29 de agosto de 2014

Pai, onde está o seu filho?

Pai, você sabe o que representa para o seu filho? E o que seu filho representa para você? 

"Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; volte o Senhor vosso Deus: ele é benigno, e compassivo, paciente e cheio de misericórdia" (Joel 2, 12-13). Essa reflexão é para aquele pai que perdeu o endereço do seu filho e quer reencontrá-lo.

Pai, onde está o seu filho?

Lendo o livro 'Eu e Deus, Deus e Eu', da autora Cristiana Miranda Lima, fiquei pensando que ali estaria o jeito certo de iniciar este escrito. A autora nos provoca a pensar sobre a importância de nos apresentarmos a Jesus como somos e com o que trazemos dentro de nós. "Se teu coração já não cabe em você de tanta dor e sofrimento, traga-o, em lágrimas e gemidos, com todas as feridas, e junte-o ao coração de Jesus. O Sangue d'Ele vai curar o seu coração. Jesus é misericordioso e zela por você, porque n'Ele nasce e morre todos os nossos sentimentos", assegura Cristiana Lima. Pois bem, queremos apresentar a esperança e o consolo a todos os pais que tanto desejaram ser pai, mas as circunstâncias mudaram os seus planos. Quer seja pela morte de um filho, uma separação indesejada, o abandono dos seus rebentos ou até mesmo, por não terem conseguido cumprir a sua missão dignamente, e hoje, se encontra só, arrependido, com o coração cheio de lágrimas e gemidos a Jesus.

Pai, onde está o teu filho?

Volte para o Senhor e, juntamente com você, traga o seu filho. Este seria, sem dúvida, um bom retorno. Não voltar sozinho, mas acompanhado de quem você permitiu que viesse ao mundo. Assim, grandes serão as possibilidades de perdão, reencontro, amor, compromisso e aceitação. O Senhor é benigno, compassivo, paciente e cheio de misericórdia para acompanhá-lo nesse retorno. O Senhor é aquele que larga as noventa e nove ovelhas e sai em uma busca de uma. Podemos imaginar o que ele não faria para obter uma família de volta; em especial, um relacionamento saudável entre pai e filho. Eu o convido a pensar na figura do Pai que esteve fora do lugar, mas que decidiu reconquistar o que nunca havia perdido: o amor do filho.

Pai, onde está o seu filho?

Ao entrar em uma casa de assistência aos idosos, observamos tantos pais ali presentes. Sem nenhum julgamento, a curiosidade pesa sobre as causas que os levaram a morar naquele espaço sem a presença da família. Assim também imagino o que levaria uma criança ou um adolescente, um jovem… Enfim, um filho a passar o dia na rua ou diante do WatsApp em busca de uma companhia virtual. Compreendo a semelhança entre o idoso na casa de abrigo, na maioria das vezes abandonado pela família, e esse adolescente na casa de abrigo conhecido como "internet". Essa prática é consequência da indisciplina dos cuidadores.

Todos, com certeza, queriam estar em suas casas, ao redor da mesa, recebendo diariamente o carinho dos filhos; e os filhos, por sua vez, mesmo que não transpareçam, querendo ser alcançados pelos seus pais. Não é a proibição do computador que vai trazer de volta o filho à mesa, mas a inteligência do pai redimido ao reconhecer que se deixou ser substituído. É a brincadeira, o diálogo saudável, o ambiente alegre, a relação sólida entre pai e filho. É o cultivo da fé que manterá essa chama acesa.

E agora, José, onde estão os seus filhos?

Os pais precisam permitir que seus filhos os alcancem. Filhos precisam alcançar os pais quando pequenos, para que estes possam continuar lhes alcançando por toda a vida. Quem não alcança quem quer no tempo certo, perde-se desse alguém em algum tempo, não é mesmo? Portanto, de tudo fica a certeza de que os filhos não podem perder o pai de vista, e o pai deve aprender como e quando alcançar o filho que nasceu para ser seu para sempre.

Atenção, pais, aos filhos que não lhes correspondem, porque esses também correm o risco de ser abandonados. Os filhos que se assumiram homossexuais, aqueles outros envolvidos com drogas, os que não se formaram doutores, as filhas que não casaram com um bom partido ou aquelas que preferiram a prostituição também precisaram estar na consciência do seu coração. Ainda há tempo, e se assim fizer, não mais precisará continuar se apresentando ao Senhor com o coração cheio de lágrimas e gemidos, mas agradecido a Deus, por ter feito um caminho de volta a partir do reconhecimento das suas faltas.

Pai, busque o seu filho de volta

Que, ao terminar de ler este texto, seu coração e seus pensamentos estejam em movimento. Você se sentirá um pai perdoado por Deus e acolhido pela missão que, em algum momento da vida, quis ter. Pai, o seu filho precisa estar ao lado de alguém que não desistiu de ser pai dele. Lembre-se: "Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura" (Exortação Apostólica – A Alegria do Evangelho do Papa Francisco). Faça você o mesmo em sua casa.


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Análise de Comportamento. Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é." Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/pai-onde-esta-o-seu-filho/

27 de agosto de 2014

Como faço para ouvir a voz de Deus?

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-faco-para-ouvir-a-deus/

Você já ouviu a voz de Deus? Como saber se realmente é Ele quem fala e não nós mesmos?

No início da Bíblia, encontramos um verbo que é vinculado a Deus em todo o Livro Sagrado: "Deus disse" (Gn 1,3). Ao longo de toda a Escritura, podemos observar que o Senhor mantém uma relação íntima com o homem, a qual é baseada no diálogo. O próprio Livro da Bíblia é um meio que Ele usa para nos falar. Mas você já ouviu a voz de Deus? Como saber se realmente é Ele quem fala, e não nós mesmos? Ele fala apenas com pessoas perfeitas?

Podemos nos assustar ao observarmos a vida dos santos e notar o nível de diálogo que eles mantinham com Deus. Santa Teresa, por exemplo, em certa ocasião em que viajava, caiu em uma poça de lama. Então, olhou para o céu e disse: "Senhor, por que tantas dificuldades no caminho se estou cumprindo Tuas ordens?". O Senhor lhe respondeu: "Teresa, não sabes que é assim que trato os meus amigos?". Ela retrucou: "Ah, Senhor, então é por isso que tens tão poucos!".

Como ouvir a Deus?

Deus deseja ser próximo do homem, criar intimidade e amizade com ele. Observemos, por exemplo, a relação de Deus com Adão. Ao criá-lo, o Senhor permitiu que ele desse nome a toda criação e o alertou sobre o fruto proibido. O Senhor Deus também lhe disse: 'Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada'" (cf. Gn 2,15s). Vejamos a proximidade com que Deus conservava o homem! Ele nos criou para convivermos em Sua intimidade.

Existe um caminho a ser seguido para chegar a uma escuta íntima de Deus, porém, é um caminho, não uma fórmula, pois há grande erro em buscar uma uniformidade quando queremos escutar o Senhor. Ele nos fez únicos e nos ama com um amor particular, portanto, nos fala de forma individual. O Senhor usa da linguagem que estamos acostumados, fala no idioma que compreendemos.

