30 de junho de 2014

Povo brasileiro, campeão?

A conquista do hexa não será, obviamente, a garantia de que o povo brasileiro se tornará campeão. É preciso muito mais para que o Brasil saia vitorioso. 

O futebol do Brasil é o único que se fez representar em todas as Copas do Mundo e, nesta história, pela primeira vez, o povo brasileiro tem a oportunidade para dar um tratamento diferente ao megaevento esportivo, justamente quando é realizado aqui. Em outras ocasiões, comentava-se o risco de manipulação governamental em proveito próprio e de interesses partidários. Mas, neste Mundial de 2014, cresce a esperança de que a sociedade avançará em suas análises políticas e avaliações de impactos sociais. Nesse exercício, devem ser incluídas as reflexões sobre gastos bilionários em detrimento de necessidades básicas urgentes na infraestrutura. Também é importante saber separar a euforia do torcedor das avaliações sobre os políticos e a política partidária. Afinal, a conquista do hexa não será, obviamente, a garantia de que o povo brasileiro se tornará campeão.

A competitividade esportiva, além do divertimento e do entusiasmo da festa, por sua força educativa própria, é metáfora rica com indicações para o comportamento cidadão que almeja uma condição campeã. Há, pois, sinalização concreta de amadurecimento popular nessa etapa nova dos desdobramentos políticos e sociais no Brasil. A Copa do Mundo tem data fixada para acabar e, evidentemente, a vitória brasileira será motivo de alegria para o povo. Contudo, não garante os mais significativos avanços na busca das vitórias necessárias e urgentes, quando se considera os enormes desafios a serem vencidos para mudar cenários desoladores que mancham a pátria amada.

Terminada a Copa, o povo brasileiro tem ainda um longo caminho a percorrer em busca de sua indispensável condição campeã no tratamento dos pobres, na superação da exclusão social vergonhosa, na grande concentração das riquezas e do dinheiro nas mãos de uma minoria, entre outros desafios. Encontrar um novo modo de se fazer política no Brasil, de maneira mais civilizada, lúcida, propositiva, sem demagogias, em diálogo com a população, também é meta a ser alcançada. E esse caminho não será percorrido sem que a sociedade brasileira paute suas ações a partir de inequívoca reciprocidade, baseada em princípios e valores que reconhecem o bem moral como condição indispensável para a estruturação da vida social e política.

Percebe-se que a batalha é grande. A corrupção endêmica que tempera funcionamentos institucionais, governamentais, condutas individuais, precisa de um tratamento extremamente incidente. As eleições de 2014 precisam ser marcadas pelo exercício cidadão de buscar corrigir os rumos do país. Na contramão desse caminho, a oportunidade de mudanças mais profundas será entregue de "mão beijada" aos produtores de uma política inócua. É fundamental uma reeducação a partir do gosto pela verdade, capaz de promover uma grande mudança cultural. Deste modo, será possível até mesmo o enfrentamento da postura irônica de considerar serem politicamente corretas as falsas posturas, que objetivam captar a simpatia do cidadão para se alcançar certos objetivos e, em seguida, após conquistá-los, ignorar completamente os anseios do povo.

Gostar da verdade ainda é um enorme desafio na configuração da sociedade. Trata-se de imprescindível condição para se formar um tecido cultural mais consistente e, consequentemente, uma capacidade para lidar de modo mais nobre com a liberdade e com a justiça. Só a plena verdade sobre o homem, vivida no tratamento da vida cotidiana, permite a superação de uma visão distorcida do que é justo, abrindo o horizonte daqueles que estão nas cortes, instâncias governamentais, nos diversos campos profissionais, nas relações familiares e interpessoais, para a solidariedade e o amor.

Os elogios à receptividade brasileira aos visitantes estrangeiros é o sinal de que as praças esportivas, embora chamadas de "arenas", as ruas e todos os lugares devem ser espaços de acolhida, ambientes para o intercâmbio civilizado e construtivo. Permanecerá o desafio de, terminado o Mundial, conservar no coração do povo brasileiro essa abertura para o encontro, impulsionando um caminho novo de solidariedades e revisões profundas das desigualdades. Enquanto não se conseguir eliminar a exclusão social, vergonhosa entre nós, não se vencerá a violência crescente. O sistema social em que vivemos é injusto na sua raiz. É indispensável continuar a luta contra a idolatria do dinheiro e outros males para que a cultura da vida com seus valores e tradições seja salva. Com ou sem o hexa, conta é que seja o povo brasileiro campeão.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália). http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/povo-brasileiro-campeao/

