30 de março de 2016

O que viver na Páscoa?

Páscoa é a estação da primavera espiritual

Cristo ressuscitou! Aleluia! Por Sua Paixão e Morte, um novo tempo foi inaugurado na história da humanidade. As coisas antigas passaram e desabrochou, no alvorecer da vida, as alegrias que rompem as trevas da morte!

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O tempo litúrgico da Páscoa é a estação da primavera espiritual, e somos chamados a caminhar pelo jardim da Ressurreição, que é o próprio Cristo presente em nosso meio. Ao longo de cinquenta dias, vamos exalar o suave aroma dessa alegria em nossa alma. O canto de 'aleluia' presente em nossas liturgias, mas também aclamado em nosso coração, recorda-nos este tempo novo que Cristo nos oferece por amor e misericórdia.

O Círio Pascal é símbolo dessa presença do Ressuscitado na comunidade que se reúne para celebrar este tempo novo, onde cantamos as glórias do Senhor, que venceu a morte e nos deu a vida eterna.


É tempo de nos despedirmos do homem velho

"Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Cl 3,1). É chegado o momento de nos despedirmos do homem velho, pois Cristo rompeu as trevas do pecado e trouxe-nos a certeza definitiva da vida que vence a morte.

Neste tempo pascal, busquemos as "coisas do alto". Não nos conformemos com as realidades que oprimem a vida, mas transformemo-las por nosso exemplo e misericórdia. Em nossa comunidade, busquemos viver a paz do Cristo Ressuscitado nos pequenos gestos. Se for preciso, que silenciemos nossas palavras mediante uma crítica que pode ferir e causar constrangimento. Coloquemo-nos a serviço, não buscando elogios, mas fazendo de nosso ato voluntário uma oferta de gratidão a Cristo, por tanto amor a nós doado.

Busquemos as coisas do alto em nossos ambientes familiares, orando em meio às situações complexas e que não apresentam soluções imediatas. Levemos a paz do Ressuscitado como dom a ser ofertado em pequenos gestos que desabrocham como lírios perfumados na alma de quem os acolhe.

Com Cristo ressuscitado celebremos a Páscoa na vida cotidiana, antecipando a gloriosa realidade que vislumbramos, hoje, pela fé e, um dia, junto de Deus, na plenitude da graça que esperamos. Aleluia!

 


Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: www.facebook.com/peflaviosobreiro


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/pascoa/o-que-viver-na-pascoa/

28 de março de 2016

Terço a São José

Aprenda a rezar o terço a São José

Nas contas grandes:

Meu glorioso São José, nas vossas maiores aflições e tribulações, não vos valeu o anjo do Senhor? Valei-me, São José!

Nas contas pequenas:

Valei-me, São José.

No fim, reze este oferecimento:

"A vós, glorioso São José, ofereço este terço em louvor e glória de Jesus e Maria, para que seja minha luz e guia, minha proteção e defesa, minha fortaleza e alegria em todos os meus trabalhos e tribulações, principalmente na hora da agonia.

Pelo nome de Jesus, pela glória de Maria, imploro o vosso poderoso patrocínio, para que me alcanceis a graça que tanto desejo. Falai em meu favor, advogai a minha causa no céu e na terra, alegrai a minha alma para honra de Jesus, de Maria e vossa. Amém."


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/terco-a-sao-jose/

23 de março de 2016

A espiritualidade da Quinta-feira Santa

A espiritualidade da Quinta-feira Santa é repleta de sentido

Neste dia, começa o Tríduo Pascal, a preparação para a grande celebração da Páscoa, a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado, o sofrimento e o inferno.

Este é o dia em que a Igreja celebra a instituição dos grandes sacramentos da ordem e da Eucaristia. Jesus é o grande e eterno Sacerdote, mas quis precisar de ministros sagrados, retirados do meio do povo, para levar ao mundo a salvação que Ele conquistou com a Sua Morte e Ressurreição.

A espiritualidade da Sexta-feira Santa - 1600x1200

Jesus desejou ardentemente celebrar aquela hora: "Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de sofrer" (Lc 22,15).

Na celebração da Páscoa, após instituir o sacramento da Eucaristia, ele disse aos discípulos: "Fazei isto em memória de Mim". Com essas palavras, Ele instituiu o sacerdócio cristão: "Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim." (cf. Lc 22,17-19)

Na noite em que foi traído, mais Ele nos amou, pois bebeu o cálice da Paixão até a última e amarga gota. São João disse que "antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou." (Jo 13,1)

Instituição do sacramento da confissão

Depois que Jesus passou por toda a terrível Paixão e Morte de Cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus por cada pessoa.

Aos mesmos discípulos ele vai dizer, depois, no Domingo da Ressurreição: "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20,23). Estava, assim, instituída também a sagrada confissão, o sacramento da penitência; o perdão dos pecados dos homens que Ele tinha acabado de conquistar com o Seu Sangue.

Na noite da Ceia Pascal, o Senhor lavou os pés dos discípulos, fez esse gesto marcante, que era realizado pelos servos, para mostrar que, no Seu Reino, "o último será o primeiro", e que o cristão deve ter como meta servir e não ser servido. Quem não vive para servir não serve para viver; quem não vive para servir não é feliz, porque a autêntica felicidade o tempo não apaga, as crises não destroem e o vento não leva; ela nasce do serviço ao outro, desinteressadamente.

Nessa mesma noite, Jesus fez várias promessas importantíssimas à Igreja que instituiu sobre Pedro e os apóstolos. Prometeu-lhes o Espírito Santo, e a garantia de que ela seria guiada por Ele a "toda a verdade". Sem isso, a Igreja não poderia guardar intacto o "depósito da fé", que São Paulo chamou de "sã doutrina". Sem a assistência permanente do Espírito Santo, desde Pentecostes, ela não poderia ter chegado até hoje e não poderia cumprir sua missão de levar a salvação a todos os homens de todas as nações.

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós." (Jo 14, 16-17).

Igreja, coluna e fundamento da verdade

Que promessa maravilhosa! O Espírito da Verdade permanecerá convosco e em vós. Como pode alguém ter a coragem de dizer que, um dia, a Igreja errou o caminho? Seria preciso que o Espírito da Verdade a tivesse abandonado.

"Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito." (Jo 14, 25-26)

Na Última Ceia, o Senhor deixou à Igreja essa grande promessa: O Espírito Santo "ensinar-vos-á todas as coisas". É por isso que São Paulo disse a Timóteo que "a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade" (1Tm 3, 15). Quem desafiar a verdade de doutrina e de fé, ensinada pela Igreja, vai escorregar pelas trevas do erro.

