29 de agosto de 2016

Como tomar decisões acertadas?

Decisões acertadas é fruto de um um caminho de maturidade

As decisões acertadas são as que têm Deus em primeiro lugar. Na carta aos Romanos, lemos o seguinte: Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero (cf. 7,19).

Como tomar decisões acertadas
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Uma explicação do livro 'Psicologia e Formação: Estruturas e Dinamismos', dos padres Alessandro Manenti e Amedeo Cencini, indica-nos um caminho para a busca de santidade e decisões acertadas a cada dia. A explicação é a seguinte:

O homem pode não ser responsável pelas suas fraquezas, mas é responsável pela posição que toma frente a elas; ele é responsável pelo quanto as têm em conta e pelo quanto faz para neutralizar sua influência.

Podemos até dizer que não somos responsáveis por determinados limites ou por sentirmos fraquezas difíceis de dominar, mas somos responsáveis pelos conteúdos com os quais entramos em contato a cada dia. Somos responsáveis pelo conteúdo dos assuntos que tratamos com nossos amigos, pelos programas de TV que assistimos; somos responsáveis pelo que acessamos na internet e pelo que fazemos para alimentar nossa imaginação.

Diante de tais realidades, uma grande questão se levanta: será que situações, as quais podemos evitar, não têm sido evitadas, porque temos colocado toda a culpa nas chamadas "fraquezas"? Talvez estejamos dizendo que é fraqueza pelo simples fato de não querer mudar de vida. Mas se, realmente, queremos ser pessoas melhores, precisamos saber que, antes, precisamos ter consciência de nossa responsabilidade frente às lutas diárias.

Boa atitude para um caminho de maturidade é seguir as indicações que Jesus deu aos discípulos e à multidão no Sermão da Montanha. A indicação que mais contribui para nossa reflexão é a seguinte: "Seja o vosso sim, sim; e o vosso não, não. O que passa disso vem do maligno" (cf. Mt 5,37). Minha posição, diante de uma determinada fraqueza, é o que define se vou ceder a ela ou não.

Sua decisão tem sido firme ou você está se deixando levar pela situação?

Vigiar os próprios atos

A vigilância sobre os próprios atos é ideal para a superação das fraquezas. Também é necessário, segundo as indicações do livro citado, descobrir os próprios pontos fracos, aceitá-los sem particulares angústias e fatalismos, reconhecer-se como pessoa em contínua formação e necessitada de ajuda, não pretender resolver tudo de forma radical e apressadamente, mas buscar as devidas precauções, viver a imaturidade como parte do próprio eu e como sinal de um limite que o homem não suporta, mas tende a superar.


Que o seu sim seja sim! Um 'sim' dado a cada dia, com pequenos passos, às vezes com quedas, mas um 'sim' decidido, de quem sabe o que quer, de alguém que deseja fazer a vontade de Deus e ser paciente com si mesma. Talvez sua decisão acertada, hoje, seja decidir-se pelas coisas que vão alimentar em você o desejo de fazer a vontade do Senhor.

A vontade de Deus nunca é contra nós. Ela pode até ser contra nossas vontades, mas não é contra nós; ela é a melhor coisa que pode acontecer em nossa existência. Talvez não compreendamos muito bem essa realidade pelo desejo que temos de fazer apenas a nossa vontade. Mas a decisão acertada é a que nos leva em direção à vontade de Deus para nós. As decisões acertadas são as que têm como ponto de partida o próprio Deus.

Diácono Edison de Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-tomar-decisoes-acertadas/

26 de agosto de 2016

Diante da escolha, é preciso refletir

Cada escolha gera sua consequência e causa um impacto na nossa vida

Como você tem feito as suas escolhas? Quantas vezes, precisando posicionar-se frente a uma situação complicada, você se sentiu confuso, sem saber o que fazer, incomodado ou pensando até mesmo em deixar uma situação de lado? Acho que muitos de nós já passamos por isso!

Nossa vida é pautada também pela possibilidade que temos de escolher, a liberdade de decidirmos, e isso representa o que difere o ser humano. Ao mesmo tempo que decidir é uma possibilidade, torna-se também um grande sofrimento quando nos mantemos na indecisão e na incapacidade de orientar nossas decisões.

Diante das escolhas é preciso refletirFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Para as realizações acontecerem, passos precisam ser dados. Um posicionamento pode nos custar indiferenças, tristezas, mas também muitas alegrias. A indecisão demasiada nos leva até mesmo ao adoecimento e a um conflito emocional. Ao nos colocarmos como reféns de uma decisão que pode ser tomada por nós mesmos, é importante que possamos "colocar na balança" os prós e contras daquela decisão, pensando que ela sempre envolverá uma ação.

Aprenda a posicionar-se

Viver sem um posicionamento ou sempre atrelado às decisões de terceiros pode também ter um preço muito alto, pois, em algum momento de consciência, vamos adotar uma postura negativa, culpando terceiros, eximindo-nos da nossa parte na história.

Muitas vezes, adotamos uma postura de procrastinação, ou seja, de empurrar o máximo do tempo possível para resolver algo, justamente pela necessidade de posicionamento. Ora, também essa postura pode nos ajudar por um tempo (enquanto avaliamos algo), mas se sempre for adotada, gera um ciclo de ansiedade e angústia, pois sempre estaremos "correndo" ou atrasados para resolver algo.

Outra situação que pode acontecer é quando uma pessoa, que busca sempre a perfeição e a melhor opção para todos, também se encontra indecisa. Nosso medo de errar também gera esse bloqueio. Parece que preciso fazer tudo de forma tão perfeita, que caio no processo de indecisão.

Poder de decisão

Decidir, como diz a origem da palavra, é "cortar fora", ou seja, eu opto por algo e declino de outra coisa. E aí que a tal procrastinação entra: é mais fácil atribuir a terceiros ou não se envolver com algo, por não querer um posicionamento que possa, por exemplo, desagradar alguém.