26 de junho de 2014

Como fazer do seu cônjuge o seu amigo

Seja o melhor amigo do seu cônjuge

Ser amigo é criar laços. A amizade é uma fonte que não retém a água para si, mas a compartilha espontaneamente. É a descoberta dos corações. Nós não nascemos para viver só. Quis Deus que o homem fosse um ser social; logo, deveria conviver com pessoas, criar laços, oferecer espontaneamente a água da amizade que jamais deveria ser retida. Essa circunstância torna-se uma necessidade no relacionamento a dois, em especial na preservação do casamento.

Fortalecer os laços de amizade deveria ser um dos principais compromissos para quem está namorando. É no relacionamento a dois que os pares aprendem a construir uma relação de confiança, guardar segredos um do outro, estar disponível para ele, exortá-lo(a) se for preciso,  exercer habilidades necessárias para sentir-se e ser amigo. Assim sendo, é muito mais fácil chegar ao noivado e ao casamento acompanhado de um amigo(a).

Como fazer do seu cônjuge o seu amigo


Quando o relacionamento a dois alcança a dimensão da amizade, de ser um para o outro, o ombro amigo já está dentro de casa, não está fora. Os parceiros, mesmo ainda na fase do namoro, não precisam buscar tanto em outros colegas alguém que os escute, os aconselhe e oriente.

É importante chegar ao altar com alguém que vai dividir despesas, honrar compromissos, enfrentar chuva e sol, porém com leveza, apoiados na amizade um do outro. A Palavra de Deus nos diz: "Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro". Imagine esse tesouro dentro do próprio casamento. "Amigo fiel é poderosa proteção; quem o encontrou, encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é" (Eclesiástico 6,14-15). O casamento para manter-se precisa que o laço existente entre o marido e a mulher já estejam criados e fortalecidos. Se não, será como folha no deserto, que o vento espalha.

A sexualidade não é suficiente para estimular o matrimônio a produzir o diálogo, as partilhas até de madrugada, a deixar o seu coração ansioso para chegar em casa, porque sabe que lá você tem alguém em quem confia e é seu amigo. Portanto, assim como o Dia dos Namorados deveria ser todos os dias no matrimônio, o Dia do Amigo também.

"Amizade", em latim, é amicus; amigo que, possivelmente, derivou de amore, "amar", uma relação entre duas pessoas. O nosso cônjuge pode ser, sim, nosso amigo; contudo, trata-se de um assunto delicado.

Há casamentos que se distanciam do seu propósito e se tornam puramente uma relação de amigos ou vizinhos quando se encontram no elevador ou na Igreja. Não é bem sobre isso que estamos refletindo; estamos nos referindo ao relacionamento a dois e, nele, permanecer marido e mulher amigos. Seria tão necessário que todos os casais aprendessem que "o verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi".

Nós cônjuges podemos ser amigo um para o outro. Costumo dizer ao meu esposo: "Escute-me, pois só você pode dizer para mim o que não tenho coragem de ouvir dos outros e vice-versa". Na medida certa, sem mudar a função nem os papéis, sempre será possível ao nosso cônjuge ser o nosso grande amigo.

Respeito a privacidade do outro, a lealdade dele, a sua verdade, cumplicidade e disponibilidade. Respeito o seu amor, o seu prazer e seu lazer, seu reconhecimento, elogio, sua motivação, fé e oração.

O que mais seria preciso em nosso relacionamento? Apenas a certeza de que todas essas habilidades bem exercidas no namoro, no noivado e, consequentemente, no casamento produzirão uma boa amizade entre os parceiros. Para isso, reserve, ainda hoje, um tempo para cuidar dessa área do seu casamento.

Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Abordagem e Análise do Comportamento Autora do Livro Sala de Aula, a vida como ela é. Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/como-fazer-do-seu-conjuge-o-seu-amigo/

24 de junho de 2014

O que a Igreja diz sobre casais em segunda união

Os casais em segunda união e o acesso aos sacramentos

Na Exortação Apostólica Familiaris Consortio (Sobre a família), o Papa João Paulo II deixou a posição da Igreja sobre os casais em segunda união; e o Catecismo da Igreja registra a mesma posição.

