29 de dezembro de 2017

Será que fazer planos e traçar metas é realmente viver?

Valorizar o seu tempo e fazer planos é positivo

Quase sempre é assim, mais um ano termina e o coração é povoado por sentimentos diversos anunciando que algo novo está por vir. Nesta época, naturalmente, trocamos presentes, nos confraternizamos, fazemos balanços, saímos de férias, viajamos ou recebemos visitas. Mas não é só isso, essa época, também, traz em si um misto de esperança. É dom da renovação. É tempo propício para avaliar o que vivemos e sonharmos com o que virá.

Muitas vezes, ouvi meus pais fazerem planos e traçarem metas para o ano novo, mesmo que fossem coisas bem simples como: visitar um parente, comprar um brinquedo, reformar a casa, ou coisas assim. O certo é que ao dizerem: "No ano que vem, se Deus quiser, vamos fazer tal coisa", alimentavam em mim e nos meus irmãos, sementes de sonhos e cultivavam a esperança de que estava próxima a nossa realização.

Será que fazer planos e traçar metas é realmente viver-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Acredite e confie em Deus

Confiemos em Deus, que é Mestre da esperança e sonhador por excelência. Confiar e acreditar n'Ele, significa seguir as pegadas d'Ele. Aprendi a sonhar dentro de casa, graças a bondade e a simplicidade de Deus, expressas nos meus pais. E quando se fala de fim de ano, trago boas recordações das noites de 31 de dezembro, quando minha família e tantas outras reunidas, esperavam em frente à Igreja Matriz – a contagem regressiva – para a chegada do Ano Novo.

Exatamente à meia-noite, as luzes se apagavam e no céu uma queima de fogos de artifícios iluminava nossos sonhos, e reacendia nossa esperança. Depois de alguns minutos, as luzes voltavam a acender já com um outdoor anunciando o ano que acabara de chegar e votos de felicidades eram ditos. Era um momento mágico e esperado o ano inteiro, nos abraçávamos emocionados desejando: – Feliz Ano Novo. Como se a vida recomeçasse ali, naquele exato momento. Felizmente, grande parte dessa tradição ainda é mantida no pedacinho de chão onde nasci: Bezerros, região central de Pernambuco.

Celebre as vitórias

E, hoje, embora distante dessa realidade, devido à missão que assumo, percebo-me (de vez em quando) pensando nos meus planos, sonhos e metas para o ano que vem. Acredito que onde quer que estejamos, vivendo seja o que for, a vida continua, e a "virada de ano", não pode passar na indiferença. É uma oportunidade que Deus nos oferece para recomeçar em todos os sentidos. A cada tempo a história atualiza os fatos, e me faz tocar na realidade sempre atual. Deus, por amor, veio nos visitar trazendo a libertação e a paz tão esperadas. O nascimento do Menino Jesus mudou o rumo de nossa história, pois sua luz dissipou as trevas de outrora. Com a ternura de Menino pobre, nascido em Belém, veio nos ensinar que somente quando nos doamos e fazemos os outros felizes, quando partilhamos nossos sonhos e acendemos a esperança na alma de quem nos rodeia, é que conquistamos nossa própria felicidade, uma vez que, ninguém é feliz de verdade sozinho!

É tempo de celebrar as vitórias e alimentar sonhos, tempo de fazer memória das coisas boas que marcaram nossa vida e dar asas para a feliz expectativa quanto ao ano que se aproxima. Certamente, coisas muito boas irão acontecer conosco, mas, é preciso acreditar nisso e contribuir para isso!


Entre as recordações, que conservo ligadas a esta época do ano, está a música "Marcas do que se foi", do Roberto Pêra. Hoje, a dedico para você, porque ela traduz um pouco do que penso agora. Se puder, escute-a e seja feliz, não só hoje, mas durante todos os dias de sua vida:

"Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão (..)

O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar (…)

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce novo
Em cada amanhecer (…)".

Um Feliz Ano Novo com sonhos e realizações!

27 de dezembro de 2017

Como formar crianças emocionalmente fortes e equilibradas?

É possível educar as crianças para serem fortes em todas as áreas da vida?

Nasce o  filho e com ele nascem: o pai e a mãe. E nesse pai e nessa mãe, nasce uma avalanche de sentimentos. Um mix de seguranças e incertezas, coragem e medo. Queríamos uma cartilha que nos ajudasse no sono, na amamentação, nas cólicas, nas febres, nas viroses, na introdução alimentar, no engatinhar, no andar, no falar, no pensar, no amar, no e na (…). "Ufa!". São tantas demandas. E, existe sim, muitas "cartilhas" de como "adestrar" seus filhos. Métodos e mais métodos "infalíveis" para transformar aquela folha em branco chamada filho no "ideal de homem/mulher" que está dentro dos pais.

Até o título desse texto foi de propósito, pois, quem não quer as 5, 10 ou 20 dicas de como formarem crianças para serem emocionalmente fortes e equilibradas? Certinhas e que nunca mostrem fraquezas ou certo desequilíbrio? Quem não quer um filho que não "dê problema"? Quem não quer um "deus" em vez de uma pessoa?

Como formar crianças emocionalmente fortes e equilibradas-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Depois de muitas provocações precisamos pensar: "Quero ser para meu filho alguém que, o ajude a ser o melhor de si mesmo ou o melhor que acho que ele deve ser?" Estou preocupado com ele ou comigo mesmo?

Quero entender meu filho?

Por exemplo, muitos pais não querem entender o porquê do choro do filho, que não permite que ele durma; mas, querem a receita infalível para que o bebê pare de chorar e durma. O que está por trás não é a necessidade do filho que chora por uma causa, mas sim a necessidade que o pai/mãe tem de dormir.

Por vezes corremos o risco de "idealizarmos" tanto o filho "perfeito" que não permitimos que ele exista, entretanto, insistimos para que ele "exista" da maneira que julgamos a mais apropriada. Que violência! Colocamos padrões desumanos,como por exemplo, meu filho tem que andar com 5 meses, porque, tem que ser o primeiro em tudo. Deve ler com 1 ano, pois, o da vizinha aprendeu com 2 anos e o meu não pode ficar para trás. Não pode chorar; tem que ser forte e mais forte que o filho dos outros.

Gosto do sentido da palavra -educar- vem do latim: "educere", que significa "tirar de dentro". Educar não quer dizer colocar coisas, como se não tivesse nada lá dentro dele, muito pelo contrário, educar é um processo que oportuniza sair o que em potencial já existe. Todos nós nascemos com um ser bom, justo, amável e etc.. O que precisamos como pais é oferecer o melhor ambiente para que isso possa vir para fora; para que possa aparecer e ser. Nosso trabalho não é o de colocar coisas, e sim, sermos "gatilhos" de identificação para nossos filhos.


Como ter um filho equilibrado emocionalmente?

Se quero que meu filho seja uma pessoa "equilibrada emocionalmente", preciso pensar no quanto eu "ofereço para ele um ambiente equilibrado nas emoções", para que ele se identifique e tire de dentro dele aquilo que ele viu fora.

Contudo, entenda que equilíbrio emocional não quer dizer não ter conflitos, não é isso. Equilíbrio se supõe presença de opostos, logo, conflitos. E esses opostos podem aparecer sem medo e sem desajustar a relação. Pode até tensiona-la, mas não polariza-la. Isso gera no filho a oportunidade de tocar dentro de si, nos próprios sentimentos ambivalentes que existem e, assim, assumi-los, integra-los e os colocar no mundo das relações de uma maneira mais saudável.

Hoje, acompanhamos vários adolescentes, jovens e, até adultos, que não conseguem lidar com as próprias emoções. Não toleram a frustração e partem para atitudes desequilibradas baseadas no rancor, raiva e ódio. Pensemos no quando, durante a infância foram "formados" por um ambiente instável e agressivo. Agem no hoje com aquilo que internalizaram lá na infância.