Os riscos trazem medo, pois envolvem mudança, e isso pode ser uma fonte de ansiedade também. Para tanto, avaliar e confiar em suas decisões será parte desse processo, bem como saber lidar com riscos e fracassos, o que nem todos querem ou conseguem lidar.

Muitas decisões passam por caminhos emocionais anteriormente já seguidos e nem sempre bem-sucedidos: porém, essas situações não podem nos limitar e nos referenciar eternamente. Sou refém das variáveis da vida ou prefiro assumir as responsabilidades das minhas escolhas?


24 de agosto de 2016

O que é ideologia de gênero?

Ideologia de gênero e a crise da identidade sexual

Ao definir ideologia de gênero, devemos considerar dois conceitos bem particulares, que assumem significados distintos: ideologia e movimento. Algumas ideologias viraram movimentos, ao passo que muitos movimentos nasceram sem ideologia.

Hoje, quando precisamos nos referir à ideologia de gênero, é mais prático utilizar a expressão agenda de gênero – lembrando-se de que o termo "agenda" significa projeto, planejamento e sequência.

O que é ideologia de gênero
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Essa questão remete a um movimento promovido, no início do século XIX, por uma pessoa de nome Lewis Henry Morgan. Ele dedicou seus estudos a estabelecer três itens no incipiente movimento chamado, então, de "sociedade primitiva". A intenção de Morgan era demonstrar que o Estado, a ideologia de gênero, a crise da identidade sexual e religião tinham causado grandes problemas na configuração da família. Para Morgan, que desenvolveu sua pesquisa ao lado da tribo dos Iroqueses, nada poderia ser mais errado do que estabelecer o conceito de família na sociedade, pois os vínculos consanguíneos, segundo ele, não existem.

Primeira definição de ideologia de gênero

O processo de Morgan se estendeu, infelizmente, pelos meios universitários durante os séculos XIX e XX. Seus maiores expoentes e ideólogos eram Marx e Engels.

A primeira definição do termo ideologia de gênero é, então: movimento que pretende desconstruir a família e os vínculos existentes dentro dela.

O segundo passo, no estabelecimento de tal ideologia, foi dado, em 1968, quando Robert Stoller defendeu a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo gênero, em detrimento da definição do termo sexo. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do indivíduo.



Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir despontam como as maiores promotoras do feminismo ocidental. Na época, a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo atraíam a atenção sobre a situação que se vivia desde o início do século XX, quando um grupo de mulheres decidira sair às ruas de Nova York exigindo o direito ao sufrágio. A esse movimento se deu o nome de "feminismo ideológico".

Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto momento, aquele no qual nos encontramos.
Diante da situação vivida pelos apelativos do gênero e pelos novos movimentos sexuais, no século XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo que países como Holanda, Bélgica e Suécia iniciavam viver.

Nesse momento da agenda, seus defensores pretendem criar um sistema educativo e pedagógico dentro do qual um dos passos seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza. Sob essa perspectiva, ela mesma, com o passar do tempo, poderia descobrir qual é o seu estado natural e, assim, "decidir" se é homem ou mulher. Essa suposta decisão vem acompanhada de um aniquilamento da pessoa, substituindo-a por alguém sem identidade.

Questionamentos sobre a ideologia de gênero

a) Quanto tempo se deve esperar dessa ideologia?

b) Quais modelos essa pessoa não definida deve seguir dentro da sociedade?
Hoje, nos países supracitados, as pessoas que optaram por esse sistema não conseguem encontrar uma forma acertada para o tal desenvolvimento da identidade, pois os estudiosos da ideologia de gênero não têm certeza se está sendo levada em conta a liberdade individual – que nasce nas mesmas relações que eles se permitem proibir.

A meu ver, existem mais quatro passos a serem cumpridos e bem desenhados dentro dessa agenda. O próximo será a desconstrução do significado do termo "pessoa" e até mesmo do termo "indivíduo"; sendo assim, quem decide, no seu lugar, não é mais alguém autônomo, mas alguém que poderia deixar nas mãos de outro essa decisão.

O passo seguinte seria o mais abrangente de todos: eliminada a pessoa, eliminam-se suas relações e seus efeitos. Por exemplo, nota-se atualmente a ascensão do assim chamado poliamor. Nessa forma de relacionamento, as pessoas podem estabelecer matrimônios ou uniões de fato, mas sempre abertas a outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a exigência da estabilidade ou unicidade.

O último dos itens dessa agenda é de caráter antimetafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência, com a religião ou com o ser Criador deve ser simplesmente anulada. O homem do século XXI, dono e senhor de si, perderia seu bem mais precioso – a sua identidade.

Os passos a seguir só serão evitados se percebermos que existe algo mais profundo e delicado quando se fala em ideologia de gênero. Como diz Dr. Christian Schnake, médico chileno especialista em Bioética: "A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar, para todas as pessoas, que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isso é uma construção social".


Padre Rafael Solano

Sacerdote da arquidiocese de Londrina (PR). Mestre e doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e pós-doutorado em Teologia Moral e Familiar pelo Pontifício Instituto João Paulo II de Roma, Universidade Lateranense de Roma. Atua como consultor da CNBB setor vida e família e como professor de Teologia Moral e Bioética na PUC (PR), Campus Londrina.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-que-e-ideologia-de-genero/

22 de agosto de 2016

Pokémons: seis motivos para eu ter me tornado um caçador

Tudo o que é novidade causa estranheza e algumas polêmicas. Com o jogo Pokémon GO não poderia ser diferente! Já temos pronunciamentos de bispos contra e a favor nos Estados Unidos; já temos algumas igrejas americanas, aproveitando-se do fato de que se tornaram "pokéstops", para evangelizar a garotada. Sem querer dar uma palavra final no assunto, listo os meus seis motivos para ter me tornado um caçador de Pokémons.

Pokémons seis motivos para eu ter me tornado um caçador Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

1 – Pode ser uma atividade em família!

