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31 de julho de 2014

O pecado de Davi

 Até mesmo Davi, com todo seu amor e intimidade com o Senhor, cometeu pecado

"O pecado é ofensa a Deus: 'Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos' (Sl 51,6). 'O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações'." (Catecismo da Igreja Católica §1850).

O pecado de Davi

O maior mal que o pecado pode nos trazer é nos afastar de Deus. Muitas vezes, caímos, mas enquanto estivermos vivos, estaremos nessa luta que travamos diariamente. O pecado também causa em nós o medo de voltar para Deus, de não sermos aceitos por Ele. O inimigo nos enche de acusações e mentiras; com isso, permanecemos no pecado, na lama.

Não importa o tamanho do nosso pecado nem como caímos, o importante, agora, é retornarmos ao local onde nos sentiremos novamente acolhidos e limpos, o coração de Deus.

Podemos ver, na vida de Davi, uma busca constante em servir o Senhor, a ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus. No entanto, até mesmo o rei, com todo o seu amor e intimidade com o Senhor, teve momentos de queda ao seguir seus desejos. "Numa tarde, levantando-se da cama, Davi foi passear no terraço do palácio real. Lá, ele viu uma mulher tomando banho. Ela era muito bonita. Davi mandou colher informações sobre ela. Disseram-lhe: 'Ela é Betsabéia, filha de Eliam e esposa de Urias, o heteu!'. Então, Davi mandou emissários para que a trouxessem. Betsabéia foi e Davi teve relações com ela, que tinha acabado de se purificar de suas regras. Depois ela voltou para casa". (II Samuel 11, 2-4)


Davi era e é conhecido por sua coragem, força, justiça e seu amor a Deus. Mas sua vida também foi marcada por uma má escolha que o levou a cair em pecado. É importante entendermos que ele estava no auge de seu reinado. Já havia conquistado várias vitórias e era respeitado pelo seu povo e pelos reinos vizinhos. Naquele tempo, o rei tinha como papel principal comandar o exercito em batalha. "Na mudança do ano, quando os reis costumavam sair para a guerra, Davi ficou em Jerusalém" (cf. 2 Sl 11,1).

Ele não foi para a batalha com sua tropa, pois sabia da força de seus homens; com isso, não viu necessidade de acompanhá-los. Davi não cumpriu o papel que Deus lhe confiou, pois já começava a se esquecer de Quem o chamou. Ele está em pé, no auge, é um conquistador e tem muitos a seu comando, mas se esquece do seu Deus e "o pecado ficou a sua frente" (cf. Sl 51, 5).

Davi vê Betsabéia e se encanta por ela. Percebemos a consciência de Davi na decisão tomada. Ele procurou saber quem era aquela mulher, e, mesmo sendo casada, deitou-se com ela. Essa atitude desencadearia várias outras. Davi não cai somente em um pecado, mas em muitos por consequência de sua escolha. Ele peca por ser presunçoso, pois já se sente bom o bastante para nem mesmo ir às batalhas, por seus olhares maliciosos e seus desejos consentidos, por adulterar, por pecar e mentir para Urias, por tentar enganá-lo, mandá-lo para a morte e ainda agir como se nada tivesse acontecido.

O rei perdeu o temor e se deixou levar por seus desejos. Esse homem, que tinha o Senhor como seu amigo e n'Ele confiava plenamente, deixa-O de lado e toma decisões pautadas em suas paixões. Vemos que em todos os momentos da vida de Davi ele traz o nome do Senhor consigo. Porém, há um detalhe interessante: os dois livros de Samuel tem, juntos, 55 capítulos, e em apenas quatro Deus não é citado de forma alguma. Isso acontece quando o rei ou algum dos seus se esquecem do Senhor e falham. No capítulo que narra o "pecado de Davi", vemos que Deus não é citado nem lembrado. Quando O deixamos de lado, somos arrastados por nossas inclinações ao mal.

Davi ignora tudo o que o Senhor fez em sua vida até aquele momento, esquece-se de que foi Ele quem o elevou ao lugar em que estava. O Senhor encontrou Davi ainda em sua juventude, e ele era um simples pastor que cuidava das ovelhas do pai.

No meu caso, Deus me encontrou de uma maneira parecida. Eu ainda era jovem e não tinha muito sentido na vida, estava trilhando, a passos largos, uma existência sem sentido e cheia de vazios, mas o Senhor me encontrou e me deu sentido para viver. Pense: onde Jesus o encontrou? Onde Ele fez uma curva com sua história e lhe deu sonhos, o fez crescer e o tirou da lama? Como anda sua relação com Deus?

Nosso personagem bíblico pecou gravemente,  e já dava sinais – podemos detectar na leitura – de que, muito mais que pecar contra Deus, ele já havia se distanciado d'Ele. O profeta Natã o questiona sobre a má conduta da parte de um "certo homem", Davi nem mesmo consegue identificar-se, pois seu coração já não estava mais no Senhor. Um coração longe de Deus não enxerga a verdade, pois só no Pai podemos nos ver como somos.

Um dia, fomos resgatados por Deus; hoje, talvez, já nos vejamos capazes de caminhar sem Ele. Não lutamos mais, pois já somos fortes o bastante para estar em alerta. O pecado de Davi teve início quando ele não mais se sentiu dependente do Senhor. O coração do rei, que sempre teve no Senhor o seu norte, resolveu confiar em suas próprias forças e se perdeu no trajeto. Porém, existe uma certeza: o Pai sempre nos espera, assim como esperou Davi.

Sempre precisaremos retomar a amizade com Aquele que nos deu vida em abundância. Seja qual for o ponto onde chegamos, Deus sempre tem misericórdia e amor para nos trazer de volta e nos devolver ao que realmente somos: filhos amados d'Ele!