Qual é a fórmula certa para educar?

Se me perguntarem:

– Então, como educar os nossos filhos? Primeiro pense no quanto você de fato está "educado". O quanto você se conhece, se aceita e se integra. Que referencial você é para o seu filho e como ele assimila isso? Muitas vezes colocamos fardos sobre eles, os fardos das nossas idealizações. Mas, digo a você, seu filho estrutura-se na linha das idealizações que ele faz de você. Ou seja, o quanto você se torna o "ideal" que está dentro dele. Exemplo: se falo para o meu filho que precisa respeitar aos outros, que deve ser honesto e gentil e, no primeiro sinal vermelho do semáforo acelero, não paro carro; estou dando a ele o "ideal da desonestidade" e, entre o que falo e faço, ele ficará com o que eu faço.

Eles nos veem; nos idealizam. Não há métodos infalíveis e livros de receitas para a educação dos filhos, podem até ajudar, mas sempre será no relacionamento de pais e filhos que o "educere" acontecerá. Acredite nisso!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atuou na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Hoje atua no Núcleo de Psicologia que faz parte da Formação Geral da Canção Nova. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-formar-criancas-emocionalmente-fortes-e-equilibradas/

25 de dezembro de 2017

O motivo que nos faz celebrar o Natal

Existe um motivo que nos faz celebrar o Natal

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1). Esse fato narrado pela Palavra de Deus aconteceu há mais de dois mil anos, no entanto, atualiza-se todos os dias. É Ele o motivo que nos faz celebrar o Natal, pois uma Luz brilhou em meio às trevas!

Há um clima diferente no ar, votos de felicidade, mãos estendidas, confraternizações e brilhos estão por todos os lados! Nas ruas, casas e lojas, por onde quer que andemos, as luzes piscam entre cores e formas, convidando-nos à celebração. Elas iluminam e encantam, trazem um colorido especial às realidades que, durante o ano, foram se tornando comuns e opacas pela rotina do dia a dia. As roupas e os adereços também ganham destaque nesta época; afinal, a moda no Natal é brilhar!

O motivo que nos faz celebrar o Natal

Foto Ilustrativa: ginosphotos, 78889231, iStock by getty images

O que celebramos no Natal?

Somos envolvidos pela correria do comércio. Os presentes, as viagens e tantas outras realidades próprias do fim de ano fazem-nos viver um tempo diferente. Mas será que estamos mesmo celebrando o Natal? Ou seja, será que estamos celebrando o nascimento de Jesus, o Deus que se fez Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar em meio a nós?

Ele é a verdadeira Luz que brilhou para o povo que andava nas trevas. Ele veio para nos salvar e fazer de nós participantes da Sua vida divina. Trouxe-nos a grande e esperada libertação; por isso celebramos Seu nascimento! Mas será que em nossos dias, tão agitados e interativos, temos tido tempo para tomarmos consciência dessa verdade?


Penso que, celebrar o Natal sem nos deixar envolver pela ternura do amor de Deus, expresso no nascimento de Cristo, é como participar de uma festa sem conhecer os anfitriões e nem o motivo da comemoração. Você está presente, come, bebe, admira a decoração, observa os convidados, mas não tem porque se alegrar, vive tudo de maneira superficial, indiferente. E tenho certeza que não é isso que Deus espera de nós justo na festa do Seu nascimento.

Lugar que Deus escolheu para nascer

Precisamos recordar com urgência o motivo da celebração do Natal, e nos prepararmos com dignidade para esta festa, sem nos deixarmos levar pelo clima externo do consumismo.

Mesmo que isso seja um grande desafio em nossos dias, é preciso fazermos nossa parte como cristãos! Aquela Luz que brilhou na Terra, há mais dois mil anos, é Jesus, a mesma Luz que deseja, hoje, iluminar nossa vida, dissipando toda espécie de trevas que o pecado nos incutiu.

Lembremo-nos de que, nosso coração é o lugar que Deus escolheu para nascer, pois somos únicos diante d'Ele. No entanto, como Pai amoroso que é, o Senhor continua a respeitar nossa liberdade e espera darmos o primeiro passo na direção certa, para que Sua luz entre em nossa vida.


É preciso abrir o coração para Cristo iluminar

Sem abertura de coração, a luz de Cristo não pode iluminar nossa vida! Ou seja: sem nos decidirmos a amar, perdoar, a sermos justos e dedicados, bondosos, alegres e pacíficos, não há como celebrarmos o nascimento de Deus em nós. Sendo assim, o Natal passa a ser mais uma festa sem sentido. Não basta presépios, Missa do Galo, troca de presentes e ceias fartas para o Natal acontecer, é preciso tomar a decisão de uma vida nova, pautada nos ensinamentos de Cristo, que nos conduzem às atitudes concretas e coerentes, à vivência da fé durante todos os dias do ano.

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1). Ainda hoje existem muitos que caminham nas trevas do pecado, e Jesus deseja iluminá-los por meio de nós. Tenhamos a coragem de testemunhar o amor de Deus, a partir dos pequenos acontecimentos e das escolhas do nosso dia a dia. É esse o tempo favorável para uma vida nova! A luz brilhou em meio às trevas, veio reacender a esperança e nos dar a certeza de que, já não estamos sozinhos. Deus está conosco, Ele é o Emanuel! Sua luz nos contagia e aquece, por isso, abramos nossos corações e tenhamos a coragem de sermos faróis no mundo, levando, com a nossa vida, a luz que é Cristo, aos corações sedentos de amor e paz.

Assim, celebraremos o Natal, a festa verdadeira da Luz!


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.

22 de dezembro de 2017

Neste fim de ano, multiplique momentos com sua família

A importância da família

Fim de ano chegando e vários pensamentos e sentimentos invadem nossa vida. Saudade, alegria, solidão, gratidão, frustração, realização, ansiedade e tantas outras emoções, fruto de pensamentos alimentados por nós sem que percebamos. Tudo isso vem regado de festas que celebram um tempo, um ciclo! Seja no trabalho, na escola, com os amigos, mas, especialmente com a família. Mesmo que, no seu trabalho não celebre, ou ainda, na escola ou na faculdade o ciclo encerre e a tão sonhada festa não aconteça; em casa sempre terá algo.

A palavra celebrar tem sua etimologia do latim "celebrare", que significa honrar, fazer solenidade, notado, percebido. Natal e ano novo, são datas que se repetem ano a ano e, por isso, não há como não perceber a existência dessas datas. Todos expressam nesse tempo suas emoções e gestos concretos de solidariedade. É um tempo de refletir, de se avaliar, de projetar e estar juntos. É nessa época do ano que, muitas famílias se reúnem, seja ela com bom relacionamento ou nem tanto. Mas, a certeza de fazer memória ao nascimento de Jesus é salvífico para nós e, assim, promove em cada cristão o desejo de ser melhor e, então, "nascer de novo".

Neste fim de ano, multiplique momentos com sua famíli

Foto Ilustrativa: fstop123 / by Getty Images

É isto que precisamos promover neste ano: reunir ao redor da mesa da família e junto com ela celebrar! Celebrar a vida e as vitórias de cada um; deixar de lado as angústias, mágoas, tristezas, que por vezes são potencializadas de uma forma egocêntrica de ver a vida. Além disso, vamos promover o perdão e a paz!


É época de renascer

Este é o momento favorável para as reconciliações, porque o ser humano ao esperar e celebrar "O Menino Jesus", abre-se à manifestação de Deus. E, esse menino, nasce todos os anos no coração daqueles que permitem que ele nasça. É tempo de preparar a casa para a grande festa do nascimento. E o perdão é o grande agente de limpeza que precisamos para limpar nossa casa interior. Quando perdoamos, passamos por cima do orgulho, da vaidade, do ser egocêntrico e descobrimos que podemos ser homens e mulheres novos, melhorados por ter feito a experiência de querer viver melhor.