Na mesma Santa Ceia, o Senhor lhes diz: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…" (Jo 16,12-13)


Jesus sabia que aqueles homens simples não tinham condições de compreender toda a teologia cristã; mas lhes assegura que o Paráclito lhes ensinaria tudo, ao longo do tempo, até os nossos dias de hoje. E o Sagrado Magistério dirigido pelo Papa continua assistido pelo Espírito de Jesus.

São essas promessas, feitas à Igreja na Santa Ceia, que dão a ela a estabilidade e a infalibilidade em matéria de fé e costumes. Portanto, não só o Senhor instituiu os sacramentos da Eucaristia e da ordem, na Santa Ceia, mas colocou as bases para a firmeza permanente da Sua Igreja. Assim, Ele concluiu a obra que o Pai Lhe confiou, antes de consumar Sua missão na cruz.




Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/quaresma/a-espiritualidade-da-quinta-feira-santa/

21 de março de 2016

A política partidária no Brasil instalou o caos na sociedade

A política partidária no Brasil configura-se como um devastador desastre humano

"A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo…". Assim começa a narração do Livro do Gênesis, permitindo uma analogia com o atual momento político do Brasil. A política partidária instalou incontestavelmente o caos na sociedade. Está perdida a capacidade para o diálogo que gera consensos e entendimentos. Não paira, absolutamente, o Espírito de Deus no mundo da política. É uma escuridão que fomenta o caos – um "salve-se quem puder" que passa por cima do bem comum como um trator. Não há esperança de que a política partidária consiga, rapidamente, oferecer contribuições para os rumos da nação. A lista de desmandos, escolhas absurdas, interesseiras e manipulações é interminável. Comenta-se, em muitas esferas da sociedade, sobre a expectativa do surgimento de um líder político capaz de gerar agregação e apontar novas direções. Isso parece ser difícil de ocorrer, justamente pelo atual cenário vivido pela política partidária. Quem seria capaz, agora, de reverter essa difícil situação? O mundo da política partidária no Brasil configura-se como um devastador desastre humano à semelhança das incidências horrendas que ferem o meio ambiente.

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A deterioração da esfera política e o tratamento inadequado das questões ambientais se desenvolvem a partir da mesma raiz. Aqui vale relembrar as palavras do Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, quando se refere à nova idolatria do dinheiro. O caos vem dessa idolatria. É inexistente a nobreza de fazer política pelo bem comum, com o objetivo de ajudar a nação a alcançar patamares de civilidade e de funcionamentos que promovam, sem populismos, os seus cidadãos. A falta dessa nobreza é resultado de carência na formação humanística que ilumina intuições, capacita para o bem, muito acima do interesse de enriquecimentos ilícitos. O Papa Francisco afirma que "uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e nossas sociedades". Essa verdade explica os desajustes no tecido da cultura, que delineia a identidade da sociedade e influencia suas direções.

Onde está a base do caos instalado na sociedade?

O Papa Francisco oferece a chave de interpretação desse caos instalado que produz, por exemplo, a crise financeira que pesa sobre os ombros de todos. A base da desordem é a negação da primazia do ser humano. Esse colapso antropológico tem muitas feições. Descompassa relações, articulações de grupos e segmentos na sustentação de uma sociedade que deve se mover no horizonte da justiça e da solidariedade. É triste constatar o que ocorre na política partidária. O desejo de ocupar cargos públicos não vem acompanhado do sentido cidadão mais profundo de ajudar decisivamente na construção de uma sociedade solidária e justa. Trata-se de interesse doentio pelo dinheiro, para alimentar ilusórias sensações de poder e segurança. Uma ambição que produz essa economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano.

Ora, a idolatria do dinheiro é perigosa, gera ilusões e desgasta o mais nobre sentido da política, que é promover o bem comum. Essa idolatria é tão terrível que faz crescer, de modo generalizado, a sensação de que não há mais tempo para fazer o que é necessário. Isto fica explícito nas muitas lamentações e ladainhas exaustivamente propaladas. O interesse mesmo é ganhar sempre mais, produzir menos. Nada de sacrifícios e esforços para alcançar o bem de todos. Uma luz precisa brilhar para iluminar essas trevas. E de onde ela pode vir? Em primeiro lugar, da corresponsabilidade e seriedade cidadã de cada indivíduo. Sistemicamente, essa luz pode e precisa brilhar com o fortalecimento, em seriedade e audácia, dos diferentes segmentos da sociedade – empresarial, religioso, judiciário, acadêmico e intelectual, artístico e outros mais. Cada setor, pela seriedade e honestidade, tem o dever de dissipar as trevas que preenchem o abismo onde está inserida a sociedade brasileira. Que venha de todas as pessoas e grupos, pelo compromisso com o bem, a justiça e a verdade, essa a luz que tem a força para resgatar o país do caos.

 


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/politica/a-politica-partidaria-no-brasil-instalou-o-caos-na-sociedade/

18 de março de 2016

As faces da escravidão ontem e hoje

Cada pessoa tem o direito de não ser mantida em estado de escravidão ou servidão

Desde tempos imemoriais, as diferentes sociedades humanas conhecem o fenômeno da sujeição do homem pelo homem. Houve períodos na história da humanidade em que a instituição da escravatura era geralmente admitida e regulamentada pelo direito. Esse estabelecia quem nascia livre e quem, pelo contrário, nascia escravo, bem como as condições em que a pessoa, nascida livre, podia perder a sua liberdade ou recuperá-la. Por outras palavras, o próprio direito admitia que algumas pessoas podiam ou deviam ser consideradas propriedade de outra pessoa, a qual podia dispor livremente delas; o escravo podia ser vendido e comprado, cedido e adquirido como se fosse uma mercadoria qualquer.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Hoje, na sequência duma evolução positiva da consciência da humanidade, a escravatura – delito de lesa humanidade– foi formalmente abolida no mundo. O direito de cada pessoa não ser mantida em estado de escravidão ou servidão foi reconhecido, no direito internacional, como norma inderrogável.

Apesar de a comunidade internacional ter adotado numerosos acordos para pôr termo à escravatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenômeno, ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura.

Escravos a nível formal e informal

Penso em tantos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos setores, formal e informal, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufatureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme as normas e padrões mínimos internacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja legislação protege o trabalhador.