Vamos, então, observar alguns passos importantes nessa experiência:

- Buscar a Deus. Isso é obvio, mas precisa ser dito. Não ouviremos o Senhor se não o buscarmos. Deus é uma pessoa, e quando queremos dialogar com uma pessoa, procuramos meios para chegar a ela. Busque momentos para estar com o Senhor, só com Ele, sem celular, sem música, sem leitura, apenas com o Pai. "Quando rezar, entre no seu quarto, feche a porta e reze ao seu Pai" (Mt 6,6).

- Fale o que você quer falar. Muitos sofrem, pois ficam com a cabeça cheia durante a oração, pensam em muitas coisas, veem muitas situações e se distraem facilmente. O que pode nos ajudar é, ao chegarmos à capela, falarmos para Deus tudo o que queremos, gastar uns dez minutos de limpeza da mente, falar do cansaço, do trabalho, da família, e, após isso, silenciar um pouco.

- O desejo de ouvir, às vezes, atrapalha. Muitas vezes, criamos ansiedade e expectativas que nos atrapalham. A tensão não colabora para que nosso coração encontre o coração de Deus. É importante que haja liberdade em estar com Ele, sem obrigações, sem cobranças. Não cobre Deus para que fale, e não se cobre uma atitude ou a necessidade de fazer alguma coisa. Esteja livremente junto d'Ele.

- Silencie. Estamos falando de diálogo, uma grande dificuldade da relação humana, pois não aprendemos a ouvir o outro. A agitação e o ritmo acelerado que a sociedade vive nos deixam sempre apressados, querendo tudo para agora. Assim, não deixamos as pessoas falarem, nos antecipamos à fala do outro, queremos adivinhar o que ele vai dizer. Do mesmo jeito que agimos com as pessoas, na agitação, transferimos para Deus. Após um momento de oração, de dizer tudo o que quer a Deus, é importante dar tempo para que Ele fale, é necessário silenciar no ambiente e em nosso coração. O princípio de uma boa escuta é dar tempo para o outro falar.

Deus realmente falou comigo?

Deparamo-nos, às vezes, com essa dúvida. Para isso, precisamos sempre ter em mente que o Senhor não se contradiz. Por isso, se aquilo que ouvirmos for contra alguma lei que Ele já instituiu, contra o amor ao outro ou contra a Igreja, ficará fácil saber que não vem d'Ele.

Conforme criamos intimidade com o Senhor, reconhecemos com mais rapidez Sua voz em nossa consciência. Ele também nos fala nos fatos, na Bíblia, por meio de uma música ou por intermédio de outra pessoa. Particularmente, eu já O ouvi num momento de contemplação a Jesus Eucarístico. O Senhor também já falou diretamente ao meu coração. Em um outro momento, Ele respondeu minha pergunta através de um fato: eu queria saber se era da vontade d'Ele que algo acontecesse em minha vida, e as coisas se esclareceram de tal forma, que eu vi a mão de Deus agindo sobre mim.

Diante das experiências que trago, há um ponto importantíssimo que prova, realmente, se Deus falou comigo. Quando Ele fala, Suas palavras ecoam por muito tempo, e o que Ele diz se cumpre. "O que disse, executarei; o que concebi, realizarei" (Isaías 46,11). Deus é fiel ao que diz! E o que Ele fala fica gravado em nós, não se apaga, porque Sua voz ecoa em nossa existência.

O Senhor deseja cultivar, com cada um de Seus filhos, uma relação pessoal e íntima. Reze  e peça essa intimidade ao Espírito Santo, pois Ele é o mediador.

Que o Senhor nos dê um coração aberto e ouvidos atentos à Sua voz.

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN

25 de agosto de 2014

Como viver a castidade no casamento?

É possível viver a castidade dentro do matrimônio

Muitas pessoas acreditam que castidade significa abstinência sexual e, por isso mesmo, é uma virtude para o tempo de namoro e noivado. Porém, todo cristão é chamado a ser casto em seu estado de vida específico (celibato ou matrimônio). Surge então o desafio de entender o que seria a castidade dentro do casamento, e como ela funciona na prática. Para mim, três conceitos são essenciais para entendermos o que ela significa: fidelidade, doação e totalidade.

Todos nós sabemos que, no rito do matrimônio, é feita a promessa da fidelidade. Porém, gostaria de convidá-lo a olhar com outros olhos essa decisão. Fidelidade significa ser exclusivo de alguém, separar o que somos e a nossa afetividade sexual para uma única pessoa. É reservar o que temos de mais precioso para entregar àquele que se mostrou digno de nos receber por causa do seu amor (comprometido na saúde e na doença, na alegria e na tristeza…). Sendo o matrimônio nossa vocação, nos nossos esposos Deus colocou tudo o que é necessário para nos completar e nos saciar em todos os aspectos – também no sexual.

Como viver a castidade no casamentoO outro é um tesouro escondido que encontramos, e pelo qual vendemos todos os nossos bens (incluindo outras pessoas). Costumo dizer para os noivos que deveriam olhar um para o outro e sentir: "Nossa, essa pessoa é um tesouro! Não posso perdê-la!". Se estiver em dúvida sobre isso, não se case. A exclusividade não pode ser um peso, uma prisão! Ela é um ganho, uma sorte grande de ter encontrado alguém tão especial para dividir a vida.

A fidelidade não é algo prático (não trair) ou imposta pelo meio exterior. Para ser verdadeira deve nascer no interior e governar cada pensamento, cada sentimento da pessoa. Amo uma passagem onde Jesus surpreende os fariseus falando sobre o adultério. Ele diz: "Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração". Pense que loucura!

A pessoa não praticou nenhum ato, ninguém sabe que ela pensou aquilo, mas Jesus diz que ela já cometeu adultério (nem preciso dizer quão grave é a pornografia após entendermos isso). A verdadeira fidelidade é um voto feito a Deus, uma consagração da sexualidade. Algo pessoal e íntimo, que diz respeito a nós e a Deus. A nossa fidelidade não pode ser determinada pelas atitudes do outro (mesmo que ocorra traição da outra parte). A nossa fidelidade gerará santidade e realização em nós e trará segurança e paz para nossa casa.

Em relação à doação, precisamos ter em mente o conceito verdadeiro do sexo e da realização sexual (explicado em outro artigo). A doação na castidade matrimonial envolve não usar do sexo e do outro para a nossa satisfação, mas buscar a doação para tornar o outro realizado. Com isso, dentro da relação sexual não sobra espaço para o desrespeito, para as atitudes que fogem da natureza humana ou para a agressividade. Sendo vocação, a nossa entrega ao esposo é uma representação terrestre da nossa entrega ao próprio Deus. Ele se torna a representação viva de Cristo, a quem devemos respeito, amor, serviço e dedicação. Na vida sexual, a realização do outro é nosso dever, nosso objetivo. Por isso, vivemos a sexualidade não para nós, mas para o outro. Nessa entrega está nossa realização.

