Conheça três dicas para você virar o ano sem dívidas
O ano de 2016 está próximo do fim! Natal, férias e virada do ano são o contexto do momento. Dada a atual crise econômica, muitas famílias estão focadas não nas celebrações, mas em como passar de ano sem dívidas. Embora o noticiário hora ou outra dê uma notícia razoável, ainda estamos sendo bombardeados de notícias ruins: alta do combustível, queda do PIB, endividamento crescente do Governo, reformas que vão cortar benefícios para ajustes de contas. Diante desse cenário, como virar o ano sem dívidas? Como pagar as contas e curtir a virada do ano sem preocupações?
Em primeiro lugar, não há mágica nem sorte em finanças e economia. Não existe uma forma de virar o ano sem dívidas se estas estiverem fora de controle. O que se pode alcançar é administrar as dívidas ou até mesmo quitá-las, mas isso depende muito da situação particular de cada pessoa/família. O planejamento financeiro, no fim do ano, é imprescindível, até mesmo porque dezembro e janeiro são marcados por gastos altos com festas de Natal, presentes, viagens, matrícula escolar, impostos e contas de fim de ano.
Foto: Wesley Almeida
Vamos aos três principais pilares para pagar as dívidas ou virar o ano com tranquilidade de ter tomado as rédeas das suas finanças:
1. Planilha Financeira
Se você é daqueles que faz as contas de cabeça, chegou o momento de mudar sua atitude. Quem não fizer o planejamento do fim de ano e início de 2017 pode cair em armadilhas e gastar além do necessário. Planejamento financeiro inclui prever os gatos e ter alternativas para emergências ou imprevistos. Baixe aqui uma planilha modelo que vai ajudá-lo nessa empreitada.
2. Quanto e Quando
Em Finanças e Economia, essas são as perguntas a serem respondidas sempre. Quanto eu devo ao somar tudo o que tenho a pagar? Cartão de crédito + consignado + financiamentos etc. Nessa pergunta, coloque o que você vai ter de pagar em janeiro: material escolar, IPVA, contas do fim de ano, pagamento de 13º para funcionários. A palavra "quando" faz toda a diferença. Posso gastar agora o que estou vendo nas vitrines, propagandas e internet? Ou posso, dado o tamanho da minha dívida, esperar as promoções de janeiro? É uma questão de tempo. Adiar o consumo pode fazer você virar o ano com mais tranquilidade.
3. Equilíbrio entre pagar dívida e comemorar com a família
É imprescindível celebrar o Natal em família, comemorar a data mais importante do Cristianismo, dar ou ganhar presentes. No entanto, se já temos um planejamento financeiro e sabemos o quanto devemos ou precisamos pagar em dezembro e janeiro, podemos entrar na palavra "quando". Diante dos números e da necessidade de celebração com a família e os amigos, qual a escolha razoável que podemos tomar? Para os casados, decisões compartilhadas e dialogadas são sempre a melhor opção. Para famílias com filhos, a dica é dialogar com eles, explicar a situação, ser transparente; isso é fundamental para celebrar sem se preocupar.
Neste fim de ano, não vire 2016-2017 sem refletir sobre suas finanças. É melhor tomar o pé da situação e ver o tamanho do passo que se pode dar. Passos maiores que as pernas podem dar dor de cabeça na entrada do ano. Se você tem 13º e possui dívidas, procure usar uma boa parte para quitá-las. Muitos, no fim do ano, abusam do cartão, cheque especial, e são surpreendidos logo no início do ano seguinte.
É melhor prever agora. Viva o tempo das festas com sobriedade, mas sem abrir mão da alegria em família. Afinal, o dinheiro existe para servir, mas não podemos nos enroscar, pois a conta sempre chega!
Ser mãe é padecer no paraíso. Mas é preciso dizer que tudo isso vale a pena!
Tantas vezes ouvi este ditado e, hoje, quero manifestar a minha interpretação sobre ele. Será que isso é ruim? A expressão padecer traz essa conotação negativa, pesada, mas, na verdade, não é bem assim. As mães vivem um certo desconforto desde a gestação (enjoos, azia, inchaço). No parto, com suas dores próprias; depois, nos primeiros dias, a adaptação e interpretação do choro do bebê, o sono, o cansaço. São situações reais que parecem eternas pela intensidade, mas, de repente, passam… Alguns meses depois, o padecimento é outro: voltar ao trabalho e deixar o filho, afinal, ninguém vai saber cuidar do dele como a mãe. Doce ilusão!
Mais adiante, a entrada na escola. "Quem será o professor?", "Será que vai acompanhar a aula?", "O que vai comer no lanche?", "Quem serão os colegas?" "E se alguém bater no meu filho?" Nós insistimos em viver a vida dos filhos e, com isso, padecemos, pois não temos o mesmo entendimento das crianças. E quando chega a adolescência? Nossa! Aí entra outra fase. Só mudam as preocupações: filho criado, trabalho dobrado! Mas e aquilo que plantamos na educação deles? Não valeu a pena?
As mães de hoje são, na sua maioria, frutos da geração de transição do feminismo e do sexo, drogas e rock'n roll. Achar o equilíbrio não é fácil. Anterior a nós, houve a geração de pais que acreditavam que a liberdade era a melhor opção de educação para os filhos vivendo o "é proibido proibir".
Hoje, já percebemos que os limites são necessários na formação de qualquer ser humano. Por isso, às vezes, dar um "não" ao filho chega a ser um padecimento, pois sabemos que ele queria muito tal coisa ou tal situação, mas percebemos que não é o melhor naquele momento, e isso gera um certo desconforto no relacionamento entre mãe e filho.
Mais do que padecer é compadecer, é sofrer, pois, apesar de estarmos conscientes da decisão tomada, não gostamos de ver nosso filho triste. Mais uma vez, apesar de toda intensidade, veremos que isso também vai passar! Assim como nós, hoje, neste papel de mãe, reconhecemos e aceitamos a postura que as nossas mães tiveram conosco. E pensamos: "Elas estavam certas…" Olhando tudo isso, parece que o ditado está certo: "Ser mãe é padecer no paraíso". Agora, é preciso dizer que tudo isso vale a pena!
A presença, a realização, as conquistas, alegrias e tristezas de um filho não têm preço. Esse é o nosso paraíso: a maternidade! As mães são capazes de abrir mão e renunciar a várias coisas na vida, somente não conseguem renunciar à maternidade, pois esta é inegociável!
Parabéns a todas as mães, avós, tias, madrinhas, sogras que, de uma forma ou outra, são mães em nossas vidas!
Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, ensine-nos e conduza na vivência da maternidade segundo o coração de Deus!
Carla Astuti – Missionária da Comunidade Canção Nova
Neste tempo de Natal, precisamos criar em nós a capacidade de repensar e redescobrir valores
Um dos maiores milagres, deste tempo de Natal, é o de criarmos em nós a capacidade de repensar e redescobrir valores que, ao longo do ano, foram deixados de lado ou roubados pela cultura do bem-estar individual. Nesta época do ano, somos mais família, solidários, falamos mais de amor e paz, de respeito ao próximo, porque, "no coração de cada homem e de cada mulher, habita o anseio de uma vida plena, que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros". 1
Entendemos que este sentimento de solidariedade e fraternidade, que nos invade no Natal, está dentro de nós, é uma vocação do homem. Mas por que este 'espírito natalino' não se torna algo efetivo, no nosso dia a dia, durante os outros 11 meses do ano?
Foto: Arquivo CN
O fato é que estamos mergulhados numa sociedade que já não constrói pontes entre seus semelhantes, pelo contrário, evidenciam-se, a cada dia, os abismos entre o "eu" e o "tu". Construímos muros cada vez mais altos ao redor de nossas casas, nos agrupamos, inseguramente, em condomínios que são verdadeiras fortalezas (ou prisões) de luxo, consumimos compulsivamente – agora sem sair de casa – para entorpecer nossas angústias interiores. Até ter filhos se tornou um peso associado ao 'custo x benefício', que pode prejudicar uma viagem para Cancun ou Paris, ou até mesmo a aquisição do carro do ano.