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/o-pecado-de-davi/

30 de julho de 2014

Sinais de Bençãos

Numa fazenda há um pasto onde vivem dois cavalos. São animais muito bonitos como outros bem tratados que têm por aí, porém, um deles é cego. Mesmo assim, o dono não se desfez dele quando nasceu; pelo contrário, deu-lhe um amigo mais jovem.
Observando melhor, percebe-se que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor; isso para que o cavalo cego saiba onde está seu companheiro e vá até ele. No final do dia, um segue o outro até o estábulo e, quando o mais velho se atrasa na caminhada, o outro para e espera que o amigo o alcance. Assim, o cavalo cego passa o dia guiado pelo sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.
E como o dono dos cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos ou porque temos grandes problemas para resolver. Ele cuida de cada um e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos. Algumas vezes, somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daquele que Deus coloca em nossas vidas. Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outras pessoas a reencontrarem o caminho.
Assim são os bons amigos: você não precisa vê-los, pois sempre estarão por perto. Ouça os sinos deles e, quando precisarem, também ouvirão o seu. Reze por eles e uma grande bênção estará ao seu alcance, como sinal da graça de Deus aos filhos que praticam o bem ao próximo.
Na verdade, todos nós nascemos com um 'sino' no pescoço. Por isso é que somos notados por onde passamos e, muitas vezes, algumas pessoas nos seguem. Se tivéssemos consciência do quanto influenciamos os destinos dos outros, nunca andaríamos por estradas ruins; mas, infelizmente, o ser humano insiste em conduzir pessoas a erros de comportamento.
Como vicentino, eu já passei por experiências diversas. Hoje sei que um pedaço de pão é uma bênção para quem tem fome, e um carro novo pode não ser aceito por aquele que exige determinadas marcas e modelos. Ambos são presentes de Deus, mas os valores são muito diferentes por parte de quem os recebe. O pão é mais valorizado pelo pobre do que o automóvel pelo milionário. Podemos considerar que são fatos normais no cotidiano de cada um?
Se a Palavra Sagrada fosse mais bem compreendida e praticada em nosso meio, as coisas seriam diferentes. Há muitas falhas na comunicação que vem do Céu; logicamente, não da parte do Senhor, mas devidas às dificuldades humanas em completar o ciclo da bênção. Sei que não posso generalizar, porém, quase sempre deixamos de concluir aquilo que seria a vontade de Deus.
Primeiro, porque não conhecemos plenamente a Bíblia. Mesmo reconhecendo que se refere à 'Carta de Amor do Criador' por nós, exageramos na preguiça de conhecê-la melhor. Segundo, porque nas partes que sabemos de cor, não comentamos com as pessoas que se relacionam conosco no trabalho e na roda de amigos. Terceiro, porque nem sempre damos bons exemplos influenciados pelos ensinamentos bíblicos, mostrando que pouco nos importamos com a salvação da alma.
Há uma história que faz menção à nossa falha de comunicação:
Uma senhora idosa estava parada na calçada, hesitante na tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso. Temerosa, não conseguia sair do lugar. Então, apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela. Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto.
Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o homem ziguezagueava pelo meio da rua enquanto buzinas soavam, freios eram acionados e motoristas gritavam palavras ofensivas. Quando chegaram do outro lado, ela disse furiosa:
– Quase morremos! Você caminha como se fosse cego!
– Mas eu sou cego! Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora!
Isto nos faz pensar: quantas vezes somos mal compreendidos! Precisamos aprender que comunicação não é somente o que a gente fala, mas principalmente o que o outro entende. Se não quisermos entender que só entra no Céu quem tem compaixão dos sofredores, de que adianta vivermos dezenas de anos aqui na Terra?
Tudo aquilo que faço, que tenho e que sou, são sinais visíveis de bênçãos em minha vida. O grupo de pessoas amigas que me relaciono diariamente – no trabalho e na comunidade que sirvo – certamente toca o 'sino da misericórdia' bem alto para que eu ouça. Estou convicto disto porque ninguém diz 'não' quando peço ajuda. E, assim, com amor no coração, vamos completando o ciclo da bênção um para com o outro.
Eis uma grande possibilidade desse ciclo se realizar:
1.      valorizando cada vez mais a Palavra de Deus;
2.      melhorando dia-a-dia a comunicação evangélica;
3.      fazendo soar o sino que indica os bons caminhos; e
4.      perseverando na fé com as pessoas que nos seguem.
Mais cedo ou mais tarde, com firme confiança na graça, a bênção divina nos atingirá.

Ø  Paulo R. Labegalini
Vicentino de Itajubá – MG

29 de julho de 2014

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?

O que digo quando faço sexo?

Toda palavra é uma tentativa de comunicação. Todo gesto traz em si uma forma de se comunicar. Um aperto de mão, aqui no Brasil, é sinal de cordialidade. Para o gaúcho, dar uma cuia de chimarrão para alguém tomar é, no mínimo, dizer "pode fazer parte de nossa roda de amigos"; tomar um café oferecido por um mineiro é aceitar o acolhimento oferecido por ele.

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?

Gestos brasileiros comunicam muita coisa. Mas se observarmos outras culturas teremos diferentes gestos que falam muito. Na cultura tibetana, por exemplo, algumas tribos cumprimentavam-se mostrando a língua em sinal de que jamais pronunciariam palavras ofensivas contra o amigo. Já os nativos de Nova Guiné, quando uma pessoa querida vai embora, eles se despedem chorando e enlameando-se totalmente. Gestos que trazem muito significado para eles.

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter? Quando tenho uma relação sexual, o que eu estou dizendo com esse gesto? Que significado ele tem? O que traz como sentido para a vida daqueles que ali estão envolvidos?

Toda relação sexual diz: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e o recebo, é para sempre que o faço".

Aí, você pode dizer: "Cara, isso é muito radical! Não vejo o sexo assim. Para mim é só prazer, um momento de ter gozo e pronto! Essa definição que você trouxe é muito romantizada". Aí eu lhe digo: "Cara, desculpe-me, não tem como você falar para um tibetano: 'Essa sua língua para fora, para mim, é falta de respeito'. Ele vai olhar para você e dizer: 'Esse é o sentido para mim, mostrar a língua é sinal de amizade'."

O que quero dizer é que quem criou o sexo foi Deus e Ele colocou um sentido, um significado para esse gesto. Queira você ou não, todas as vezes que tiver uma relação sexual estará dizendo: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e recebo, é para sempre".

No entanto, se você diz isso numa relação sexual, mas essa não é a sua verdade, pois para você será só prazer de momento, algo de corpo somente, o que está vivendo é, na realidade, uma mentira.

Diz: "Dou-me por inteiro e o recebo por inteiro", mas doa só o corpo e só recebe o corpo. Você não doa seus sentimentos, suas emoções, seus desejos, seu amor e sua alma. Então, é mentira sua relação.

Digo: "Dou-me e recebo em vista de um 'para sempre'". Todo encontro nos marca para sempre, ainda mais uma relação sexual! Mas o que acontece depois de algumas relações sem compromisso? Você veste suas calças, dá um beijo de adeus (talvez) e não a vê mais.

Ou você vai me dizer: "Adriano, estamos juntos há três anos. Temos relações sexuais e a certeza de que iremos nos casar". Então, eu lhe digo que ainda está "ruidosa" essa relação sexual, pois com a alma e corpo vocês dizem "somos inteiros um para o outro", mas como somos seres espirituais, falta a parte de Deus nessa relação, falta o compromisso frente a Ele, diante do altar que tudo eleva à plenitude. Então, meu caro, ainda não é total esse sexo.

Quando Deus diz que o sexo é entrega total em vista de um "para sempre", ele coloca um ingrediente indispensável para tal objetivo: o amor.

O amor ordena sentimentos, emoções, impulsos sexuais em vista de uma entrega total e para sempre de duas pessoas que se amam. Quando namoramos e nos guardamos para o casamento, o amor nos educa para protegermos a pessoa amada, nos faz esperar para nos darmos por inteiros e de maneira definitiva. Quando casamos e vamos para as núpcias, o amor nos leva a tocar na total entrega de duas pessoas que se amam; entrega não só dos corpos, mas das almas em uma profunda sintonia de espírito. O Espírito Santo, ali presente, sela aquele amor em torno do eterno!

Você, então, pode dizer: " Você está dizendo que sexo é isso, mas para mim sexo é só momento de extravasar e pronto!".

Desculpe-me, mas quem criou o sexo foi Deus, e como fabricante ele deu o "manual de instruções". Não o ler ou interpretá-lo segundo o que você pensa, pode fazê-lo não viver a plenitude de tudo o que o espera.

Muitos querem viver a sexualidade como um "não" à pessoa. Não há uma sexualidade sadia sem uma perfeita ordem de amor.

O amor promete o 'para sempre', e o sexo será, no casamento, um dos gestos de dar-se por inteiro a quem se ama!