Para ser verdadeira, essa doação precisa envolver tudo o que somos, a nossa totalidade. Nosso intelecto, sentimentos, nossa história e corpo. Tudo aberto e disponível para o outro, para completá-lo. A relação sexual na total doação não pode ter limitação, precisa acolher tudo o que o outro é, inclusive na sua fecundidade. Por isso, um casal que se fecha aos filhos (usando métodos anticoncepcionais, por exemplo), está rejeitando um dom existente no outro. Não se doam por completo e, por isso, não vivem uma castidade real.

Deus fez o ser humano de forma que um casal é fértil durante um pequeno período em cada ciclo menstrual e em uma fase restrita da vida. Assim sendo, Ele permitiu que fosse possível a vida sexual nos outros dias e fases sem a geração de um novo filho. A fecundidade do outro é um dom, e se estou fechada a isso, não o estou acolhendo em sua totalidade.

Você deve ter percebido que a castidade no matrimônio é um grande desafio diário e para a vida toda. Ela é uma representação da própria fidelidade de Cristo à Igreja, e é um dom que deve ser pedido a Deus constantemente. Com certeza , gerará uma grande felicidade para aqueles que a conquistarem. Termino com uma frase linda do Catecismo da Igreja Católica: "A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz (§2339)."



Roberta Castro

Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-viver-a-castidade-no-casamento/

22 de agosto de 2014

O Avô e os Lobos

Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que havia feito uma injustiça:
"Deixe-me contar uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que lhe 'aprontaram' tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos".
E ele continuou:
"É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta. Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito".
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
"E qual deles vence, vovô"?
O avô sorriu e respondeu baixinho:
"Aquele que eu alimentar mais freqüentemente".
É difícil pensar em amar alguém que você não gosta, amar quem o prejudica ou alguém que o ofendeu. Mas por mais que tentemos, ou que queiramos, a verdade é que o ódio corrói nosso espírito, e somos os maiores prejudicados.
Pense em como você pode amar a seu semelhante, não importando o que ele fez, ou qualquer que tenha sido a sua atitude. Afinal, só o amor constrói.
(Autor desconhecido)
 
Pensamento: "Nunca faça nada durante um ataque de raiva, pois fará tudo errado". John Kennedy (1917-1963)
 

21 de agosto de 2014

Quem é Jesus?

Como foi possível que esse Homem pobre, que vivia em uma cidadezinha de Israel, se tornasse o mais conhecido e amado da história?

Foi um judeu, carpinteiro humilde que só fez o bem, mas foi condenado à morte. Contudo, marcou profundamente a história da humanidade. Alguns O classificam de sábio; outros, de Mestre e Profeta. Como foi possível que esse Homem pobre, que vivia em uma cidade desprezada em Israel, que jamais escreveu um livro, não fez parte da elite, não foi militar, escriba, doutor nem artista, não procurou impor pela força Seus ensinamentos, se tornasse o Homem mais conhecido, mais amado e admirado da história? Por que, ainda hoje, tantas pessoas estão dispostas a segui-Lo, às vezes, com o sacrifício da própria vida?

Simplesmente, porque Ele é, de fato, o que afirmava ser. Pelos séculos, milhões de homens e mulheres têm descoberto, por meio de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, alguém infinitamente maior que um Mestre ou Profeta. Ao escutar e receber Sua mensagem, O reconheceram pelo que Ele é: inteiramente Deus e inteiramente Homem, plenamente Amor e plenamente Verdade. Eles O reconheceram como Salvador, Sua Morte, Sua Ressurreição, Sua mensagem e Sua pessoa lhes deram um novo sentido para viver. "Quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificando" (cf. 1 Cor 2,1-2).

Quem-e-Jesus?

Jesus é Deus

"Cristo é sobre todos, Deus bendito eternamente" (Rm 9,5). Criador de todas as coisas e Aquele por quem elas subsistem (Cl 1,16.17). Em Seu imenso amor, foi manifesto na carne, revelando-se como Homem: é um grande mistério e uma realidade revelada para nossa salvação e bênção agora e eternamente.

As Sagradas Escrituras declaram que Jesus é Deus:

"No princípio, era Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (cf. Jo 1,1-2) Ele estava no princípio com Deus.

O Deus Pai disse a respeito do filho: "Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos" (Hb 1,8). Seus atributos são os mesmos de Deus: É onipresente: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,20). É onipotente: "Esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas" (Fl 3,20-21). É imutável: "Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb 13,8). "Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2,9). "É um com o Pai: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30)".

Observar as obras de Cristo é ver Deus trabalhando, escutar as palavras de Cristo é ouvir a voz do próprio Deus. Isso parece simples. Mas não o é. Considerar o Senhor Jesus como algo menos que Deus, por exemplo, um "mestre da moral", "um espírito evoluído" ou "o maior benfeitor da humanidade" é afronta do pior grau possível! É não conhecer a Bíblia Sagrada e não ter experiência abissal com Jesus Cristo. "Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (Mt 8,27). "Que dizem os homens ser o filho do homem?" (Mt 16,13). E Simão Pedro, respondendo, disse: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt. 16,16).

E a multidão dizia: "Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia" (Mt 21,11). "Jesus é a Palavra de Deus" (Jo 1,1). "Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap. 19,16).
Diz Santo Agostinho de Hipona: "Se quereis viver piedosa e cristãmente, abraçai-vos a Cristo-Homem e chegareis a Cristo-Deus". "Cristo-Deus é a pátria para onde vamos e Cristo-Homem é o caminho por onde vamos".

O erudito escritor Giovanni Papini, autor do clássico História de Cristo, escreve: "Milhares de santos por ti sofreram e por ti se extasiaram, mas, ao mesmo tempo, milhares e milhares de renegadores e de dementes continuaram a esbofetear a tua face sanguinolenta. Justamente por não Te amarmos suficientemente, temos necessidade de todo o Teu amor".

A nossa vida só poderá ser feliz se vivermos, em Jesus Cristo, uma dimensão eterna de salvação e no amor a Deus e ao próximo! Sua graça e Seu Evangelho é tudo para Seus discípulos.


Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/quem-e-jesus/

20 de agosto de 2014

Simplifique sua vida!

Tudo o que é belo tende a ser simples. Afirmação generalizante? Não sei. O que sei é que a beleza anda de braços dados com a simplicidade. Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins. Vida que se ocupa de ser só o que é.
 
Não há conflito nas bromélias, não há angústia nas rosas, nem ansiedades nos jasmins. Cumprem o destino de florirem ao seu tempo e de se despedirem do viço quando é chegada a hora. São simples.
 
Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante. Não há desperdício de forças, não há dispersão de energias. Tudo concorre para a realização do instante. Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial. Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo.
 
Simplicidade é um conceito que nos remete ao estado mais puro da realidade. A semente é simples porque não se perde na tentativa de ser outra coisa. É o que é. Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora. Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa.
 