Parece que temos mais, vivemos mais, temos melhores condições e conforto, mas, existencialmente, nos sentimos fracassados, inseguros e infelizes. Como diz o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, "a certeza e a segurança das condições existenciais dificilmente podem ser compradas com os recursos da conta bancária". 2
Papa Francisco
Em sua mensagem do dia 1º de janeiro de 2014, por ocasião do Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco fez duras críticas ao que vem chamando de "cultura do descartável", reflexo dessa sociedade individualista e materialista. Segundo Francisco, não há vida digna se cada homem e mulher não redescobrir a sua vocação à fraternidade e à comunhão, ou seja, não podemos falar de paz se não sairmos do nosso comodismo para cuidar de nossos irmãos mais necessitados. Toda guerra, toda injustiça e desigualdade social, segundo o Papa, têm a sua gênese na "rejeição radical da vocação de ser irmãos".
A fome, a desigualdade, a corrupção, o racismo, a violência, as drogas, tudo aquilo que desejamos extirpar da nossa sociedade, tem a sua fonte no meu e no seu individualismo. Sobre todos esses problemas sociais, questionou-nos o Papa Francisco quando veio ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude: "Você é o que lava as mãos e vira para o outro lado?" 3
Esses discursos de Francisco contra a cultura do conforto e do individualismo nos ajudam a entender que não basta lutar contra a pobreza, contra a corrupção ou até fazer uma boa ação de Natal se não combatermos uma doença muito mais profunda no coração do homem moderno: o egoísmo. Para isso é preciso que coloquemos em prática o que o Pontífice tem chamado de "cultura do encontro".
Como cristãos, não podemos mais nos isolar em nossas ilhas de conforto e bem-estar, saindo de nosso comodismo apenas em épocas natalinas. O remédio para a doença do individualismo é o serviço ao próximo, "uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa-vontade",4 desde os que estão em nosso lar até os mais necessitados e marginalizados da sociedade. Para sermos felizes todos os dias do ano é preciso seguir o conselho do Mestre: "Há mais alegria em dar do que em receber" (At 20,3).
1 Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz – 01/01/2014 2 BAUMAN, Zygmunt "Comunidade – a busca por segurança no mundo atual" 3 Discurso do Papa Francisco durante a Via-Sacra na Praia de Copacabana – JMJ 4 Discurso do Papa francisco ao Conselho do CELAM – 29/07/2013
Não podemos deixar o demônio nos amarrar em algo que vamos carregar a vida inteira. Traumas assim não se resolvem nem durante a velhice
Muitas vezes, temos sérios traumas relacionados ao nosso corpo, à nossa sexualidade. Queríamos ser mais altos ou mais baixos, mais magros ou mais gordos. Passamos a vida inteira insatisfeitos, tentando mudar, fazendo plástica, colocando silicone, tomando remédios para modelar o corpo. Não admitimos a santidade e a beleza do nosso corpo. A Bíblia não tem medo de afirmar, muitas e muitas vezes, que o autor do meu corpo é Deus. Enquanto não chegarmos a essa experiência de termos a visão correta de nós mesmos, que fomos gerados no seio de nossa mãe, vamos carregar embutidas ideias erradas.
Temos vivido a exploração do "voyeurismo", que nada mais é do que a transmissão de valores, ideias e visões erradas em relação à sexualidade e ao corpo. Uma prova disso são as revistas pornográficas.
O homem moderno está bastante evoluído. Se a sexualidade está sendo vivida de modo tão natural como dizem que está, por que então, a cada dia que passa, inventam-se e criam-se novas publicidades nesse campo?
Mesmo tendo trezentas mulheres, Davi não se saciava, pois seu problema não era afetivo. Ele não queria amar alguém, mas ter prazer.
Essa desarmonia está ligada à gestação do ser humano, à sua concepção. Por isso é muito importante fazer a oração de cura interior tomando posse da graça de Deus que estava presente em cada um desses momentos.
Quando começarmos a compreender que a concepção de uma vida é natural do ponto de vista humano, e que o ser humano é chamado a exercer esse ministério participando da graça de Deus, começaremos a mudar a mentalidade relacionada a nossa sexualidade.
Não podemos mais deixar o demônio nos prender, nos amarrar em algo que vamos carregar conosco a vida inteira. Traumas assim não se resolvem nem durante a velhice. Por que ficar a vida inteira com traumas nesta área?
A sexualidade deve ser revestida de um momento, de um lugar sagrado, porque pela unidade física o ser humano está participando de um momento lindo da criação de Deus. Isso precisa ser solenizado, mas o "encardido" tem nos convencido de que é feio e que precisa ser escondido. Por que um casal deve viver essa intimidade a portas fechadas? Porque o momento é lindo demais para ser dividido, íntimo demais para ser partilhado e solene demais para ser vulgarizado. O casal está em íntima comunhão consigo, marido e mulher, daí a nudez total não só de tirar a roupa, mas de abrir o coração, porque Deus está presente.
É algo lindo, maravilhoso, mas o "encardido" espalhou que é feio e que precisa ser escondido. Começa a despertar malícia na criança, no adolescente, nas outras pessoas. Esse é, de fato, o objetivo do demônio: fazer com que o ser humano não se aceite no seu corpo. São João nos revela um critério de discernimento para saber se a pessoa tem ou não contaminação demoníaca. O demônio e qualquer espírito maligno jamais conseguem confessar que Jesus Cristo veio na carne, porque o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós para nos salvar. Ao fazer com que olhemos para a carne com uma ideia pecaminosa, com visão distorcida, o "encardido" está nos fazendo não aceitar a salvação. Por que a sexualidade torna-se fonte de tanto pecado? Porque ela está associada, e não há como a separar, ao mistério da salvação do ser humano.
O silêncio interior é, antes de tudo, o mais necessário e imprescindível para o ser humano
Muito me incomoda, em nossos tempos modernos, o barulho generalizado, ou seja, a falta de silêncio interior e exterior também para podermos rezar, tomar decisões, escutar a Deus, a si mesmo e aos outros. Outro dia, fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li, numa das colunas internas do santuário, o apelo: "Silêncio é também oração!". Parece que, diante de tudo que vivemos, é necessário falar o tempo todo. Pouco se faz silêncio. Um dos motivos, penso eu, é que, na verdade, nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos incomoda tanto.
É verdade que o silêncio é imprescindível para rezar, mas não só para isso. Para qualquer diálogo é preciso escutar, calar e ouvir o outro. Nós aprendemos a falar, porque escutamos nossos pais e irmãos falando e começamos a dizer as primeiras palavras. É necessário escutar bem para falar bem e na hora certa. É necessário ouvir para aprender. Silenciar para se ter coragem para reconhecer o homem interior. É uma viagem tão pequena a que se faz da mente ao coração, mas nós temos um medo muito grande de realizá-la, porque não sabemos o que vamos encontrar. Muitas vezes, porque o sabemos, não temos coragem de nos recolher no coração e nos deparar com alguns monstros bem conhecidos.
Existem alguns níveis de silêncio que fogem, muitas vezes, do padrão, pois esse estado não é somente ausência de barulho.
É verdade que o primeiro nível de silêncio é o exterior, que pode incomodar muito e interferir em nossa vida e saúde. "Sem recolhimento não há profundidade," e vivemos na superficialidade, fazendo muito barulho para não escutar os gritos do nosso interior. Exemplo disso é o barulho das grandes cidades, que hoje é um problema de saúde pública; por essa razão, há muitas famílias procurando residências afastadas dos grandes centros e mudando-se para sítios e cidades menores. A necessidade do silêncio para descansar o corpo e a alma.
O silêncio interior é, antes de tudo, o mais necessário e imprescindível para o ser humano, para o seu equilíbrio, para discernir e tomar decisões, para ouvir a sua consciência. Haverá momentos em que, mesmo em meio a muitas pessoas conversando, trabalhando ou até se divertindo, isso não vai nos incomodar, porque há silêncio interior dentro de nós. Por isso, a ausência de barulho interior, de agitação, de nervosismo e distração são essenciais para a vida de todo ser humano.
A paz é a mãe do silêncio interior
Este estado de espírito se desenvolve em nós quando construímos e temos a paz. Esta paz não é somente ausência de guerra, de confusão, de brigas; ela provém de um caminho de maturidade e equilíbrio que vamos fazendo em nossa vida, de escolhas, de pessoas que caminham conosco, pois o grupo ao qual nos associamos pode nos tirar ou nos dar a paz, e isso influencia diretamente em nosso interior, no silêncio ou no barulho e confusão que transmitimos. Daí nós nos tornamos promotores da paz ou da confusão, do silêncio ou do barulho.
