tranquilizaremos o nosso coração; porque se o coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas".

Com isso, a mãe é chamada a confiar na graça de Deus. Aliás, mulheres heroínas só existem nas telas de cinema e revistas em quadrinhos. Nós, simples pecadoras, dependemos da graça de Deus. Uma boa forma de nos depararmos com nossas fragilidades e limitações é entendermos que sem Ele não conseguimos realizar nossa missão, que não somos suficientes.

Sempre é tempo de retomar

Pedir ajuda é uma excelente saída. Muitas vezes, escondemo-nos atrás de lamúrias ou autopiedade, para não enfrentarmos os problemas.

"Se o sentimento de culpa realmente tiver fundamento e você conseguir identificar alguns pontos que pode melhorar, faça isso, encontre soluções práticas para resolver o problema. Se você se sente culpada por não estar sempre presente com seu filho, encontre uma hora para estar somente os dois", diz a psicóloga Lisandra Borges.


Aproveite para escutar seu filho e refletir o que está fora do equilíbrio e, talvez, minando sua maternidade. Os nossos exageros como mães, muitas vezes, deixam-nos cegas. Porém, dá para respirar fundo e recomeçar.

A Palavra de Deus nos diz ainda que "a mulher será salva pela maternidade, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade" (I Tm 2,15). Portanto, abandonemo-nos nas mãos de Nosso Senhor, pois à medida que fazemos isso, o fardo se torna leve. A maternidade não é algo que possuímos, mas um presente que nos faz participar da criação e paternidade de Deus. Uma linda experiência do amor de Deus.

Não deixe que a tristeza tome conta de seu coração. Cuide de você sem culpa, cuide de seu filho e acredite na graça de Deus. Celebre, porque Deus, Aquele que realmente é perfeito, faz festa com sua maternidade!

Elzirene Pereira
Jornalista e Missionária da Comunidade Canção Nova 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/nao-existe-mae-perfeita-nao-se-cobre-tanto/

4 de maio de 2017

Aprenda a construir um relacionamento saudável

Relacionamentos sadios são fundados em uma personalidade sadia, coisa que só os anos e a experiência de vida pode levar à excelência

Quem nunca vivenciou um relacionamento desajustado no qual gostaria simplesmente de passar uma borracha? Certamente, se você fizer uma pequena retrospectiva da sua história, poderá constatar o quanto foi feliz, o quanto se frustrou, sofreu, superou e amadureceu nas suas relações. Isso porque ter relações sadias significa trilhar um caminho de maturidade pessoal, o que exige uma boa dose de conhecimento de si, tempo e paciência.

Abaixo, aprofundo alguns aspectos importantes para um relacionamento sadio. Na verdade, estes pontos estão relacionados entre si, divido-os apenas para uma leitura didática.

Foto: ArthurHidden by Getty Images

Conhecimento de si

Esse é um princípio básico para toda a vida, mas fundamental para um bom relacionamento. Conhecer-se é ter a capacidade de olhar para dentro de si e reconhecer as virtudes e os valores, principalmente as fragilidades. O indivíduo que não tem a coragem de enfrentar e integrar as suas sombras acabará projetando-as nas pessoas. Só alguém que se conhece pode possuir-se, e assim não se tornar refém dos seus sentimentos nem dos outros.

Nesse sentido, falando sobre o relacionamento amoroso, Papa Francisco alertou os namorados e noivos a respeito das feridas que os parceiros levam para o matrimônio: "Muitos terminam sua infância sem nunca terem se sentido amados incondicionalmente, e isso compromete a sua capacidade de confiar e entregar-se. Uma relação mal vivida com os seus pais e irmãos, que nunca foi curada, reaparece e danifica a vida conjugal. Então, é preciso fazer um percurso de libertação, que nunca se enfrentou" (Amoris Laetitia – 240).