Tamu junto!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/e-o-sexo-qual-significado-ele-tem-ou-deveria-ter/

28 de julho de 2014

A importancia de se viver a UNIDADE naSSVP

Por Donizetti Luiz - Coordenador do DECOM - CM Goiânia


Em nossa caminhada. já ouvimos por diversas vezes uma frase popular que diz: "A união faz a força", sendo assim podemos pensar que a divisão enfraquece e nos impede de alcançar um objetivo. Sabemos que a vivência harmoniosa entre as pessoas em qualquer grupo é um desafio, mas se quisermos alcançar qualquer objetivo como grupo precisamos nos manter unidos. Paulo orienta a todos nós membros da Igreja e da SSVP a nos manterem unidos num único objetivo, o de servir a Deus. O Apóstolo Paulo em Corintios 1:10, usa a expressão “rogo-vos, irmãos, que todos estejais de pleno acordo e que não haja divisões entre vós"”. Rogar é muito mais que pedir simplesmente, e implorar com veemência. O apelo de Paulo revela a sua preocupação em preservar o Corpo de Cristo – isso significa para nós Vicentinos que devemos preservar a SSVP. Nós VICENTINOS, fomos chamados a viver uma vocação de amor e fomos chamados também a representar um Deus de amor a todos que nos cercam no dia a dia. Seja onde quer que eu vá. Em casa, na rua, na escola, no trabalho, em um passeio de férias,etc...Se verdadeiramente cremos no Senhor, precisamos viver de tal maneira que o Seu nome seja honrado por nós, e a forma de vivermos dignamente a nossa vocação vicentina é andando na unidade da fé. Em tempo de "Mudança de Estrutura" temos que ter consciência de que mudar a estrutura AD INTRA é um desafio intimo e pessoal para cada um de nós, é urgente que cada Confrade e cada Consócia se comprometa a fazer uma conversão pessoal, precisamos caminhar e viver a nossa vocação nos princípios de Cristo que nos ensina como viver em unidade, assim levaremos ao nosso pobre um testemunho vivo e eficaz de nossa fé em Jesus Cristo. A Palavra de Deus nos ensina que “há um só Corpo e um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo.” Isto é: para alcançarmos a unidade da fé que nos fez ser vicentinos precisamos ser um só no Senhor (Ef 4.4-6). Nenhum Vicentino vive na unidade da fé se não viver a vida da igreja ou nenhum vicentino consegue viver a unidade da fé se não tiver compromisso com sua vocação vicentina. Em João 17:20-23 Jesus faz uma oração declarando seu desejo que todos os que cressem Nele tivessem a união que ele tinha com o Pai. É da vontade de Deus que vivamos unidos, precisamos nos esforçar para vivermos assim no ambiente em que estamos e principalmente na SSVP. Uma SSVP unida no objetivo de cumprir a vontade de Deus é uma SSVP forte e saudável.  João, o Apóstolo do Amor, nos ensina (I Jo 2.9-11) tanto sobre isso. Ele diz: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (I Jo 3.14-18). Quando penso em unidade, penso na Trindade Santa e na Família como instituição de Deus. Deus é um Deus Trino, em Perfeita Unidade e harmonia. Quando Ele criou a família, Ele colocou nela um pouco da sua semelhança: unidade de propósitos e harmonia de almas. Pai, mãe e filhos deveriam viver os sonhos de Deus para a família, caminhando juntos no mesmo propósito sobre a Terra. Quando penso em unidade, penso também na nossa missão VICENTINA. A SSVP foi fundada por Antônio Frederico Ozanam e mais seis amigos, todos com inspiração Divina, todos determinados a cumprir uma determinação de Deus que somente pediu que cada VICENTINO e cada VICENTINA caminhassem num propósito profético e em unidade. É triste observar que nem todos conseguem caminhar assim. Somos Vicentinos, somos Irmãos, somos membros de uma mesma família e quando os membros da família não conseguem viver em unidade a SSVP não consegue ser parte deste propósito de Deus. Esta já era uma das “preocupações” de Ozanam e por conseguinte de Jesus que orou ao Pai pelos Seus discípulos: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como tens amado a mim” (Jo 17.21-23). Há muitas desculpas sendo dadas para não vivermos em união com os nossos irmãos em Cristo. Na caminhada vicentina tenho visto muitas pessoas, darem desculpas diversas para não obedecerem a vontade de Deus. Algumas desculpas que ouço: “Não consigo gostar dessa pessoa” ; “Somos muito diferentes” ; “Tenho pensamentos diferentes” ; “Fui maltratado e até humilhado” ; “Essa pessoa “parece” arrogante” ; “Ouvi um “não” dessa pessoa” ; “Essa pessoa não supera minhas expectativas” ; “Essa pessoa não concorda comigo em quase nada” ; Etc. No fundo, tudo isso é fruto de um coração orgulhoso, preconceituoso e desobediente. A unidade não tem nada a ver com amizade, com  o “ser igual”  ou com identificação de sentimentos, mas tem a ver com uma escolha diária de viver em comunhão, caminhando num mesmo propósito com aqueles que são nossos irmãos, filhos do mesmo Pai Celestial. As discordâncias nunca podem ser motivo para o afastamento. Ninguém é obrigado a ser amigo íntimo de ninguém, pois a amizade é algo que acontece naturalmente, sem precisar forçar nada. Mas a unidade é algo que nos leva a amarmos,  até mesmo, àqueles que não merecem ser amados e a sujeitarmo-nos uns aos outros, no temor do Senhor. Se eu não consigo amar o meu irmão de caminhada, como vou conseguir amar o meu próximo, que é a razão de existir da entidade na qual eu faço parte? Em Romanos 12,10, O Apóstolo Paulo nos diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”, mas infelizmente, há pessoas que só se esforçam por honrar aos seus líderes ou aos seus chefes de profissão. Não! Não devemos honrar as pessoas por interesses ou pelo que vamos conquistar através deste relacionamento. O Apóstolo Pedro nos instrui dizendo: “Honrai a todos”. I Pedro- 2.17. Precisamos nos disciplinar e nos esforçarmos para vivermos bem com todos, pois JUNTOS, fazemos a diferença. Pode ser a pessoa mais talentosa da SSVP, mais inteligente e mais diplomada, se não vive em unidade, estará vivendo em trevas! Quem vive nas trevas e insiste em dizer que é VICENTINO, está brincando com as coisas de Deus. Essas pessoas precisam de nossa oração constante. Como irmãos em Cristo, vicentinos, membros da mesma irmandade e da mesma família, por mais “imperfeitos” e frágeis que sejamos, precisamos caminhar lado a lado, em comunhão e amor, através do amor de Jesus Cristo, nosso Salvador. Para quem, não consegue viver a UNIDADE na SSVP, mas quer tentar viver o processo AD INTRA dentro do Projeto "Mudança de Estrutura", se esforce a partir de agora a vivenciar as Virtudes ensinadas por Vicente de Paulo. Inicie tentando ser HUMILDE / É preciso ter a capacidade de sabermos o conceito que temos de nós mesmos. Uma pessoa humilde sabe reconhecer as suas falhas. É uma pessoa na qual se vê a ausência da prepotência e da arrogância em sua maneira de viver. Tente também viver a MANSIDÃO / Ter brandura no falar e no agir. Quem é manso fala de maneira correta e sem ofender as pessoas no momento em que se resolve alguma questão. É ter controle de uma situação quando todos estão impacientes. É saber controlar a ira e ficar calado no momento em que é preciso só ouvir. Vivenciando apenas estas duas virtudes de São Vicente já será possivel irradiar o AMOR /  Viver a unidade em amor é a opção mais nobre para manter a SSVP saudável e atrair mais pessoas para Cristo. Quem ama vive a dimensão do perdão, suporta, compreende e vive em perfeita comunhão com os outros. Nada deve quebrar a nossa união. A comunhão é gerada a partir de uma vida em unidade. Viver em unidade é viver a nobresa da fé, é glorificar o nome do Senhor.
Irmãos e Irmãs, Confrades e Consócias, termino esta reflexão fazendo o mesmo apelo que o Apóstolo Paulo faz em 1 Coríntios 1:10 = Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: Suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e, sim, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.

AMEM-SE UNS AOS OUTROS ASSIM COMO EU VOS AMEI, quando derramei meu sangue por cada um de você nas cruz....

"Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo"

25 de julho de 2014

Quem não perdoa destrói pontes pelas quais terá de passar

"Deus perdoa as nossas transgressões" (Sl 65,3)

"Aquele que não é capaz de perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo terá de passar", escreveu Edward Herbert, célebre historiador britânico. Essas palavras destacam uma razão para ser perdoador: mais cedo ou mais tarde, podemos precisar que outros nos perdoem. (Mt 7,12). Mas há um motivo muito mais importante para ser perdoador, basta ler as palavras de São Paulo Apóstolo em Colossenses 3,13: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós".

Visto que somos todos imperfeitos, às vezes podemos irritar ou ofender os outros, e eles talvez nos façam o mesmo (Rm 3,23). Então, como podemos manter a paz? Inspirado por Deus, São Paulo nos aconselha a ser tolerantes e perdoadores. Esse conselho é tão importante e sempre atual.

Quem-não-perdoa-destrói-pontes-que-terá-que-passar

Vamos analisar as palavras de São Paulo. "Continuai a suportar-vos uns aos outros". A palavra grega para "continuar a suportar" dá a ideia de ser tolerante e paciente. Uma obra de referência diz que os cristãos mostram essa qualidade por "estar dispostos a suportar aqueles cujas falhas ou traços de personalidade são irritantes". A expressão "uns aos outros" indica que essa tolerância deve ser mútua. Ou seja, quando lembramos que também podemos irritar outros, não permitimos que suas características irritantes perturbem a paz entre nós. Mas e se outros pecarem contra nós?

"Continuai a perdoar-vos uns aos outros liberalmente". De acordo com vários especialistas, a palavra grega traduzida "perdoar liberalmente" não é a palavra que se costuma usar para traduzir perdão, mas tem um significado mais profundo, que enfatiza a natureza generosa do perdão. Outra fonte diz que essa palavra pode significar "conceder algo agradável, um favor, um benefício". Somos generosos quando perdoamos de coração, mesmo quando há razão para queixa contra outro. Mas por que devemos estar dispostos a "conceder esse favor"? Pelo simples motivo de que logo, talvez, precisemos que o ofensor nos perdoe, retribuindo assim o favor.

"Assim como Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei." Esse é o principal motivo para ser generoso em perdoar os outros: o próprio Deus nos perdoa liberalmente. (Mq 7,18). Pense por um instante sobre o perdão, favor-graça que Deus concede a pecadores arrependidos. Ao contrário de nós, Deus não peca. Mas ele, de bom grado, perdoa completamente pecadores arrependidos, mesmo sem precisar que eles retribuam o favor por perdoá-lo. De fato, o Senhor bom Deus é o exemplo mais caridoso de alguém que perdoa liberalmente.

"Eu confio na misericórdia de Deus para sempre" (Sl 52,8). A misericórdia do nosso glorioso Pai Celestial nos atrai a ele e nos faz querer imitá-lo. (Ef 4,32. 5,1).

Um dos grandes mestres da espiritualidade cristã Charles de Foucauld afirmou: "Viver só para Deus. O amor é inseparável da imitação. Quem ama quer imitar: é o segredo da minha vida".

Ele escreveu: "Perdoai-nos as nossas ofensas. Não podemos pedir perdão se não perdoamos também. O perdão, como a graça, não se pede somente para si, mas para todos os homens". Foucauld acrescenta: "Essa deveria ser a finalidade de todas as nossas orações, de todas as nossas ações".

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/quem-nao-perdoa-destroi-pontes-pelas-quais-tera-de-passar/

23 de julho de 2014

Maria Madalena encontra a si mesma ao encontrar Jesus

Santa Maria Madalena, aquela que encontra a si mesma ao se encontrar com o Senhor!

"Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?" (Jo 20,15). Quem Maria procurava? Por que ela chorava?

Maria Madalena é a mulher mais citada no Evangelho. É a primeira que faz a experiência com o Cristo Ressuscitado. Era chamada pelos autores monásticos de "enamorada de Deus". A morte de Jesus era para ela não somente a perda de um líder ou de alguém que ela amava, mas a perda de si mesma. Dela Jesus tinha expulsado sete demônios (cf. Lc 8,2), ou seja, com Ele ela fez a experiência da libertação do mal para o encontro com a vida em Deus. 

Maria-Madalena

Na verdade, para Maria, como para todos nós, o encontro com Jesus foi o encontro com si mesma. "Deus é mais íntimo de nós que nós mesmos", dizia Santo Agostinho. Ele é tão próximo que até os fios de nossas cabeças estão contados (cf. Mt 10,30). Só na verdade de Deus é que, realmente, encontramos nossa verdade. Somente n'Ele sabemos sobre nós e nos conhecemos.

Vivemos num tempo em que os homens estão tão distantes de si que não sabem o caminho de volta para casa. Sem o encontro com o Senhor em si mesmos, eles vivem na exterioridade, distraídos em meio a tantas diversões tecnológicas, a tantos prazeres e barulhos. Santo Agostinho dizia: "Retornai para dentro do vosso coração! Onde quereis ir longe de vós? Retornai da vagabundagem que vos levou para fora do caminho; retornai ao Senhor. Ele está pronto. Primeiro, retorna ao teu coração, tu que te tornaste estranho a ti mesmo, por força de vagabundar fora; não conheces a ti mesmo e procuras aquele que te criou! Volta, retorna ao coração, separa-te do corpo. Regressa ao coração. Lá, examina o que talvez percebas de Deus, porque ali se encontra a imagem de d'Ele; na interioridade do homem habita Cristo".

Nada contra celulares e ferramentas tecnológicas de comunicação, mas a forma com que os usamos flagra a distância que temos de nós mesmos. Outrora, aquelas paradas, aqueles pequenos vazios do dia a dia eram boas oportunidades de silêncio e solidão, oportunidade de falar ao próprio coração. Hoje, esses vazios são preenchidos com aquelas breves espiadas no Facebook ou um bom momento para ver se há alguma mensagem no WhatsApp. O homem moderno não tem mais tempo para encontrar a si mesmo. Sem Deus, e nesse ritmo de exterioridade, ele vai cada vez mais longe de sua casa.

Sem o encontro com si mesmo surge a falta de sentido à vida, e com ela o desespero. "Cristo revela o homem ao próprio homem", dizia João Paulo II na Encíclica Redemptor hominis. A verdadeira espiritualidade cristã não nos distancia da própria humanidade; ao contrário, ela nos faz mais humanos. O pecado, ao contrário, nos distancia de nossa identidade, de nós mesmos.

Maria Madalena já tinha feito essa experiência. Na tradição, ela foi vista, muitas vezes, como aquela mulher flagrada em adultério (Jo 8,1-11). Enquanto os homens pegam pedras para apedrejá-la, Jesus escreve algo misterioso no chão. Talvez, ele esteja escrevendo a verdadeira identidade dela. Ele é Deus e n'Ele estava a verdade dela. Ela não é uma adúltera desprezível, mas alguém com dignidade e beleza. Jesus resgata Maria para sua verdade. Talvez seja esse o desespero dela ao procurá-Lo "entre os mortos" no terceiro dia. Se Jesus morreu, com Ele morreu Madalena, sua verdade, sua dignidade.

"Então Jesus disse: 'Maria'" (Jo 20,16). Ele pronuncia o nome daquela mulher. Ela escuta novamente seu nome e n'Ele sua verdade. A voz de Cristo, que pronuncia nosso nome, é a Palavra de Deus que resgata nossa dignidade. Esteja lá onde estiver sua dignidade denegrida, sua beleza destruída, sua identidade desfigurada pelo pecado, saiba que Cristo está vivo. Se você procurar por Ele, o Senhor restituirá seu verdadeiro nome. Maria, por sua vez, retoma quem é diante de Deus ao pronunciar "Rabonni" (Mestre). Quem é Maria? É a mulher que encontra o profundo sentido de sua vida n'Aquele que é seu Mestre e que está vivo.