"Shalom" é o nome da paz do Ressuscitado, uma paz completa que atinge o corpo e a alma de cada homem e mulher, que ultrapassa as condições externas e nasce de uma experiência interior, de uma coragem de encarar a vida e escutar as vozes de dentro e de fora. Jesus disse para os discípulos, com medo e escondidos: ""Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração"" (cf. Jo 14,27). Quando Deus visita o interior do nosso coração, nasce a paz, o silêncio e a coragem.
Por isso, silêncio não é somente uma questão de "PSIU"! E como é chato ter a necessidade de fazer, ver e ouvir alguém colocando o dedo indicador na boca e fazendo esse barulho "PSIU", que mais irrita do que resolve. O que resolve, na verdade, é a paz, o "Shalom", que é a mãe do silêncio interior a transbordar para nossa vida exterior.
Desejo para você a paz, para que possa ter silêncio e condições para decidir e viver melhor a vida! Se o silêncio é o porteiro da vida interior, façamos, com coragem, essa viagem preciosa ao mundo desconhecido de nossa alma: nossa consciência. Você verá que conhecendo sua consciência, encontrará mais surpresas agradáveis.
Convido você a rezar comigo essa oração a Virgem Mãe do Silêncio:
Oração: Virgem do Silêncio, Tu que ouve nossas vozes, ainda que não falemos, pois compreende no movimento de nossas mãos a linguagem de nossos corações. Não te pedimos, Senhora, que nos dê a voz e o ouvido para nossos corpos, mas sim que nos conceda entender a Palavra do teu Filho e o discernimento dos espíritos. Chegar a Ele com amor para salvação de nossas almas.
Queremos amar nosso silêncio para evitar a calúnia, o ódio e o pecado, e calando dar testemunho de nossa fé. Queremos oferecer-te o silêncio no qual vivemos para que todos te chamemos de Mãe e sejamos verdadeiros irmãos, sem ódios, nem rancores, como filhos teus. Pedimos que traduzas nosso arrependimento, nossas palavras quando não conseguimos expressar diante do teu Filho, na hora das decisões, da morte, para que na outra vida, possamos ouvir e falar cantando tua louvação por toda a eternidade. Amém.
""Sua mãe guardava todas estas coisas no coração"" (Lucas 2,51).
Reflita alguns ensinamento do Papa Francisco para a educação dos filhos
"… a casa não desabou, porque estava construída sobre a rocha" (Mt 7,25)
Quando o Papa Francisco esteve no Brasil, em 2012, ele usou uma expressão bem conhecida por nós: "Os filhos são a menina dos nossos olhos". O ditado popular aplica aos filhos a imagem da pupila dos olhos, considerada janela por onde a luz entra e possibilita a visão.
Fazemos tudo o que podemos para que nossos filhos cresçam alicerçados sobre uma base sólida, onde sejam capazes de construir a vida. É nossa responsabilidade garantir a eles segurança e educação, para que se tornem aquilo que podem ser. Buscamos transmitir valores duradouros, para que vivam a vida como ela merece ser vivida. Dessa maneira, garantiremos a eles um horizonte que corresponda à sede de felicidade autêntica, suscitando neles a criatividade do bem.
"…estava construída sobre a rocha" (Mt 7,26)
"O que vai ser de nós se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente?", continua o Santo Padre. Essas perguntas nos provocam sobre a formação que estamos oferecendo aos nossos filhos. Que valores estamos transmitindo a eles? Será que uma chuva passageira vai desfazer o que ensinamos? Os ventos contrários podem abalar nossos filhos? Proximidade, doçura e firmeza oferecidos em doses equilibradas permitem a transmissão da sabedoria.
Proximidade
Seja próximo dos filhos em seu crescimento: "Quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho; pai presente, sempre", ensina o Papa Francisco. Proporcionar que o filho sinta um afeto profundo e discreto é o que marca a proximidade dos pais. Talvez o filho não reconheça essa proximidade na adolescência e no início da juventude, mas, como o passar dos anos, o afeto que recebeu se tornará evidente em seus comportamentos e sentimentos.
É preciso encontrar as palavras certas para se fazer entender e aliviar o peso de inevitáveis incompreensões. Em certos casos, pai e mãe recorrem à sabedoria do coração para vigiar sobre os excessos de sentimento.
Firmeza
Muitas vezes, os pais precisam ensinar coisas que nem mesmo sabem, corrigir erros que os filhos não percebem. Acostumados com cumplicidade e proteção, nem sempre haverá compreensão dos filhos quando houver a necessidade de uma postura mais rigorosa e firme. Diante de um erro cometido, os pais deve corrigir os filhos com firmeza. Porém, é sabedoria saber perdoá-los de coração. "O pai que sabe corrigir sem degradar é o mesmo que sabe proteger sem se economizar. Uma vez ouvi um pai dizer: 'Algumas vezes, preciso bater um pouco nos filhos, mas nunca no rosto, para não os degradar'. Que bonito! Tem sentido de dignidade. Deve punir, faz isso de modo justo, e segue adiante", explica Francisco.
Antes de aprender falar, os filhos prestam atenção em tudo. É muito importante que eles vejam e percebam que o pai e mãe são apaixonados um pelo outro. "Que seja próximo à mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças".
Brinque
Uma das coisas que dou prioridade no dia a dia é brincar com meu menino. Aliás, a brincadeira é uma das mais importantes maneiras de possibilitar aos pequenos, que ainda não têm o domínio da linguagem, expressar seus sentimentos. Portanto, brincar é a linguagem das crianças, principalmente das pequenas. Na infância, o tempo livre que as crianças têm para brincar é muito mais importante do que as atividades acadêmicas. O valor de uma brincadeira não deve ser subestimado. Brincar é tão importante no desenvolvimento infantil, que é garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 13 de julho de 1990. Brincar é saudável, reduz o estresse e o risco de obesidade, desenvolve habilidades cognitivas, físicas e sociais.
Ser presente não é o mesmo que ser controlador. "Porque os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer", exorta Francisco. Assim como na Parábola do "Pai Misericordioso" (cfr Lc 15,11-32), os pais devem ser pacientes. "Tantas vezes não há outra coisa a fazer se não esperar, rezar e esperar com paciência, doçura, magnanimidade e misericórdia", ensina o Papa. É necessário dar espaço para que a nova geração realize a missão que só cabe a ela.
Importância dos irmãos
"E o fato de ter irmãos e irmãs é bom para você: os filhos e filhas de uma numerosa família são mais capazes de comunhão fraterna desde a infância. Em um mundo, muitas vezes, marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e partilha; e essas atitudes são, portanto, para o benefício de toda a sociedade. Obviamente, a família para viver esta sua vocação deve contar não só na 'aldeia' de seus amigos, mas com o apoio efetivo de políticas familiares e com a proximidade da comunidade eclesial", diz o Papa Francisco.
O clima de educação familiar aberta aos outros se torna uma grande escola de liberdade e paz. Na família, aprendemos com nossos irmãos como devemos viver na sociedade. "Talvez nem sempre sejamos conscientes disso, mas é justamente a família que introduz a fraternidade no mundo. A partir dessa primeira experiência de fraternidade, alimentada pelos afetos e pela educação familiar, o estilo de fraternidade se irradia como uma promessa sobre toda a sociedade e sobre relações entre os povos", enfatiza o Santo Padre.
Que herança vou deixar?
Para o pleno desenvolvimento das crianças, devemos "tutelar as condições materiais e imateriais". O pai que "reconhece ter transmitido ao filho um coração sábio" sente-se realizado. Realização não se alcança quando o pai repete no filho as coisas que ele diz e faz, mas quando é capaz de transmitir sabedoria. "Filho meu, se o teu coração for sábio, também o meu será cheio de alegria. Exultarei dentro de mim, quando os teus lábios disserem palavras retas", ensina a Palavra de Deus (cfr. Pv 23,15-16). Muitos se preocupam se deixarão uma boa herança. Papa Francisco afirma que um dos melhores patrimônios que se pode oferecer ao filho é a "atitude de sentir e agir, de falar e julgar com sabedoria e retidão", despertando neles "as melhores potencialidades, para que sejam sujeitos do próprio amanhã e corresponsáveis do destino de todos".