Já dizia o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só". Eu concordo com ele. O muito querer nos deixa complexos demais. Queremos muito ao mesmo tempo, e então nos perdemos no emaranhado dos desejos. Há o risco de que não fiquemos com nada, de que percamos tudo.
 
Aquele que muito quer corre o risco de nada ter, porque o empenho e o cuidado é que faz a realidade permanecer. O simples anda leve. Carrega menos bagagem quando viaja, e por isso reserva suas energias para apreciar a paisagem. O que viaja pesado corre o risco de gastar suas energias no transporte das malas. Fica preso, não pode andar pelo aeroporto, fica privado de atravessar a rua e se transforma num constante vigilante do que trouxe.
 
A simplicidade é uma forma de leveza. Nas relações humanas ela faz a diferença. O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive. Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.
 
Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores. Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material. A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade. E por isso é fácil presentear o simples.
 
Dar presentes aos complicados é um desafio. Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém. Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade.
 
Eu gostaria de me livrar de meus pesos. Queria ser mais leve, mais simples. Querer uma coisa só de cada vez. Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento. Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis. Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade. Até para morrer os simples têm mais facilidade. Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão.
 
Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida, a felicidade chegará em minha casa, quando eu menos esperar.
 
( Padre Fábio de Melo )

Pensamento: No essencial, a unidade; na dúvida, a liberdade; em tudo, a caridade. Santo Agostinho.

Jornada para o céu. Você tem um mapa?

Em nossa jornada rumo ao céu não é possível trilhar um caminho sozinho, menos ainda sem referências de onde se quer chegar

Os mapas nos ajudam na localização de lugares que não conhecemos ou que temos dificuldades para chegar. No entanto, é preciso usá-los de maneira correta, caso contrário, ficaremos perdidos no meio do caminho. Nossa vida espiritual também precisa de um mapa para que consigamos chegar ao céu. Sem ele ou sem um guia confiável, corremos o risco de nos perder ao longo da trajetória da vida. Em nossa caminhada rumo ao céu, alguns passos são fundamentais:

Jornada para o céu. foto - Daniel Mafra

1 – Respeitar o diferente

Nem sempre é fácil conviver com quem pensa diferente de nós. O respeito para com o outro nasce a partir do momento em que o reconhecemos não como um inimigo, mas como um ser humano limitado, necessitado de nossa ajuda e compreensão. Assim como ele, ainda estamos em processo de construção.

2 – Evitar o julgamento

Todo julgamento sempre nos conduz a graves desentendimentos. Jesus nunca julgou o outro; pelo contrário, sempre olhou para cada pessoa a partir das possibilidades que este carregava no coração. Quando julgamos o próximo, experimentamos, em nós mesmos, a consciência de que também não somos perfeitos.

3 – Reconciliar-se com o tempo

Queremos tudo para hoje e não damos ao tempo o período necessário para o amadurecimento interior de nossos sentimentos. Muitas pessoas têm sufocado a si e aos outros com sua pressa e ansiedade. Quem colhe frutos verdes experimenta em si o amargo das antecipações.

4 – Reflexão interior

Cada gesto, atitude, palavra, olhar e decisão trazem em si suas próprias consequências. Nossas escolhas sempre terão alguma consequência em nossa vida. Diante da vida e de seus desdobramentos, uma pergunta é sempre essencial: "Qual lição eu aprendi com este acontecimento?". A cada lição aprendida, o tesouro da nossa sabedoria irá se enriquecendo com as pérolas do aprendizado.

5 – Viver em comunidade

Em tempos de comunidades digitais, a vida física clama pela nossa presença. Nada pode substituir um abraço, um sorriso, um olhar carinhoso e terno. A vida em comunidade nos torna irmãos e irmãs. Quem se isola foge de si mesmo e dos outros.

6 – Ser solidário

A solidariedade é o amor ao próximo manifestado em gestos concretos. Nossos gestos solidários ganham inspiração cristã quando reconhecemos, em quem precisa de nossa ajuda, o próprio Cristo.

7 – Cultivar uma vida espiritual

A alma se alimenta daquilo que a ela oferecemos. Só vamos crescer interiormente quando alimentarmos nosso coração de uma espiritualidade madura e cristã, que reconheça a Cristo Ressuscitado como base de nossa fé.

8 – Alimentar-se da Palavra de Deus

Se o alimento é necessário à saúde biológica do nosso corpo, a Palavra de Deus é alimento seguro para a saúde de nossa vida interior. Quem busca na Palavra a luz para guiar seus passos tem seu caminho iluminado pelo amor do Pai.

9 – Ser amigo do silêncio

Tão importante quanto a fala é o silêncio. Se com ela ocorre a comunicação verbal, com o silêncio do nosso coração ocorre a comunicação espiritual. Coração silencioso é abrigo para as respostas de Deus à nossa vida.

10 – Vida de Oração

Quando descobrimos Deus como um amigo, jamais podemos ficar um dia sem falar com Ele. Na oração, fazemos a descoberta de uma amizade em que o filho se abandona totalmente nas mãos do Pai que o ama infinitamente. Se a oração é diálogo, a conversa que nasce dessa relação entre nós e Deus se chama amor.


Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. www.facebook.com/peflaviosobreiro www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/jornada-para-o-ceu-voce-tem-um-mapa/

19 de agosto de 2014

O feminismo na SSVP

A fundação de nossa entidade ocorreu com a participação de sete cidadãos franceses denominados posteriormente de "confrades"
Um pergunta interessante: a partir de que data as mulheres passaram a participar da Sociedade?
Constata-se que em julho de 1956 foi realizada em Paris, França, a 4ª Assembleia Internacional da Sociedade e um dos assuntos tratados foi a presença feminina nas Unidades Vicentinas.
Deduz-se, então, que em 1956, as mulheres já participavam da Sociedade e nesse evento internacional regularizou-se uma situação de fato.
Mas é necessário que retrocedamos mais ainda no tempo.
Em 1921, o presidente do Conselho Central de Taubaté, no Estado de São Paul,o dirigiu Carta Circular aos Conselhos Particulares de sua área.
Nela, o confrade menciona uma consulta efetuada por vicentinos da Argentina, ao bispo de Corrientes, sobre a presença de mulheres na Sociedade.
O porquê desta indagação. A Sociedade de São Vicente de Paulo tinha por costume submeter à autoridade religiosa algumas dúvidas, embora seu caráter seja eminentemente leigo. 
Não vejo necessidade de me alongar sobre os detalhes desta consulta do confrade argentino, mas constamos da resposta um tópico interessante:
"É sabido que a Sociedade de São Vicente de Paulo foi fundada com a exclusão total das mulheres (Manual de La Societé, página 20) e, somente depois se conseguiu de Gregório XVI, a concessão de indulgências às mulheres que cooperassem com suas esmolas às Obras da Sociedade, único meio que obtiveram de tomar parte nessas Obras".
O pontificado de Gregório XVI foi de 1831/1846.
Mas a história portenha prossegue, pois em 1914, as mulheres argentinas comemoraram os 25 anos de fundação da Conferência feminina, ocorrida em 1889.
Interessante saber, que no país vizinho, até hoje, convivem dois Conselhos de Direção, um masculino e outro feminino.
Mas, na Espanha, em 1867, o Papa Pio IX concedeu em 22 de abril um reconhecimento à Conferência de mulheres, por meio de um documento denominado "Breve".
Vale a pena transcrevermos parte do documento:
"Acolhendo as vossas súplicas, a Sociedade das mulheres cristãs, sob o título de São Vicente de Paulo, vulgarmente chamadas Conferência, que é central no reino de Hespanha e tem sua sede na cidade de Madrid...".
Da Espanha as Conferências das Mulheres passaram para a República (Oriental) do Uruguai de dali propagou-se na República Argentina.
Então, podemos supor que antes de 1867 já existia o elemento feminino da Sociedade.
Como a comunicação era falha entre nós e, de certo modo ainda o é, este confrade somente veio tomar conhecimento de elementos femininos em 1965, quando participou do I Encontro Nacional Vicentino no Rio de Janeiro, e espantado ficou ao conhecer a consócia Maria Marconato de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Finalmente, de se esclarecer, que a expressão 'Consócia' para designar nosso elemento feminino é genuinamente brasileira.