Com três filhas para criar, eu e minha esposa sempre priorizamos as atividades em família como forma de educação. Almoços e jantares diários juntos, um dia especial com filme e pipoca, momento da leitura e passeios em família. Hoje, como as três são adolescentes, tudo ficou um pouco mais difícil (por que será?!), e o fato de eu ser o único homem da casa não colabora muito para interesses comuns. Pokémon GO tornou-se uma forma de estarmos juntos numa mesma atividade que interessa a elas; afinal, rugby, futebol americano e latim (minhas propostas muito mais construtivas) não estavam sendo bem aceitas em casa.

2 – Você determina os horários

Se eu e minha esposa estamos juntos na brincadeira, os horários passam a ser compartilhados. Assim, há hora certa para jogar e evitamos o primeiro grande problema com "febres" da moda: tomar conta da vida da pessoa. Assim, vale uma passada no pokéstop antes e depois da Missa aos domingos, mas, durante a celebração, celulares ficam desligados. Na semana, também existe espaço para tudo que existia na vida delas e na nossa. Se estamos juntos, ajudamos a determinar horários e locais corretos para ir e estar.

3 – Seu filho não anda sozinho

Há pessoas ganhando dinheiro para escoltar crianças, de forma segura, em parques e pokéstops. Ótima oportunidade para quem está desempregado! Mas não preciso contratar um pai de aluguel para minhas filhas, graças a Deus! Assim, elas não andam por aí sozinhas, não ficamos preocupados com sua localização e como alguns pais que temos encontrado pelo caminho, somente acompanhando o jogo do filho com cara de "quando essa tortura vai acabar? Quero ir para casa!".

4 – Cuidamos da saúde!

Depois de cinco meses de completa inatividade física, andei 20 quilômetros em 4 dias! O melhor de tudo: nem senti. Pokémon GO tornou-se uma excelente maneira de retomar a forma sem perceber. No entanto, prepare-se para a tortura quando a bateria do seu celular acaba (suas pokébolas ou seus créditos) e você está longe de casa! Aí a sua alegre caminhada vira uma tortura! Pelo menos, o projeto "fitness", há muito adiado, pulou para fora do armário. Minha asma agradece!

5 – Somos uma equipe

Em determinado momento do jogo, você precisa escolher um time para jogar, são 3. Com sua família no mesmo time, fica mais fácil tomar conta de um ginásio. Pensa no orgulho da minha filha de 11 anos derrotando uns meninos grandões e mais velhos, e depois o Pokémon dela se tornando o guardião do lugar! Melhor que isso, só mesmo ela vendo aquele que pertence ao pai dela num nível abaixo, protegendo o Pokémon dela. Somos uma equipe! Os pais estão aqui para ajudar e proteger os filhos! Valeu por 35 mil discursos chatos e intermináveis que eu tenho uma certa experiência em fazer lá em casa e parecem não agradar muito.

É isso mesmo! O jogo consegue ser muito divertido e surpreender. Baixei-o gratuitamente e, como eu e minha esposa já tínhamos um pacote de dados ativo no celular para usar a internet, não gastamos nenhum centavo com o jogo. Claro que você pode comprar itens se quiser – no meu caso, não quero –, mas se não tiver uma internet 3G no celular, não vai funcionar. Em casa, rolou uma negociação (já faz parte da rotina) e as mesadas foram convertidas em créditos. Vamos ver quanto tempo dura… Mas a alegria já valeu a pena.

Para finalizar, acredito firmemente na palavra de São Paulo, quando diz que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus! Como pai, aprendi que só criticar não constrói, pelo contrário, afasta. Melhor não deixar nossos filhos longe de nós e perto de sabe-se lá do quê, não é?

Flavio Crepaldi
Especialista em Gestão Estratégica pela Esalq/USP, com formação em Produção Publicitária e Artes Cênicas, é colaborador na TV Canção Nova desde 2006.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/pokemons-6-motivos-para-eu-ter-me-tornado-um-cacador/

17 de agosto de 2016

Sábios Conselhos de Dom Bosco aos Pais

Dom Bosco deixou normas práticas e seguras para educar os filhos

Com um amor sem medidas,  Dom Bosco sabia recuperar os mais deseducados e trazê-los a Deus e ao bom convívio com os outros.

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Normas práticas e seguras  de Dom Bosco

1. Valorize o seu filho. Quando respeitado e estimado, o jovem progride e amadurece.

2. Acredite no seu filho. Mesmo os jovens mais 'difíceis' trazem bondade e generosidade no coração.

3. Ame e respeite o seu filho. Mostre a ele, claramente, que você está ao seu lado, olhe-o nos olhos. Nós que pertencemos a nossos filhos, não eles a nós.

4. Elogie seu filho sempre que puder. Seja sincero: quem de nós não gosta de um elogio?

5. Compreenda seu filho. O mundo hoje é complicado, rude e competitivo. Muda todo dia. Procure entender isto.Quem sabe ele está precisando de você, esperando apenas um toque seu.

6. Alegre-se com o seu filho. Tanto quanto nós, os jovens são atraídos por um sorriso; a alegria e o bom humor atraem os meninos como mel.

7. Aproxime-se de seu filho. Viva com o seu filho,viva no meio dele e conheça seus amigos. Procure saber onde ele vai, com quem está. Convide-o a trazer seus amigos para a sua casa. Participe amigavelmente de sua vida.

8. Seja coerente com o seu filho. Não temos o direito de exigir de nosso filho atitudes que não temos. Quem não é sério não pode exigir seriedade. Quem não respeita, não pode exigir respeito. O nosso filho vê tudo isso muito bem, talvez porque nos conheça mais do que nós a ele.

9. Prevenir é melhor do que castigar o seu filho. Quem é feliz não sente a necessidade de fazer o que não é direito. O castigo magoa, a dor e o rancor ficam e separam você do seu filho. Pense, duas, três, sete vezes, antes de castigar. Nunca com raiva. Nunca.