Casais-segunda-uniao

O Papa disse que, por motivos diversos, como incompreensões recíprocas, dolorosamente alguns matrimônios válidos sofrem uma fratura, muitas vezes, irreparável. A comunidade, diz o Papa, deve ajudar o cônjuge abandonado, com estima, solidariedade e compreensão, de modo que lhe seja possível conservar a fidelidade e a disponibilidade para retomar, eventualmente, a vida conjugal anterior.

É também o caso do cônjuge vítima de divórcio. Conhecendo bem a indissolubilidade do vínculo matrimonial válido, ele não se deixa arrastar para uma nova união, empenhando-se, ao contrário, unicamente no cumprimento dos deveres familiares e na responsabilidade da vida cristã.

João Paulo II diz que a Igreja, instituída para conduzir à salvação todos os homens, não pode abandonar aqueles que, unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental, procuraram passar a novas núpcias.

O Papa pediu que a comunidade de fiéis ajude os divorciados, para que eles não se considerem separados da Igreja, podendo, ou melhor, devendo, enquanto batizados, participar da vida dela. "Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para, assim, implorar, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança".

O Santo Padre disse também: "A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir a comunhão eucarística aos divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, no momento em que o seu estado e condição de vida contradigam objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se essas pessoas forem admitidas à Eucaristia, os fiéis serão induzidos ao erro e à confusão acerca da Doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio.

A reconciliação pelo sacramento da penitência, que abriria o caminho ao sacramento eucarístico, pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da aliança com Cristo e da fidelidade a Ele, estejam sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio. Isso tem como consequência, concretamente, que quando o homem e a mulher, por motivos sérios – por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar, «assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges».

O Catecismo da Igreja diz que:

"A Igreja, por fidelidade à Palavra de Jesus Cristo – "Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério" (Mc 10,11-12) –, afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornarem a casar-se no civil, ficarão numa situação que contrariará objetivamente a lei de Deus; portanto, não poderão ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação. Pela mesma razão, não poderão exercer certas responsabilidades eclesiais" (n.1651).

A Igreja sabe que é grande o sofrimento desses casais. Há, no entanto, a possibilidade de se verificar, nos  Tribunais da Igreja, se o primeiro casamento rompido foi válido ou não.

Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/segunda-uniao/o-que-a-igreja-diz-sobre-casais-em-segunda-uniao/

20 de junho de 2014

Nós não inventamos a Missa. Ela é tesouro da Igreja!

Desde os primeiros tempos da vida da Igreja, os cristãos se reúnem para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, na Eucaristia.

"Aleluia! Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e para sempre. Do nascer ao pôr do sol seja louvado o nome do Senhor" (Sl 112, 1-3). O louvor perene visto pelo salmista se realiza na Igreja, na celebração da Eucaristia. "Na verdade, vós sois santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir o vosso povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr do sol, um sacrifício perfeito" (Liturgia da Missa, Oração Eucrística III). Assim reza a Igreja na Oração Eucarística, recordando que o mesmo mistério de Cristo, em sua Morte e Ressurreição, torna-se presente e é proclamado, para a vida e a salvação de todos os homens e mulheres, pelos quais o Sangue de Cristo foi derramado. De fato, em qualquer tempo e em toda parte do mundo, a Santa Missa é celebrada e o único Sacrifício Redentor se renova. A fonte aberta do lado de Cristo na Cruz nunca se fechou!

Desde os primeiros tempos da vida da Igreja, os cristãos se reúnem para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, na Eucaristia. Os Atos dos Apóstolos já testemunharam, nos sumários a respeito da vida cristã primitiva, a fidelidade na "Fração do Pão", o primeiro nome da Missa (Cf. At 2, 42-47). Outros textos do Novo Testamento (Cf. At 20, 7-12; I Cor 11, 17-34) se referem à Eucaristia celebrada. Até hoje e enquanto esperamos a vinda do Senhor, o mesmo mistério é celebrado na Igreja.