Confrade Helio Pinheiro
Conselho Metropolitano de Governador Valadares


Fonte: http://www.ssvpbrasil.org.br/?pg=noticias_default&codigo=2503

15 de agosto de 2014

A esperar um grande amor

O que vale a pena possuir vale a pena esperar

Como é bom falar de namoro, de sentimentos, de declarações de amor! Mexe com a gente, não é? Entrar no Facebook de seus amigos e ver estampado na capa: 'Em relacionamento sério'… A aventura do amor continua e sempre continuará a mexer com nosso coração! Mas, ao se aventurar, você pode parar por um instante e dizer para mim: "Adriano, é tudo muito lindo, mas não acredito que isso seja possível. Estou encalhado(a) há tempos e cansei de esperar. A fase de solteiro (a) está durando há anos!"

Calma, calma, não brigue assim. O que tenho a dizer primeiramente a você é: Tire de sua vida a palavra "encalhado"! Cristão não fica encalhado, quem encalha é baleia; cristão se reserva para o melhor momento e a melhor pessoa.

Como esperar um grande amor

Quantas vezes, em um casamento ou em uma festa importante, encontramos bem grande um aviso: "Reservado". Ou chegamos a um supermercado e, no setor da adega, um vinho apresenta o seguinte rótulo: "Reserva de…". A primeira impressão é a de que pessoas importantes vão usufruir daquilo que foi separado, escolhido, preparado e reservado.

Não quero apenas dizer que você está reservado (a), mas que existe uma pessoa separada, escolhida, preparada e reservada para aparecer na hora certa. Isso se o seu chamado for viver o amor a dois. Lembre-se sempre que todos têm direito ao Amor Maior.

Encalhado é uma palavra tão baixa que ninguém deveria ser rotulado assim. A baleia, quando "encalha", na maioria das vezes, não consegue soltar-se, fica presa e se fere até morrer. O cristão que se reserva se garante, sabe dar sentido aos sentimentos e sempre tem esperança! Uma esperança que não decepciona.

Você está encalhado(a)? Não está. Pense diferente. Pense assim: "Você está "reservado(a)". Você é muito importante, e só pessoas importantes podem usufruir, só a pessoa certa pode ter acesso a você." Não se deixe levar por essa onda, mas se assuma como "reservado(a)". Como disse Santa Edith Stein: "O que vale a pena possuir vale a pena esperar".


Você pode até estar sozinho (a), mas não porque ninguém apareceu. Você é quem optou por não ficar com qualquer um (a), pois você não é qualquer um! Há um velho ditado que cai bem aqui: "Antes só do que mal acompanhado".

É o momento de você ler tudo isso e valorizar-se mais para o grande amor! Não se deprecie por não ter encontrado alguém, por ainda não ter aparecido quem realmente o mereça! Assim você se reserva.

Mas, nesse tempo, como você tem esperado? Qual a qualidade da sua espera? Contarei um fato que aconteceu comigo e me fez pensar na qualidade e no modo como vivemos o "tempo de espera".

Um dia, aconteceu algo muito interessante. Magda, Tiago (irmãos de comunidade) e eu voltávamos de viagem. Estávamos muito cansados e a vida resolveu nos presentear com uma bela tarde de "retiro". A começar com o bilhete do voo de duas horas, que apresentava, em sua impressão, cinco de voo, ou seja, com escalas. Até então tudo bem. O fato estava ali e era vivê-lo. Feito o check in, fomos à sala de embarque. Quando conferimos o voo no painel de horários, lemos: "Voo com atraso de, no mínimo, duas horas". Nessa hora, rimos para não chorar e tivemos de esperar!

Magda e Tiago resolveram assistir a um filme. Eu decidi esperar o tempo lendo um livro que me ajudaria como referência bibliográfica para escrever "Quero um Amor Maior" (indico, viu?), um livro que escrevi há três anos. O tempo foi passando.

Certo momento, o Tiago levantou-se, pegou nossas malas e um isopor com abará (comida baiana), que estava levando para Meiriane, uma outra irmã de comunidade, a fim de dar lugar para uma família que havia chegado. Nessa hora, o isopor tombou. O gelo, que estava dentro dele, havia virado água e se espalhado pelo chão. Que vergonha!

Deixamos, ali, o isopor e as malas; depois, fomos pedir ajuda a uma senhora da limpeza, que me disse: "Esse abará não chegará bom. É muito tempo fora da geladeira!". Não pensei duas vezes e disse a ela: "Pode ficar com ele. É  um presente". Que sorriso lindo vi naquele rosto! Estávamos levando o abará para Meiriane, mas "o tempo" não era suficiente para o conservar.

Você deve estar se perguntando onde eu quero chegar com essa história. Fiquei irritado, o cansaço, o sono e as situações me tiraram a paz. Resolvi tuitar. De maneira espontânea mandei a seguinte mensagem: "O tempo de espera e como esperamos revela o nível de maturidade que temos. #vooatrasado".

Minha mensagem teve tantos RTs que li de novo e fui entender o que havia escrito. E conclui, realmente, que o tempo de espera e a maneira como o vivo me revela e revela minha maturidade. Fiquei pensando que quanto mais imaturo somos, menos sabemos esperar. Um exemplo são as crianças, que fazem birra quando precisam esperar algo por cinco minutos.

A agitação, o "jeitinho", a raiva etc., são sintomas de nossa imaturidade quando a vida nos propõe a espera. Fiquei muito intrigado com o que escrevi e percebi que há muita coisa a se desvendar sobre o "tempo de espera" e como esperar por alguma coisa.

Aquele atraso no aeroporto me possibilitou, apesar das contrariedades, fazer mais feliz aquela senhora da limpeza. E assim vivi uma boa tarde de "retiro".