10. Reze com seu filho. No princípio pode parecer 'estranho', mas a religião precisa ser alimentada. Quem ama e respeita a Deus vai amar e respeitar o seu próximo. 'Quando se trata de educação não se pode deixar de lado a religião'.

Oração a Dom Bosco

Oh! Pai e mestre da juventude, São João Bosco, que tanto trabalhastes pela salvação das almas, sede nossa guia em buscar o bem da nossa e a salvação do próximo, ajudai-nos a vencer as paixões e o respeito humano, ensinai-nos a amar a Jesus Sacramentado, a Maria Santíssima Auxiliadora e ao Papa, e obtende-nos de Deus uma santa morte, para que possamos um dia achar-nos juntos no Céu.
Assim seja.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/sabios-conselhos-de-dom-bosco-aos-pais/

15 de agosto de 2016

Oração de libertação para os filhos abandonados pelo pai

Ironi Spuldaro reza para os filhos que sentem a ausência do pai

Filho e Filha, eu Ironi Spuldaro, como pai quero orar por você, principalmente para você que se sente abandonado, sem referência e que não sente o amor do seu pai e da sua mãe. Você que por muitos motivos foi abandonado ou mesmo vivendo com os seus pais se sente como alguém abandonado, sem referência e sem alguém por você.

Rezemos juntos

Pai amado, bendito e celestial aqui diante do teu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, eu quero levantar um clamor e pedir para Deus entrar na vida desses filhos abandonados e que não tem para onde ir e não tem a quem recorrer; que foram humilhados ou até mesmo desde o ventre materno foram rejeitados e por isso se penderam por tantos caminhos ou hoje se encontram no poço da depressão, com medo, pânico, fobia e desesperados sem saber para onde ir.

Oração de libertação para os filhos abandonados pelo paiDireitos autorais: digitalskillet 

Eu levanto sobre cada um destes filhos (as) que sentem-se abandonados um oráculo profundo e profético: levanto o estandarte sangrento do madeiro da cruz, invoco o nome santo de Jesus, o poder de todas as chagas do corpo do Senhor, o sangue, como uma fonte inesgotável de benção e de exorcismo, de cura e libertação.

As lágrimas de sangue da bem aventurada Virgem Maria, os anjos de adoração e de combate entra nesta vida, na história deste filho e curai agora de toda a rejeição materna e paterna.

Se eles estavam sem referência que o teu amor de Pai seja a referência para eles. Curai-os agora dos traumas que trazem do ventre materno, das feridas de rejeição, captação, programação e das feridas do vazio de ficar ali dentro daquele ventre materno e não sentir o amor e o desejo do pai e da mãe por aquela vida.

Livrai-os de todos estes traumas agora, em nome de Jesus, pela potência do espírito, vem Espírito Santo sobre cada um destes filhos (as) levantai os do abatimento, curai-os de toda a negatividade do complexo de inferioridade, das punições, das manias, do pecado e libertai-os da droga e dos caminhos de perdição.

Arrancai os deste quarto escuro aonde o mal tinha instalado. Vem Espírito Santo com tua luz e dissipa todas as trevas que causaram medo, desespero, ansiedade e até mesmo sentimentos de mortes.


Libertai aqueles que estavam, por conta da ausência do pai e da mãe, tomados de um espírito de suicídio e não tinha mais o desejo de viver, alimentar-se, não queriam mais ir a escola e a faculdade e não frequentavam mais a Igreja e nem se relacionavam com os amigos.

Libertai-os agora de todo este mal e concedei a eles a graça da vida nova e que este filhos e filhas possam renascer agora e não mais da carne mais do Teu Espírito.

Levante-se o Deus, todo poderoso, e da intercessão da bem aventurada Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes para que toda a negatividade deste abandono da ausência do pais e do seu amor na vida deste filho (a) desapareça imediatamente e que todo o vazio seja preenchido pela tua misericórdia.

Pelo teu amor, eu creio Senhor, tu estás fazendo nova a todas as vidas que nos ouve, que nos leem e oram conosco agora. Tocai sobre cada um deles e eu profetizo sobre a tua vida!

Agindo Deus, quem impedirá, então creia meu filho (a) Deus está agindo na tua vida agora e ele esta fazendo nova todas as coisas da tua vida. Receba a benção de Deus que te cura e acredite grandes coisas estão por vim e vão acontecer.

Hoje o milagre da libertação de todo o vazio e ausência de amor de pai e de mãe que estavam na sua vida desapareceu. É vida nova! Deus te abençoe e te conserve sempre no caminho da retidão e da santidade como a palavra do Senhor mesmo nos ensina: muitos colocam a força nos carros e nos cavaleiros e nós colocamos a esperança no Senhor; eles foram derrotados, mas nós somos mais do que vencedores.

Deus te abençoe com o milagre, com a cura e o com o batismo no Espírito com carismas sobrenaturais. Amém!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/oracao-de-libertacao-para-os-filhos-abandonados-pelo-pai/

12 de agosto de 2016

Transtorno de Imagem: como lidar com essa síndrome

Um Transtorno de Imagem não aparece do dia para a noite e não vem por acaso. O autoconhecimento é uma das melhores ferramentas que você terá em mãos e que o auxiliará em inúmeras situações para o resto da sua vida. Entretanto, ele não aparece num passe de mágica. É preciso buscá-lo, construí-lo, ter coragem e persistência para adentrar alguns cantos escuros dentro de si, colocar um pouco de iluminação e reconhecer que certos lugares precisam de faxina, mudanças etc.

Transtorno de imagem como lidar - 1600x1200
Foto: Copyright:  VladimirFLoyd

Quando a preocupação por um traço indesejado no próprio corpo passa a ser obsessiva, quando traz muita ansiedade e alguns comportamentos restritivos, podemos dizer que o transtorno está ali para apontar algo mais profundo.

Não é o nariz torto ou a assimetria do rosto que são problemas. A fixação por pequenas imperfeições pode esconder um perfil extremamente controlador e intolerante com as restrições da vida. Podemos dizer que, quando falta o controle interno, a pessoa tende a desenvolver um excesso de controle externo, com desejo de que todos satisfaçam seus anseios e atendam as suas expectativas, inclusive o próprio corpo.