Não inventamos a Missa

Escritores dos primeiros séculos relatam a prática dos cristãos. São Justino assim descreve de forma magnífica: "No dia chamado do Sol, isto é, domingo, todos aqueles que moram nas cidades e nos campos se reúnem no mesmo lugar e então são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, enquanto o tempo o permite. Depois que o leitor termina, aquele que preside à assembleia toma a palavra, admoestando e exortando a colocar em prática estes bons exemplos. Em seguida, todos juntos nos levantamos e elevamos preces aos céus. Terminadas as orações, nós nos abraçamos com um ósculo recíproco. Em seguida, são levados àquele que preside os irmãos um pão e uma taça de vinho com água. Ele os recebe e louva e glorifica o Pai de todos, em nome do Filho e do Espírito Santo; depois pronuncia uma longa ação de graças porque fomos tornados dignos desses dons. Terminadas as orações e o agradecimento eucarístico, o povo aclama Amém! Depois, aqueles que chamamos diáconos distribuem a cada um dos presentes o pão e o vinho com água eucaristizados e os levam aos ausentes" (Justino, cerca do ano 155, Apologia I, 67. 65). Suscita uma grande alegria saber que a prática da celebração eucarística já se configurava assim nos primeiros tempos! De fato, nós não inventamos a Missa. Ela é tesouro da Igreja!

O dia mais expressivo para a participação na Santa Missa é o Domingo, Páscoa Semanal dos cristãos. Trata-se de um direito de todos os batizados a Missa Dominical, antes de ser um dever. Torna-se, sim, um compromisso de honra ir à missa no domingo, acolher a Palavra de Deus proclamada e unir a própria vida à Morte e Ressurreição de Cristo, comungando seu Corpo e seu Sangue. Aliás, o Domingo, na frente do justo repouso que o caracteriza, é o dia da Assembleia Eucarística. Não pode o cristão viver sem o Domingo! A mesma Páscoa anual celebrada torna-se Páscoa semanal no dia ao Senhor e pode ser Páscoa diária, todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos deste vinho, anunciando a Morte do Senhor e proclamando a sua Ressurreição.

Como participar da Missa, que é o coração da vida da Igreja? Priorizar no dia de Domingo a Missa, de preferência em sua própria Comunidade Paroquial. Vale ainda sugerir que se revalorize o costume de participar como família, pais e filhos juntos. A devida disposição interior para participar da Missa é alcançada com um outro Sacramento, a Penitência ou Reconciliação. A confissão frequente abre o coração para o acolhimento da graça da Eucaristia. Para que "nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso" (Liturgia da Missa), haja em nós aquelas atitudes propostas pelo profeta Isaías ao povo eleito: buscar o Senhor cada dia, através da prática da justiça, da observância da Lei, do jejum, da honestidade, do empenho pela fraternidade, pela mortificação dos costumes perversos, pela prática diária da caridade fraterna, mediante o acolhimento dos pobres, dos órfãos, das viúvas, dos peregrinos (Cf. Is 58, 1-9). Outra proposta para a Missa Dominical é prepará-la com antecedência, especialmente com a leitura dos textos da Escritura que são proclamados. Nas várias edições da Bíblia Sagrada se encontra a lista das leituras para as Missas.

A Igreja ensina (Cf. Constituição Sacrosanctum Concilium 10-14) que a participação na Santa Missa deve ser ativa, pois envolve a pessoa inteira, interna e externamente: espírito, mente, sentidos, gestos, palavras, liberdade, criatividade, silêncio. Há de ser uma participação consciente, buscando o conhecimento do mistério de Cristo, com a mente, para poder se identificar com ele com o coração. Nossa participação na Eucaristia é chamada a ainda a ser plena, completa, pelo acolhimento da fé, com verdadeira experiência de plenitude da presença de Deus, um culto em espírito e em verdade. Desejamos ainda os frutos da participação na Eucaristia, que tem por finalidade a glorificação de Deus e a santificação da humanidade em Cristo. A participação frutuosa acontece quando são alcançadas essas dimensões. Na Santa Missa, cada pessoa faça aquilo que lhe cabe, pela missão que lhe foi dada, valorize os serviços das outras pessoas, envolva-se no mistério celebrado, para que se multipliquem depois os frutos de sua participação ativa e verdadeira.

Tudo conduza assim cada fiel à Comunhão Eucarística, que há de ser sempre o Pão Vivo para a vida cristã neste mundo. Quem comunga pelo menos aos Domingos, alimenta-se para ser comunhão com os outros, reconhecer o valor da vida comunitária na Igreja e ser fermento de comunhão na sociedade.