O canal de Formação do cancaonova.com entrevistou o cardiologista Dr. Rodrigo Caldas Hoelz sobre os mitos e verdade que envolvem a pressão arterial. Além de trazer as principais causas, sintomas e dicas sobre hipertensão.
Hipertensão arterial é uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressão nas artérias, o que faz com que o coração tenha de exercer um esforço maior do que o necessário para fazer circular o sangue pelos dos vasos sanguíneos. A pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica, referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica). Hipertensão, usualmente chamada de pressão alta, é ter a pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 14 por 9.
Quais os estágios da hipertensão?
Os fatores de risco
Estresse, obesidade, sedentarismo, história familiar direta de hipertensão, dieta rica em sódio e gorduras, ingestão exagerada de álcool e tabagismo.
Identificar a hipertensão
A hipertensão é, na maioria dos casos, uma doença silenciosa. Por isso, a melhor forma de diagnosticar a doença, no seu início, é frequentar seu médico regularmente.
Qual especialidade médica procurar e como é feito o diagnóstico?
Muitas especialidades tratam a hipertensão, sobretudo em seus estágios iniciais, mas o ideal é procurar um cardiologista. O diagnóstico é feito por um exame clínico detalhado, além de uma monitorização da pressão por um tempo, a fim de verificar como ela está se comportando. Por vezes, o médico pode lançar mão de exames complementares como a M.A.P.A. e o Teste Ergométrico.
Tratamentos e cuidados
As terapias medicamentosas são de diversos tipos. O tratamento é individualizado, pois nem sempre a medicação que funciona bem para um paciente, funciona bem em outro. Quanto mais cedo se diagnostica, menos medicações são necessárias. Muitas vezes, temos de lançar mão de associações de medicamentos para alcançar a estabilidade da pressão. É importante as pessoas saberem que, uma vez instalada, a hipertensão arterial não tem cura. O tratamento é para vida toda, por isso a medicação nunca deve ser diminuída ou retirada sem a orientação do médico.
Prevenções
– Aferir a pressão pelo menos uma vez por ano; – Praticar atividades físicas todos os dias; – Manter o peso ideal, evitando a obesidade; – Adotar alimentação saudável: pouco sal, sem frituras, mais frutas, verduras e legumes; – Reduzir o consumo de álcool. Se possível, não beber; – Abandonar o cigarro; – Evitar o estresse. Ter tempo para a família, os amigos e o lazer.
Quais os valores normais de pressão arterial de acordo com a idade?
Não existe valor ideal por idade para identificar a pressão arterial. É considerada pressão alta quando ela está acima de 14X9.
Mitos e verdades sobre a hipertensão
– Só idosos tem hipertensão?
Pressão alta é uma doença "democrática". Ataca homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas.
– Se a minha pressão é normal, não tenho hipertensão?
Somente a avaliação médica e uma monitorização da pressão por um tempo pode dizer se há hipertensão ou não.
– O estresse causa o aumento da pressão?
O estresse é um dos fatores de risco para hipertensão arterial.
– Tomar café aumenta a pressão?
O café induz pequena elevação da pressão em indivíduos que têm o hábito de consumir essa bebida. Estudos sugerem que o café pode ser consumido, desde que em quantidades moderadas. Em geral, considera-se que a ingestão de duas a três xícaras por dia seja segura, sem efeitos adversos para indivíduos saudáveis.
– Controlar o sal nos alimentos é importante para a luta contra a hipertensão?
Fundamental. A quantidade de sal recomendada para o consumo diário é de menos de 5g por dia, segundo a OMS. Para indivíduos hipertensos, o ideal são menos do que 3g. Sugere-se que as pessoas percam o hábito de ter o saleiro sempre à mesa e comecem a substituir o sal por temperos naturais, como cebola, alho, salsinha, cebolinha, orégano, hortelã, limão, manjericão, coentro, cominho entre outros.
– A pressão alta pode afetar os olhos, os rins e causar demência?
A pressão alta ataca os vasos, o coração, os rins e o cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados, podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.
Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina, que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso leva ao derrame cerebral ou AVC. Nos rins, podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o tratamento adequado, bem conduzido por médicos.
O verdadeiro amor é proposta, não imposição. Não é uma exigência de retorno e resultados
Vivemos um tempo em que a sociedade é extremamente utilitarista; em virtude disso, somos constantemente tentados a acreditar que bom e digno de ser amado é somente aquele que corresponde, com resultados, àquilo que desejamos.
O amor é uma doação, é um gastar-se gratuitamente pelo bem do outro, e, a partir do momento que se ama esperando algum resultado ou retorno, o princípio do amor é traído e este se torna inautêntico.
Amar é acreditar em alguém mesmo quando este não corresponde. É enxergar o que há de bom naquele que está imerso no mal, é ir além. Enfim, amar é seguir o exemplo da cruz. Jesus, ao ser crucificado, amou, perdoou e entregou-se por amor aos homens. Porém, a doação da cruz não foi uma troca. Cristo não morreu por nós impondo como condição nosso seguimento à vontade d''Ele; ao contrário, Ele primeiro se doou, depois propôs: ""Vem e segue-me"".
É proposta e não imposição. É um convite impresso na liberdade humana, e não uma exigência de retorno e resultados. O verdadeiro amor é entrega que não impõe condições, e, muitas vezes, é sacrifício.
Tal ideal não é fácil de ser vivenciado, principalmente em um mundo que nos leva a crer que somente aquilo que nos dá prazer e satisfação precisa ser buscado e desejado, somente o que satisfaz as nossas vontades e nos traz algum conforto. O que é uma imensa inverdade.
Amar da maneira de Jesus é heroísmo e, acima de tudo, uma decisão. Porém, não existe outra maneira: para amar de verdade é preciso olhar para a cruz.
Muitos dizem que amam alguém, porque este lhe faz bem ou por lhe proporcionar algum prazer, mas se essa interação for sustentada somente por isso, tais pessoas correm o risco de "se amarem" no outro, em vez de amá-lo sinceramente.
Mesmo diante de todas as dificuldades que comporta o amar, não existe outra força maior e com mais capacidade para transformar o ser humano que o amor.
O que atraiu e continua atraindo milhares de pessoas a Jesus é sua livre e total doação, que se resume no mais puro e concreto amor. É este sentimento que dá força e sentido para que o homem enfrente as lutas e dores próprias de sua condição.
O amor é uma verdade constante que potencializa e realiza o homem. Por este, vale a pena lutar, esperar e suportar as consequências dele, pois, "é perdendo que se ganha", "é dando que se recebe", "é morrendo que se vive…", e quem ama sempre vence!
A família precisa aprender a controlar os gastos para não pesar no orçamento
Começo de ano, sempre há muitas contas para pagar: despesas com a escola, com o carro, com as festas do fim de ano e tudo o que é típico dessa época. Problemas à vista? Não, caso você decida organizar suas finanças.
A melhor situação, nesse caso, quando falamos do orçamento familiar, é tratar do assunto em família. Em muitas casas, apenas o marido é responsável por trazer a renda para casa. Em outras, marido e mulher. Mas e os filhos? Onde entram nessa história? Entram exatamente na necessidade de participarem da vida financeira da família, ou seja, desde pequenos, eles podem aprender a poupar, especialmente saber usar bem o dinheiro.
Alguns passos são importantes para resolver questões financeiras em sua família. Vamos a eles:
1) A família precisa estar envolvida: saber o que gastar, como gastar, quais as prioridades (quitar o carro, a casa, pagar dívidas pendentes, economizar nos gastos dos passeios, optar por passeios mais baratos ou gratuitos ou mesmo privar-se de algumas coisas faz parte do que chamamos de educação financeira). Ao colocar a família participando, o assunto se torna mais coletivo e compromete a todos em busca de um objetivo comum.
2) O que tenho para pagar? Muitas vezes, as famílias estão com dívidas que são três, quatro ou mais vezes o valor do salário mensal. Logo, há muito mais gastos do que dinheiro para receber. Equilibrar essas despesas é muito importante. Você sabe o que tem para pagar? Tem ideia de quanto gasta no mês? Acha que as suas dívidas estão um pouco exageradas? Coloque tudo no papel. Na internet, você pode encontrar muitos modelos de planilhas ou aplicativos para seu celular, que ajudam você, de forma simples, a controlar tudo isso.