Estar em volta de uma mesa com aqueles que habitam seu coração é dizer que os ama! Dar um sorriso, um abraço, um "parabéns pelas conquistas do ano de 2017", é um ato de amor. E como celebrar se o coração estiver cheio de mágoa e rancor? Eis que surge um momento oportuno para a reconciliação e celebração. É o novo que deseja ser inaugurado na vida de cada um. Um novo afeto, uma nova forma de ver a vida e se relacionar com as pessoas. Então, se você não tem o hábito de estar à mesa com sua família e familiares, faça a experiência este ano. Divida histórias, momentos e multiplique afeto neste final de ano!

20 de dezembro de 2017

Como podemos encontrar a verdadeira felicidade?

Podemos passar pelos momentos de dor e sofrimento sem perder a alegria e a felicidade

O ser humano vive uma contínua busca pela felicidade, entretanto, como encontra-la é o que todos se perguntam. Victor Frankl é um psiquiatra vienense, judeu, fundador da Logoterapia, uma abordagem psicológica que se concentra no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por esse sentido. Ele afirma que: felicidade não é algo que deve ser buscado ou perseguido, porque ela é uma consequência da realização do sentido da vida. Para Frankl, não se visa à felicidade, pois ela, por si mesma, não acontece.

Ele acredita que, o caminho concreto para a realização do ser humano e consequente a felicidade, está na autotranscendência. O que deve ser visado é uma tarefa, uma causa ou uma pessoa, e que, quanto mais alguém se esquece de querer ser feliz dedicando-se a uma causa ou a outras pessoas, mais essa pessoa poderá ser feliz. A nossa existência sempre se refere a algo ou a alguém e não a ela mesma. Isso significa que precisamos ter um objetivo a ser alcançado na nossa vida, e uma causa pela qual podemos sair de nós mesmos, ir além de nós mesmos.

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Ir além de si

Para o fundador da Logoterapia, o homem só se torna homem e, só é completamente ele mesmo, quando fica absorvido pela dedicação a uma tarefa, quando se esquece de si mesmo no serviço à uma causa ou no amor a uma outra pessoa. Ou seja, somente quando o ser humano transcende a si mesmo, indo além de si próprio, é que se torna verdadeiramente homem e encontra o sentido de sua vida. Dessa forma, torna-se possível encontrar finalmente a tão sonhada felicidade.

Você pode estar pensando assim: e quando nos encontramos envolvidos em situações que não escolhemos, seja ela uma doença, dificuldades financeiras e tantas outras que nos prendem? Como sair de situações assim e ir além de nós mesmos? Como não buscar a felicidade se o que enfrentamos é dor, sofrimento e dificuldade? Frankl também nos ensina que não somos livres de nossas limitações, mas temos liberdade para nos posicionar diante delas.


Somos livres "para" algo e não "de" algo. Somos livres, independentemente da situação que vivemos e enfrentamos; livres para dar uma resposta diferente e não ficar presos em nossas próprias limitações, indo além de nós mesmos, dedicando-nos para uma causa ou alguém. Isso não quer dizer que devamos fugir das situações, mas sim, enfrentá-las e não ficarmos presos nelas.

O segredo dos santos

Podemos ver o exemplo dos santos; aliás, não será esse o segredo deles? Vejamos Madre Teresa de Calcutá: nasceu numa família católica albanesa, na qual nada lhe faltava. O pai faleceu quando ela tinha 9 anos; e a partir daí, a situação financeira da família mudou drasticamente. Ao completar 18 anos, saiu de sua casa para o convento, e nunca mais pôde rever a família por questões políticas.

Mas, ela não parou nisso, na saudade, nos problemas familiares, na proibição de voltar para a sua terra natal e rever a mãe e irmãos. Com 17 anos de vida religiosa, sentiu o chamado de Deus para se entregar ao serviço dos pobres, vivendo com eles. Enfrentou inúmeras dificuldades e perseguições. No entanto, não parou nelas. E alguém pode dizer que ela não era feliz ou realizada?

Um outro exemplo é José Antonio Meléndez Rodríguez, conhecido como Tony Meléndez. Ele nasceu na Nicarágua com uma deformidade física: sem os dois braços. Porém, sua limitação não o parou. Hoje, ele é músico consagrado nos Estados Unidos, toca guitarra com os pés, é cantor e compositor. No ano de 1987, teve a oportunidade de tocar e cantar para milhares de jovens na presença do saudoso Papa João Paulo II, em Los Angeles. É casado e pai de dois filhos adotados, músico consagrado, feliz e realizado em sua vida pessoal e profissional.

Podemos passar pelos momentos de dor e sofrimento sem perder a alegria e a felicidade. Porque a verdadeira alegria, a verdadeira felicidade acontece quando vamos ao encontro do outro, quando nos gastamos por uma causa, por alguém que amamos e, principalmente, quando nos gastamos para Deus, servindo-O.

18 de dezembro de 2017

Como se livrar dos vícios trazidos pelo uso de drogas?

Se livre das drogas e tenha um a vida livre dos vícios

Droga é tudo aquilo que priva da vida. As drogas não trazem a morte. Elas são a morte. Uma vez ouvi alguém dizer que, "o pior não é a morte, mas sim a morte que experimentamos em vida". É isso que fazem a maconha, cocaína, cigarro, álcool e afins, e mesmo outras coisas, como a sexualidade desregrada, a novela, remédios, anabolizantes, etc.. Vende-se um ideal de falsa alegria ou falsa paz, que bem devagar vão desgastando o sujeito, impedindo-o de se conhecer, de desfrutar as possibilidades que a vida oferece, enfim, vai se matando a esperança. E há tanto a esperar da vida! Mas usamos as dificuldades, os conflitos como desculpas por um modo de vida "mais fácil".

Trocamos nossa liberdade por comodidades. Pior ainda é quando se abre mão dessa liberdade apenas por uma mera curiosidade.

Como se livrar dos vícios trazidos pelo uso de drogas-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró

Mas como se perde essa liberdade?

Quantas vezes usando drogas, você perdeu a oportunidade de descobrir aquilo que realmente te faria escolher seu caminho: sua força, sua capacidade, seu potencial; quantas vezes você deixou sua vida ser decidida por aqueles que alimentam os seus vícios? Quantas vezes mudamos nossa rotina, ou prejudicamos nossos contatos afetivos por causa do horário de uma novela, ou da necessidade de fumar um cigarro? Quem está decidindo a sua vida? As coisas que você faz são dirigidas para uma meta, a de se tornar uma pessoa melhor a cada dia, ou você se deixa levar pela "fissura", pelo efeito que a droga produz?

A incapacidade de fazer escolhas, e consequentemente de controlar o que se faz, te torna uma pessoa compulsiva. Você não consegue mais ficar sem um "trago", não consegue perder o capítulo da novela, não consegue decidir o que é melhor na sua vida afetiva por causa de uma dependência sexual. Já parece não haver mais esperança de vida sem aquele vício. E o pior é que, tudo aquilo que você faz, você se justifica por aquilo que sente; só consegue se relacionar com as pessoas a partir da "segurança" que a droga oferece; diz que ninguém tem nada a ver com sua vida, e começa a experimentar o pior prejuízo que a droga traz: a solidão.


Como sair dessa?

Em primeiro lugar, é preciso uma decisão radical de romper com o vício, com a escravidão. Para isso, é preciso mudança de vida. É preciso quebrar a autossuficiência, arrepender-se, ter humildade, submissão, disciplina, entrega, e principalmente, acreditar em Deus. O trabalho feito a partir da tradição dos grupos de "Anônimos" (AA, Fazenda do Senhor Jesus, etc.) indica algumas medidas importantes, estruturando esses passos através da promoção de uma reconciliação com Deus, consigo mesmo e com os outros. A decisão, no entanto, precisa ser radical. A recompensa? A esperança, a vida, a liberdade. A certeza de que o melhor da vida ainda está por vir.