"Eu Vi o Senhor!" (Jo 20, 18b), sai Maria anunciando aos discípulos de Jesus. Ele não era um fantasma irreal. Para ela, Ele é a certeza de que ela nunca mais será a mulher dos sete demônios ou uma adúltera; ela será eternamente ela mesma, simplesmente Maria Madalena.


André Botelho

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. Contato: facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/maria-madalena-encontra-a-si-mesma-ao-encontrar-jesus/

21 de julho de 2014

A intimidade do casal e a realização sexual

A chave da realização sexual está na intimidade do casal

Uma das coisas mais belas e santas que Deus colocou na vida humana foi o sexo. De diversas outras maneiras, Ele poderia ter feito a procriação dos homens, mas escolheu essa forma tão íntima de relacionamento para gerar uma nova vida. Sim, o sexo é algo de Deus, algo santo, que renova a intimidade e a união do casal cada vez que acontece de maneira verdadeira. É a forma de renovar a consagração matrimonial do casal a Deus, fortalecendo também a união do marido e da esposa com Ele.

A intimidade do casal

Quando feito da maneira correta, o sexo traz uma grande realização para o casal. Eles se sentem amados, completos, satisfeitos e realizados. Mas quando feito da maneira errada, com egoísmo, gera uma terrível sensação de uso, de ter sido objeto de prazer. E isso os deixa carentes de intimidade. E todos têm essa necessidade.

Atualmente, o conceito de intimidade está um pouco deturpado. A origem dessa palavra deriva do latim intimus, um superlativo de in, "em, dentro". Ela não se define pelo caráter privado (uma pertença, propriedade pessoal), mas por ser a partilha de algo que vem do interior, algo que mostra quem realmente somos (geralmente revelado para poucos). Duas pessoas podem ter uma relação sexual intensa, mas sem intimidade. Por outro lado, um casal que não tem mais sexo pode manter uma grande intimidade nos carinhos e no diálogo. Mas o que seria, então, a intimidade sexual verdadeira?

A intimidade vem quando abrimos o nosso interior para o outro e oferecemos a ele o que realmente somos, a nossa verdade. O objetivo é nos doarmos para enriquecer o outro, para que ele seja saciado. É uma atitude de dentro para fora, que gera em nós a realização pessoal de nos entregarmos. Quando acontece a acolhida por parte do outro, surge em nós a sensação de sermos amado, de estarmos com alguém que nos quer por completo, que deseja nos conhecer de verdade, que nos ama sem barreiras, sem "joguinhos" emocionais. Isso nos faz feliz! E ainda temos o prazer como extra, como ótima consequência disso tudo. O sexo é algo muito lindo, um presente de Deus para nós.

O problema é que a sociedade tem deturpado o sentido do sexo. Nossa geração prazer-facilidade está acostumada a relacionar felicidade com o que dá boas sensações, com prazer – quanto mais rápido e fácil, melhor (se possível sem efeitos colaterais!). Fast foods, acesso rápido às informações cada vez mais superficiais e supérfluas, conforto em todos os níveis (sapatos, móveis, roupas, carros, eletrônicos), masturbação/pornografia. Tudo isso tem nos ensinado a usar das coisas para nos dar prazer. E assim temos feito com o sexo. Em vez de entrarmos na relação para nos doar e para dividir intimidade, queremos apenas nos saciar, ter prazer, ser preenchidos. Assim, usamos do outro para nosso benefício e geramos uma sensação de rejeição profunda. Unimo-nos e a alguém que, na verdade, não deseja o nosso íntimo, não está interessado em quem somos. Isso gera em nós uma frustração grande, mesmo que tenhamos tido grande prazer físico.

A chave da realização sexual está em entendermos que só poderemos ter sexo verdadeiro se este for consequência do amor (um dos motivos pelos quais a Igreja defende o sexo somente dentro do casamento – eu concordo!). O resto é só prazer. É o amor que dá sentido e faz com que a união dos corpos seja a representação de uma união interior que aconteceu antes, no convívio, no carinho, no respeito, na valorização do outro, na partilha da vida. Precisamos lutar contra o egoísmo e mudar o foco do nosso relacionamento. A felicidade está na nossa atitude, está em sermos fiéis ao que acreditamos; ela não depende da resposta do outro. Temos de nos arriscar a ser íntimos de quem amamos!


Roberta Castro

Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/a-intimidade-do-casal/

18 de julho de 2014

Dicas de como driblar a dificuldade conseguir um namorado (a)

Por que, hoje, parece mais difícil conseguir um namorado (a)?

Aqui vão algumas reflexões sobre as razões pelas quais, hoje, parece ser mais difícil conseguir um namorado(a) e dicas de como driblar essa tendência atual.

- Antigamente, nossos avós e pais se casavam com menos idade. Hoje, na idade em que eles se casaram, a juventude quer curtir e ir às inúmeras festas. Então, filtre o tipo de evento que melhor lhe convém e não se entregue às facilidades e aos modismos.

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- Antes, só existia namoro sério, talvez um ou dois relacionamentos e as pessoas já optavam pelo casamento. Elas valorizavam mais o fato de estarem juntas de alguém. Em nossos dias, a sociedade minou a mentalidade sobre o que é namoro, tornando-o "descartável" tanto no sentido de terminar o relacionamento quanto ao fato de não sentir mais uma paixão frenética, ou quando o "ficar" deu ares de "fast-food" aos relacionamentos. Portanto, não aceite "ficar", e quando estiver com alguém, curta sua paixão, mas saiba que um relacionamento sobrevive mais com a construção de valores.

- No contexto social dos nossos avós, muitas vezes, eram os pais deles quem escolhiam o pretendente. Então, lhes era "poupado o trabalho" de arrumar um namorado (a). Hoje, você tem de passar pelo processo da paquera, do conhecimento do outro, tem de expressar seus sentimentos e questionamentos interiores e ter cumplicidade com ele (a). Na maioria das vezes, nada disso nos é ensinado pelos mais velhos, porque essa dinâmica é recente, ou seja, tudo depende de você! Veja, então, esse momento como um privilégio, porque você pode escolher uma pessoa.

- A estabilidade financeira que alguns procuram, para só depois entrar num relacionamento, toma tempo. O antigo costume do dote solucionava boa parte desse problema. Mas, na geração de hoje, muitos levam alguns anos se estruturando profissional e financeiramente. Saiba que você pode conciliar namoro com estudo e trabalho.

- A independência feminina é positiva, sem dúvida! Mas o que o feminismo fez foi forçar a mulher a competir com o homem naquilo que é papel dele, naquilo que os traços masculinos conseguem desempenhar melhor. Por exemplo: forçou a mulher – que tem características melhores que o homem em criar empatia e colaboração dentro de uma instituição – a ser competitiva e desenvolver certa agressividade (características masculinas para proteção), o que é próprio do ser masculino.

Então, com a mulher mais agressiva e competitiva, o homem acabou não se interessando pelo compromisso. Afinal, um elo com uma pessoa que ele não pode proteger e que vai competir com ele não lhe parece uma parceria, muito menos amor. Isso fez com que o homem perdesse um pouco da referência de sua identidade, seu papel e seu lugar no mundo.

Não que o homem tenha medo da mulher bem resolvida ou de competir com ela. O problema foi que ele se desinteressou mesmo pelo compromisso. Ainda mais com tantas facilidades no mundo de hoje, muitos homens não querem se prender a relacionamentos.

Homens, tenham iniciativa, mas não só no namoro. O cavalheirismo lhes cai bem no trabalho, com a família, em qualquer ambiente e situação. Sejam práticos onde houver a necessidade de praticidade e estejam atentos quando a sensibilidade precisar falar mais alto; e não tenham receio de compromisso! Iniciativa faz bem, porque está na sua essência.