3) Procure eliminar as dívidas: avalie o que tem juros mais altos, se existem contas que podem ser negociadas, procure comprar à vista e pedir desconto (as lojas têm concedido descontos de até 10 ou 12 % quando se opta pelo pagamento à vista, em dinheiro ou cartão de débito). Tem pago apenas o mínimo da fatura do cartão de crédito? Procure fazer um esforço, pois os juros são altíssimos e, quando acumulados, aumentam muito seu débito.
4) Faça uma reserva financeira: faça o propósito de guardar parte do seu salário por mês. Assim, você se previne para situações de risco ou mesmo emergências em saúde ou desemprego.
5) Cuidado com o dinheiro que "escorre pelo ralo": pequenas despesas, presentes, aquele jantar extra, aquela compra que você caracteriza como "eu mereço, porque…" podem desequilibrar seu orçamento. É claro que podemos ter tais atitudes, mas se já existe um desequilíbrio nas suas contas, vale a pena pensar num presente alternativo, em algo que você sabe fazer ou evitar tais despesas para uma tranquilidade posterior.
6) Não encare isso como um sofrimento: estudos revelam que 15% dos trabalhadores sofrem estresse por problemas na forma de usar seu dinheiro. Logo, se há estresse nesta área, é porque as finanças não foram bem trabalhadas e os problemas tendem a aumentar. Se houver um sacrifício hoje, haverá paz amanhã, e isso, certamente, valerá muito a pena.
Que essas dicas possam ajudar você e sua família. Tenha tranquilidade para falar sobre esse assunto com a sua família. Vamos conversar mais sobre isso?
Não com a força, não com a fúria, mas com o amor e o perdão, é assim que venceremos
Certa vez, disse para uma amiga: "Não desista de viver a bondade!" Passaram-se anos e há poucos dias ela me disse: "Nunca mais esqueci suas palavras e tenho deixado-me conduzir por elas, as quais permanecem como eco em minha memória".
A princípio, fiquei somente surpresa por ela ter se recordado tão vivamente do conselho, mas depois percebi que era mais que isso. Em suas palavras, percebi o Senhor atualizando o recado também para minha vida.
Em um mundo no qual se coloca em evidência aquilo que não é bom, se não estivermos alicerçados em princípios de fé e esperança, correremos o risco de nos deixar levar pela maldade e agir pela força dos argumentos da razão, desistindo facilmente de ser bons.
Hoje falei sobre isso em um dos programas que apresento na Rádio Canção Nova e resolvi ampliar a partilha na intenção de que ela chegue ao seu coração. Eu acredito no poder da bondade! Posso dizer, por experiência própria, que o amor é mais forte do que o poder do mal.
Existe uma fábula atribuída a Esopo que pode ilustrar essa partilha e eu a apresento aqui:
"Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte. O vento disse: – Provarei que sou o mais forte. Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço? Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você. O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem. O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava, mais a mulher segurava o lenço junto a si. Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar. Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher. Com este gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço. O sol disse, então, ao vento: – Lembre-se disso: A gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força".
Dando a vitória à bondade
Acredito que, com essa narrativa, Deus está nos dando hoje a direção para vencermos os obstáculos de nossa vida. Não com a força, não com a fúria, mas com a gentileza, com o sorriso, com a bondade, com a paciência, com o amor e o perdão, é assim que venceremos!
Não sei em qual etapa da vida você se encontra, quais são os desafios que tem enfrentado, mas acredito que Jesus, o "Homem bom por excelência, pode e quer nos ajudar a darmos uma resposta diferente, fazendo opção pela bondade. A Palavra do Senhor diz: "Não pela força, nem pela violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos […]" (Zacarias 4,1-10).
E o Espírito de Deus nos conduz somente àquilo que é bom, justo e nobre.
Que tenhamos a coragem e a disposição para expressar a bondade que está em nós e pode chegar a muitos corações a partir da nossa decisão e coragem de ser um pouco melhores a cada dia. Eu estou tentando. E você?
Busquemos juntos, neste dia, dar a vitória à bondade. A força dessa virtude, passando por nossos pequenos gestos, pode fazer grande diferença.
Ironi Spuldaro explica a importância de termos uma vida de oração e fé
Fé não é mágica nem sentimento, mas adesão. Para vivê-la, precisamos saber em quem estamos confiando e conhecer aquele em quem estamos depositando nossa confiança. Pela vida de oração e pelo conhecimento das coisas de Deus é possível conhecê-Lo, também por meio de uma intimidade com Ele e uma vida sacramental, além de jejum, práticas espirituais, conhecimento e leitura orante da Palavra.
Quanto mais conhecemos Deus, quanto mais mergulhamos na vida de oração, na experiência da adoração, jejum, mortificação e combate espiritual, maior será a ação d'Ele em nossa vida, e muito maior nossa sede e busca pelas coisas do Alto. Assim, certamente progrediremos na fé.
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Nós não precisamos procurar ser perfeitos para caminhar na fé
Em Gênesis 17, Deus vai dizer a Abrão: "Não busque a perfeição, mas caminhe na minha presença e eu te aperfeiçoarei a cada passo que você der".
"Deus não veio para os sadios", também diz a Palavra, mas para os enfermos e doentes, seja espiritual ou fisicamente. É nesse caminhar e no progredir na busca pelas coisas do Alto que vamos aprender a crescer na fé e perceber a manifestação e o agir de Deus em nossa vida, na vida de nossa família e no dia a dia.
O poder da fé
A Palavra de Deus vai nos ensinar que pela fé tudo é possível. Foi por meio dela que Abrão se tornou pai, Moisés tocou no mar e este se abriu. Pela fé, Davi lançou a pedra e derrubou o gigante Golias. A fé pode transformar a vida da pessoa e pode mudar o coração mais duro e petrificado, que foi congelado pela ignorância ou até mesmo pela falta de experiência do amor de Deus. A fé muda a pessoa de um modo geral e a leva a transformar a humanidade, além de se tornar um testemunho de Jesus Cristo.
A fé pode mudar a vida de todo homem e de toda mulher a partir de um testemunho de uma pessoa. Deus pode curar, acredite, porque a fé gera em nós um poder sobrenatural como sinais de prodígios e milagres.
Como perseverar na fé?
Reflitamos com a vida dos santos, olhemos as perseguições que eles passaram, as doenças que enfrentaram, a fúria de satanás que se levantou na vida deles e as noites escuras que travaram, mas permaneceram firmes. Portanto, permaneçamos firmes na fé, façamos com que a nossa vida seja alimentada também pela vida daqueles que nos antecederam e tornaram-se força viva do Evangelho no meio de nós.
Veja o que viveu São Francisco, a beata Helena Guerra, Santo Padre Pio, Santa Gema Gualgona, Santa Teresa D'Ávila e todos os outros santos e santas que, com a sua perseverança, tornaram-se para nós um modelo de vida em Cristo.
Alimentemos nossa fé
Umas das maneiras de alimentarmos nossa fé é vivermos cada dia com intensidade, é a experiência do batismo no Espírito, que nos convence do pecado e nos leva a fazer coisas maiores do que aquelas que Deus fez. É a promessa de Jesus: recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas.
É impossível alimentar a fé e a experiência de Deus em nós sem o batismo no Espírito, sem os exercícios dos carismas, sem a entrega e a total submissão e escravidão ao Espírito Santo. Quanto mais nos aproximarmos do Espírito Santo, mais sadios, fortificados e alimentados na fé seremos.
É o Espírito Santo que nos faz buscar as coisas do Alto. Quanto mais a Ele estivermos ligados, muito mais dependentes d'Ele seremos. Quanto mais nos entregarmos ao Espírito Santo, mais livres nos tornaremos das coisas do mundo, dos apetites da carne, das vaidades, dos vícios, de uma sexualidade desordenada e de um caminho de perdição.
Alimentar a fé é ser possuído, todos os dias, plenamente, pelo Espírito Santo, para sermos livres de toda possessão do mal.
Tenha o Espírito Santo próximo de ti
Não podemos nem queremos deixar de acordar sem dizer: "Bom dia, Espírito Santo! O que vamos fazer juntos hoje?". Nem podemos dormir a noite sem dizer: "Perdão, Espírito Santo, por aquilo que eu fiz sem O consultar". Uma pessoa que quer viver uma fé saudável, estruturada, alimentada pela graça de Deus tem de ser possuída pelo Paráclito.