Penso também nas condições de vida de muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, padecem de fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente. Penso em tantos deles que, chegados ao destino depois duma viagem duríssima e dominada pelo medo e a insegurança, ficam detidos em condições às vezes desumanas. Penso em tantos deles que, por diversas circunstâncias sociais, políticas e econômicas, impelem a passar à clandestinidade, e naqueles que, para permanecer na legalidade, aceitam viver e trabalhar em condições indignas, especialmente quando as legislações nacionais criam ou permitem uma dependência estrutural do trabalhador migrante em relação ao dador de trabalho como, por exemplo, condicionando a legalidade da estadia ao contrato de trabalho. Sim! Penso no trabalho escravo.

 

Escravos sexuais

Penso nas pessoas obrigadas a prostituírem-se, entre as quais se contam muitos menores, e nas escravas e escravos sexuais; nas mulheres forçadas a casar-se, quer as que são vendidas para casamento, quer as que são deixadas em sucessão a um familiar por morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consentimento.

Não posso deixar de pensar em quantos, menores e adultos, são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para ser recrutados como soldados, para servir de pedintes, para atividades ilegais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adoção internacional.

Penso, enfim, em todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo a seus objetivos como combatentes ou, especialmente, no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais. Muitos deles desaparecem, alguns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos.

Medidas de combate à escravidão

Quando se observa o fenômeno do comércio de pessoas, do tráfico ilegal de migrantes e de outras faces conhecidas e desconhecidas da escravidão, fica-se frequentemente com a impressão de que o mesmo tem lugar no meio da indiferença geral.

Os Estados deveriam vigiar, porque as respectivas legislações nacionais sobre as migrações, o trabalho, as adoções, a transferência das empresas e a comercialização de produtos feitos por meio da exploração do trabalho sejam efetivamente respeitadoras da dignidade da pessoa.

As organizações intergovernamentais são chamadas, no respeito pelo princípio da
subsidiariedade, a implementar iniciativas coordenadas para combater as redes transnacionais do crime organizado que gerem o mercado de pessoas humanas e o tráfico ilegal dos migrantes.

 

Referência:

1 – Cf. Discurso à Delegação internacional da Associação de Direito Penal (23 de Outubro de 2014): L'Osservatore Romano (ed. portuguesa de 30/X/2014), 9.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/as-faces-da-escravidao-ontem-e-hoje/

16 de março de 2016

Demônio e exorcismo em sete questões

Demônio e exorcismo discutidos em sete questões

1 – Os demônios existem?

Sim, existem. "A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos é uma verdade de fé"¹. Alguns desses anjos, criados bons por Deus, liderados por satanás, também chamado diabo, "tornaram-se maus por sua própria iniciativa"², portanto, deve-se afirmar que, "de fato, o diabo e os outros demônios foram por Deus criados naturalmente bons, mas eles, por si próprios, se fizeram maus"³.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

2 – Satanás pode causar todos os males que quer?

Não. "O pode de satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito"4, isto é, um anjo que, tal como todos os anjos, "superam a perfeição todas as criaturas visíveis"5.

3 – O cristão pode praticar yoga?

Não. O conjunto de crenças do yoga é indissociável do hinduísmo. O yoga, que significa literalmente "união", pretende levar o homem à união com a divindade impessoal (iluminação), por meio de determinados ritos e invocações (entoação de mantras), aos quais vem atribuída uma eficácia "espiritual". Não se trata apenas de determinadas técnicas de relaxamento, como pensam muitos; são, na realidade, gestos carregados de significados espirituais, que afastam as pessoas da verdade e da graça que Jesus6 nos trouxe e abrem o coração à ação diabólica, como se pode constatar em tantos casos de exorcismo.


4 – O demônio é o instigador de todos os nossos pecados e a causa de todos os males?

Não. Como ensina Jesus, na parábola do semeador, às vezes somos levados a pecar movidos pelas seduções do mundo ou pelas nossas próprias más inclinações. "Não se deve acusar o diabo em todas as coisas que acontecem; de fato, às vezes, o próprio homem faz-se diabo para si mesmo"7.

5 – Um cristão pode ouvir qualquer tipo de música?

Não. Atualmente, cada vez mais músicas têm letras ou melodias que incitam ao pecado de várias maneiras. Tais músicas são inaceitáveis para quem ama e segue Jesus Cristo. Infelizmente, são cada vez mais numerosos os cantores que confessam publicamente terem feito um pacto com o demônio, e que, durante seus espetáculos, tributam-lhe culto explícito.

6 – Que tipo de capacidade têm os anjos e demônios?

Eles têm certo domínio sobre as realidades materiais; por exemplo: podem mover objetos8 e atuar sobre nossos sentidos externos ou internos9.

7 – Os fiéis podem rezar o pequeno exorcismo do Papa Leão XII?

"Não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo"10. Os fiéis batizados, embora tenham pelo batismo a capacidade de exorcizar os demônios, tal como acontecia nos primeiros séculos da vida da Igreja, atualmente estão proibidos de o fazer, pois trata-se de um ministério delicado, que requer uma especial ciência, prudência e experiência, razão pela qual, atualmente, está reservado aos bispos ou aos presbíteros por estes nomeados.


Trecho extraído do Livro de padre Duarte Lara: "Demônio, exorcismo e oração de libertação em 40 questões".


Referências:

1- Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
2 – Ibidem 391.
3 – Concílio de Latrão IV, cap. 1, De fife catholica: DH 800.
4 – Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
5 – Ibidem, n. 329
6 – Carta aos Bispos da Igreja Católica acerca de alguns aspectos da meditação cristã.
7 – Agostinho de Hipona (santo), Serm. 163/B, 5.
8 – Suma Teológica de São Tomás de Aquino
9 – Ibidem 111.
10 – Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução sobre o exorcismo, 24.09.1985.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/demonio-e-exorcismo-em-sete-questoes/

14 de março de 2016

O tribunal da misericórdia

No tribunal da misericórdia a sentença é sempre o perdão

Regras bem definidas conduziam o julgamento de pessoas acusadas de crimes considerados de extrema gravidade. É o caso da mulher apanhada em adultério (Jo 8, 1-11). A cena se abre numa área aberta do templo, a turba se reúne e quer ver sangue, quem sabe a projetar seus próprios traumas ou até culpas escondidas. São autoridades abalizadas a conduzir a pecadora pública e Jesus está presente, após a festa das tendas (Cf. Jo 7, 1-52). É bom saber que o pano de fundo é um outro julgamento em curso, no qual o alvo é o próprio Jesus. Qualquer gesto ou palavra será usado contra ele. Sabemos que algum tempo depois, do alto da cátedra da Cruz, ele mesmo se torna o juiz da história.
Por enquanto, acompanhemos a cena do julgamento da mulher adúltera. Trata-se de assunto ligado à família e alçado às relações sociais e à religião, pois a Escritura contém normas e leis que regulam toda a convivência humana (Cf. Dt 22.22; Dt 31.10; Lv 15.16,19; 18.6, 22,23; Js 8.35). O adultério é considerado crime hediondo e a mulher é a parte mais fustigada em tais situações. Armou-se o tribunal.