Mulheres, sejam belas de alma, depositem amor em tudo que fizerem. E que tal aceitar a proteção e o cuidado dos homens? Ao contrário do que muitas mulheres pensam, homens apreciam mulheres inteligentes, que acrescentem algo no relacionamento por meio de suas ideias, de sua força e da união do casal.

- Os meios modernos, a rapidez em resolver as coisas trouxeram muitos benefícios. Entretanto, isso provocou no ser humano muita ansiedade. Ele quer tudo ao toque de um botão. Consequentemente, não aprendeu as gradualidades da vida. Muitos não sabem o que é "plantar para colher", investir e esperar para chegar a um resultado.

Sem iniciação, nós nos tornamos tímidos, introspectivos e reclusos em várias dimensões da vida.

No campo da afetividade, isso resulta na falta de iniciativa em ir na direção da (o) paquera para conquistá-la (o). Quase sempre ficamos na torcida para que aquela pessoa, por quem nutrimos um interesse, venha até nós, nos dê sinais ou que o céu se mova em nosso favor. Até mesmo do nosso "mundinho" e da nossa rotina é difícil sairmos para nos aventurarmos em conhecer pessoas novas. Queira sair do seu casulo!

- Hoje em dia, as pessoas não sabem se relacionar. Muitas têm receio de conversar e falar de seus pensamentos e suas experiências por medo de perder o (a) namorado (a) e de não serem compreendidas devido às suas feridas colecionadas durante a vida por causa de relacionamentos antigos. Ou, então, entram "de cabeça", principalmente na área sexual.

Ao optarem por morar juntos, não cultivam as gradativas etapas de conhecimento um do outro, não prezam por descobrir se há cumplicidade, não protegem o que há de mais sagrado em si mesmos nem a sua capacidade de amar, aumentando a carência e as feridas no coração.

Viva a castidade, virtude pela qual, naturalmente, se sublima todo e qualquer tipo de relacionamento: amizade, namoro, família, profissão… Ainda cultivando o domínio e o amor próprio.

É claro que podem existir outros fatores e muitos não se encaixarão nesses citados. Minha intenção foi fazer uma análise geral da sociedade, por isso não se sinta na obrigação de se ver num desses argumentos. Contudo, eles podem lhe servir também para uma reflexão pessoal.

Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/dicas-de-como-driblar-a-dificuldade-conseguir-um-namorado-a/

16 de julho de 2014

Qual o verdadeiro significado do Escapulário?

Muitas pessoas utilizam o escapulário por modismo ou simplesmente porque outros o usam, mas qual é o verdadeiro significado dele? 

Muitas pessoas usam o escapulário ou outros objetos de devoção sem saber o seu verdadeiro significado, pior ainda quando o usam como um amuleto, algo mágico que "dá sorte", que livra de "mau olhado" ou coisa semelhante. Como se o verdadeiro sentido não viesse do coração daquele que usa tal objeto, o qual, conhecendo o seu verdadeiro significado, o usa para sinalizar algo que está em seu íntimo, em sua fé, em seus propósitos e em sua conversão. Muitos usam cruzes, medalhinhas, terços e vários escapulários de Nossa Senhora do Carmo como modismo, porque todo mundo está usando ou aquele artista usou na novela. Mas qual o verdadeiro significado do escapulário?

Qual o verdadeiro significado do Escapulario

O escapulário ou bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração a Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, "um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja". (SC 60)

"A devoção do escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais". (Pio XII, 6/8/50).

A devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos muçulmanos do Monte Carmelo, a Ordem atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de se vestir. O futuro dos carmelitas era dirigido por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora.

O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), o escapulário é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa. Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas; entre outras o privilégio sabatino. Em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir a sua morte. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

O escapulário é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa a fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria. É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste desse sinal mariano:

Colocar Deus em primeiro lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade d'Ele.
• Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
• Buscar a comunhão com Deus por meio da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
• Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
• Participar com frequência dos sacramentos da Igreja, da Eucaristia e da confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.

Eu fui revestido com o escapulário, no dia 16 de julho de 1996, quando estava no noviciado da Canção Nova. Nesse dia, consagrei minha afetividade e sexualidade aos cuidados da Virgem Maria, que pode contar sempre com os meus esforços e abertura de coração para ser digno de receber as graças dessa santa devoção.


Referência: Província Carmelitana


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/qual-o-verdadeiro-significado-do-escapulario/

14 de julho de 2014

Oito dicas para corrigir uma pessoa

Como corrigir uma pessoa sem ofendê-la nem desanimá-la
Com algumas pessoas, pode ser que uma abordagem direta funcione melhor. Os passos a seguir podem ajudá-lo a ser mais objetivo e eficaz sem ser ofensivo.
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1. Escute primeiro
Não comece a dar lições de moral ou a criticar as atitudes de alguém sem antes lhe perguntar por que agiu de tal maneira. Verifique se ele tem noção das consequências de suas atitudes. Deixe que se explique e até mesmo se desculpe. Você pode se surpreender com o que vai ouvir.
2. Aconselhe de maneira a encorajar; nunca a desanimar
Comece levantando a autoestima da pessoa, ajude-a a perceber o que ela tem de bom. Fale de suas qualidades e de seus acertos. Ponha em destaque o que ela fez de positivo. Depois, ajude-a a detectar o erro, corrija-a e aconselhe-a. Então, reafirme a sua confiança na capacidade que ela tem de agir bem. Encoraje-a.

3. Ofereça apoio

Esclareça suas intenções. Diga o quanto a estima, o quanto deseja vê-la acertar e que, justamente por isso, está ali para apoiá-la a agir bem.
4. Não force nem fique insistindo para que siga seus conselhos
Permita que a pessoa se decida a fazer o que é certo, porque está convencida disso, não porque se sentiu apanhada em flagrante e agora não tem outro recurso senão agir de outro modo. As pessoas amadurecem e se tornam melhores quando são persuadidas a abandonar o erro, mas ficam ressentidas e se tornam obstinadas quando agem por constrangimento.

5. Se a pessoa mostrar abertura, ajude-a a encontrar a solução
Não assuma ares de mestre ou de salvador da pátria. Isso coloca os outros na defensiva. Seja simples e humilde ao dar sua opinião e ajude o outro a encontrar uma saída. Reconheça que já errou e também precisou ser ajudado. Se possível, use exemplos do que foi feito em outras ocasiões para resolver um problema semelhante. Assim que a pessoa descobrir uma solução viável, mostre sua aprovação e incentive-a a agir o quanto antes.

6. Seja discreto

Ninguém gosta de ver a própria incompetência, os erros ou as maldades apontados publicamente. As pessoas se sentem julgadas quando são corrigidas diante de outras pessoas. Portanto, converse em particular e ponha o acento mais na solução do que no problema.
7. Peça um feedback
Deixe que o outro faça uma avaliação daquele momento de diálogo e diga como se sentiu com a conversa, o que entendeu do que ouviu, o que pretende fazer a partir de então e como está se sentindo em relação a você. É a sua chance de eliminar qualquer mal-entendido.

8. Crie entusiasmo

Entusiasmar é inspirar o desejo de viver bem. As pessoas passam por períodos da vida em que se sentem desacreditadas, perdidas, desanimadas e inseguras. Não têm o entusiasmo necessário para romper os sentimentos que as prendem e as impedem de fazer todo o bem que poderiam e gostariam de realizar. Então, valorize, elogie, incentive, faça festa e vibre cada vez que um amigo seu aceitar um conselho e se dispuser a mudar, a corrigir um vício, a se tornar um ser humano melhor.
Conheça o livro "Como se dar bem com quem você quer bem", de Márcio Mendes.
Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em teologia, autor dos livros "Quando só Deus é a resposta" e "Vencendo aflições, alcançando milagres".