Invoquemos o Espírito Santo e alimentemos nossa fé, diariamente, pois Ele tem o poder de abater a fúria de satanás, que vai tornando nossa fé anêmica. Ao nos alimentarmos pelo Espírito, mais sólidos na fé, mais livres de tudo aquilo que é mundano e de tudo o que é desprezível aos olhos de Deus e aos nossos olhos nos tornaremos. Portanto, vivamos uma dependência e uma submissão de escravidão total ao Espírito Santo, pois sem Ele não podemos fazer nada de bom.
O Espírito Santo é para nossa alma aquilo que a nossa alma é para o nosso corpo. Se quisermos ter uma fé estruturada, fortificada, precisamos ter a experiência de uma alma mergulhada no "Rio de Água Viva do Espírito Santo".
Viva a fé diante dos obstáculos
É impossível viver a fé sem a cruz. Quem busca Cristo sem cruz vai viver uma cruz sem Cristo. É preciso na cruz buscar a Deus para não desistir e não desanimar.
Se você quer perseverar na fé, se quer ter uma fé firme e inabalável, olhe para a cruz com Cristo e a abrace. Não fique criando cruz nem se autoflagelando ou tornando-se vítima diante dos fatos, mas abrace a cruz com Cristo. A cruz de Cristo é redentora, libertadora, transformadora e nos levará a viver o céu neste mundo.
Busquemos com Cristo a glória plena do Pai e, em todas as circunstâncias, oremos pelo Espírito, apresentando-nos a Deus, dizendo-Lhe as nossas preocupações mediante súplica e ações de graça. Assim, a paz se manifestará com graças, sinais, prodígios e milagres, até alcançarmos a maturidade de São Paulo e nos tornarmos homens e mulheres adultos na fé.
Se não tivéssemos aprendido um pouco sobre a metamorfose das borboletas, sequer poderíamos imaginar que o mesmo inseto que esvoaça entre flores tenha sido uma asquerosa lagarta, a qual, semanas antes, estava rastejando pelo mesmo jardim. Foram necessários interesse e maturidade para estudar o delicado comportamento dessas lagartas; do contrário, teríamos nos empenhado no extermínio daquelas devoradoras de plantas e erradicaríamos da natureza a beleza colorida que vivifica os bosques. Uma dedicação semelhante se faz necessária para cada um de nós quando a questão é relacionamento.
Como seria fácil se, para o nosso convívio diário, – diante das divergências e na tentativa de convencer alguém sobre uma determinada opinião,– pudéssemos inserir um cartão de memória pré-programada para obter os resultados esperados, como fazemos em máquinas. Ou ainda, não estando satisfeitos com as atitudes e procedimentos de alguém, simplesmente cortássemos o contato com ele, como podamos os ramos de uma árvore em nosso jardim.
Não sufocar os relacionamentos
Por diversas vezes, já tivemos vontade de "abrir" a cabeça de alguém e fazer com que ele entendesse o nosso pensamento, para que vivesse nossa vontade. Entretanto, bem sabemos que, diante de tais desafios, muitas vezes, tomamos atitudes enérgicas, apoiadas em nosso autoritarismo. Se assim agirmos, estaremos sufocando a "metamorfose" na vida daqueles que ainda precisarão atingir o próprio amadurecimento, tal como ocorre com as borboletas.
Quem se abre aos relacionamentos deverá estar sempre disposto a resgatar a saúde do convívio, mesmo quando inúmeras situações indicarem a facilidade da fuga como válvula de escape. É verdade que somente nos desentendemos com aqueles com os quais realmente convivemos e, de maneira especial, quando as coisas não vêm ao encontro das nossas cômodas intenções. Muitas vezes, preferiríamos viver numa ilha, isolados de tudo e de todos, especialmente quando experimentamos as asperezas dos desentendimentos, comuns e pertinentes nos relacionamentos. Em outras ocasiões, surge até o desejo de pegar um dos nossos amigos pelo pescoço, chacoalhá-lo e jogá-lo contra a parede. Certamente, tal vontade tem de ser controlada, já que esses sentimentos tendem a desaparecer com a mesma velocidade com que emergiram no calor dos ânimos exaltados.
Rumo a maturidade
Contudo, a lição proposta pela vida é a de sempre conquistarmos alguns passos à frente na caminhada que estamos trilhando rumo à maturidade. Mas como fazer com que um infortúnio se torne uma história de superação? Sem culpar pessoas ou acontecimentos, passemos a considerar as consequências do impasse que estamos enfrentando. Sem parar na dificuldade, busquemos as possíveis soluções ao nosso alcance. Pois, assim como o rochedo desafia um alpinista, as nossas diferenças permanecerão imóveis até que nos coloquemos em ação para superá-las.
Tal como as ondas do mar roubam as areias sob os nossos pés, as desavenças, impaciências, irritações e invejas solapam os alicerces das nossas amizades. Penso não existir coisa mais descabida numa relação pessoal do que o ato de "dar um gelo", ou como alguns preferem dizer, "matar fulano no coração", ou seja, esquecê-lo. Ignorar, mudar de calçada ou desconsiderar a presença de alguém, que antes fazia parte de nosso círculo de amizade, faz com que retrocedamos ao tamanho das picuinhas dos seres mais ínfimos que podemos imaginar. Seríamos injustos se comparássemos tais atitudes ao comportamento infantil, pois, na pureza peculiar das crianças, sabemos que logo após seus acessos de raiva, estas instantaneamente voltam à amizade sem nenhum ressentimento ou mágoa.
Pelos motivos acima apontados, muitas vezes, ferimos os sentimentos daqueles com quem convivemos; talvez, na mesma intensidade de uma agressão física.
Para nós adultos, reviver a aproximação com alguém que tenha nos ferido não é uma atitude fácil. Ninguém é superior o bastante para estar livre dos erros e deslizes em seus relacionamentos. Podemos ser vítimas, também, de nossos próprios ataques que, refletidos em atos potencializados pela ira, descontentamento ou ciúme, tenham decepcionado um amigo com nossas grosserias ou indiferenças. O restabelecimento desses abalos em nossas relações, ainda que não seja algo fácil, poderá ser possível ao tomarmos a iniciativa da reaproximação, por exemplo, a partir das atividades ou coisas que eram vividas em comum.
"Atire a primeira pedra aquele que nunca errou". Assim, ao nos colocarmos na mesma condição, – sujeitos aos mesmos erros, – justificaremos a atitude do destrato sofrido não como sendo um comportamento próprio do nosso amigo, mas como resultado de uma faceta ainda desconhecida dentro do nosso convívio, a qual precisará ser trabalhada.
Expectativa e frustração são frutos de experiências vividas, por isso é preciso aprender com elas
Lidar com a frustração é definitivamente uma tarefa difícil, mas pode trazer benefícios e crescimento emocional, dependendo da forma como a encaramos. Parar no negativo não é a melhor escolha, até porque já está provado que o que alimenta a frustração e aumenta o tamanho da dor são os pensamentos negativos, pois eles alteram o humor e até mesmo o comportamento da pessoa, podendo leva-lá a assumir uma atitude de derrota com frases como: "Nada dá certo para mim" ou "Eu sou um fracasso". Porém, como nem tudo o que pensamos está de acordo com a realidade, principalmente nessa hora é importante questionar os pensamentos e enfrentar a frustração, por exemplo, com uma releitura do acontecimento, dando importância ao que realmente vale a pena.
No meu caso, já passei e passo por diversas experiências de expectativas frustradas e tenho aprendido a superá-las, acima de tudo, com a graça de Deus e por meio da oração. Posso partilhar, por exemplo, uma situação que até relato no meu livro – 'Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar' –, com relação à celebração das bodas de 50 anos de casamento de meus pais.
Minha família e eu vínhamos alimentando, há algum tempo, a expectativa de fazermos uma celebração em comemoração às bodas. Porém, antes da data marcada, meu pai faleceu, e tudo o que havíamos planejado perdeu o sentido. É claro que sofri, chorei e senti-me desapontada, mas procurei discernir o que poderia aprender com aquele acontecimento. Fui percebendo, com o tempo, que era mais importante eu ter a lembrança de um bom pai conservada em minha memória do que festejar suas bodas. Esse pensamento deu um novo sentido para o fato, e, aos poucos, a gratidão foi ocupando o lugar da dor. Não se trata simplesmente de pensar de forma positiva ou fugir da realidade. É procurar ver as coisas do ponto de vista de Deus e pedir que Ele mostre como uma circunstância aparentemente negativa pode, na verdade, trazer-nos algo de bom, inclusive uma nova maneira de ver a vida.