Isso significa que preciso me conhecer antes de iniciar um relacionamento? Não necessariamente, pois, muitas vezes, é no convívio com o outro que as questões internas mal resolvidas vão aparecendo. Se a pessoa tiver a sensibilidade de se perceber e a coragem de enfrentar os seus "fantasmas interiores", então estará no caminho da maturidade e crescerá no relacionamento.

Tomar consciência das idealizações

Quando iniciamos um relacionamento, seja ele amoroso ou uma amizade, temos dentro de nós um modelo de homem ou mulher "ideal" que acabamos projetando no outro. Aos poucos, com os conflitos e as crises – que são inevitáveis em toda relação humana – essa imagem vai ruindo, e então passa-se do eu ideal para o eu real. No início de toda relação há um componente erótico e profundamente emocional que chamamos de paixão. A paixão está carregada de idealizações, e é nessa fase que as pessoas constroem seus castelos de areia para abrigar as fantasias de um relacionamento "perfeito" (e infantil).

Quando tomamos consciência das idealizações? Tomamos consciência quando aquela imagem endeusada já não corresponde mais ao comportamento do outro. Em outras palavras, são justamente as decepções do dia a dia que colocam por terra o conto de fadas do relacionamento perfeito. Essa é a diferença básica entre paixão e amor. A paixão funda-se em projeções e idealizações. O amor tem suas bases no que é real. Quanto mais a pessoa diferenciar as idealizações da realidade, mais saudável será nos relacionamentos.

Da tolerância à frustração

Não é fácil decepcionar-se com as pessoas, sobretudo, aquelas que nos juraram amor eterno e incondicional. Nesse sentido, o desenvolvimento de um relacionamento saudável dependerá da capacidade dos envolvidos de lidar com frustrações, e assim aprender a lidar com as próprias feridas e também as dos outros.

Quando, num relacionamento, as pessoas não suportam as frustrações, entra em jogo a relação de poder, e o relacionamento se transforma em uma competição do tipo "quem manda mais" ou "quem (se) machuca mais". Aqui, cabe uma máxima do psiquiatra suíço C. G. Jung: "Onde impera o amor não há desejo de poder. Onde há desejo de poder não há espaço para o amor. Um é a sombra do outro".

A tolerância à frustração faz com que o relacionamento se torne resiliente e não sucumba a qualquer vento. É também a base para o perdão, sem o qual nenhum relacionamento sobrevive.


Respeitar as individualidades

Livre da imagem idealizada e absorvida pela frustração, é hora de reconhecer o outro pelo que ele é. Uma pessoa saudável em seus relacionamentos sabe que cada pessoa é única e não está condicionada aos seus "achismos" nem aos seus mecanismos de controle. Um relacionamento saudável dá espaço para que a pessoa seja ela mesma, que tenha liberdade para colocar em prática seus dons, praticar seus hobbies e, principalmente, relacionar-se com outras pessoas.

Respeitar a individualidade do outro não significa aceitar o seu individualismo, quando este se fecha em seu mundo particular ou, no oposto, quando quer uma relação demasiada aberta e sem responsabilidades. O bem-estar de um relacionamento depende de equilíbrio, sabendo a hora de ceder e de opor-se, mas sempre com o pensamento de que o outro não é uma "propriedade" minha nem deve ser aquilo que eu acho que ele deve ser.

Respeitar as individualidades também significa não instrumentalizar o outro, ou seja, a pessoa nunca pode ser um meio para que eu tenha meus prazeres individuais satisfeitos. Quando, num relacionamento, as pessoas se usam mutuamente para atingir seus prazeres, há aí uma dinâmica perversa e patológica que certamente terminará em tragédia.

Tempo e paciência

Não existe varinha mágica que transforme uma relação da noite para o dia. Muitas vezes, quando nos vemos envoltos em imaturidades – sejam nossas ou dos outros – é preciso paciência e tempo. Se você tem 30 anos hoje e olhar para os relacionamentos de quando tinha 15, certamente verá que não são (ou pelo menos não deveriam ser) os mesmos. Isso porque relacionamentos sadios são fundados em uma personalidade sadia, coisa que só os anos e a experiência de vida pode levar à excelência.