Que tal agora pensarmos nos vícios que fazem parte da sua vida? Cocaína? Maconha? Álcool? Cigarro? Remédios? E se você acha que não é viciado, apenas usuário, vale a pena lembrar que a atitude de autoengano é muitas vezes justificada e contida na frase "quando quiser, eu paro", usada por tantos que, hoje, precisam da nossa ajuda e nossas orações. Pelo que você acha mais importante viver: pelos enganos oferecidos por esses meios de entorpecimento da vida, ou pela esperança de viver a vida que Deus sonhou para você? Lembre-se: Jesus quer te dar a vida, e vida em abundância.

Claudia May Philippi e Kleuton Izidio


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/dependencia-quimica/como-se-livrar-dos-vicios-trazidos-pelo-uso-de-drogas/

13 de dezembro de 2017

Conheça as três fases para formação de uma boa amizade

A amizade é um processo contínuo e dividido em fases

Reflita sobre as fases da amizade e quais nos ajudarão a compreender melhor esse relacionamento. A amizade é uma construção, por isso, existem três fases para sua formação:

1. Primeira fase: Iniciação;
2. Segunda fase: Manutenção;
3. Em alguns casos, há uma terceira fase: Dissolução.

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Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

A amizade tem um início que corresponde aos primeiros encontros, os quais são entendidos como um tempo para o conhecimento do outro. Esse período inicial é de suma importância, pois, é aqui que a confiança se inicia e, aos poucos, o envolvimento se torna mais profundo. Muitas pessoas não conseguem se aproximar de uma outra por dificuldades pessoais, como uma introversão excessiva ou mesmo uma baixa autoestima, que o faz acreditar que nenhuma outra pessoa poderia o escolher como amigo.



Esses comportamentos podem dificultar a fase inicial, uma vez que, a pessoa não se aproxima de outra para estabelecer os primeiros laços. Nessa fase, é importante permitir que o outro nos conheça para, então, o relacionamento amadurecer e avançar para a manutenção da amizade, que é a próxima fase.

Cultivar a amizade diariamente

Para manter uma amizade, é preciso cultivá-la, cuidar dela diariamente. Esse período é chamado de manutenção. Nessa fase, é importante disponibilizar o mínimo de tempo para conversas, diálogos, trocas de experiências, partilhas, carinhos, demonstrações de amor, ajuda concreta etc., porque, quem ama oferece tempo. É fundamental empenho contínuo e cuidados que amadureçam o relacionamento. Esse tempo pode ser muito longo, como anos, décadas ou mesmo toda a vida. Os níveis de atenção ou negligência para o relacionamento, são fatores que determinam se a relação se aprofundará ou caminhará em direção à fase de dissolução, ou seja, o fim da amizade.

Existem amizades que duram uma vida inteira, como dissemos anteriormente. Nesses relacionamentos, os amigos são verdadeiros, demonstram afeto e respeito, estão sempre atentos às necessidades do outro e dispostos a ajudá-los, consideram o amigo como alguém importante em sua vida.

Existe ainda a dissolução. Essa fase pode ser o resultado da falta de atenção para com o outro, falta de interesse pela vida do amigo, falta de respeito com as diferenças, quando os amigos traem um acordo de sigilo ou mesmo quando um dos membros morre. No entanto, a morte não tem significado de término da amizade; na maioria dos casos, um amigo normalmente não morre para o outro, pois ele passa a existir vividamente na memória.

A amizade, portanto, é um processo contínuo que depende dos envolvidos para crescer, amadurecer, durar a vida toda ou diminuir até a extinção.

11 de dezembro de 2017

Autoconhecimento é importante?

Muitos acham que se conhecem, mas até que ponto chega esse autoconhecimento?

Vivemos em um mundo, o qual, nos incentiva a sermos independentes de Deus e de todos. Incentiva-nos a uma autorrealização que, para a grande maioria, parece cada vez mais distante, pois se trata de incentivo a uma vida cada vez mais fora de nós mesmos, cada vez mais exteriorizada. O resultado disso é que, as pessoas se preocupam cada vez menos com seu interior e cuidam menos dele, gerando sentimentos de frustração e de vazio. Por causa disso, encontramos um número crescente de pessoas que sentem um grande vazio interior e uma grande insatisfação, não conseguindo sequer, dar nome ao próprio sentimento. O autoconhecimento é necessário.

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Foto ilustrativa: Daniel Mafra / cancaonova.com

A sabedoria clássica considera o pensamento de Sócrates – "Conhece-te a ti mesmo" – como ponto de partida da filosofia humana. No entanto, esse é um caminho muito difícil de ser percorrido para quem não tem um referencial, um modelo de personalidade a ser atingido. Nós cristãos, que temos Jesus Cristo como modelo, precisamos ter a coragem de nos pôr a caminho e de nos conhecer em profundidade. O autoconhecimento é um caminho que nos leva a olhar para dentro de nós mesmos e a reconhecer nossos dons e talentos recebidos de Deus, e também, os nossos limites, fraquezas e os pontos que precisam ser melhorados. "Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade e um dever do qual ninguém pode subtrair-se. O homem tem necessidade de saber quem é. Não pode viver se não descobre que sentido tem sua vida. Arrisca-se a ser infeliz se não reconhecer sua dignidade" (Amarás o Senhor teu Deus – Amadeo Cencini – pág. 8 – Edições Paulinas).

Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade fundamental, para se ter um conceito correto e real de si próprio, pois, somente quem descobre seu verdadeiro valor consegue uma aceitação serena de si mesmo e de suas limitações, o que lhe proporciona a segurança necessária para viver e realizar mudanças essenciais.

Muitos acham que se conhecem, mas até que ponto chega esse autoconhecimento? Para que você possa averiguar isso, recomendo um teste simples: escreva em uma folha 10 qualidades que você reconhece possuir e 10 pontos fracos que precisam ser melhorados. O que foi mais fácil para você escrever? As qualidades ou os defeitos?

O autoconhecimento nos leva à autoestima e ao amor-próprio, ou seja, a olharmos para nós mesmos reconhecendo-nos como criaturas de Deus, como obras-primas de Deus, sem exaltações nem degradações.


Sem essa visão, o que é gerado é insegurança, perfeccionismo, dificuldade de lidar com os próprios erros e fraquezas e, também, com os dos outros; entre muitas outras consequências. Santo Agostinho afirmava: "Conhecer-me e conhecer-Te", com isso, ele nos ensina que quanto mais nos conhecemos, tanto mais conhecemos Aquele que nos criou e que é a Luz do mundo, de modo que veremos a realidade de forma mais adequada.

Volte à lista que você fez. Nas qualidades descritas, marque as alternativas relacionadas ao fazer, a atitudes externas e observe quantas você colocou de atitudes externas e quantas internas. Assim, você poderá perceber não só o quanto você se conhece, mas também o quanto você está voltado para as coisas exteriores.

A importância do exame de consciência

A Igreja nos dota de uma grande ferramenta de autoconhecimento: o exame de consciência diário. Com ele, é possível avaliarmos bem onde podemos ser atingidos pelo inimigo, os nossos pontos fracos, nossos defeitos, paixões e vícios camuflados. Com isso, podemos voltar confiantes para o Senhor, que nos ama e sempre cuida de nós. Apresentando-nos a Ele como somos, sem medo, sem receios e buscando n'Ele a força diária para vencermos nossas batalhas interiores. São Francisco afirmava: "Eu sou o que sou diante de Deus, e mais nada!". O Senhor nos vê como somos, diante d'Ele não precisamos nos esconder.

Trata-se de uma ferramenta simples, basta dedicarmos poucos e breves minutos do nosso dia ao Senhor, com constância. Dessa forma, vamos, pouco a pouco, conseguindo olhar mais a fundo para o nosso interior e conhecendo não só nossos limites, como nossas riquezas. Precisamos entender que, as nossas limitações não estão no nosso exterior, no que fazemos, mas sim, no nosso interior, naquilo que somos. Somos filhos de Deus, filhos amados de Deus! O nosso principal valor está no ser pessoa.