Agora, deixo para você esse barulho: Como você vive o tempo de espera? Como vive a fase de "solteiro"? Será que vale a pena dar um "jeitinho" de encurtar a espera, sair por aí sem dimensão do dom que você é e se sujeitar a ficar com a(o) primeira(o) que aparecer? Será que está irritado por não conseguir encontrar alguém e assim tem perdido a oportunidade de ser uma pessoa mais amável? A irritação o transformou em alguém irritante e murmurador? Ou será que, na pior das hipóteses, você tem esperado de braços cruzados, aguardando que alguém caia do céu?

A pessoa pode até cair, mas quando encontrar você, terá uma grande decepção. Pois você não se cuidava como um dom no tempo de espera!

Somos muito imediatistas e não gostamos de esperar. Deixamos, muitas vezes, o medo e a ansiedade se tornarem empecilhos à concretização das promessas de Deus em nossa vida. Mas se soubermos lidar com esses sentimentos, conquistaremos as promessas do Senhor no tempo certo!

Muitos esperam de braços cruzados, rezam todos os dias e pedem a Deus a pessoa certa. Mas é uma espera sem esperança, sem atenção. Às vezes, Deus já lhe mandou alguém, mas você, por estar de braços cruzados, não percebeu e não correu para o abraço.

É necessário estar atento às pessoas que estão ao seu redor, no seu grupo, na faculdade. Não se acha remédio em açougue nem carne em farmácia, não é? Gosto do Salmo que diz: "Esperando eu esperei". Deve-se saber viver essa espera com esperança, com ação. Cuidar-se, arrumar-se, não em vista só do outro, mas para se sentir bem consigo mesmo. Só quando nos amamos podemos amar o outro, pois somente damos o que temos.

Se você está sozinho, eu lhe pergunto: "Será que não é preciso estar assim?". Às vezes, nesse tempo em que você está só, descobrirá que, na verdade, é chamado(a) a outra vocação. Como dizia Padre Léo: "Quando não achamos a tampa de nossa panela, podemos ser uma frigideira!"

Não importa a quantidade do tempo, mas a qualidade dele que você tem vivido. Que sua oração se torne também a ação desse tempo!

Viva a fase de solteiro alargando as possibilidades de ser uma pessoa melhor, invista nas amizades, na família e em seus projetos; acima de tudo, no seu relacionamento com Deus. Isso faz a diferença!

Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/a-esperar-um-grande-amor/

14 de agosto de 2014

A importância da presença paterna na vida humana

Entenda a contribuição que  a presença paterna traz para a vida de um indivíduo

Qual seria a melhor fase da vida para um filho? E que fase seria essa que ele gostaria de viver com seu pai? A figura paterna tem uma representação muito importante na formação de um indivíduo. Ele exerce a função de mediar as experiências do filho com o mundo, dando a ele a oportunidade de conviver com modelos comportamentais que poderão servir de exemplo para que interaja com o ambiente de forma respeitosa, ajustada, equilibrada e amorosa. Portanto, a melhor fase da vida de um filho para ser vivida com o pai deve ser a vida toda, desde que de maneira saudável.

A importância da presença paterna




Inicialmente, o pai se destaca no papel de companheiro da mãe. É com a ajuda dele que o bebê aprenderá a se diferenciar da mãe, alcançando a tão esperada autonomia psíquica e psicológica. Permanecer fiel à sua função tem se tornado muito desafiador para a figura paterna, pois o homem não se torna pai porque vai ter um filho, essa formação está ligada à concepção na qual foi criado. Para tanto, faz-se necessário bons modelos, não só em sua própria casa, mas também nos meios de comunicação que hoje ocupam um bom tempo da rotina dos filhos.

Os programas de televisão têm apresentado um modelo de pai como um sujeito incapaz de assumir essa função na relação educativa, de planejar o seu tempo com os adolescentes e mais, de enfrentar, com sabedoria e responsabilidade, o papel de autoridade frente às exigências necessárias para a vida em família e, consequentemente, em sociedade. Nessa função, incluímos a repreensão e a disciplina, o diálogo e a expressão dos sentimentos por meio da comunicação e da demonstração deles. O ambiente afeta e inspira esses programas que devolvem à sociedade o conteúdo recebido, de forma ainda mais elaborada, rica em efeitos tecnológicos, criativos e extremamente estimulantes. O exemplo disso são as novelas, os programas jornalísticos com ênfase na violência, os desenhos animados que, sutilmente, passam mensagens opostas aos valores cristãos que deveriam ser conservados no meio familiar.

Tornar-se presente quando se tem um ritmo de vida que conduz o pai a ser ausente requer habilidade por parte dele e convicção de saber para que ele quis ser pai. É preciso não se deixar seduzir com as alternativas terceirizadas de criar os filhos. A ausência paterna frustra quem acredita que todas as fases poderiam ser melhores ao lado do seu pai. Provavelmente, essa ausência e a necessidade desenfreada da mãe-mulher de estar em todos os lugares e ocupar todos os papéis colabora com esse caos. A diminuição da função paterna afeta a estruturação psíquica e psicológica do indivíduo durante a infância e juventude dele.

O pai deveria continuar sendo aquele que diz e mantém o 'não' tanto para o filho quanto para a própria mãe quando necessário. "É aquele que introduz a negatividade na vida de um infante e declara a proibição, o limite do possível". Entenda a negatividade como oportunidade de ensinar ao filho a não conduzir a sua vida apenas pelos desejos oriundos da mídia, dos modismos ou das suas próprias carências. Mas, acima de tudo, por suas necessidades reais.

E você, pai? Qual a melhor fase para estar com seu filho? Todas. Uma vez pai, para sempre você o será! As suas palavras são saúde para o corpo do seu filho. Que os pais compreendam a importância de educar em estatura, sabedoria e graça, assim como aconteceu na vida de Jesus.

Pai, chegou a fase de reorganizar sua vida para o amor. E, juntamente com seu filho, cantar assim: "Por amor, foste criado para o amor! És obra-prima de Deus, superas em beleza mais que tudo. A tua criação foi uma explosão de imenso amor!"

É com o refrão dessa música que as escritoras Emmir Nogueira e Sílvia Lemos, no livro 'Tecendo Fio de Ouro', escreve:  "Fomos criados por amor, para o amor e no amor. Viemos do amor. Findaremos no amor. Ordenemos, então, nossa vida, na ordem do amor".

Pai, por causa do seu amor, seu filho quer viver a melhor fase da vida dele com você. E a melhor fase, com amor, são todas as fases.


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Abordagem e Análise do Comportamento Autora do Livro Sala de Aula, a vida como ela é. Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-importancia-da-presenca-paterna-na-vida-humana/

11 de agosto de 2014

A linda missão de ser pai é um reflexo de Deus

Queridos pais, queremos que saibam ser nosso interesse apenas uma coisa, que vocês nos mostrem "o Pai".