Sem sombra de dúvida, o tempo é o melhor amigo de um relacionamento. Geralmente, relacionamentos saudáveis sobrevivem às provações que os anos lhes impõem. O tempo também permite que corrijamos certas imperfeições que foram desgastando um relacionamento verdadeiro, isso se tivermos a coragem de enfrentar a difícil tarefa de amadurecer. Por outro lado, o tempo é cruel com quem estaciona. Não é difícil nos depararmos com pessoas que ficaram presas em suas mazelas. São como aquelas placas de estalactite formadas por gotejamento de água nos interiores das cavernas, do qual se tornam uma espécie de rocha de calcário com o passar dos anos. As pessoas que não se deixam moldar pelo tempo são castigadas por ele, transformando-se em estruturas rígidas impossíveis de correção.

Se você se identifica com alguns desses passos acima e, de certa forma, já está colocando-os em prática nos seus relacionamentos, pode se considerar uma pessoa que caminha para o sucesso nessa aventura de ser para o outro.


Daniel Machado

Daniel Machado de Assis, natural de São Bernardo do Campo-SP, é membro da Canção Nova desde 2002. Psicólogo formado pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, também estudou filosofia pelo Instituto Canção Nova. Atualmente é coordenador do Núcleo de Psicologia Canção Nova que tem por objetivo assessorar e auxiliar a formação dos membros desta instituição.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/aprenda-construir-um-relacionamento-saudavel/

2 de maio de 2017

A Igreja Católica e as imagens

É verdade que algumas pessoas da Igreja Católica erraram nos quase dois mil anos de sua história. É de se esperar também que uma Igreja com 1 bilhão e meio de seguidores tenha mais erros que uma com 1 milhão de membros. Na verdade, somos santos e pecadores. Santos enquanto instituição e, pecadores enquanto membros.
No entanto, se tem uma coisa que erroneamente se divulga é que os católicos praticam a idolatria.

Idolatria, segundo o dicionário, quer dizer adorar ídolos.
A Igreja Católica Apostólica Romana sempre ensinou, com base Bíblica, que "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (Dt 6,13). Não adoramos e nem devemos adorar qualquer coisa ou pessoa além do único e Supremo Deus Trino.

Se um médico erra não podemos culpar a medicina pelo seu erro. Da mesma forma, que se um advogado erra não é culpa da lei. Assim, se infelizmente muitos católicos, por ignorância, exageram no respeito às imagens a culpa não é da doutrina católica; que lembra que desde o Antigo Testamento o próprio Deus ordenou ou permitiu a instituição das imagens que conduziriam a salvação através do Verbo Encarnado, Jesus Cristo, como por exemplo a serpente de bronze (Nm 21,4-9; Sb 16,5-14; Jo3,14-15), a arca da Aliança e os querubins (Ex 25,10-22; 1Rs 6,23-28).

Os católicos sabem que imagens são simplesmente imagens, não tem poder em si mesmas, pois são somente sinais. Seria uma bobeira ao ir para praia ficar em frente à placa que diz "Praia a 10 km" como se tivesse chegado ao lugar desejado. Sabemos que semelhante a uma placa, as imagens somente indicam a verdadeira pessoa digna de admiração e louvor. Isto não quer dizer que as placas são desnecessárias porque apontam para o lugar certo.

Semelhante a isto é pegarmos uma foto de um ente querido e acharmos que esta foto é o próprio ente querido.
Se eu destruir a foto, evidentemente não destruo a pessoa da foto. Se eu pisar na foto, evidentemente não piso na pessoa representada na foto. Mas, como você se sentiria se pegassem uma foto de um ente querido seu e na sua frente cuspissem nela, a destruísse ou pisassem nela? Certamente não ficaríamos muito felizes.
Porque embora a foto não seja a pessoa, o gesto de destruí-la fere gravemente a nossa dignidade.