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/oito-dicas-como-corrigir-uma-pessoa/

11 de julho de 2014

Artigo mostra a relação materna dentro da SSVP

Como posso falar das mães que se tornaram santas, principalmente as que fazem parte da história da Família Vicentina, depois de termos como nossa mãe a 
Mãe de Deus? Foi o próprio Jesus, ainda na cruz, quando viu sua mãe e, ao lado dela o discípulo que Ele mais amava, que disse: "Mulher, eis o teu filho!". Depois disse ao discípulo João: "Eis aí tua Mãe!" (Jo 19, 26-27). 
Maria concebeu por meio da obra do Divino Espírito Santo e, assim, tornou-se exemplo para todas as mulheres que querem dizer 'Sim' aos propósitos de Deus. Como Mãe de Jesus e esposa de Deus Pai, não desfez sua pureza, foi sempre virgem e Santa ao lado do seu castíssimo esposo, José.
Assim como Maria, outras mães se tornaram santas, passando por martírios e grandes sofrimentos, chegando a dar a própria vida para salvar a vida do filho do pecado ou da morte.
Mônica de Hipona rezou durante 30 incansáveis anos pela conversão do seu filho Agostinho, sua fé inabalável e oração fervorosa a santificaram. Morreu no mesmo ano da conversão dele. Estes são Santa Mônica e Santo Agostinho. 
Também Luísa de Marillac se dedicou ao serviço da caridade e à religiosidade. Forçada pela família a se casar contra a sua vontade, obedeceu aos pais. Seu casamento durou pouco, foi só o tempo de se tornar mãe, pouco depois o esposo veio a falecer.
Desde então, ela se dedicou ao filho e aos trabalhos da Igreja, cuidando das pessoas carentes. Foi aí que conheceu padre Vicente de Paulo e, aliando-se a ele na caridade, depois de algum tempo, se torna Irmã de Caridade. Hoje, Santa Luísa de Marillac.
A consócia Gianna Beretta Molla, menos conhecida, se fez santa pelo seu amor de Mãe. Nasceu em Magenta, Itália, a 4 de outubro de 1922; ainda adolescente acolhe o dom da fé e a educação cristã, recebida de seus pais. Confiante na Providência e na eficácia da oração, mesmo na época quando cursava Medicina, demonstrava sua fé no compromisso generoso de apostolado entre os jovens da ação católica, fazendo parte da Conferência São Martinho da qual foi secretária atuante. Formou-se médica e se especializou em pediatria, em Milão, no ano de 1952 e, dentre seus pacientes, deu grande atenção às mães, crianças, idosos e Pobres. 
Ser médica para a consócia Gianna era uma missão. Pensava em tornar-se missionária no Brasil, mas optou pelo matrimônio, que abraçou com entusiasmo, assumindo com total doação "para formar uma família realmente cristã". Casou-se em 24 de setembro de 1955, transformando-se em mulher totalmente feliz. Entre novembro de 1956 e 1959, teve três filhos, porém no segundo mês da sua quarta gestação, vê-se diagnosticada com um tumor maligno no útero. Antes de ser operada, sabendo do grave perigo para a gravidez, suplica ao cirurgião que salve a vida que traz em seu ventre e entrega-se à Divina Providência e à oração.
Com o feliz sucesso da cirurgia, agradece intensamente a Deus a salvação da vida do filho. Passa os sete meses que a distanciam do parto com a mesma dedicação de mãe e de médica. Receia e teme que a criança possa nascer doente e suplica a Deus que isto não aconteça. 
Pouco antes do parto, está pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: "E se tiver que decidir entre mim e o filho, que salve a criança". Na manhã de 21 de abril de 1962 nasce Gianna Emanuela. Apesar dos esforços para salvar as vidas de ambas, na manhã do dia 28 do mesmo mês, com muita dor, aos 39 anos, após ter repetido a jaculatória "Jesus eu te amo, eu te amo", ela faleceu.
No ano de 1994, o Papa João Paulo ll declara beata a consócia Gianna Beretta Molla durante o Ano Internacional da Família. Dez anos depois, ela se torna a primeira santa leiga vicentina ao ser reconhecida como a "mártir do amor maternal", tendo sido canonizada pelo Papa João Paulo ll, no dia 16 de maio de 2004.
Certamente, se procurarmos, encontraremos muitas outras mães santas por terem sido canonizadas pela Igreja, porém, ao analisarmos com carinho, enxergaremos em cada casa a 'santa' que Deus deu a cada filho, para protegê-lo, ampará-lo e interceder junto ao Pai por sua vida.
Ser Mãe é um dom dado por Deus. Parabéns a todas as mães!


Confrade João Gonçalves Estevam!
Conselho Metropolitano de Belo Horizonte

10 de julho de 2014

Os casais de segunda união não devem se afastar da Igreja

Os casais de segunda união podem e devem participar da Igreja

Para a Igreja, no conceito jurídico, a relação de um casal é considerada um segunda união quando um deles ou ambos receberam o sacramento do matrimônio, passaram pela separação e, por conseguinte, pelo divórcio; unindo-se, então, a uma outra pessoa. Já no conceito pastoral, os elementos de uma segunda união para a Igreja são: a vontade firme de formar uma nova e séria união responsável e aberta para a vida e a estabilidade do casal, isto é, um estado permanente, sobretudo, com o elemento mais importante, que é percorrer um caminho de vida cristã.

Os casais de segunda união não devem se afastar da Igreja

A Igreja tem um serviço pastoral chamado Tribunal Eclesiástico. O casal, que está nessa situação de unir-se pela segunda vez a outra pessoa, deve procurar o seu pároco, conversar com ele, contar-lhe como aconteceu a sua separação, como era sua vida antes do matrimônio, no dia do casamento e mostrar-lhe os fatos. Ele [o padre], conforme os fatos, poderá orientá-los a consultar esse Tribunal. Esse processo é importante para a tranquilidade e a paz de ambos; é um direito deles, pois se a Igreja declara o matrimônio nulo, as portas podem ser abertas para um outro casamento.

Eu estava numa paróquia, no interior do Rio Grande do Sul, chamada Bandeirantes. Lá, a maioria dos casais vivia nessa situação. Então, ninguém podia comungar. As parábolas da Divina Misericórdia, assim com as do bom samaritano, dizem que, diante de uma pessoa em necessidade, (não se duvida disso), deve-se fazer alguma coisa para ajudá-la, assim como Jesus o fez. Essas são as duas preocupações da Igreja: a realidade e o jeito de Jesus. Mas qual o jeito, hoje, da Igreja? Essa é uma realidade nova para ela. Só depois do Concílio Vaticano II é que se começou a refletir sobre esse assunto. Antes, nem se cogitava sobre isso; era um capítulo fechado na Igreja. Mas, após o Concílio, começaram-se os estudos e a abertura para os casais de segunda união.

Deus ama o ser humano com um amor indissolúvel, eterno e fiel, e é por meio do sacramento do matrimônio que Ele faz uma aliança indissolúvel e fiel também com o casal. A segunda união rompe essa aliança, e aí está o impedimento: esses casais não podem se confessar nem receber a comunhão.

O Papa João Paulo II fala que eles podem e devem participar da vida da Igreja, porque o divórcio não lhes tira a fé nem o valor do batismo. Eles pertencem à Igreja, por isso têm o direito de fazer dela sua casa, sua tenda, de sentirem-se bem dentro dela como em suas casas e de serem acolhidos como irmãos.

Os casais de segunda união podem e devem participar da Igreja. Eles são incentivados a ter uma vida cristã e, por último, ter grande esperança, consolo, conforto e uma firme confiança nela.