Diante desses quadros, é possível fazer algumas questões fundamentais, como por exemplo: o que esses desejos de controle estão querendo me dizer? Para onde estão me apontado? O que de importante estou deixando de lado?

Por mais contraditório que possa parecer, um transtorno como esse pode ser recebido como um grande amigo, que chega aos poucos, muitas vezes, sem muito alarde, e tenta mostrar algo de errado que você não consegue enxergar. E esse algo, definitivamente, não tem nada a ver com a aparência.

Quando nossa essência fica descuidada por muito tempo, uma doença como essa pode ser recebida como uma ajuda oportuna, para que algo seja modificado na sua postura em relação a si mesmo e aos outros.

Por isso, a questão do autoconhecimento é tão importante. Quando a pessoa sabe quem é verdadeiramente, quando assume seus traumas, reconcilia-se com sua história de vida e tem a coragem de mexer nos entulhos que ficaram escondidos em algum canto dentro de si mesma, terá a possibilidade de aceitar-se inteiramente, com suas falhas e virtudes, seus defeitos, limitações, potencialidades e qualidades.

Um incômodo no próprio corpo poderá trazer a possibilidade de maior aceitação de si e, consequentemente, maior tolerância com as imperfeições do outro. Se isso não é uma prática, poderá ser um comportamento adquirido com o tempo, pois temos capacidades de aprendizado e modificações que, às vezes, desconhecemos ou subestimamos.

Transtorno de imagem e as limitações no processo de cura

Diante de um quadro de Transtorno de Imagem, o primeiro passo é reconhecer uma limitação que está sendo vivenciada. Depois de reconhecer, procure acolher esse desconforto, essa realidade que se apresentou por algum motivo. Não é necessário culpa ou autocondenação de nenhuma ordem. Fique tranquilo, pois basta ser humano para ser passível de apresentar algum transtorno psíquico. E, acima de tudo, saiba que é possível superar e curar esse mal que o impede de ser mais pleno e livre.

Sugiro que faça o esforço de reconhecer as qualidades externas que possui, procurando traços no seu rosto que o agradam, vendo no seu corpo, no seu cabelo, pele, altura etc, pontos de beleza e delicadezas de Deus. Repare que existem detalhes extremamente funcionais no seu corpo, que revelam linhas de perfeição, mesmo sendo imperfeito.

Vá direto ao ponto e reconheça: não gosto da minha barriga, por exemplo. Se o externo o incomoda tanto, pense nos órgãos internos que ela abriga, lembre que existe um estômago, um fígado, intestino, rins e outros órgãos funcionando em harmonia dentro dessa barriga que o desagrada. Se é o nariz que tira o seu sossego, procure reparar na importante função que ele exerce para a sobrevivência do seu corpo, filtrando parte do ar que entra, expelindo o ar que não lhe serve mais, sendo canal de passagem para o oxigênio que lhe é vital.

Percebe como é possível lançar novos olhares para figuras antigas? Esse pode ser o ponto de partida para uma mudança mais profunda na percepção das coisas ao seu redor. Ver a essência por detrás da aparência é um movimento que exige atitude e uma postura ativa diante da vida, mas que deixará rastros de liberdade e autenticidade em você.


Um proposta prática

O olhar obcecado por algum defeito acaba aprisionando o indivíduo em um círculo pessimista de pouca aceitação de si, rebaixamento da autoestima, autorrejeição e um olhar nebuloso sobre todos os outros aspectos da vida. As dicas propostas neste artigo são um convite para soprar nessas nuvens escuras e perceber que raios de luz podem adentrar num cenário escuro.

É uma proposta, um movimento apenas, de passos que podem até doer no início, porque promovem o desalojamento de um lugar conhecido. Costumo dizer que movimento gera movimento; assim, com um passo simples e pequeno dado na direção do novo, a cura pode ir se instalando na alma oprimida por motivos ocultos.

Não deixe de buscar ajuda se reconhecer que possui um transtorno de imagem. O isolamento poderá ser uma armadilha difícil de sair, pois limitará as suas opções de agir diante desse desafio.


10 de agosto de 2016

Como fazer um retiro espiritual?

O retiro espiritual é uma força que encontramos para viver bem a nossa caminhada

A vida espiritual em nosso tempo é muito necessária, pois é a partir dela que conseguimos encarar a vida com mais leveza, como ela realmente deve ser vivida. O grande risco é, e talvez muitos que me leem percebam isso, notar que a vida está passando sem que tenhamos feito algo dela. O que apreciamos da vida? Que laços temos criado com as pessoas? Não sabemos o dia de amanhã, então, como viver o hoje?

Dicas de como fazer um retiro espiritual
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

É por isso que a vida espiritual, a vida em Deus, ilumina-nos a como viver, como caminhar e dar os passos na vida comum.

Vale dizer que a vida no Senhor não está desconcertada da vida comum, onde todos precisam trabalhar e estudar, onde todos choram e riem. Mas se pode reforçar que aqueles que levam uma vida espiritual conseguem dar sentido a tudo, seja nas situações que deram certo ou naquelas que deram errado.

Para a vida espiritual, a comunhão com Deus nos ajuda. Por isso, muitas vezes, precisamos nos retirar, parar um pouco para escutar os "ruídos interiores", apresentá-los a Deus e, assim, escutá-Lo e saber como lidar com essas inquietações. Claro que o retiro é valido não só quando estamos inquietos ou com alguma dificuldade; ele também serve quando estamos bem. Dizem: "Em time que está ganhando não se mexe". Bom, na verdade, pode-se melhorá-lo. Então, um bom retiro nos tira de uma crise e também reforça aquela caminhada que já está boa.

