Tudo o que é novidade causa estranheza e algumas polêmicas. Com o jogo Pokémon GO não poderia ser diferente! Já temos pronunciamentos de bispos contra e a favor nos Estados Unidos; já temos algumas igrejas americanas, aproveitando-se do fato de que se tornaram "pokéstops", para evangelizar a garotada. Sem querer dar uma palavra final no assunto, listo os meus seis motivos para ter me tornado um caçador de Pokémons.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
1 – Pode ser uma atividade em família!
Com três filhas para criar, eu e minha esposa sempre priorizamos as atividades em família como forma de educação. Almoços e jantares diários juntos, um dia especial com filme e pipoca, momento da leitura e passeios em família. Hoje, como as três são adolescentes, tudo ficou um pouco mais difícil (por que será?!), e o fato de eu ser o único homem da casa não colabora muito para interesses comuns. Pokémon GO tornou-se uma forma de estarmos juntos numa mesma atividade que interessa a elas; afinal, rugby, futebol americano e latim (minhas propostas muito mais construtivas) não estavam sendo bem aceitas em casa.
2 – Você determina os horários
Se eu e minha esposa estamos juntos na brincadeira, os horários passam a ser compartilhados. Assim, há hora certa para jogar e evitamos o primeiro grande problema com "febres" da moda: tomar conta da vida da pessoa. Assim, vale uma passada no pokéstop antes e depois da Missa aos domingos, mas, durante a celebração, celulares ficam desligados. Na semana, também existe espaço para tudo que existia na vida delas e na nossa. Se estamos juntos, ajudamos a determinar horários e locais corretos para ir e estar.
3 – Seu filho não anda sozinho
Há pessoas ganhando dinheiro para escoltar crianças, de forma segura, em parques e pokéstops. Ótima oportunidade para quem está desempregado! Mas não preciso contratar um pai de aluguel para minhas filhas, graças a Deus! Assim, elas não andam por aí sozinhas, não ficamos preocupados com sua localização e como alguns pais que temos encontrado pelo caminho, somente acompanhando o jogo do filho com cara de "quando essa tortura vai acabar? Quero ir para casa!".
4 – Cuidamos da saúde!
Depois de cinco meses de completa inatividade física, andei 20 quilômetros em 4 dias! O melhor de tudo: nem senti. Pokémon GO tornou-se uma excelente maneira de retomar a forma sem perceber. No entanto, prepare-se para a tortura quando a bateria do seu celular acaba (suas pokébolas ou seus créditos) e você está longe de casa! Aí a sua alegre caminhada vira uma tortura! Pelo menos, o projeto "fitness", há muito adiado, pulou para fora do armário. Minha asma agradece!
5 – Somos uma equipe
Em determinado momento do jogo, você precisa escolher um time para jogar, são 3. Com sua família no mesmo time, fica mais fácil tomar conta de um ginásio. Pensa no orgulho da minha filha de 11 anos derrotando uns meninos grandões e mais velhos, e depois o Pokémon dela se tornando o guardião do lugar! Melhor que isso, só mesmo ela vendo aquele que pertence ao pai dela num nível abaixo, protegendo o Pokémon dela. Somos uma equipe! Os pais estão aqui para ajudar e proteger os filhos! Valeu por 35 mil discursos chatos e intermináveis que eu tenho uma certa experiência em fazer lá em casa e parecem não agradar muito.
É isso mesmo! O jogo consegue ser muito divertido e surpreender. Baixei-o gratuitamente e, como eu e minha esposa já tínhamos um pacote de dados ativo no celular para usar a internet, não gastamos nenhum centavo com o jogo. Claro que você pode comprar itens se quiser – no meu caso, não quero –, mas se não tiver uma internet 3G no celular, não vai funcionar. Em casa, rolou uma negociação (já faz parte da rotina) e as mesadas foram convertidas em créditos. Vamos ver quanto tempo dura… Mas a alegria já valeu a pena.
Para finalizar, acredito firmemente na palavra de São Paulo, quando diz que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus! Como pai, aprendi que só criticar não constrói, pelo contrário, afasta. Melhor não deixar nossos filhos longe de nós e perto de sabe-se lá do quê, não é?
Flavio Crepaldi
Especialista em Gestão Estratégica pela Esalq/USP, com formação em Produção Publicitária e Artes Cênicas, é colaborador na TV Canção Nova desde 2006.
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