Aprendendo a lidar com as expectativas e frustrações
É claro que cada pessoa aprende a lidar com expectativas e frustrações vivendo suas próprias experiências. E é por isso que não existe uma receita pronta, que funcione com todo mundo.
Em geral, acredito que a dificuldade ou não em lidar com a frustração seja um reflexo da maneira como lidamos com a vida. Alguém que foi criado em um ambiente onde seus desejos eram sempre atendidos, e nunca assumia as consequências de suas ações, provavelmente será um adulto que não saberá lidar com um 'não', muito menos com as expectativas frustradas. Essa pessoa terá forte tendência a ser intolerante e até a produzir conflitos em seus relacionamentos, exatamente pela necessidade em ser sempre aprovado, ou ainda, passar a vida inteira estressado, tentando evitar a frustração, mas não existe uma forma de evitá-la completamente. As expectativas são realidades inerentes à vida, somente quando aceitarmos conviver com elas, mesmo correndo o risco de nos depararmos com a frustração, é que conseguiremos viver plenamente.
Já ouvi, por exemplo, alguém dizer: "Não vou criar expectativas para não me frustrar". Essa atitude é, de certa forma, uma defesa, mas aceitar a possibilidade de frustração não é, na verdade, uma expectativa? E mais: quem procura evitar frustrações limita suas experiências e oportunidades de conquistas, sentindo-se, em todo caso, frustrado no final. É o mesmo que dizer: "não vou amar para não sofrer" e passar a vida sofrendo por causa da solidão.
A meu ver, a grande questão é justamente descobrirmos qual é o verdadeiro sentido da nossa vida. Se já sabemos, por exemplo, que viemos a este mundo para fazer o bem, amar e sermos amados, a primeira providência que tomaremos diante da frustração será confiar no amor de Deus e nos abandonarmos n'Ele, mesmo em meio à dor. Até porque, ao fazermos essa experiência, vamos perceber que nosso passado está na misericórdia de Deus, nosso futuro na Divina Providência. Já o presente está em nossas mãos e podemos escolher vivê-lo com sentido, gratidão e alegria, certos de que Deus vê além e tem sempre o melhor para cada um de nós.
Faça uma reflexão sobre o que a Igreja diz sobre o purgatório
É frequente rezar, especialmente neste mês de novembro, pelas "almas do purgatório". Mas o que é o purgatório?
Nós lemos, no Evangelho de Mateus, que um fariseu fez a seguinte pergunta a Jesus: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?".
Jesus respondeu: "Amarás ao Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. E segundo é-lhe semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22,35-39).
Vamos refletir sobre essa resposta e nos perguntar com sinceridade: quem de nós ama a Deus com todo o coração, alma e mente? Quem de nós ama o próximo como a si mesmo? No primeiro domingo de novembro, a Igreja, no Brasil, celebra a festa de todos os santos e, continuamente, apresenta-nos uns "modelos" daqueles que, de verdade, amaram a Deus e ao próximo "com toda a sua vida".
Nós, humildemente, olhamos para esses modelos e precisamos confessar: eu não amo a Deus como um São Francisco, uma Santa Clara, um Santo Afonso, um S. João XXIII, uma Madre Paulina, um Padre Vítor Coelho de Almeida; ou como muitos outros cristãos pouco conhecidos, mas que deram um extraordinário exemplo de fé e amor.
Nosso amor a Deus e ao próximo, frequentemente, fica misturado com egoísmo, com vaidade, presunção, negligência, falta de delicadeza, instabilidade e "pouca fé".
O que diz o Catecismo da Igreja Católica?
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina a distinguir entre pecado mortal e pecado venial (N. 1855-1856). Na primeira situação, o ser humano teve um comportamento tão grave, que rompeu sua ligação mais profunda, tanto com Deus quanto com o próximo. No segundo caso, essa ligação permanece, mas não é perfeita.
O que acontece quando o homem chega ao fim da sua vida e deve entrar em contato com o Deus totalmente santo? Com Deus ninguém convive se não for totalmente d'Ele. Diz o livro do Apocalipse (21,27) que, no céu, na "cidade santa", na "nova Jerusalém… não entrará nada de impuro".
É aqui que reside o lugar teológico do purgatório. O purgatório significa, pois, a graciosa possibilidade que Deus concede ao homem de poder e dever, na morte, amadurecer radicalmente. O purgatório é esse processo doloroso, como todos os processos de ascensão e educação, no qual o homem, na morte, atualiza todas as suas possibilidades, purifica-se (daí o termo "purgatório") de todos os limites, fruto da própria história de pecado, de maus hábitos adquiridos ao longo da vida.
São Pedro, na sua primeira carta (1,14-16) escreve: "Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos que tínheis no tempo da vossa ignorância; mas, assim como aquele que vos chamou é santo, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito 'Sereis santos porque eu sou santo' (Levítico 11,44)".
Como não lembrar a outra palavra que lemos em Mateus 5,48: "Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste?".
Deus nos pede a perfeição, ele nos quer perfeitos e, por meio da Sua graça, que sempre nos acompanha nesta e na outra vida, ele nos transforma de imperfeitos em perfeitos. Essa graça, na vida presente, é oferecida à nossa "liberdade". O homem pode dizer a Deus um 'não' definitivo ou 'sim', mas não de uma maneira perfeita. Então, a sua graça nos acompanha até o momento em que esse 'sim' se tornará perfeito: e se isso não acontece antes da nossa morte, acontecerá depois dela, para aqueles que escolheram amar a Deus e ao próximo, mas não chegaram a fazê-lo "com todo o coração". Eis o "lugar", ou melhor, o "estado", a "situação" do Purgatório.
Por que purgatório?
A essa altura, pode-se perguntar quando, na história e na doutrina da Igreja, fala-se do purgatório.
Na antiga Igreja, a ideia do purgatório se desenvolveu em relação à prática penitencial. De fato, se por um lado Jesus concedeu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados (cf. João, 20,22-23), por outro, a Igreja organizou sua "prática penitencial" de maneira diferente, em épocas diferentes. Hoje, temos a modalidade do sacramento da "confissão", mas, desde o início até o século VI, houve a modalidade da penitência pública, concedida uma vez na vida e reservada para os pecados mais graves e públicos, caracterizada por um longo (de anos) e difícil caminho de expiação, que se concluía com uma reconciliação eclesial, por meio do bispo. Reinava, então, a insegurança quanto ao batizado que houvesse cometido um pecado mortal e em consequência se achasse excluído da vida comunitária da Igreja, se estava suficientemente purificado e havia feito suficiente penitência para poder ser admitido novamente na Celebração Eucarística. E, em suas dúvidas, as autoridades eclesiásticas se decidiam a conceder a reconciliação, que, às vezes, parecia demasiado prematura, movidas pelo pensamento de que, além da morte, existe uma possibilidade de purificação ou reconciliação. Quem mais difundiu a doutrina do purgatório foi o Papa Gregório Magno (papa desde o ano de 590 até 604).
A convicção eclesiástica criou diversas formas de expressão na liturgia. Já no século II, atesta-se uma oração pelos falecidos. Desde o século III, existe o costume de orar por eles durante a Celebração da Eucaristia.
A Igreja Católica ensinou explicitamente a existência do purgatório no Segundo Concílio de Lião (1274), no Concílio de Florença (1439) e no Concílio de Trento (1545-1563).
O que fazer para não passar pelo purgatório?
Diante desse ensinamento da Igreja, vamos agora nos perguntar: "O que vamos fazer para "evitar" o purgatório ou para chegarmos no fim da vida mais "purificados" do que estamos agora?