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As normas eram claras e a mulher fora "apanhada em adultério". Nem sabemos por onde estaria andando a outra parte envolvida no crime! Juízes são os mestres da lei e outras pessoas revestidas de autoridade. Dá para ver que as provas, ainda que contundentes, foram interesseiramente recolhidas. Chama-se em causa o próprio Moisés, cujo nome remete à lei. Sabemos que muitos acréscimos foram feitos e seu nome era aposto como assinatura a tantas práticas que beiravam o absurdo. Questões de decadência na prática jurídica, espertezas de tantos que, desde aquele tempo, sabem manipular as normas escritas ou orais!

Todos somos apresentados no tribunal aberto em praça pública na história do mundo

Do ponto de vista das práticas correntes, tudo perfeito e preparado para uma provocação àquele que entrava na história sem nela estar envolvido, justamente quem se apresentava como enviado de Deus, para escândalo de muita gente. Cumprir a lei ou saltar uma de suas normas mais claras? O impasse está criado e o tribunal deve decidir depressa! Como resolver a questão? Aqui o protagonismo de Jesus se manifesta, sorrateiramente aos olhos de alguns! Escrever no chão, nem sabemos que frases ou palavras, a única vez em que os evangelhos no-lo apresentam em tal atividade, até porque ele é "a" Palavra feita Carne e não "palavra escrita". Escreveu sobre a areia e logo tudo foi apagado.

Chega o momento da contraprova! Depressa, cumpra-se a lei, mas "quem entre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra"! Sabedoria daquele que é mais sábio do que Salomão! (Cf. Mt 12, 38-42) Um a um, todos se retiram, a começar pelos mais velhos! A sessão do tribunal foi interrompida, sem que o juiz tivesse que bater o martelo! O novo juiz está sozinho, diante da mulher: "Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Podes ir e, de agora em diante, não peques mais!"

Um salto no tempo! Todos nós, muito ou pouco, somos apresentados diante do tribunal aberto em praça pública na história do mundo. Faz-se necessário, por honestidade de princípio, que saibamos ser pecadores da lista que quisermos fazer dos pecados de todas as gerações. "Eu sou o primeiro pecador" é a confissão honesta de cada pessoa em tempo de Quaresma. É a declaração do Apóstolo: "É digna de fé e de ser acolhida por todos esta palavra: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Mas alcancei misericórdia, para que em mim, o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência, fazendo de mim um exemplo para todos os que crerão nele, em vista da vida eterna" (1 Tm 1, 15-16).

No tribunal, calem-se todas as vozes acusatórias e resplandeça o silêncio dos olhares agora transfigurados em misericórdia! Esta é a grande virada do jogo da vida. Ninguém se arvore em presunção de inocência, todos tenham coragem de bater no peito e se reconheçam pecadores, frágeis, mas… amados! Este é o segredo! Ao pecador chegue o olhar daquele cujos dedos só escrevem pecados na areia, mas gravam na rocha de seu amor infinito a gratuidade do perdão e da acolhida benevolente.

É preciso apresentar a lista das misérias para serem queimadas no tribunal da misericórdia

Venham para a praça da vida todas as pessoas machucadas pela sua própria história, ou tantas outras acusadas de crimes de toda espécie para chegar até os pecadilhos escondidos! Comecem o exame de consciência olhando para a luz de Deus e não apenas para o espelho, pois este pode estar turvo de complexos e traumas acumulados com o tempo. Tragam todos a lista de suas misérias, deixando que sejam queimadas na fornalha do amor misericordioso, no júbilo do Ano Santo.

Só existe uma condição indispensável, a sinceridade e a honestidade diante de Deus. Abatam-se as barreiras da vaidade, da dissimulação e do orgulho. Desmontem-se todas as pretensões de inocência ou as muitas justificativas dos erros cometidos, pois é o tempo da verdade que liberta (Cf. Jo 8, 32).

Este é o caminho da reconciliação com Deus e a Igreja. Existe uma oferta de amor, disponível para todos. É Sacramento da Penitência. Alguns gostam de chamá-lo Tribunal da Penitência, mas a sentença é sempre o perdão. Estão abertas suas portas em nossas igrejas! Para testemunhar seu valor, em dias recentes foi estampada mais uma vez a imagem do Papa Francisco diante de um confessor na Basílica de São Pedro. O sucessor de Pedro, que repetidas vezes se declara pecador e carente da misericórdia de Deus, como todos nós, puxou a fila dos penitentes, certamente acompanhado de uma multidão interminável que, aqui e em outras paragens, começa a sair dos intrincados novelos do pecado para abrir-se à graça, ouvindo com alegria: "Eu também não te condeno. Podes ir e, de agora em diante, não peques mais" (Jo 8, 11).


Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/ano-da-misericordia/o-tribunal-da-misericordia/

11 de março de 2016

Os maiores desafios depois do divórcio

Sabemos quão difícil é carregar a cruz, e um divórcio indesejado é uma cruz gigante

É fato que hoje muitas pessoas se divorciam na tentativa de melhorar sua vida, porém não estão cientes de todos os desafios que terão de enfrentar e as consequências inevitáveis que esse processo traz consigo.

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Foto: mactrunk, iStock by getty images

Na Bíblia, em Malaquias 2,16, Deus nos diz que odeia o divórcio. Em Mateus 19,60 vemos que o casamento é uma união permanente. "Muitos casamentos, que foram desfeitos por motivos triviais, poderiam ter sido salvos se marido e mulher tivessem sido capazes de se perdoar mais" (cf. Mateus 18,21-22).

Incertezas e angústias

Na justiça, o divórcio pode, muitas vezes, legalizar um estado de discórdia entre um casal, configurando um processo de disputa e exigindo a criação de novas estruturas de convivência doméstica, principalmente no que diz respeito a pais e filhos. Tanto no âmbito da Psicologia Clínica quanto no âmbito judicial, os estudos demonstram que os conflitos vividos pelos pais, antes e durante o processo de um divórcio, causam problemas de ajustamento nos filhos, que vivenciam o divórcio como um mistério que precisa ser explicado com clareza e objetividade. Todos os familiares vivenciam incertezas e angústias que ameaçam a estabilidade pessoal, exigindo a elaboração de uma perda.