Precisamos saber quem somos, quais nossos dons e talentos; do mesmo modo, precisamos também saber quais são nossos objetivos no uso dessas capacidades. Pois não é somente aquilo que possuímos que decide o nosso valor como pessoa, mas o que somos no mais profundo de nossa identidade como seres humanos, como cristãos, batizados, justificados, filhos de Deus. Essa estima positiva é um valor que ninguém pode tirar de nós.

9 de dezembro de 2017

As consequências dos 20 anos de alcoolismo em minha vida

"Em vinte anos de alcoolismo, pela primeira vez tive dó de mim", afirma Joziane

Meu primeiro encontro pessoal com Jesus foi como o da samaritana que, tomou a água viva e o Senhor disse a ela: "Quem beber a água que lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele fonte de água jorrando para a vida eterna" (Jo 4,14). "Uma água profunda é a palavra no coração do homem, um rio que brota, uma fonte de vida" (cf Is 58,11).

Portanto, a água que o Cristo dá, é a Sua Palavra, Seu ensinamento cheio de sabedoria divina (cf. Eclo 15,3; 24,21; Is 55, 1-3). Aquele que guardar essas palavras jamais verá a morte (Jo 8, 51), mas viverá para sempre (a água simboliza o Espírito).

As consequências dos 20 anos de alcoolismo em minha vida -

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Com a intercessão de Nossa Senhora, eu tive meu primeiro encontro com Jesus quando estava sozinha no meu quarto. Eu cheguei da rua, já de madrugada, completamente embriagada. Estava muito mal, sentia calor, frio, diarreia, vômito, muita dor de cabeça e minhas pernas não me obedeciam.

Eu sentia que ali era o fim. Minha história estava terminando ali.

A mudança

Em vinte anos de alcoolismo, pela primeira vez tive dó de mim. Estava terminando uma história, uma vida sem ter começado, eu não tinha mais saída. Consegui sentar na cama e abaixar a cabeça para passar mal. Quando olhei para baixo, vi minhas pernas, não tinha mais carne, era só o osso e a pele; fiquei mais apavorada, ajoelhei, olhei para cima e vi um quadro lindo de Nossa Senhora de Medjugorje (Nossa Senhora Rainha da Paz). Aquele rosto era o mais lindo que eu já tinha visto durante toda a minha vida! Chorando muito pedi: "Eu sei que a Senhora é Mãe, e sei que uma mãe não desampara o filho. Por favor, interceda por mim, eu não aguento mais, é muito sofrimento, não tenho mais forças, não sei quem sou. Não me deixe morrer assim! Será que eu vim ao mundo só para isso? Para nada? Olhando para aquele rosto que cada vez ficava mais lindo, ele foi me tranquilizando, tranquilizando até que adormeci.

Quando acordei, senti que algo estava diferente. Parecia que aquele quarto não era o meu, eu estava coberta, então pensei: "Meu pai veio aqui me cobrir". Ainda estava sonolenta, mas logo me lembrei: "Meu pai já morreu". Senti fome, coisa que há muito tempo não sentia. Fui tomar banho e sentei lá fora para ficar no sol; muito triste por ter visto o quanto eu estava magra e acabada.

Passou um rapaz na rua e, não sei por que, falou para mim: "Hoje é dia da Natividade de Nossa senhora!". Eu senti uma vontade enorme de dar um abraço nela e lhe desejar 'feliz aniversário'.

A presença de Maria

Quando foi à tarde, como sempre, fui ao bar. Ao chegar lá, não quis beber nem fumar. Sem entender nada, parecia que aquilo nunca tivera feito parte da minha vida. Não comentei nada com ninguém, tive medo que achassem que eu estava ficando maluca. Descobri que o Cristo que desperta o discípulo adormecido em cada um, tinha acabado de despertar o meu.

Para chegar onde cheguei, precisei perder tudo primeiro, tudo de mais importante na vida de um ser humano, como a dignidade, o respeito, a moral, e também, o meu pai. Ele foi um homem que sempre me amou, sempre acreditou em mim, sempre achou que, um dia, eu iria parar de beber. Mas, por ironia do destino, eu nunca lhe dei uma oportunidade de me ver sóbria, eu não deixei de beber um só dia por amor a ele.

Eu, como qualquer outro alcoólatra, adquiri uma tristeza muito grande, porque as pessoas acham que bêbado tem problemas de audição (alcoólatra tem problemas no fígado), eles falam tudo que pensam na nossa frente, como se a gente não existisse, sempre nos diminuindo mais ainda. Sempre a mesma pergunta: como pode uma pessoa se destruir desse jeito?


Vítimas do alcoolismo

O que as pessoas não sabem é que ninguém escolhe ser alcoólatra, somos vítimas de uma doença, somos dominados por um copo, e é ele que manda na nossa vida. Somos apenas uns fracassados perante todos, não temos nenhum domínio nem da mente, nem do corpo.

Você se anima e fala: "Não vou mais beber. Amanhã eu vou ficar sem beber". Até chegar o amanhã e alguém lhe oferecer uma dose, seja lá do que for. Então, você, carinhosamente, admite que, além de ser um nada, também não tem palavra.

Depois de certo tempo, comecei a perceber que existia algo muito errado com a bebida. Quando estamos no bar, está tudo bem, todos contam piadas, cantam, dividem o dinheiro (…) é só alegria! Mas, a partir do momento em que pisamos em casa, tudo mudava de figura, tornamo-nos agressivos, prontos para brigar com o primeiro que aparecer, assim, temos desculpas para voltar à rua. Mas, quando eu chegava em casa e encontrava carinho e amor; aquilo me desarmava.

Como vou brigar com alguém que me ama? Olhava para minha mãe e via aqueles olhos, lá no fundo, olhando-me com um terço nas mãos, e me dizendo "eu fiz uma sopa para você".

Por favor, pais, filhos, esposas etc., amem as pessoas que tem um vício, uma doença. Não importa a situação em que eles se encontram, nem o vício que eles têm; lembre-se de que são pessoas, são seres humanos que precisam de carinho e atenção, são filhos de Deus e muito amados por Ele.

Precisamos de intercessores

Basta um "sim" para que, Deus faça nova todas as coisas. Experimente dar um abraço na pessoa que você tem em casa, deixa-a se sentir amada, deixe-a repetir dez vezes a mesma coisa. Essa pessoa está viva, ela está ao seu lado, e ela tem jeito.

Nós, católicos, temos uma "carta na manga", que é a intercessão de Nossa Senhora. Ela nunca vai deixar de interceder por um filho d'Ela que está clamando por misericórdia.

Jesus olha para os corações errados, perdidos e feridos, e ela os julga dignos. "Vinde a mim todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu julgo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarei descanso para vós. Pois o meu julgo é suave e o meu fardo é leve."

Se existe o fundo do poço, este deve ter um ralo, porque eu fui além do fundo. Mas hoje estou aqui para dizer que tudo é possível por meio da oração; e quem tem Maria como Mãe nunca vai estar desamparado.

Jesus, eu confio em Vós!

Joziane Nunes
Arapeí (SP)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/testemunhos/as-consequencias-dos-20-anos-de-alcoolismo-em-minha-vida/

6 de dezembro de 2017

Cinco passos para incentivar a independência dos filhos

Como estimular a independência dos filhos?

Diante de notícias em jornais e na televisão, sobre adolescentes envolvidos com situações de infrações e aumento de reincidências, de filhos que matam pais ou irmãos, por motivos considerados, por vezes inexplicáveis, uma pergunta se faz necessária: onde isso tudo começa?