"Viver é aprender", diz o provérbio. Temos a vida toda para aprender a "amar a Deus de todo o coração e amar o próximo como a nós mesmos". Nessa caminhada, fazemos também a experiência do pecado, mais ou menos grave. Não podemos, então, esquecer o significado da palavra Evangelho. Essa importante palavra vem do grego e se traduz como "boa nova", "bela notícia". Qual é a "bela notícia"? Ei-la: Deus é misericórdia, Deus é graça, Deus perdoa, Deus é como o Pai do Filho Pródigo. Manifestou esse amor dando-nos seu Filho, Jesus, nosso Salvador, que deu a vida por nós, que nos salvou através da sua morte – ressurreição e do dom do Espírito Santo. Naturalmente, o homem tem que fazer a sua parte, acreditando neste amor e convertendo-se.
Falamos que a Igreja é santa e pecadora ao mesmo tempo. Trata-se, para todos nós, de uma luta contínua entre o pecado e a graça. Vamos, aos poucos, aprender a "viver como Jesus viveu". É um processo educacional: os que mais aprendem, às vezes, depois de uma experiência de pecado, chegam no fim da vida "purificados", "prontos" para "ver a Deus face a face". Os que escolheram a Deus de verdade, mas que ainda não se aperfeiçoaram de maneira completa, na morte irão completar este "processo de conversão": eis o "purgatório".
Quanto vai durar? Depois da morte vamos ficar sem relógio. No fundo, é ridículo falar de 100 anos ou de mil anos de purgatório. Entramos no mistério da vida após a morte. Só Deus sabe.
Em suma, somos chamados, desde já, a percorrer o caminho da santidade. Não vamos esquecer que, no Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja falou da "Vocação universal à santidade" (cf. Documento sobre a Igreja, Lumen Gentium, n. 39-42). Todos os cristãos são chamados a ser santos, naturalmente dentro da específica vocação de cada um. Por fim, lembramos que, no Dia de Finados, reza-se especialmente pelos mortos, visitam-se os cemitérios. A que se devem essas práticas? São válidas?
A oração pelos mortos têm raízes já na crença dos próprios judeus, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus (II século antes de Cristo). Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então, Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. O autor sagrado louva a ação de Judas nestes termos: "Se ele não esperasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. E acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente. Era este um pensamento santo e piedoso. Por isso, pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas". (2 Mac 12,44-46)
Nesse caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé.
No Credo, nós cristão professamos a fé na "comunhão dos santos". O que significa isso?
Procuramos a resposta no Catecismo da Igreja Católica, que assim se expressa: "A expressão comunhão dos santos designa, em primeiro lugar, as coisas santas e, antes de mais, a Eucaristia, pela qual 'é representada e se realiza a unidade dos fiéis que constituem um só Corpo em Cristo'. Esse termo também designa a comunhão das pessoas santas em Cristo, que 'morreu por todos', de modo que o que cada um faz ou sofre por Cristo e em Cristo reverte em proveito de todos. Nós cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo: dos que peregrinam na terra, dos defuntos que estão levando a cabo a sua purificação e dos bem-aventurados do céu: formam todos uma só Igreja; e cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deus e dos seus santos está sempre atento às nossas orações." (N. 960-962).
Então, visitando os cemitérios e rezando pelos falecidos manifestamos a fé na "comunhão dos santos"; e, acima de tudo, manifestamos a fé na ressurreição dos mortos. A esse respeito, gostaria de concluir com as belíssimas palavras do Apóstolo Paulo, que encontramos na Primeira Carta aos Tessalonicenses (4, 13-18).
"Não queremos, irmãos, que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para não vos entristecerdes como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus levará por Jesus e com Jesus os que morrem nele. Seremos arrebatados juntamente com eles (quer dizer, com os que já morreram) sobre as nuvens; iremos ao encontro do Senhor nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos portanto com estas palavras".
Vamos, então, visitar os cemitérios e rezar pelos falecidos; essas práticas são validas, pois nascem da nossa fé e a alimentam.
As festas de Natal chegaram! Mas como presentear diante da crise que vivemos?
Olimpíadas, impeachment, Zika vírus, manifestações de rua, lava-jato… Foram vários os temas que marcaram o cotidiano dos brasileiros neste ano. Dentre tantos acontecimentos, talvez a crise financeira tenha sido a que mais repercutiu na vida do povo em 2016.
A palavra "crise" foi argumento para que os muitos planos, projetos e possibilidades das pessoas e empresas fossem cancelados ou pelo menos adiados. Porém, com o fim de ano chegando, não tem jeito, mesmo com a crise, chega a hora de presentear! Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
O presente não deve ser o sentido e a finalidade das festas, mas a tradição (ou o inconsciente coletivo) interpreta que o presente, ainda que seja simples, parece materializar o bem que temos no coração e que desejamos ao outro, não é mesmo?
Dicas para não deixar de presentear
A grana está curta? As contas de janeiro já mandam lembranças? Então, quero lhe dar dez dicas de como presentear em tempos de crise, para que seu amor e consideração não "passe em branco", mas também que a alegria que você proporciona aos outros no fim de ano não se transforme em dor de cabeça, por causa de despesas fora de controle. Vamos lá:
Planejamento
Estipule quanto vai gastar com presentes. Faça uma lista das pessoas que você quer presentear e o quanto pretende gastar com cada uma.
Prefira pagamento à vista
As vantagens do pagamento à vista são duas: poder de negociação e possibilidade de não criar dívidas futuras. Se não conseguir quitar no ato, evite parcelamentos longos. No caso de compras pela internet, geralmente existe a opção de pagar ainda um pouco menos, como o boleto, por exemplo.
Pesquise preços
Tenha, pelo menos, três orçamentos do mesmo item. A partir disso, negocie, peça descontos, faça valer seu dinheiro. Visite lojas físicas, mas não se esqueça de procurar o melhor preço também na internet; e claro, desconfie de preços muito abaixo, fora do padrão de custo do item, e prefira sites com credibilidade.
Não deixe para última hora
Se, depois das festas, o que sobra no estoque tende a fazer cair um pouco os preços, nos dias que antecedem o Natal e Ano Novo pode ser que os lojistas aproveitam para ganhar um pouquinho mais, subindo as margens de lucro, quando a procura é maior; afinal, eles têm que pagar décimo terceiro e, talvez, um bônus aos funcionários.
Quanto mais tempo você tiver para pesquisar e ver opções de presentes, com calma, maior será a chance de fazer um bom negócio.
Por que não comprar parte dos presentes durante o ano? Aproveite as promoções que encontrar meses antes.
Seja criativo
Há bastante coisas interessantes para quem procura bem. Lembranças simples, mas que trazem algo de inédito, geralmente agradam e podem custar pouco. Um exemplo são as camisetas com frases de humor, os objetos ilustrados com tema da profissão ou do hobby da pessoa a ser presenteada.
Ainda há a opção de fazer você mesmo
Se você tem alguma habilidade com trabalhos manuais ou uma ideia de presente caseiro, compre a matéria-prima e confeccione você. Exemplo: uma blusa de tricô, uma caneca personalizada, um mural de recados, álbum de fotografias.
Presente tamanho família
Para uma família ou grupo de pessoas, você pode dar um só presente que todos possam usar.
Amigo secreto
Em vez de presentear cada um dos companheiros no trabalho, entre amigos de classe, grupo do futebol, promova um amigo secreto.
Use pontos
Bônus ou qualquer tipo de pontuação que você tenha em programas de fidelidade. Isso pode ajudar a desembolsar menos nos itens que você escolher para presentear.
Vale-presente
É um cartão que você paga na loja, leva a pessoa que quer presentear e ela vai retirar o que quiser dentro do limite pago por você. A opção do vale-presente, além de não deixar você errar o gosto do agraciado, proporciona que você não ultrapasse o valor estipulado em seu planejamento.
Dialogue com o familiar
No caso das pessoas mais próximas, que lhe pedem o que querem ganhar, como o cônjuge e os filhos, se o presente dos sonhos não corresponde à sua realidade de hoje, você pode fazer acordos sobre o que é o presente possível. Tem de ser algo que caiba no seu bolso, os desejos ficam como segundo critério.
Não leve as crianças na hora da compra. O poder de persuasão delas e o encantamento numa loja de brinquedos pode fazer você gastar mais.
Enfim, quando sabemos o verdadeiro significado do Natal, e nas confraternizações de fim de ano privilegiamos a amizade e o amor com as pessoas, o presente tem um valor muito maior que o seu custo financeiro. Ainda que estejamos numa crise, se você puder, vale a pena presentear quem compartilha as alegria e os desafios com você.
Boas festas! Deus o abençoe!