Desafios do processo

Os desafios decorrentes desse processo são muitos. Os problemas financeiros, a criação de filhos, a solidão, muitas vezes esmagadora, e o sentimento de fracasso são alguns dos problemas e desafios que os divorciados enfrentam. Por mais que este tenha sido consensual, muitas vezes leva muito tempo para desaparecer.

Surgem sentimentos de perda, fracasso, desamparo, abandono, rejeição, medo, insegurança e incertezas circundando esses sujeitos, que afetam diretamente os novos arranjos familiares e que precisam ser trabalhados.

Seguem abaixo algumas dicas e os principais desafios que podemos enfrentar nesse processo:

Suporte

A primeira coisa aconselhável a ser feita é buscar um bom suporte espiritual e também psicológico. Nesse momento, é de fundamental importância poder contar com alguém de confiança, ter um espaço para compartilhar sua história e seus sentimentos, dividir as dores da perda e receber um suporte profissional para ajudá-lo a reestruturar a vida e se preparar para esse novo momento, onde muitos ajustes precisam ser feitos. Então, tanto a psicoterapia, na busca por um bom psicólogo, como também a direção espiritual feita por um bom sacerdote, podem constituir um ótimo ponto de partida. São meios bastante adequados para fortalecer a pessoa e também lhe proporcionar ferramentas para enfrentar com coragem os desafios que virão.

Vida financeira

Já diz o ditado que divórcio é sinônimo de prejuízo, e isso é um fato. Tudo o que o casal tinha antes será, agora, dividido por dois. A divisão das economias empobrece ambas as partes e isso é inevitável. Você vai perder reservas e aumentar os custos da sua vida. Portanto, deve estar preparado para isso.

Filhos

Visitas, pensão e educação. Não é preciso dizer que, muitas vezes, serão eles que arcarão com as duras consequências da separação dos pais. É preciso reservar tempo, com calma, para conversar e garantir a seus filhos que você os ama; sobretudo, explicar-lhes que eles não são os responsáveis pelo divórcio dos pais. Responda suas perguntas da forma mais sincera e objetiva possível, evite distribuir culpas e busque preservar e manter em harmonia a relação deles com o pai e a mãe. Continuar na mesma casa e manter a mesma rotina pode ajudar a também buscar uma boa rotina espiritual.

Amigos

Amigos são para sempre, mas a dura realidade é que, na separação, há também uma divisão natural daqueles com quem vocês mais conviviam enquanto casal. Por outro lado, é provável que o seu meio social mude naturalmente com o decorrer do tempo.

Moradia

Esse também pode ser um impasse entre o casal que se separa. Como a maioria dos processos caminha para que a guarda dos filhos seja compartilhada por ambos os genitores, ainda assim é comum que os filhos passem mais tempo com a mãe, que assume normalmente a rotina de escola, saúde, higiene, alimentação etc. Se isso não esbarrar em outros tipos de problemas, é aconselhável que a mãe permaneça no local de moradia anterior à separação, para que, dessa forma, altere-se o menos possível a rotina dos filhos. Num processo de divórcio consensual, a residência entra como objeto de partilha, mas pode ficar como "usufruto dos filhos" até que os mesmos atinjam a maioridade.

Identidade pessoal

Quem sou eu sem minha mulher, sem meus filhos ou marido? Essa pergunta pode rondar sua mente nos primeiros momentos depois de uma separação. Nesse aspecto, a ajuda de um bom profissional pode ser muito útil, para que, aos poucos, você possa recuperar de volta a sua identidade pessoal dentro desse novo modo de vida. Por isso, é importante ir atrás de referências, antigas ou novas, que venham reforçar sua identidade.


Vida familiar

Quando um casal decide se separar, há também um ajuste importante na vida dos familiares envolvidos direta ou indiretamente. É muito importante, nesse momento, voltar-se, um pouco mais, para os "seus familiares", que podem ser, grande ajuda e suporte, sobretudo nas fases iniciais.

Outro aspecto importante será redefinir como ficarão as relações com a família do ex-cônjuge, com quem, muitas vezes, os laços são muito estreitos e já se considera parte da sua família também. Aos poucos, um novo formato de relação surgirá, mas procure sempre manter o vínculo dos avós e tios com seus filhos.

Estilo de vida e estado civil

Aqueles hábitos que você tinha antes de separar-se, como sua vida social e atividades de lazer, por exemplo, agora serão diferentes. Você tomará muitas decisões sozinho, a não ser as que envolvem seu tempo com seus filhos. Também pode acontecer, em alguns casos, que a mulher fique em tempo integral com os filhos, o que, certamente, acarretará sobrecarga, exigindo que ela se desdobre para dar conta do recado.

Alguns homens podem sentir-se novamente como na época de solteiros e ter o desejo de viver como tal, saindo com amigos solteiros, buscando namoricos e relações passageiras, até como forma de reviver os bons tempos antes do casamento. O fato é que a vida mudou e os tempos são outros, o matrimônio marca profundamente a vida de uma pessoa, e para nós cristãos é um laço indissolúvel. A não ser que um Tribunal Eclesiástico declare nula essa união.

Para muitas mulheres, pode ser até humilhante assumir perante a sociedade e a Igreja seu novo status como "divorciada", principalmente se em seu coração não desejava a separação. Esse também é um tema que deve ser tratado com todo cuidado junto a um terapeuta ou diretor espiritual.

Atividades sociais

Casais normalmente têm atividades sociais diferentes de pessoas solteiras, sobretudo casais com filhos. Nessa nova condição de vida, tanto o homem com a mulher levarão algum tempo até ajustar novamente sua vida social, a escolher as companhias para sair, talvez encontrar pessoas que estejam no mesmo estado de vida.

Em alguns momentos, os filhos estarão presentes; em outros, você estará sozinho.
No início, pode parecer estranho ou até mesmo fazer com que você se sinta deslocado em determinado ambiente. Aos poucos, as coisas tendem a se definir e você se adaptará a esse novo contexto.

Nova união

É muito comum que, nesse momento, logo após a separação, muitas pessoas venham dar conselhos; um deles é que a melhor forma de esquecer um amor é encontrar outro.

"São numerosos hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e contraem civilmente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo – 'Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério' (Mc 10,11-12) –, afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam-se a casar com outra pessoa, mesmo que no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação. Pela mesma situação, não podem exercer certas responsabilidades eclesiais.

A reconciliação pelo sacramento da penitência só pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da aliança e fidelidade a Cristo, e se comprometem a viver uma continência completa."