Alguns respondem que começa na vulnerabilidade das famílias, outros dizem que começa no modelo de ensino das escolas, ou numa sociedade onde predomina o ter e não o ser. Os estudiosos, com uma visão sistêmica, observam que todas essas causas impactam, pois vivemos um modelo dicotomizado, no qual, muitas vezes, essas instâncias não se falam adequadamente, não somam, mas dividem forças.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

Por isso, a cada dia se faz necessário uma reflexão, sobre os limites que são trabalhados pela família e pela escola. Muitas vezes, os pais terceirizam para a escola, uma postura de tornar as crianças independentes, desde o simples ato de tirar a chupeta, as fraldas, até mesmo lidar com sentimentos de decisões diante de situações da vida.

Conheça os cinco passos:

O primeiro passo é ajudar o filho a construir uma autoimagem boa e, acima de tudo, mostrar a ele que adquirir uma estima adequada ajuda no processo de decisões, facilita a independência, ajuda na hora de se posicionar contra coisas erradas oferecidas por outros. O ensino que é oferecido nas escolas complementa o adquirido no lar e, a partir dos relacionamentos entre familiares e colegas, podemos e devemos exercitar o nosso direito de escolhas.

Não existem fórmulas mágicas, mas um mapa que pode ajudar os pais.

O segundo passo é construir valores que forneçam balizamento no momento de decisão, pois a norma nós podemos burlar, mas é difícil lutar contra valores e crenças introjetadas, pois estas falam sempre mais alto que nossas ações e são mais difíceis de serem derrubadas quando confrontadas com as do mundo.


O terceiro passo é a atitude que a família tem com a criança, que deve ser de ensiná-la no lugar de fazer por ela. No entanto, é mais fácil amarrar o tênis do filho do que ensiná-lo a amarrar; porém, ao longo do tempo, isso o ajudará a ter independência física.

O quarto passo é o corte emocional que muitos pais têm com os filhos. Eles não querem que seus filhos cresçam e construam suas vidas, precisam de filhos infantilizados para se sentirem úteis.

O quinto passo é construir a independência emocional. Segundo Cury (2003): "Hoje, bons pais estão produzindo filhos ansiosos, alienados, autoritários, indisciplinados e angustiados". Muitas vezes, a família, que deveria ser um espaço de aprendizado, torna-se um lugar de apelos para o consumo desenfreado, para a violência, para o sexo sem limites que, na óptica do autor, são "estímulos sedutores que se infiltram nas matrizes de sua memória (…). Os pais ensinam os filhos a serem solidários e a consumirem o necessário, mas o sistema ensina o individualismo e a consumir sem necessidade".

Pais participativos na vida do filho

Não basta, então, ser bom pai, é preciso participar da construção emocional dos filhos, elogiar e criticar o comportamento dos pequenos, como fortalecimento da formação deles. Lembrando que as ações dos adultos são as maiores fontes de aprendizado das crianças.

Nessa construção, existem pais autoritários com dificuldade de diálogo e demonstração de afeto. Esses se apegam às regras e não fazem um trabalho de troca de razões para tomar decisões, gerando crianças com alto grau de dependência e acostumadas a imposições paternas. Por outro lado, temos o inverso: pais muito tolerantes, afetivos e chegados ao diálogo, mas com dificuldade de colocar limites, chegando a ser permissivos diante de desejos e das condutas inadequadas dos filhos.


Portanto, se quisermos ter filhos com atitudes independentes, não devemos ser nem autoritários nem permissivos, mas democráticos, ou seja, demonstrar afeto e diálogo, mas com equilíbrio nas suas ações, estimulando a independência e reforçando valores. Pais democráticos fazem com que os filhos cumpram as regras de acordo com a idade de cada criança, mas demonstram flexibilidade quando é preciso voltar atrás.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/cinco-passos-para-incentivar-a-independencia-dos-filhos/

4 de dezembro de 2017

Vale a pena amar até mesmo quando sofremos por isso?

Entenda por que amar dói

Um dia, alguém me disse que o amor, para ser amor, tinha de doer. Não acreditei muito nisso, mas hoje percebo que é verdade, pois amar é morrer a cada dia para as nossas vontades, é buscar sempre o último lugar, é querer antes a felicidade do outro que a nossa. Tudo isso é muito doloroso, pois dentro de nós, há um desejo de sermos reconhecidos pelo que fazemos, um desejo de sermos retribuídos da mesma forma.

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O verdadeiro amor é gratuito, não pede nada em troca, é silencioso, discreto e exigente. Alguns dizem que o amor é um verbo; outros, que é um sentimento; uns, que é uma decisão, mas o que mais me chamou à atenção foi ouvir que ele é um comportamento, pois se alguém me magoa ou me decepciona, vou continuar amando-o, pois o amor dentro de mim é maior que essa frustração. Isso não é ser falso, é ser verdadeiro, pois se fosse um sentimento, na primeira decepção deixaríamos de amar.

Por que o amor dói?

O amor dói, porque exige esse comportamento de sempre esperar, sempre acreditar e descobrir jardins em meio a desertos de tantos corações. Corações feridos por causa de um mundo que prega o amor fútil, de conveniência, de prazer e que vai formando, hoje, pessoas cada vez mais insensíveis, com medo de amar, pois já sofreram muito com esse "tal de amor", vivido de forma incoerente, que escraviza e oprime, ilude e até mata.

Jesus soube viver de forma tão humana quanto divina esse "amor-comportamento", na verdade, foi Ele quem nos deixou o caminho livre para vivê-lo. Ele sim amou verdadeiramente até doer, sofreu, porque nos amou incondicionalmente.


Aliás, o amar e o sofrer andam lado a lado, pois o amor não nos impede de sofrer, assim como o sofrimento também não nos impede de amar. Mesmo que doa, você deve continuar amando. Interessante que o amor "doa", visto que essa palavra tem um duplo sentido: doa de "doer" e de "doar". Faça de sua forma de amar, a alegria para os outros, e você verá que essa dor de amor é algo sublime e simples.

Bom, a decisão é sua para levar essa novidade tão antiga, a esse mundo tão carente do amor verdadeiro. Se até hoje não amamos, talvez seja porque não tenhamos sido amados. Dê o primeiro passo e ame, pois o amor que cura é o amor que damos aos demais. Então, você perceberá que vale a pena amar, mesmo doendo.

Deus abençoe você!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atuou na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Hoje atua no Núcleo de Psicologia que faz parte da Formação Geral da Canção Nova. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vale-pena-amar-ate-mesmo-quando-sofremos-por-isso/

1 de dezembro de 2017

A bênção da masculinidade

O homem realiza a sua identidade mais profunda quando vive a bênção da masculinidade

O primeiro capítulo da Bíblia é um belo poema que narra o projeto original de Deus para a criação. Cada estrofe desta canção é intercalada por um refrão, que é repetido de modo insistente: "E Deus viu que tudo era bom".

Dia após dia, o Criador diz palavras de vida que se tornam realidade. A luz, as terras, as águas, florestas, estrelas, pássaros e peixes, animais de todo tipo são criados. Após tudo criar, Deus abençoa a criação dizendo: "Sede fecundos, encham as águas dos mares e que o pássaro prolifere sobre a terra" (Gn 1,22). A primeira bênção da Bíblia é a bênção da fecundidade. Por meio dela, a obra criada continuará seu curso. A força de vida que Deus depositou em sua obra agora tem vida própria. Cada ser vivo é chamado a colaborar com o Criador, continuando a obra da vida. "E Deus viu que tudo era bom".

Foto: monkeybusinessimages by Getty Images

Mas no sexto dia da criação, antes de descansar, Deus criou o ser humano. O versículo 27 [Gênesis] é bastante claro: "Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou; criou-os macho e fêmea". Esta é a identidade original do ser humano. Ele realiza a sua identidade mais profunda quando vive a bênção da masculinidade e da feminilidade. Deus não criou o ser humano como anjo. Criou seres sexuados. A sexualidade é uma força de vida que torna o ser humano capaz de colaborar com Deus ao continuar a obra da criação. O versículo 28 descreve a primeira bênção que a humanidade teria recebido: "Deus os abençoou e disse: 'Sede fecundos, encham a terra' (…)".