Mas como fazer um retiro? Cito alguns itens básicos:

1) Ter ou buscar um local de silêncio. Você precisa se concentrar, examinar seu interior; não dá para fazer isso com eficiência se está no barulho, na agitação do dia a dia. Para que haja um bom retiro, "cala-te", permita-se perceber a si mesmo, permita-se escutar a Deus;

2) Ter um texto para meditação. Se você tem um (a) acompanhador (a) espiritual, diante daquilo que ele (a) conversou com você, pode lhe dar um texto bíblico ou um escrito de um santo para você meditar – normalmente, o texto possui algumas perguntas que vão ajudá-lo a viver o retiro. Caso você não tenha um (a) acompanhador (a) espiritual, não tem problema, pense em qual é, hoje, a sua principal necessidade. Por exemplo: "Hoje, tenho medo do futuro, de faltar-me emprego e, consequentemente, faltar dinheiro e passar por necessidades". Talvez, será interessante ler o Evangelho de Mateus cap. 6 de 25 a 34, onde Jesus fala sobre o abandono à providência. Dentro dessa temática, é possível ler ainda o Salmo 22(23), "O Senhor é o meu Pastor";

3) Olhar para dentro de si. A meditação, seu contato com Jesus após a leitura, deve ajudá-lo a olhar para dentro de si, fazer uma leitura de sua caminhada e identificar os pontos que precisam ser melhorados, onde a cura de Deus precisa chegar;

4) Rezar. Retirou-se, meditou, olhou para dentro de si? Agora reze. Fale com Deus sobre as descobertas que fez, peça a cura, a direção, peça a força do Alto para não desanimar;

5) Comprometer-se e criar metas. Ainda na oração, finalize-a agradecendo a Deus pelo tempo de silêncio, de contato com Ele, agradeça as descobertas feitas e faça um compromisso de melhorar. Se for o caso, e isso ajuda, anote quais serão suas metas dali em diante.

Você percebeu como é simples? Existem outras formas de retiro, esses tópicos não são únicos nem exclusivos, mas ajudam você a pensar a vida e a viver. Parar, olhar, refletir, decidir e agir.

Bom retiro!


Padre Marcio

Padre Márcio do Prado, natural de São José dos Campos (SP), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é "Fazei-o vós a eles" (Mt 7,12), padre Márcio cursou Filosofia no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista; e Teologia no Instituto Mater Dei, em Palmas (TO). Twitter: @padremarciocn


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-fazer-um-retiro-espiritual/

8 de agosto de 2016

Ciência: evolução ou retrocesso?

A ciência deve beneficiar e construir a pessoa humana

É inevitável a percepção das inúmeras situações que a ciência trazem angústia e inconformismo. A pessoa que é, ao mesmo tempo, definida como um ser especial diante da criação, muitas vezes não é respeitada em seus direitos básicos. Apesar de tudo, é necessário ter um olhar de esperança.

Ciência evolução ou retrocessoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Nos últimos anos, a ciência, por meio da medicina, a biologia e a engenharia genética fizeram descobertas inimagináveis. Temos vários exemplos: os transplantes tornaram-se inúmeros, experimentos bem-sucedidos com animais, óvulos que são fecundados fora do corpo humano, a chamada "fertilização in vitro". Essas situações nos levam a refletir o cenário atual em que nos encontramos. Uma pergunta precisa ser feita mediante tudo isso: o que se chama de evolução da ciência, da biologia e tecnologia, no que toca a moral, de fato, é um progresso ou será um retrocesso?

Ciência e Moral

Aqui não se trata de ser contra o avanço da ciência, da tecnologia, mas sim a necessidade de um questionamento do como ela está sendo usada. Deve-se reconhecer seus benefícios, porém, sem jamais fechar os olhos para as catástrofes que ela tem produzido, como as pesquisas com célula troco embrionária, métodos modernos contraceptivos (DIU, SIU), aborto, eutanásia, clonagem etc.

Muito se tem falado de progresso, o mundo tem progredido. Quando analisamos essa palavra, percebemos que ela provém do latim progressus, que, em linhas gerais, significa avanço. E a palavra avanço indica caminhar para frente. Partindo do significado da palavra, o que muitos estão chamando de progresso da ciência, da tecnologia, da biologia, nada mais é do que um regresso, quando se afasta da ética personalista. O mundo, ao que diz respeito a moral, não está caminhando para frente; pelo contrário, essas situações desumanizantes como aborto, eutanásia, fertilização in vitro, encontra-se caminhando para trás. Toda vez que a pessoa é desumanizada, isto é, tratada sem valor, mostra a fragilidade moral da ciência.


João Paulo II, na encíclica "Fé e Razão", afirma que a fé e a razão são como duas asas pelas quais os homens podem alçar voo e encontrar a verdade. Vejamos bem: asas que levam à verdade, portanto, se a ciência se distancia da verdade, nós como católicos precisamos ser contra esse modelo de ciência, que prega o aborto e a eutanásia, que diz ao ser humano que ele pode ser gerado em laboratório (fertilização in vitro), não é a favor da verdade, logo, não merece credibilidade.

A pessoa está no topo das coisas existentes no universo. Portanto, tudo que for feito pela ciência precisa, necessariamente, beneficiar e construir a pessoa humana. Precisamos compreender uma coisa, tudo que desumaniza o ser humano não pode ser chamado de progresso, antes, de regresso.

Não vos conformeis

Em meio a tudo isso, surge uma pergunta: o que fazer? São Paulo, na Carta aos Romanos, diz: "não vos conformeis com este mundo (Rm 12,2)". Essa frase é muito significativa. Observe que ela está no imperativo, "não vos conformeis!". Essa é a primeira atitude que devemos assumir , não nos conformarmos.

Não se conformar é uma atitude de quem quer fazer alguma coisa e acredita na mudança. O risco que corremos é de achar que tudo está perdido, não adianta lutar, não tem mais solução. Não! É preciso ter esperança, lutar para que a mudança, de algum modo, aconteça.