Matrimônio só deixa de existir quando sua nulidade é declarada, o que só pode ser feito por um Tribunal Eclesiástico.

Vida de oração e Igreja

Assim como foi dito no início, ter um bom terapeuta para acompanhá-lo nesse processo e um bom diretor espiritual são de fundamental importância, mas isso deve ser reforçado com uma vida constante de oração e frequência assídua à igreja, às Missas e aos sacramentos.

A Igreja, nesse momento, mais do que nunca é Mãe e deve acolher o divorciado. Sabendo da grande dificuldade que se avizinha, compadecendo-se da dor, a Igreja está sempre presente para perdoar e acolher, mesmo em caso de queda.

Sabemos quão difícil é carregar a cruz, e um divórcio indesejado é uma cruz gigante. Talvez essa seja uma oportunidade para um testemunho único, uma prova de amor a Deus maior que tudo, quando renunciamos ao amor a nós mesmos por uma prévia promessa feita a Ele, a do matrimônio. Então, no momento que conseguirmos olhar esse sofrimento como a cruz que nos assemelha a Cristo, unimos nossas dores às d'Ele, que, certamente, nos dará força, coragem e sabedoria necessárias para enfrentarmos esses desafios. Confiantes e certos de que não estamos sozinhos nessa luta, a Igreja nos acolhe e recebe; e Jesus Cristo caminha ao nosso lado. Confiantes em Suas promessas, podemos viver sem pecar.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/divorcio/os-maiores-desafios-depois-do-divorcio/

9 de março de 2016

Quer fazer um projeto de vida?

Já pensou fazer um projeto de vida? Sempre é tempo

Proponho um novo projeto para você. Um que você seja capaz de cumprir e sentir-se realizado por chegar ao fim com suas vitórias. Vamos lá?

Antes de saber o que projetar, é preciso saber as áreas a serem projetadas, pois pode não ser atingindo nenhum objetivo se as metas forem muito amplas.

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Foto: eternalcreative, iStock by getty images

As áreas a serem projetadas são:

Relacionamento

Como estão suas relações, o que tem gerado desconforto em sua casa? Você tem sido boa mãe, bom pai, corrigido, amado, sendo presença na vida de sua família ? O que pode ser feito para melhorar esses relacionamentos?

Você tem sido um bom filho para seus pais, deixando-os exercer o papel de pais e não querer ser os pais deles? Reflita e determine o que você precisa fazer para melhorar essas relações. Lembre-se de começar com metas pequenas, para não se frustrar no fim do ano, por não ter alcançado seus objetivos.

Por exemplo: Vou tirar 30 minutos do meu dia, que ainda é pouco, para brincar com meus filhos. Brincar é brincar mesmo, desligar-se de tudo, até do celular, e envolver-se na brincadeira com eles.

Vida profissional

Nessa área, a pergunta é: sou feliz e realizada no meu trabalho? Digo trabalho e não profissão, pois há pessoas que são formadas, possuem diploma, graduação, mas não exercem sua função. Isso não deve ser motivo de tristeza, pois o importante é reconhecer a realização naquilo que se propõe a fazer. Se você acha que está estagnado na profissão, questione-se. O que pode fazer para melhorar? Talvez um curso, novos lugares de atuação, até novos desafios como cadastros curriculares em outras instituições, lançar-se em um projeto novo, mudar de cidade se for preciso. Acreditar que é capaz de ser melhor naquilo que se propõe a fazer e se dedicar a isso!


Vida pessoal

Nesse ponto, o olhar deve voltar-se para você! É aqui que entram as dietas, academias, cuidados pessoais e realizações pessoais; e é aqui que mora o perigo, porque, todo ano, muitas pessoas falam que vão emagrecer e não conseguem! Onde está o erro? Não adianta ter o desejo e não se determinar.

Se você quer emagrecer, a primeira coisa que deve ser feita é responder a estas perguntas: Você quer emagrecer? Precisa emagrecer? Para quem quer emagrecer? Quais são os reais motivos? Seja honesto como você mesmo!

Coloque no projeto de vida os passos a serem percorridos para alcançar essa meta e cumpra-os! Vá a uma nutricionista e siga a dieta exatamente como for proposto; vá à academia todos os dias e não durma antes de ter feito a atividade física. Disciplina educa!

Vida financeira

Quais são seus problemas financeiros? Reconheça suas limitações financeiras e os bens materiais que deseja adquirir. Se deseja comprar um carro ou trocar o que já tem, abra uma poupança, deposite o máximo que for possível por mês, mas estabeleça uma meta real: 50, 100, 150 reais o que for possível. Seja fiel!

Agora, seu problema são as dívidas? Então, preciso rever os gastos e até mesmo o modo de vida. Pode ser que você viva uma vida que não é compatível ao que ganha. Então, é preciso um ajuste não só financeiro, mas também pessoal.

Talvez sozinho não seja possível vencer essa limitação, portanto, se for preciso, tenha a humildade de pedir ajuda. Não tema! Se preciso for, coloque em seu projeto financeiro a ideia de pedir ajuda a alguém de confiança e que domina essa área.

Espiritual

Como anda seu relacionamento com Deus? Quanto tempo você se dedica a estar com Ele? Converso com Deus? Escuto-O? Muitas pessoas reclamam que não escutam Deus, mas esquecem que para ouvi-Lo é preciso deixar que o Senhor fale. É preciso ter o Senhor como amigo, ser atento a Ele.

Proponha-se a encontrar um horário para estudar a Bíblia, rezar o terço, ir a Missa, jejuar e confessar conforme ensina a Igreja. Alimentar a vida espiritual dá ânimo e coragem para vencer todas as demais áreas da vida.

O grande segredo desse projeto de vida é monitorar mensalmente. A cada último dia do mês reveja suas metas, risque aquelas que você já alcançou, marque as que já fazem parte de sua rotina e estão sendo aprimoradas.

Tudo isto nos impulsiona a nos esforçarmos cada vez mais, para alcançar nossos objetivos. Reconhecer nossa evolução funciona como combustível nesta jornada da vida.
Tenha coragem! Avalie sua vida! O que precisa melhorar? Retome e caminhe. Deus será o seu sustento! Mas saiba que sem esforço não há vitória e Deus reconhece isso!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/quer-fazer-um-projeto-de-vida/

7 de março de 2016

Quer pagar as dívidas e sair do vermelho?