A bênção da fecundidade

Após dar a bênção da masculinidade e da feminilidade, dá a bênção da fecundidade. Deus concede esta graça à criação para que o ser humano a administre com responsabilidade. Fomos nomeados "jardineiros" da criação. E, neste momento, o refrão deste belo poema muda de modo surpreendente. Deus contempla tudo o que criou e vê que não é apenas "bom", mas "Deus viu que era MUITO bom" (Gn 1, 31).

Tudo isso é muito sério, pois hoje vivemos um tempo de "anti-bênção", de "anti-criação". Vivemos no meio de uma geração "mal-criada". Nem vou gastar muito tempo em alertar para os riscos de uma "cultura gay" que já não se contenta em exigir "seus direitos". Essa minoria autoritária não suporta ouvir críticas e cria mil maneiras de firmar-se como padrão de comportamento. A coisa é tão séria que muitos homens precisam simular uma certa homossexualidade  para não parecer fora de moda. Precisamos defender o direito de ser do jeito que Deus nos criou. É preciso exaltar a família, a sexualidade vivida de maneira serena e sadia.


É verdade que, algumas pessoas trazem o espinho da homossexualidade, e sofrem por isso. Precisam da nossa compreensão e da nossa solidariedade. Mas isso não nos faz tímidos em anunciar que o projeto original de Deus inclui a bênção da fecundidade. É preciso louvar o Criador por isso. Peço, neste dia, por tantos casais que têm dificuldades para ter filhos e que suplicam esta bênção. Peço por tantos jovens que ensaiam para serem bons maridos. Quantas mulheres esperam encontrar esta "bênção de homem". Uma delas me disse que isso anda meio difícil! Por que será?

29 de novembro de 2017

Pais e avós: o desafio de educar e dividir as tarefas no cuidado dos filhos

Como fazer para que não haja divergência entre pais e avós na criação dos filhos?

É comum, em nosso tempo, que a tarefa de cuidar dos filhos, durante o trabalho dos pais, seja confiada aos avós por diversos motivos: confiança, logística para levá-los e, especialmente, por partilhar valores similares aos dos pais, dentre tantos outros motivos particulares a cada família.

O apoio dos avós traz não apenas a ajuda nas tarefas diárias, mas também na transmissão da história da família, dos hábitos, costumes e regras. A partir daí, estamos diante de um grande desafio: alinhar a comunicação entre pais e avós, para que a comunicação com os filhos seja única. Ou seja, como os avós podem transmitir aos netos as mesmas regras que sua família de origem tem? Como não sentir que existe um desalinhamento entre o que pais e avós dizem aos pequenos?

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Foto Ilustrativa: AleksandarNakic by Getty Images

Qual é a melhor maneira de ajustar tais atitudes?

É comum o relato de mães dizerem que os avós "mimam" os filhos, liberam doces e guloseimas a todo custo e, muitas vezes, elas (as mães) têm dificuldade para alinhar essas regras. Crianças são espertas, e logo percebem se há divergência nessa comunicação e nas regras de pais e avós. Portanto, o primeiro passo importante é manter, dentro do mais próximo possível, as regras que a criança têm em sua casa, quando ficam na casa dos avós, evitando "mandos e desmandos" e uma interferência e quebra de autoridade de cada um deles. As falhas no comportamento precisam ser comunicadas aos pais, bem como qualquer situação que seja relevante.

Uma comunicação clara e aberta entre pais e avós é extremamente importante e reduz consideravelmente qualquer problema. Aliás, é na correria cotidiana que uma boa conversa vai se perdendo em vários ambientes de nossa vida: trabalho, família, amigos e igreja.

Nesse processo de cuidado, é importante e sadio que a criança saiba das figuras de autoridade que os pais e avós assumem. Regras são regras e devem valer em qualquer ambiente, para que essa criança em formação também seja formada nessa convivência. Caso contrário, saberá que, facilmente, poderá dobrar os avós neste cuidado.


Conversar previamente para evitar problemas

É importante também que o diálogo entre os pais e avós se faça presente, pois, quando isso não acontece, as próprias condições desse cuidado ficam desproporcionais. Por exemplo: os pais ajudarão os avós financeiramente, para que essa criança fique lá? Ou ajudará com os lanches, alimento, despesas etc?

Muitas vezes, os avós assumem não apenas a criança, mas as despesas advindas desse cuidado; e quando não existe essa possibilidade, começam aí os primeiros desentendimentos ou a sensação de abuso por parte dos avós. Tudo o que é acordado previamente evita problemas futuros.

A segurança e o apoio emocional de crianças que são cuidadas pelos avós é uma experiência ímpar, que tende a ser muito positiva. Cabe também aos pais avaliar a real possibilidade física e emocional desses avós ao assumirem essa responsabilidade. Não existe uma regra ideal nem uma forma única e específica para essa organização familiar, apenas cabe organizá-la de forma que todos os envolvidos se sintam bem nessa situação.

O desejo com essa reflexão não é impor o que é certo ou errado, pois as famílias encontram formas de estabelecer o cuidado com seus filhos, e isso é essencial. Cada família, em seu formato, compreenderá o que será estabelecido entre as partes, como seus filhos serão cuidados. Esse entendimento, no entanto, é essencial, pois estamos lidando com pessoas em formação, e que, como destacamos, ficam atentas a tudo e a todos. Quanto mais alinhados estivermos, melhor será o resultado das experiências entre pais, avós e filhos.

27 de novembro de 2017

O pecado tibieza enfraquece o relacionamento com Deus

A tibieza é um fermento do diabo, que quer arrastar todos para o inferno, a começar por aqueles que estão na vida com Deus

Hoje, há um grande esvaziamento espiritual no mundo inteiro. O povo está caindo na indiferença religiosa. A tibieza vai enfraquecendo o relacionamento com Deus, principalmente daqueles que já O conhecem ou tiveram uma profunda experiência com Ele.

O mal de tudo isso é a chamada tibieza que, em primeiro lugar, é a hesitação em responder ao amor de Deus e, se diz ser também: frouxidão, fraqueza, indolência, falta de ardor, ser morno.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Prostração espiritual

A tibieza é o hábito não combatido do pecado venial. Ela tem levado muitos à prostração espiritual, ao desânimo para com as coisas de Deus.

Muitos têm caído no sedentarismo espiritual e se acostumado com a presença e ação de Deus na sua vida e no mundo. Nada para a pessoa tíbia é interessante ou novo, tudo vira rotina para ela. Nesses casos, há um profundo rompimento com a intimidade relacionada a Deus. Deus se torna tão banal para o tíbio que, muitas vezes, nem mesmo existe mais um relacionamento com Ele. E, além disso, torna-se uma pessoa morna em tudo.

Mas o Senhor adverte aos que são mornos: "Conheço a tua conduta. Não é frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio ou quente, estou para vomitar-te de minha boca" (Ap 3,15-16).

Hoje, cresce entre os católicos a falta de ardor, até mesmo entre os consagrados, padres e religiosos. O ardor, o fervor em ser de Deus foi se perdendo de maneira assustadora. E a vida com Deus, para muitos, torna-se um peso ou apenas um trabalho, de uma tal maneira, que se perde o verdadeiro sentido missionário e o amor por ser do Senhor.

Grupos de oração na tibieza

Outras coisas que caíram na tibieza, foram alguns grupos de oração, nos quais não há mais o fervor dos inícios, onde o Senhor podia agir de maneira esplêndida com a abertura das pessoas, tanto dos que estavam à frente, como daqueles que os frequentavam. Por isso, muitos têm deixado a Igreja, por falta de fervor e ardor na vida espiritual.

Inclusive muitos padres deixam o ministério, porque perderam o sentido da sua vocação, deixando-se ser levados pela tibieza, esfriando na vida de oração, na intimidade com Deus e, assim, acabam por despencar no sedentarismo e ativismo.