Martin Luther King tem uma frase de grande valor: "O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". O silêncio é uma maneira de se conformar. Portanto, sigamos a ordem dada por São Paulo: "Não vos conformeis com este mundo!"

Elenildo da Silva Pereira
Missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP)


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/bioetica/ciencia-evolucao-ou-retrocesso/

5 de agosto de 2016

Você já ouviu falar em “TOC Religioso”?

O TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – Religioso existe e surge nos pensamentos

Segundo Aristides Volpato, especialista em Transtorno Obsessivo Compulsivo, o TOC é caracterizado por pensamentos específicos, imagens e palavras que "invadem" nosso pensamento e consciência. A questão do problema é que esses pensamentos distorcidos surgem constante e repetitivamente, tornando-se, assim, uma obsessão. Esse pensamento obsessivo provoca nas pessoas um sentimento de angústia, medo, aflição e falta de controle, por não conseguir controlar os pensamentos. Assim, acabam reagindo a esses pensamentos intrusos e impositivos, realizando aquilo que lhe é ordenado.

Você já ouviu falar em
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Imagino que muitos de vocês já ouviram falar sobre TOC, mas tenho certeza que poucos ouviram dizer que existe TOC Religioso. Essa categoria existe e é classificada como obsessiva, ou seja, que surge e é forte a partir dos pensamentos.

O que é TOC Religioso?

Todo mundo que é religioso tem TOC? Não! Existe uma diferença entre o comportamento religioso e o obsessivo. Como diferenciar então? A pessoa que sofre o transtorno tem pensamentos e comportamentos irracionais, tornando-se "desajustados" aos olhos daqueles que estão a sua volta.

No âmbito da obsessão, o conteúdo dos pensamentos mais comuns são: pecado, demônio, culpa, escrupulosidade, sacrilégio e blasfêmia. Um exemplo de conteúdo do pecado: a mulher casada pensa "não posso ter relação sexual com meu esposo, porque sentirei prazer, e isso é pecado".

Independente do conteúdo que a pessoa possui, mesmo sabendo que são absurdas e ilógicas, não se consegue desvincular dele. Assim, surge o comportamento ritualizado e repetitivo para sua sobrevivência. Como assim? A pessoa se confessa, todos os dias, ou um dia sim e outro não. Fica, em tempo integral, com um terço que foi abençoado pelo padre X e que tem muita unção. Faz jejum diariamente como forma de penitência.

O que acontece é que quem tem TOC religioso tem como conteúdo do seu transtorno práticas religiosas, ficando um pouco difícil de saber se é devoção e um relacionamento sadio com Deus, ou se já virou um transtorno.


Aprenda a identificar o TOC Religioso

A dica que dou é: você está exagerando, fora do que a maioria das pessoas de referência da Igreja fazem? Se a resposta for 'sim', então provavelmente é TOC.

Existe também uma categoria, que é a compulsão mental. Essa é mais difícil de ser notada e a mais comum. São aqueles que não conseguem fazer nada antes de uma oração específica. Nesse caso, cada um tem um conteúdo diferente. Por exemplo: há pessoas que só saem de casa depois de fazer a oração do Sangue de Cristo três vezes. Ou, todas as vezes que vai fazer uma refeição, só come depois que fazer a oração de São Bento, por medo de estar contaminada a comida. Há aqueles também que acreditam que, por ser o único da casa que tem "espiritualidade", todos os outros são impuros e pecadores, por isso precisa rezar o terço o tempo inteiro que estiver dentro da sua casa.

Poderíamos ficar dando inúmeros exemplos, seja quanto à obsessão (pensamentos), compulsão (comportamento) ou associação dos dois. Mas o importante é você despertar para essa pergunta. Quanto tempo você tem gastado com esses pensamentos? Eles geram angústia? Como você tem se comportado com suas práticas religiosas? Aquilo que era para trazer paz e confiança em Deus tem trazido incômodo, desconforto e angústia? Seu comportamento, em vez de servir de testemunho, tem dificultado ainda mais seu relacionamento com aqueles que estão próximos?

Se a resposta for 'sim', você é um forte candidato a ter TOC. Procure ajuda! Procure um profissional da Psicologia que seja cristão e, se possível, um diretor espiritual para orientá-lo. Deus nos quer perto d'Ele, mas de forma equilibrada e saudável.

 

3 de agosto de 2016

Como usar o WhatsApp com maturidade

Aprenda algumas dicas de como usar o WhatsApp com maturidade no dia a dia

Quando falamos em WhatsApp, todos se lembram daquele assobio digital inconfundível. Hoje, ele se tornou uma ferramenta de comunicação que facilita o contato para todos os que possuem acesso à internet. Contudo, em meio à facilidade deste recurso de comunicação, o WhatsApp tem gerado algum mal-estar em muitos relacionamentos.
Tudo o que possuímos deve ser usado com sabedoria e discernimento. Com o WhatsApp, não é diferente.
Como usar o whatsap com maturidadeFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Use-o com moderação

Gostaria de elencar algumas dicas de etiqueta para o uso desse aplicativo:
– O fato de você receber uma mensagem não indica a obrigação de respondê-la de imediato. Mesmo que tenha visualizado a mensagem, também não significa obrigatoriedade na resposta no momento exato de sua visualização. Nem todos podem responder a todas as mensagens que recebe vinte e quatro horas por dia. É preciso cuidado, pois o WhatsApp tem escravizado pessoas e feito de outras reféns de um aplicativo virtual.
– Ficar irritado com uma resposta não recebida, enviar mensagens grosseiras e mal-educadas simplesmente porque não obteve uma resposta no WhatsApp indica que a pessoa não tem maturidade suficiente para lidar com a ferramenta.
– Ninguém é obrigado a responder todas as mensagens "fofinhas" de "bom dia", boa tarde" e "boa noite". O fato de não responder não significa que a pessoa não o considera mais um amigo.
– Reduzir a amizade de anos a um aplicativo de comunicação é desvalorizar o amigo e dizer que o WhatsApp é mais importante que o contato real. Muitas amizades estão se perdendo pelo simples motivo de imaturidade de quem não o sabe usar.