É preciso planejar para pagar as dívidas e sair do vermelho

No Brasil, corre a piada: o ano começa depois do carnaval. Para muitos brasileiros, o ano começa com férias de janeiro e, logo em seguida, o carnaval. As contas, dívidas e obrigações ficam, muitas vezes, na gaveta e pouca importância se dá a elas. Após o Carnaval, começam as novidades no seu bolso: cartão de crédito estourado, financiamento atrasado, parcelas do IPVA, aumento na compra no supermercado… Em finanças, tempo é dinheiro!

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Foto: Ridofranz, iStock by getty images.

Você já fez o seu orçamento anual? Quanto você prevê gastar, mês a mês, ao longo deste ano? Em cenários de crise econômica, é preciso ter esperança, e fazer a sua parte! Quer pagar suas dívidas? Faça hoje mesmo seu orçamento financeiro anual!

"Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito." (Pitágoras)
Falar de orçamento anual no Brasil não é muito comum, mas em outros países é normal encontrar famílias, casais, pessoas, profissionais liberais, estudantes que fazem planejamento ou orçamento anual. Vamos então à forma mais direta de fazê-lo.

Como fazer um planejamento anual

Primeiramente, procure montar, ainda que de forma simples, uma planilha financeira. Pode ser que você não seja um especialista na área, mas sempre há alguém por perto que pode ajudá-lo. As planilhas hoje são bem mais fáceis de usar! Uma vez aprendidas, servirão para toda vida. Vamos aos quatro passos do seu planejamento anual:

Passo 1: Qual o objetivo financeiro neste ano:

Em sua planilha, na parte superior, escreva o seu principal objetivo financeiro no ano. Pagar as dívidas? Pagar um financiamento? Trocar ou quitar a casa ou o carro? Iniciar uma poupança para faculdade dos filhos?

Você pode sim ter vários objetivos, mas um deles precisa ser o principal, para que não perca o foco ao logo do ano. Antes de traçar um objetivo, é interessante dialogar com o conjugê, com os pais, com a família etc., pois eles podem ajudá-los na clareza da meta.
"É fácil ter objetivos na vida. O difícil é não esquecê-los no dia seguinte."


Passo 2: Qual minha previsão de Receitas?

Você precisa prever, ainda que não seja 100%, quanto irá receber mês a mês durante o ano. É importante lembrar-se dos descontos em folha: empréstimos consignados, desconto do plano de saúde etc. Você também precisa contar com uma situação nada agradável: o desemprego. Em caso de desemprego, como ficariam suas Receitas? Você receberia o seguro desemprego? Quantas fontes de renda sua família possui? Você está esperando receber alguma receita extra? Fica a dica: não se comprometa financeiramente em dívidas, contando com um dinheiro que ainda não chegou, porque isso pode lhe custar muito caro caso não aconteça!

Passo 3: Qual a previsão de despesas?

Com a inflação em alta no Brasil, e sem previsão de baixar, você já precisa contar, no seu orçamento anual, com o fato de que muitas das suas despesas irão subir. O supermercado subirá os preços e o lazer da sua família será mais caro. Outro ponto fundamental é contar com as despesas não correntes ou atípicas: reforma na casa, manutenção ou troca do automóvel, despesas médicas, viagens etc. O terceiro ponto das despesas são os imprevistos. Infelizmente, às vezes, deparamo-nos com situações que vão precisar de gastos até então pouco conhecidos. É preciso ter uma margem de segurança. Suas despesas mensais não podem chegar a 80% ou 90% da sua renda. O ideal é gastar 70% do que se ganha e poupar o restante.


Passo 4: Tenho uma reserva para emergências?

Você precisa montar um saldo de reservas e, mês a mês, acumular um valor que o possa socorrer em casos de emergência. Por vezes, algumas empresas atrasam o pagamento devido à crise econômica; por isso você precisa ter um saldo de reservas para não atrasar suas contas. Os juros para atrasos no cartão de crédito passam dos 400%! Atrasos no cheque especial ou empréstimos também são absurdamente caros.

Ao terminar seu orçamento anual, seja fiel a ele. Correções virão no caminho, mas viva 2016 confiando que Deus tem o melhor para você e sua família. Não deixe de fazer a sua parte. É importante andar conforme o tamanho das pernas. Começar o ano ciente de quanto se ganha, quanto se gasta e quanto se tenta guardar é a melhor escolha! Ainda dá tempo!


Bruno Cunha

Bruno Nascimento Vieira da Cunha
Economista
Especialista em Finanças Pessoais e Educação Financeira
Professor e diretor administrativo da Faculdade Canção Nova
Missionário da comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/economia/quer-pagar-as-dividas-e-sair-do-vermelho/

4 de março de 2016

Pais que amam seus filhos sabem corrigi-los

João Paulo II dizia que a família, santuário da vida, está sendo ameaçada

Estão criando famílias falsas, alternativas, assim como moedas sem valor. Criar uma moeda falsa é crime, porque desvaloriza a verdadeira.

Filhos são frutos de casais, pois Deus disse ao casal: "Crescei e multiplicai". É uma ordem do Pai, não uma alternativa.

 João Paulo II dizia que a família é santuário da vida, mas ela está sendo ameaçada Estão criando famílias falsas, alternativas, assim como moedas sem valor. Criar uma moeda falsa é crime, porque ela desvaloriza a verdadeira. Os filhos são frutos de casais. Deus disse ao casal:
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A primeira dimensão do casal é crescer. A mulher tem de crescer por causa do marido, tem de ser mais feliz por causa dele; e o marido precisa crescer por causa da esposa, precisa ser feliz por causa dela. O casamento começa a fracassar quando um não é fermento de crescimento para o outro. Eu tenho a certeza de que, na eternidade, Deus vai dizer a muitas mulheres: "Muito obrigado, porque eu lhe dei um homem difícil, sem fé, mas você mudou a vida desse meu filho, você o fez crescer, entrar para a glória". O Senhor também vai dizer para muitos homens: "Eu lhe dei uma mulher complicada, mas você a fez crescer". Essa é a beleza do casamento, ver o outro crescer.

A educação dos filhos se dá pelo amor do casal

Quando um casal se ama de verdade, a educação dos filhos é muito fácil, porque o exemplo transborda para eles. Educamos os filhos pela vida, mas se esse casal vive brigando, se não reza, será difícil educar os pequenos.


Hoje, muitos jovens não querem se casar por causa do exemplo de seus pais. Por isso, não podemos passar para os filhos a imagem negativa do casamento. O matrimônio é obra de Deus. "Não separe o homem o que Deus uniu", disse Jesus. Por amor aos filhos, temos de viver bem, eles têm de ser motivação para que nós casais superemos as dificuldades.

Qual a melhor forma de corrigir o outro?