Como afirma o saudoso Pontífice, eles esperam o momento que a Divina Providência reconhece a graça da conversão e da salvação. João Paulo II proclama também, em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio, nº 84: "Com firme confiança, a Igreja crê que, mesmo aqueles que se afastaram dos mandamentos do Senhor e vivem atualmente nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação, se perseverarem na oração, na penitência e na caridade".

Padre Luciano Scampini
Sacerdote da Arquidiocese de Campo Grande 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/nulidade/os-casais-de-segunda-uniao-nao-devem-se-afastar-da-igreja/

8 de julho de 2014

Eduque seus filhos com valores cristãos

Educar os filhos é formar bons cristãos e honestos cidadãos

A Igreja ensina que os primeiros catequistas dos filhos são os pais. É no lar que estes se tornam cristãos. Por isso, é preciso que os pais vivam a fé católica, conheçam a doutrina cristã, frequentem os sacramentos, leiam com os filhos a Palavra de Deus, cultivem a moral católica e rezem com eles em casa.

Eduque seus filhos com valores cristãos

São Paulo ensina aos romanos que "a fé entra pelo ouvido". "E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?" (Rom 10,15). É ouvindo os ensinamentos cristãos dos pais que os filhos vão sendo doutrinados na fé. É no colo da mãe e do pai que os filhos aprendem a crer em Deus, a respeitar tudo o que é sagrado, a rezar o santo terço, a amar a Virgem Maria, os anjos e os santos. É com os pais que os filhos devem aprender as verdadeiras bases da nossa fé, os doze artigos do Credo, os sete sacramentos, os dez mandamentos e a maneira correta de viver a vida como cristãos.

Dom Bosco dizia que educar os filhos é "formar bons cristãos e honestos cidadãos". Nem sempre a escola dá às crianças uma educação moral correta. Dá-nos arrepios quando lemos que os governantes querem colocar, nas escolas, ensinamentos morais que contradizem a fé católica, ensinando, por exemplo, uma deseducação sexual, sem castidade e sem pudor. Que tristeza saber que muitas escolas ensinam os jovens a usar "camisinha"! Algumas chegam a colocar máquinas para distribuir os preservativos aos jovens, fomentando a promiscuidade e a vivência sexual fora do plano de Deus. É por isso que os pais precisam ficar muito atentos sobre tudo o que seus filhos estão aprendendo e vendo nas escolas hoje. Há cartilhas sobre "educação sexual", em algumas escolas públicas, que são verdadeiras aberrações.

Para que os pais possam passar a seus filhos a boa educação católica é preciso amá-los de todo coração, gastar tempo com eles, aceitar renunciar aos seus momentos de diversão para estar com eles. Sem isso, não será possível conquistá-los nem educá-los como precisam; e sem conquistá-los, não será possível falar das coisas de Deus para eles de maneira convincente. O filho que não gosta do pai, porque é maltratado e humilhado por ele, não pode aprender a amar Deus. O pai da terra é a primeira noção que o filho tem do Pai do céu.

Os pais devem aproveitar os momentos de convívio – na hora do almoço e do lanche, nas conversas e nos passeiospara moldar a fé e o comportamento dos filhos segundo a fé da Igreja. Os pais devem ensinar aos filhos as boas maneiras, o respeito com cada pessoa, especialmente com os mais velhos, com os deficientes e pobres. É no lar que a criança precisa aprender o que é caráter, honradez, justiça, amor, pureza, bondade, desprendimento e humildade. É em casa que os pequenos aprendem a dizer sempre a verdade e a trabalhar. Enfim, o lar deve ser a primeira escola de virtude e de bons valores. O povo diz, com sabedoria, que "filho de peixe peixinho é".

O livro do Eclesiástico, no capitulo 30, ensina como os pais devem educar os filhos. "Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele" (v.2). "Um cavalo indômito torna-se intratável, uma criança entregue a si mesma torna-se temerária" (v.8). "Não lhe dê toda liberdade na juventude, não feches os olhos às suas extravagâncias" (v. 11).

Os educadores são unânimes em dizer que educamos os filhos muito mais pelos exemplos do que pelas palavras. Então, os pais devem ter todo o cuidado com o seu comportamento diante dos filhos. Se ele mente, o filho aprende a mentir; se fala palavrões, o filho os repete; se a mãe é preguiçosa e desleixada, a filha a imita; se os pais rezam, os filhos rezam, naturalmente, sem dificuldade.

Disso tudo, vemos a importância que a família tem na formação na criança. E que dizer de muitas crianças que não tem um pai a seu lado, porque este abandonou a família? A base de tudo é a família. O filho tem o direito de ter um pai, uma mãe, um lar, ser amado e educado com todo amor.


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-educar-os-meus-filhos-com-os-valores-cristaos/

2 de julho de 2014

A importância dos laços de amizade

A necessidade dos laços de amizade para o desenvolvimento humano

"Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro!" A vida é feita de momentos recheados de experiências humanas que fazemos uns com os outros.

A importância dos laços de amizade

Quando bebês, a primeira pessoa que nos socializa é nossa mãe; em seguida, nosso pai ou aquelas pessoas que cuidaram de nós. São eles quem nos dão a primeira oportunidade de sairmos do contato com o nosso mundo particular e nos inserirmos num mundo coletivo, de várias experiências.


São esses contatos que nos possibilitam as primeiras relações sociais e com elas os laços de amizade vão se formando.

Com amigos aprendemos também outros valores, criamos habilidades de relacionamento, de interação e estabelecimento de vínculos que podem durar por toda a vida.

Busquei várias definições para amizade e umas delas chamou-me bastante à atenção: "Entende-se a amizade como uma interação íntima, espontânea e recíproca entre duas pessoas, caracterizada por um forte componente afetivo (Bukowski e cols., 1996)."

Amizade é aquele ato que temos fora do círculo familiar, ou seja, que construímos a partir das relações com outras pessoas; certamente, é um processo importante, até porque somos constituídos de dimensões variadas, ou seja, uma dimensão afetiva, biológica, cognitiva e sociocultural, todas inter-relacionadas e que surgem a partir do contato com outras pessoas e outros contextos.

Em cada etapa da vida os amigos aparecem de uma maneira. Na adolescência, é gritante a forma como a amizade toma um papel diferencial no contato com o outro. Os amigos são tão importantes e influentes, que o jovem, a depender das escolhas que faz, pode seguir por caminhos positivos ou negativos.

Na infância, amigos podem ter um papel de troca de experiência, de brincadeira, afeto e divertimento. Com o crescimento da criança, começam os laços de confiança, lealdade e intimidade, tendo em vista interesses comuns, bem como comprometimento tanto para manter como para criar novas amizades. Incluem-se, nessas amizades, a competição e os conflitos típicos. (Bukowski e cols., 1996; Hartup, 1999)

Nas amizades, exercitamos o perdão, a caridade, o sair de si para ajudar o outro, fato que está tão esquecido numa sociedade egoísta e autocentrada. Nosso grande desafio é o cultivo de amizades sadias, que podem ter um efeito positivo em nossa vida. Amigos não só elogiam; amigos verdadeiros falam também as verdades que podem doer, mas são aqueles com quem podemos contar, rir, desabafar, chorar, ser apoio e nos apoiar.

Amigos de verdade nos entendem apenas com um olhar, pois sabem de nossa essência; e como nos diz a citação: "Quem tem um amigo encontrou um tesouro!".

Fica um convite para você: mande um "olá" para aquele seu grande amigo ou amiga, estando ele perto ou longe! Certamente, você fará o dia dele ser diferente!

Elaine Ribeiro

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Blog: temasempsicologia.wordpress.com Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/lacos-de-amizades/