A vida vira rotina quando não se faz mais as coisas com fervor, então, perdem a empolgação missionária e o gosto de serem consagrados ao Senhor.

Desse modo, muitos grupos de oração perderam o essencial, que é a intimidade com Deus, a vida no Espírito e o ardor na oração. Deixando apenas, serem conduzidos pela razão humana a fim de entender as coisas do Espírito.

A tibieza entrou na vida de muitos grupos, por causa da disputa por cargos, onde um quer ser melhor do que o outro, e a inveja também foi entrando nos grupos.


Fervor no Espírito Santo

Precisamos voltar ao primeiro amor, ao fervor no Espírito Santo, no qual é sanada toda a raiz de tibieza, que foi tomando conta da nossa vida espiritual.

A tibieza nos amarra aos pecados, principalmente, aos vícios e aos pecados veniais. Ela retira nossa força de lutar, para sermos mais de Deus e superarmos os nossos pecados e falhas. Sendo assim, nos acostumando com o "feijão e arroz de todos os dias"  – da "vidinha" de oração que temos. Nos contentamos com o pouco, sabendo que Deus tem muito mais para nos ofertar.

Acabamos cometendo pecados de olhos abertos, com plena consciência, aceitando-os "numa boa", sem que ao menos, façamos algum esforço para evitá-los. A tibieza impede a nossa santificação.

São Gregório escreve: "A tibieza, que deixou o fervor, cai no desespero".

A tibieza é o fermento do diabo, que quer arrastar todos para o inferno, a começar por aqueles que estão na vida com Deus. O tíbio, mesmo diante da Eucaristia, torna-se insensível. O seu coração se fecha à ação do Espírito e ao novo que Deus tem para a vida dele.

De modo que, acaba por se tornar uma pessoa carrancuda, mal-humorada, triste, insatisfeita, rancorosa, entristecendo-se com o progresso espiritual do outro. Perde, de fato, o sentido da vida, e por fim, tende a abandonar tudo, todo progresso espiritual com Deus.

Mas, se o tíbio não abandonar tudo, vai fazendo com que os outros, que estão na caminhada ou na comunidade com ele, vão, também, esfriando na fé, tornando-se tíbios como ele.

Por isso, precisamos urgentemente, combater a tibieza de nossa vida e da nossa comunidade.

24 de novembro de 2017

Será que o tempo cura?

O tempo pode, até mesmo, anestesiar um pouco a dor. Mas, os dias passam e a agonia continua

Todos conhecemos as frases: "Com o tempo passa" e "Depois de casado sara". Até parece mesmo que esses chavões são consolos para quem está sofrendo. No entanto, o tempo não cura absolutamente nada. O tempo pode, até mesmo, anestesiar um pouco a dor. Mas, os dias passam e a agonia continua. O tempo pode jogar o sofrimento para seu subconsciente ou inconsciente, fazendo-o crer que o problema foi superado.

Na realidade, o tempo não cura. Basta um acontecimento qualquer para, de repente, fazer a dor antiga voltar à superfície. Ainda que o tempo nada possa curar, Deus pode curar com o tempo. No poder do Espírito Santo, Deus pode curar o coração ferido, pode dar vida novamente a um casamento, pode livrar o sofredor de suas penas.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

É claro que, no pior momento da dor, é importante partilhá-lo com alguém de confiança. É importante também aceitar a ajuda oferecida por amigos, profissionais da saúde psíquica, moral e espiritual. Compreensão, consolo e apoio podem trazer alívio em momentos difíceis. Mas o mais importante é curar as raízes e as causas do sofrimento. E isso é possível pela cura interior, que acontece quando deixamos Deus agir em nós. Portanto, precisamos descobrir e tomar posse do infinito amor que Deus derramou e continua derramando sobre a humanidade.

Do coração de Jesus nasce o homem de coração novo, nasce a possibilidade de cura interior, porque Jesus nos leva a crer e a experienciar que o amor d'Ele é infinitamente maior que nossas misérias e pecados. Muitas vezes, as pessoas ficam protelando sua felicidade, afirmando: "Só vou ser feliz quando resolver este meu problema." Um problema interior, não pode ser um obstáculo para vivermos bem e procurarmos com nossas limitações, servir àqueles que, de nós, necessitam.

Feridas da vida

As feridas da vida, que alteram nossa afetividade, não são os pecados, as culpas, nem as maldades espirituais. Não são coisas que dependam muito de nossa vontade. A demasiada preocupação em sanar essas feridas pode consumir, "em nosso próprio eu", todas aquelas energias que poderíamos empregar na ajuda aos outros, em trabalhar bem, dentre outros.


A oração de cura interior tem por objetivo curar-nos e libertar-nos, para podermos amar melhor o próximo. A cura interior nos permite expressar melhor o amor. Faz com que nossas atitudes não prejudiquem os outros, faz com que nos sintamos melhor, e assim, apoiemos outras pessoas com o amor sadio, alegre e comunicativo.

(Artigo extraído do livro – Seja feliz todos os dias – de Pe. Léo, scj)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/sera-que-o-tempo-cura/

23 de novembro de 2017

Como ser elegante sem ser vulgar

Temos a capacidade de escolhermos roupas que nos deixarão lindas, apresentáveis e elegantes em vez de sensuais e vulgares

Toda mulher gosta de receber elogios. É a força da palavra de afirmação que a motiva a ser uma pessoa melhor. Existem os elogios esperados, como aqueles após se arrumar para uma festa, depois de uma ida ao salão para um novo corte de cabelo, ao arrumar-se para um passeio ao shopping ou um encontro à noite ao cinema. O fato de arrumar-se para sair com os amigos, já ativa o desejo de ouvir: "Nossa, como você está linda!"; "Amei o seu look!"; "Wow, você arrasou nesse novo corte de cabelo!"; "Adorei as luzes que você fez!"; "Que cor de esmalte linda nas suas unhas!"; "Você é linda, mas hoje está ainda mais!"; e por aí vai. O mais frustrante, nesses momentos, é não escutar elogio nenhum; então, a sensação de que não está linda toma conta da sua imaginação. Algumas mulheres, no entanto, para chamar à atenção, tendem a escolher um estilo vulgar em vez de uma maneira modesta de se vestir.

Foto: Todor Tsvetkov by Getty Images

Mulheres, para atraírem a atenção das pessoas, não é preciso se descaracterizarem da sua identidade de filhas de Deus. Vocês podem ser atraentes, belas, puras e elegantes. Elegância, segundo o dicionário online de português, significa "graça, distinção nas formas, nas maneiras e nos trajes. Arte de escolher vestes e apresentar-se com elegância". Ou seja, nós temos a capacidade de escolher roupas que nos deixarão lindas, apresentáveis e elegantes em vez de sensuais e vulgares.


A palavra "vulgar", segundo o dicionário online de português, "é uma pessoa que se porta 'inadequadamente' em meio à sociedade, que não sabe se vestir, usa roupas curtas, mas não têm postura para usá-la." Ou seja, a vulgaridade é uma consequência da personalidade da pessoa, da sua maneira de se comportar na sociedade e assim se vestir.


A máxima – "o agir segue o ser" – de Aristóteles, ensina que a personalidade da pessoa é compreendida, também, na maneira dela se comportar. A vulgaridade não é somente uma questão de roupas ou acessórios, mas do jeito de ser, falar, andar, comer, gesticular etc. A elegância na mulher se faz presente no seu jeito de olhar, falar, comunicar-se, andar, vestir-se e tudo que diz dela.

Como você tem se comportado? As suas vestimentas dizem da sua personalidade?

A roupa diz muito de quem somos. Portanto, se você quer ser vista como uma filha amada por Deus, que tem o seu valor, é preciso escolher vestir essa verdade. Peça ao Espírito Santo que a ajude a ser uma mulher modesta.

Deus abençoe a sua escolha.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/como-ser-elegante-sem-ser-vulgar/