Ora, a mesma escritura que em Deuteronômio capitulo 4 proíbe imagens é a mesma escritura que mostra que Moisés, Salomão e outros cunharam ou talharam imagens. Teria Deus enlouquecido? Poderia a Bíblia contradizer-se?

Quando o povo no deserto foi picado por serpentes Deus manda Moisés cunhar um cajado de bronze (portanto uma imagem) com uma serpente e todo o que olhasse para este cajado seria curado. Ora, foi o cajado que curou as pessoas? Não, o cajado de serpente representava ao Senhor Jesus Cristo elevado na Cruz. É Ele que cura as pessoas e não a imagem da serpente.

"Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida." (Nm 21,9)

Tanto é que o povo começa adorar a imagem como se ela fosse a responsável pela cura e o Senhor manda Moisés destruí-la:
"Destruiu os lugares altos, quebrou as estelas e cortou os ídolos de pau asserás. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito, porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela. (Chamavam-na Nehustã)." (2 Rs 18,4)

Vemos então que o errado é a idolatria e não as imagens. Ou seja, o errado é o ato de idolatrar imagens e não fabricá-las!

"Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher, representação de algum animal que vive na terra ou de um pássaro que voa nos céus, ou de um réptil que se arrasta sobre a terra, ou de um peixe que vive nas águas, debaixo da terra. Quando levantares os olhos para o céu, e vires o sol, a lua, as estrelas, e todo o exército dos céus, guarda-te de te prostrar diante deles e de render um culto a esses astros, que o Senhor, teu Deus, deu como partilha a todos os povos que vivem debaixo do céu." (Dt 4,16-20)

Não esqueçamos que, na época, havia o politeísmo, ou seja, a crença em vários deuses. A proibição de Deus se refere ao culto de adoração a alguma imagem que fosse tratada como o próprio Deus. Como, por exemplo, o povo que faz um bezerro de ouro para adorá-lo no deserto como se fosse o próprio Deus.

"Tiraram todos os brincos de ouro que tinham nas orelhas e trouxeram-nos a Aarão, o qual, tomando-os em suas mãos, pôs o ouro em um molde e fez dele um bezerro de metal fundido. Então exclamaram: 'Eis, ó Israel, o teu Deus que te tirou do Egito'." (Ex 32, 3-4)

Veja que Salomão, o homem mais sábio que já existiu e existirá segundo o próprio Deus, também fez imagens de madeira:
"Fez no santuário dois querubins de pau de oliveira, que tinham dez côvados de altura. Cada uma das asas dos querubins tinha cinco côvados, o que fazia dez côvados da extremidade de uma asa à extremidade da outra. Revestiu também de ouro os querubins. Mandou esculpir em relevo em todas as paredes da casa, ao redor, no santuário como no templo, querubins, palmas e flores abertas. Nos dois batentes de pau de oliveira mandou esculpir querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu-as de ouro; cobriu de ouro tanto os querubins como as palmas." (1 Rs 6,23-32)

Algumas coisas que a Igreja ensina sobre imagens:

"A imagem sacra, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova economia das imagens: 'Antigamente Deus, que não tem corpo nem aparência, não podia em absoluto ser representado por uma imagem. Mas agora, que se mostrou na carne e viveu com os homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus (…) Com o rosto descoberto, contemplados a glória do Senhor'". (São João Damasceno)

"O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe ídolos. De fato 'a honra prestada a uma imagem é prestada na verdade a pessoa a ela representada'" (São Basílio).

"O culto da religião não se dirige as imagens em si mesmas como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem, enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é a imagem." (São Thomás de Aquino)


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/a-igreja-catolica-e-as-imagens/