"Filipe disse: 'Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta'. Jesus respondeu: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras" (Jo 14,8-11). Bendita seja a aparente ingenuidade de Filipe, desejando ver o Pai! Daqui parte nossa reflexão para o Dia dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto, quando a Igreja Católica no Brasil inicia também a Semana da Família. Torna-se ainda mais oportuno abordar este tema pela proximidade da Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos a respeito da família.

A vocação dos homens que se fazem pais tem a sua origem na paternidade do próprio Deus, sabendo inclusive que se aprende mais sobre família e sobre as relações entre as pessoas olhando para o alto, para a Santíssima Trindade. Paternidade, filiação, fraternidade criatividade, todas as desejáveis características das pessoas podem encontrar no próprio Deus sua fonte. E permitam-me todos os pais envolvê-los na voragem de amor que é a vida divina, convidando-os a abrir o coração e redescobrir sua vocação e sua missão na família e na sociedade.

A linda missão de ser pai

Queridos pais, todos vocês foram e são filhos! Ninguém é fonte absoluta de uma família. Desejo-lhes a capacidade de olhar para trás e identificar o melhor que possa existir na história de sua família. Há valores que passam de geração em geração e a dignidade de sua família não se encontra apenas no nome, sem dúvida importante, mas nas coisas boas de que vocês são guardiães. Vocês podem entrar em seu próprio coração, recolhendo, como a criança que existe em cada um, as boas sementes transmitidas pelos antepassados. Por falar em nome, já perceberam que são vocês que o conservam e transmitem às gerações sucessivas? Sejam, pois, dignos de manter acesa esse facho aceso da dignidade das gerações!

Dentre os muitos tesouros que lhes foram confiados, é próprio da missão paterna ser a referência de autoridade na família. Autoridade e não autoritarismo! E autoridade verdadeira vem de dentro, a partir de convicções claras e objetivos a serem alcançados. Chama à atenção a força com que Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, se faz presente em momentos críticos da vida de seus discípulos. Numa travessia do Mar da Galileia (Cf. Mt 14, 22-33), barca agitada pelas ondas, vento contrário, homens medrosos que veem Jesus caminhando sobre as águas e pensam estar diante de um fantasma. "Coragem! Sou eu! Não tenhais medo!" É tempo de pedir a Deus, na comemoração do Dia dos Pais, que a força viril dos que receberam esta vocação seja restaurada em nossas famílias. Redescubram a coragem para ajudar a família na superação do medo dos fantasmas! Sejam capazes de discernir entre o vento, os terremotos e o fogo (Cf. 1 Rs 19, 9-13), ajudando a identificar o murmúrio da brisa leve em que o Senhor Deus se manifesta. Brote dos lábios e do coração de todos os pais de família, sustentados no mar na vida pelas mãos firmes do Senhor Jesus, a profissão de fé a ser renovada no domingo dos pais: "Verdadeiramente, tu és o filho de Deus" (Mt 14,33). Afinal, são adultos estes que realizam uma missão de tamanha importância. Deles pedimos um sinal que nos ajude a firmar a confiança no Senhor.

Mas para chegar ao discernimento pedido aos pais de família, devem estes tirar o tempo necessário para, como o profeta Elias (Cf. 1 Rs 19, 9-10), orar confiantemente em nome da própria família. Proponho, por ocasião do Dia dos Pais, que as refeições nas casas sejam abençoadas com uma oração feita pelo pai: "Senhor Deus, que conservais tudo o que criastes e não deixais de conceder aos Vossos filhos o alimento necessário, nós Vos agradecemos por esta mesa fraterna, preparada para alimentar e fortalecer o nosso corpo; nós Vos rogamos que também nossa fé, sustentada com a Vossa Palavra, cresça pela busca constante do Vosso Reino. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!" Esta oração pode ser feita sempre às refeições, confiando-a cada dia a um dos membros da família. Entretanto, a oração silenciosa, feita pelo pai de família, com confiança total no Pai do Céu, com o qual lhe foi dada a graça de partilhar a responsabilidade pelo lar, não pode faltar. Só assim terá forças necessárias para enfrentar as muitas tormentas do caminho.

Durante muitos séculos, o pai de família foi considerado o suficiente provedor das necessidades de todos. As esposas assumiam a educação dos filhos e as tarefas domésticas. Mudam os tempos, as mulheres também têm atividades laborativas fora de casa, as tarefas são compartilhadas e a responsabilidade abraçada a dois. No entanto, valha hoje um apelo aos pais de família justamente pela sua missão ligada ao trabalho. Faz parte da dignidade do ser humano ganhar o pão com o suor do próprio rosto, mesmo quando seu trabalho não for prioritariamente ligado ao esforço físico. Gratidão a Deus providente que permite aos pais levarem o necessário à família e ao sustento dos filhos. Apreensão diante das múltiplas dificuldades existentes para que o trabalho seja adequadamente remunerado e até para que haja postos de trabalho para toda a população. Oração fervorosa, para que aos pais sejam dadas essas condições indispensáveis.

A missão dos pais de família pode se expressar no pedido feito por Filipe, cuja ingenuidade agradecemos. Queridos pais, queremos que saibam ser de nosso interesse apenas uma coisa, que vocês nos mostrem "o Pai". Sejam de tal forma parecidos com o Pai do Céu, que trabalha sempre! Ajudem-nos a chamar o Pai de Jesus de "Pai Nosso", ensinando-nos a rezar cada parte da oração que brotou de Seu coração para ser entregue a nós. Sejam transparência do amor de Deus, tão infinito que se faz pequeno e próximo de cada filho. Sejam para suas esposas companheiros fiéis, amigos afetuosos, como Deus os pensou. Contamos com a firmeza de vocês e, quando esta lhes faltar, saibam que a Igreja reza por vocês e quer sustentá-los na tarefa exigente e gratificante que lhe foi entregue. Obrigado por vocês serem testemunhas da Providência de Deus para as famílias! Confiem nessa Providência para todos os passos a serem dados na vida! Saibam valorizar as rugas, os achaques da idade, o cansaço, para muitos a calvície ou os cabelos brancos. Tudo encontre seu sentido na entrega alegre da vida, com a qual vocês constroem a própria dignidade e felicidade. Deus os abençoe!

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/a-linda-missao-de-ser-pai-e-um-reflexo-de-deus/

8 de agosto de 2014

Oração pelas vocações

Reze pelas vocações:

Oração pelas vocações

Jesus, Filho de Deus,
em quem habita toda a plenitude da divindade,
Vós chamais todos os batizados a "fazer-se ao largo",
percorrendo o caminho da santidade.
Despertai no coração dos jovens
o desejo de serem no mundo de hoje
testemunhas da força do Vosso amor.
Enchei-os do Vosso Espírito de fortaleza e de prudência
para que sejam capazes descobrir
a verdade plena sobre si
e sobre a sua própria vocação.

Ó nosso Salvador,
enviado pelo Pai
para nos revelar o seu amor misericordioso,
concedei à vossa Igreja
o dom de jovens prontos a fazerem-se ao largo
para serem entre os irmãos uma manifestação
da Vossa presença salvífica e renovadora.