– Ficar cobrando resposta para algo banal e sem importância chega a ser o cúmulo da imaturidade. Essa atitude demonstra infantilidade.
– Você não é obrigado a participar de um grupo só porque toda a "galera" está lá. Se o grupo não acrescenta nada de importante à sua vida pessoal e espiritual, não tenha medo de sair.
– Não há nada mais estressante do que ficar lendo uma mensagem codificada, ou seja, escrita por partes intermináveis. Digite de uma única vez o assunto ou grave um áudio. Ninguém tem tempo suficiente para ficar escrevendo a conta-gotas.
– Há horário para tudo. Ficar mandando mensagens de WhatsApp tarde da noite é bastante incômodo para quem a recebe. Lembre-se: nem todos têm insônia. Para quem é vítima de receber mensagens a madrugada toda, recomendo desconectar o wi-fi e os dados móveis do dispositivo. Assim, seu sono será tranquilo. No outro dia, quando tiver tempo, você responde  as mensagens com calma e no seu tempo.
– Lembre-se de colocar seu aplicativo WhatsApp no silencioso. Nada mais desagradável do que ouvir aquele assobio em uma Missa, no teatro, no cinema ou em qualquer outro lugar.
– Por último: o WhatsApp é um aplicativo, um meio de comunicação, mas há outros meios de comunicação como telefonar, encontrar-se pessoalmente. Use com sabedoria esses meios, sem apelar para atitudes imaturas.



Padre Flávio Sobreiro


Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor do livro "Amor Sem Fronteiras" pela Editora Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: facebook.com/peflaviosobreiro

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/como-usar-o-whatsapp-com-maturidade/

1 de agosto de 2016

A vida familiar é uma verdadeira escola

É preciso compreender que é no núcleo familiar que as pessoas são formadas

Há uma perigosa, progressiva e ameaçadora perda do sentido da vida como dom precioso. São muitos os cenários que comprovam a maneira relativista com que se vem tratando a vida: o resultado é a crescente perda de seu valor sagrado. Assim, torna-se urgente compreender e investir sempre mais em processos educativos que permitam o enfrentamento dessa realidade problemática e ameaçadora. Isso porque a dinâmica da delinquência, incentivada pela impunidade, entra sorrateiramente no tecido da cultura urbana, moldando o comportamento de pessoas e grupos.

Nesse cenário, gravíssimo é constatar o quanto está corroído o núcleo da consciência individual pelas escolhas subjetivistas, voluntaristas, norteadas por conveniências que relevam até mesmo preconceitos e ódios. Desse modo, esses adiantados processos de delinquência surgem na contramão de tudo o que se pode presumir. Há um pisca alerta em último grau indicando a urgência de programas educativos mais efetivos para enfrentar esse caos. Os altos preços já pagos e os prejuízos evidentes alertam para o agravamento dos mais diversos tipos de violência, desde o terrorismo de estado até aquelas que se escondem no silêncio dos lares, a exemplo das abomináveis agressões às mulheres.

A vida familiar é uma verdadeira escolaFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A família como prioridade

Não bastam, porém, apenas intervenções pontuais nessas situações todas. É preciso completa reorganização nos funcionamentos da sociedade, considerando, sobretudo, o apreço sagrado pelo dom da vida. Inclui-se aí o enorme desafio de articular a complexidade e a diversidade das linguagens e das simbologias em meio às velozes transformações socioeconômicas, religiosas, políticas, culturais e ambientais. Também não bastam as intervenções estruturais na organização externa das realidades urbanas. É preciso investir em contextos com impactos estruturantes. No cenário amplo dos investimentos educativos, os governos, as igrejas, as academias e os demais segmentos devem priorizar a família, sempre mais.

Mesmo considerando-se superada a fase vivida recentemente, de relativização da família e até mesmo da preconização do seu fim, ainda são necessários ajustes na compreensão do que ela realmente representa. É essencial ter-se a clareza da importância de se constituir o núcleo familiar para ser qualificado no contexto educativo e, assim, ser capaz de questionar as realidades. Antes e acima do ensino formal, está a família. Escola indispensável, nela se configuram os elementos estruturantes do caráter, da socialização, do exercício da liberdade, da cidadania e da capacidade de amar. Tudo isso mantém acesa a chama do respeito à sacralidade da vida, força capaz de reconfigurar os cenários que a ameaçam.


É na família que nasce o novo caminho no enfrentamento daquilo que esgarça o tecido da cultura urbana, ao formar cidadãos capazes de oferecer a força do testemunho imprescindível a toda transformação, fundamentado na justiça, na verdade e na paz. Essa competência para intervir positivamente na realidade estrutura-se primeiramente a partir das relações familiares. Com a preponderância das figuras parentais é que se dá o aprendizado da indispensável dinâmica da reciprocidade, do sentido do outro, de sua dignidade e, sobretudo, do gosto por amparar e promover a vida.

Respeito à vida

A primeira e mais importante escola da vida não pode, contudo, caminhar sozinha. Esses desafios todos exigem políticas públicas adequadas, espiritualidade qualificada, sentido social e político da cidadania, que resultem em práticas capazes de fecundar o respeito incondicional à vida.

Âmbito da socialização primária, a família oferece os meios insubstituíveis de produção de um tecido urbano mais civilizatório, constituindo-se em lugar privilegiado para se repensar hábitos, relacionar-se com os outros, respeitar, ouvir e dialogar. Se não se aprende as boas maneiras de convivência em casa, comprometido estará o modo de se habitar em meio à comunidade, empurrando, mais aceleradamente, a sociedade para o caos.

A abordagem desta questão, emoldurada pela complexidade da cultura urbana contemporânea e pela realidade desafiadora própria da família, convida a refletir, debater e investir em novos cenários para fazer da vida familiar uma verdadeira escola. Todos somos sempre aprendizes.



Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/vida-familiar-uma-escola/