Reze pela pessoa antes de apontar um defeito. Aponte primeiro a qualidade, escolha a hora certa para falar, não corrija na frente do outros e corrija com carinho, com palavras doces, não humilhando na frente dos outros. Não desenterre os erros do passado, todos nós os temos.

Às vezes, numa briga, jogamos erros do passado que machucam os outros. Não seja displicente com a pessoa amada. Quando o marido chega, você tem de parar o que está fazendo e recebê-lo. Regue seu casamento. Saiba pedir perdão e perdoe: "Eu errei, não vou mais fazer isso". Todos nós erramos e temos direito de ser perdoados, mas devemos pedir perdão também. Quando um não quer, dois não brigam. A melhor educação que damos para os filhos é a nossa vida.

Os pais que amam seus filhos os corrigem. Deus deu autoridade aos pais para a correção, pois toda paternidade vem do Senhor, diz o apóstolo. Não é preciso usar de violência nem palavras ofensivas; corrija com amor, senão, mais tarde, você não conseguirá os educar.

Meu pai sempre dizia: "Não façam nada contra sua consciência, não compensa". Quando estávamos numa situação difícil, ele dizia: "Sustenta o fogo, a vitória será nossa". Eu tive um pai maravilhoso!

Como conquistar?

Para que os pais deem ensinamentos aos seus filhos, é preciso que esses os conquistem. Se não conquistá-los, ele não vai ouvi-los. Como conquistar um filho? Fazendo-o ter orgulho de você, um santo orgulho. Dando para ele todo o dinheiro que ele quer? Não! Se assim for, o pobre não vai poder conquistar os filhos. Você não conquista seu filho dando-lhe coisas, mas quando se dá a ele. É claro que podemos dar algumas coisas, dentro do equilíbrio, dentro da condição financeira, mas não é isso que vai conquistá-lo.

Você precisa ter tempo para seu filho, gastar seu tempo com ele, principalmente quando criança até a adolescência. "Ah! Mas tenho as coisas da Igreja". A Igreja precisa vir em segundo lugar, pois você é pai, não é padre. Deus nos dá o tempo suficiente, não somos padres nem freiras, somos pais e mães, não podemos deixar nossos filhos carentes de pai e mãe. Deus quer que cuidemos de nossos filhos.

Não ter medo da vida

O casamento é uma missão sagrada e uma parte dessa missão é educar os filhos para Deus. Muito mais importante que criar um computador é criar um filho, um ser humano imagem e semelhança de Deus. "O filho é o dom mais excelente do casamento" (CIC). João Paulo II dizia: "Não tenham medo da vida". Os casais católicos estão com medo da vida, alguns por comodismo, porque filho gasta, dá trabalho… É claro que dá trabalho!

Conquiste seu filho dando-se a ele. Você não vai mimar essa criança, mas dar a ela aquilo que precisa receber: educação religiosa, moral e intelectual. E isso não é só para o filho pequeno.

Quando for preciso chamar atenção de seu filho, reze por ele e o repreenda em um lugar reservado, nunca na frente dos outros. Uma coisa que precisamos aprender é que pai também erra e precisa pedir perdão ao filho. Se você não perder sua autoridade, seu filho vai amá-lo mais.

Antes de levar o seu filho para Deus precisa conquistá-lo

Outra coisa que ajuda a conquistar os filhos é levá-los para Deus, mas não vamos conseguir isso sem antes conquistá-los. Não adianta querer levá-los pelo colarinho, porque eles vão só até os 15 anos e depois abandonam a Igreja. Antes de dizer ao seu filho que Deus o ama, você precisa dizer: "Eu o amo". Ele vai sentir o amor de Deus pelo amor dos pais.

"A bênção do pai fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe arrasa até os alicerces" (Eclesiástico 3,11). Você precisa abençoar seus filhos.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/pais-que-amam-seus-filhos-sabem-corrigi-los/

2 de março de 2016

As fases do namoro

As fases do namoro são descobertas ao longo do tempo

A maioria das pessoas, quando imaginam um namoro, consideram como essencial para o êxito desse relacionamento o constante sentimento de paixão. Tanto para iniciar quanto para mantê-lo, essa emoção é valorizada demais, como maior referência para que a pessoa oriente suas futuras decisões em comprometer-se "para sempre" com o outro ou desligar-se dele.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Embora saibamos que o intuito do namoro é se dispor em conhecer e amar uma pessoa especial para eternizar um compromisso com ela, outros aspectos devem pautar o relacionamento amoroso. Comumente, ouvimos de casais, que resolveram terminar o namoro, os comentários: "O amor acabou!", "Incompatibilidade de gênios!", "Não era para ser!", "Tantas diferenças tornaram impossível continuarmos".

Tudo isso porque, depois de um tempo, as emoções do início diminuem e não enxergamos a chance de, a partir daí, incluir, no relacionamento, as dimensões mais elevadas como a disposição da vontade e da doação ao outro.


O que torna tão pesado lidarmos com as diferenças?

Por que as pessoas se veem tão atraídas por alguém, e ao invés de conseguirem cultivar cada vez mais o que de bonito havia em seus corações, terminam por colher decepção? O que faz o amor acabar? O que torna tão pesado lidarmos com as diferenças?

É certo que não existe uma "fórmula do amor" ou uma cartilha de como proceder. Talvez por isso, ficamos tão atrelados e norteados somente pelos sentimentos.

Felizmente, o ser humano tem vocação ao amor e por isso é capacitado para superar, a dois, as dificuldades para realizarem-se. Só que isso não acontece de imediato, mas por uma gradualidade. É processual. Vamos aprendendo a amar a outra pessoa, por isso podemos pensar nessa caminhada em estágios.

Fases do relacionamento

A primeira fase é a do "sentimento". A segunda fase será do "conhecer". Terceira fase: "decisão". A quarta fase será a de "unir os corações". E a última fase é o "noivado".

Contudo, não basta saber da existência das fases, é preciso aprofundar-se, estudar, conhecer o significado de cada uma delas e analisar-se mediante esses conceitos. Só assim, envolvendo-se e comprometendo-se com aquilo que comporta um namoro virtuoso é que estas etapas indicarão um caminho, um roteiro, de como atingir e superar cada nível. Por estas fases poderemos identificar manias e erros mais comuns em namoros, além de possíveis falhas em seu último relacionamento, principalmente, você se perceberá capaz de ultrapassar barreiras, verá que pelo respeito e amor é possível vencer os desafios de casal e transformá-los em decisão e felicidade.

Deus abençoe você!


 


Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/as-fases-do-namoro/