Virgem Santa, Mãe do Redentor,
guia segura no caminho para Deus e para o próximo,
Vós que guardastes as suas palavras no íntimo do coração,
protegei com a Vossa intercessão materna
as famílias e as comunidades eclesiais,
para que estas saibam ajudar os adolescentes e os jovens
a responder com generosidade ao chamamento do Senhor.
Amém.

Fonte: Mensagem do Papa João Paulo II para 42º dia mundial das vocações

6 de agosto de 2014

Gaza x Israel. Por quê?

Dizem que a guerra se faz necessária

Olhando toda a realidade que tem acontecido, aqui na Terra Santa, no último mês, vendo de perto as situações de guerra, ouvindo tantas opiniões, tantos pontos de vistas, chego a uma conclusão: não há explicações que consigam desculpar o horror da guerra e da morte humana.

Sou conduzida pela fé, sim, isso é um fato na minha vida; por isso a pergunta que grita em meu coração é somente uma: "Meu Deus, por quê?".

O sofrimento e a dor penetram na vida de ambas as populações. O medo e a insegurança afligem ambos os povos. Diante da morte, quem pode vencer?
Dizem que a guerra se faz necessária. Eu não acredito nisso! Não acredito que fazer com que pessoas vivam no limite da dor seja "necessário".

Assista: Padre Arlon reza diante do túmulo de Santo Estêvão pelos cristãos perseguidos

Papa Francisco, quando veio à Terra Santa, fez um discurso que ecoa no meu coração neste tempo. Ele fez uma pergunta específica que se aplica ao quadro que vemos hoje aqui: "Onde está o seu irmão?", "Quem é o responsável por esse sangue, por essas mortes?".
Temos de tocar mais concretamente no amor de Deus para com os homens, um amor universal que deveria atingir a todos. Mas o fechamento do nosso coração nos conduz à indiferenca da dor alheia e tudo se torna tão político. Não tenho um lado, pois com Cristo aprendi a amar a vida, o homem. Somos todos irmãos e disso não abro mão.

Aqui, a experiência da dor pela dor do outro me visita, mas peço perdão a Deus pela indiferença, muitas vezes, com os que estão mais distantes. Quantas pessoas morrem, todos os dias, aqui no Oriente Médio, vítimas das guerras, e que já estão esquecidas pelas mídias!

Em nosso Brasil, quantos se vão, todos os dias, vítimas das guerras urbanas!
"Quem de nós chorou pela morte desses irmãos e irmãs? Quem chorou por essas pessoas que estavam nas barcas? Pelas jovens mães que traziam os seus bebês? Por esses homens que desejam algo para apoiar as próprias famílias?

Somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de sofrer com compaixão; somos a globalização da indiferença", disse-nos o Papa Francisco.

Estou aqui, muito próxima de todo este conflito, mas, mesmo assim, não posso fazer muito senão rezar. Mas quero que o Bom Deus, que escolheu esta terra para ser santa, toque o meu coração para que eu nunca me esqueça do meu próximo. Que as chagas de Cristo arranquem de mim o medo de me comprometer com o meu irmão, que é todo homem, toda pessoa.

"Senhor, livrai-nos da indiferença!"

Cristiane Henrique
Frente de missão da Canção Nova na Terra Santa


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/testemunhos/gaza-x-israel-por-que/

4 de agosto de 2014

Oremos pela paz no mundo

É hora de nos unirmos à Igreja perseguida e sofrida

O mundo segue seu caminho, e cada um, no seu canto, conduz sua vida e cuida dos seu afazeres diários. Porém, não podemos fechar os olhos para os dramas internacionais que chamam à atenção toda a humanidade. São guerras e conflitos que têm eliminado vidas, tirado a paz e a liberdade de milhares de pessoas. Sem precisar focar nas motivações de cada um dos diferentes conflitos, o fato é que cada um deles é uma ameaça à paz da humanidade, ao entendimento das nações e uma ofensa à dignidade humana.

Chama-nos à atenção os constantes conflitos na Síria e na Ucrânia. Os massacres promovidos no Iraque e na Faixa de Gaza, a falta de entendimento entre judeus e palestinos na região. Do outro lado, milhares de cristãos estão sendo martirizados, perseguidos e violentados em algumas regiões de maioria muçulmana, sobretudo os de tendências mais radicais.

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:: Portal Canção Nova faz ação de solidariedade aos cristãos perseguidos

O Papa Francisco tem se pronunciado com apelos em favor da paz e do entendimento, tem se mostrado solidário às vítimas das guerras e dos conflitos, ele tem mostrado sua preocupação com a onda de massacre aos cristãos pelo mundo. Recentemente, o Santo Padre afirmou que nem no início da fé cristã os cristãos foram tão perseguidos e hostilizados com têm sido nos últimos tempos em algumas regiões.

Nós não podemos cruzar os braços e apenas lamentar esses acontecimentos. É hora de nos unirmos à Igreja perseguida e sofrida nestes nossos irmãos, sejam eles cristãos ou não. Não promovemos o ufanismo nem o sectarismo religioso, mas defendemos a dignidade humana e a liberdade religiosa. Assim como nos países de maioria cristã, vivemos de forma harmoniosa e respeitosa com as outras religiões não cristãs, queremos apenas ser respeitados na vivência de nossa fé e que cada um também seja respeitado na sua opção de fé, inclusive na opção de não ter credo nenhum.

Nossa maior arma é o amor, mandamento e símbolo principal da fé cristã. Por amor nos unimos aos que sofrem, manifestando solidariedade e cuidado humano. A Igreja se faz presente em várias regiões de conflito, prestando socorro e assistência às vítimas. Não escolhemos a quem amar nem a quem estender a mão. Onde existir um filho de Deus sofrendo, a solidariedade cristã deseja se fazer presente. Chamamos a atenção de todos para que não deixem de colaborar com a Caritas Internacional, a qual não deixa de medir esforços para socorrer as vítimas de guerras e conflitos em todas as partes do mundo.

Nosso amor é muito concreto pelas iniciativas de oração e jejum em favor da paz e do entendimento entre os povos. Precisamos reforçar nossos atos e gestos. De forma pessoal e comunitária, precisamos movimentar os céus e clamar pelo Deus da Paz para que intervenha em nosso meio e aponte aos homens o caminho da concórdia e da superação do ódio e dos desentendimentos.

É hora de agitar e fazer acontecer com mais empenho a cultura da paz, rever nossos pequenos conflitos no âmbito familiar e comunitário. É hora de termos iniciativas em nossas casas, igrejas e trabalhos. Promova, nas redes sociais, o chamado para a oração e a conscientização sobre a cultura de paz e a gravidade desses conflitos. Ore com fé e reze nas Missas, nos cultos e nos grupos de oração; envie, de alguma forma, seu gesto de solidariedade a quem sofre com tantas tragédias.

Que o Deus da Paz abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. .


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oremos-pela-paz-no-mundo/