Como o Mistério é muito grande e seu valor é infinito, prolonga-se no Culto Eucarístico fora da Missa o louvor a Deus e a oração fervorosa. Este é o sentido da presença do Senhor no Tabernáculo de nossas Igrejas. Cada Sacrário seja princípio de um incêndio positivo de amor, cultivado na Visita frequente a Jesus Sacramentado. Enfim, aqui também encontra seu valor a celebração do Triunfo Eucarístico, com a Procissão de Corpus Christi, na Solenidade do Corpo e do Sangue do Senhor, celebrada com alegria pela Igreja nestes dias, com a qual clamamos "graças e louvores sejam dados a todo momento, ao Santíssimo e Digníssimo Sacramento". Em toda parte, do nascer ao pôr do sol!

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/nos-nao-inventamos-a-missa-ela-e-tesouro-da-igreja/

18 de junho de 2014

Deus é meu amigo!

O Espírito não é simplesmente algo de Deus inanimado em nós, mas é a Pessoa de Deus que pode ser um amigo

São Paulo, ao se dirigir à comunidade dos colossenses, fala do amor com que o Espírito os animava (cf. Cl 1, 8b). O que chama à atenção é que Paulo não somente fala da animação do Espírito, mas do amor, da ternura com que o Ele os animava.

Saiba, Ele é uma pessoa

O Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, embora figure como força de Deus, vento animado – a palavra "espírito", em hebraico "ruah", traz a ideia de vento – é Pessoa de Deus, que fala, ouve, movimenta e, sobretudo, ama. Portanto, o Espírito não é simplesmente algo de Deus inanimado em nós, mas é Pessoa d'Ele que habita nossa intimidade. O Espírito Santo é Paráclito, Advogado, sobretudo amigo íntimo. São Paulo, profundamente íntimo do Espírito Santo, ao falar da animação do Espírito àquela comunidade, não a resume a um ato mecânico, impessoal, mas fala de uma ação amorosa de alguém que ama.

Deus é meu amigo

É interessante o profundo senso da pessoalidade do Espírito que tinham os apóstolos. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos relatada inúmeras vezes essa pessoalidade íntima do Espírito na Igreja. Em Atos 13,2, o Espírito é quem separa Barnabé e Paulo para uma missão específica; em Atos 13,4, esses mesmos missionários são enviados pelo Paráclito a Selêucia; em Atos 21, 11, o Espírito diz, por meio de Ágapo, os acontecimentos que viriam a Paulo em Jerusalém. Mas é impressionante o relato de Atos 16,6-8 em que o Espírito impede Paulo e Timóteo de anunciar a Palavra de Deus na província da Ásia e não permite que eles sigam de Mísia para Bitínia. A Igreja primitiva entendeu muito bem quem era Aquele que, um dia, o próprio Mestre, ao se despedir, enchendo de tristeza o coração dos apóstolos, colocara em Seu lugar (cf. Jo 16). Eles entenderam quem era aquele outro Amigo (cf Jo 14,16) que, de tão importante que seria para a Igreja, viria no lugar do Senhor.

Ele, o Consolador, é amigo fiel que habita em nós (cf. I Cor 3,16-19). Com Ele jamais estamos sozinhos, pois Ele fica eternamente conosco (cf Jo 14,16). Com Deus jamais estamos desamparados, pois permanece conosco, está em nós e nos protege contra os adversários com palavras de sabedoria, à qual ninguém pode resistir ou contradizer. Por Ele conhecemos a verdade e temos acesso ao Pai. N'Ele somos fortes, pois Ele é a força do alto que nos reveste, pois somos poderosamente robustecidos pelo Espírito. Ele vem em auxílio à nossa fraqueza. Pelo Espírito, somos livres, pois onde Ele está aí há liberdade (cf. II Cor 3,17). Por Ele, o amor de Deus é derramado em nós, pois o Amor foi derramado em nosso coração pelo Espírito que nos foi dado (cf Rm 5,5). Enfim, por Ele nos tornamos filhos de Deus, pois todos os que são conduzidos pelo Paráclito são filhos do Senhor. O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8, 14.16).

Para quem deseja o amor

O Espírito Santo é a personificação do amor entre o Pai e o Filho, conforme o II Concílio Ecumênico da Igreja em Constantinopla I, em 381. Ele é o amor com que se amam o Pai e o Filho. Por isso, diz São Bernardo: "O que é o Espírito Santo, senão o beijo que trocam entre Si o Pai e o Filho?". Ele é o amor entre o Pai e o Filho, portanto, entre Deus e Deus! Que coisa maravilhosa se pensarmos que o amor entre Deus e Deus habita em nós! O que há de comparável com tal dádiva de Deus para nós? Se realmente entendermos isso, entenderemos tudo. A percepção clara do mistério no qual o Amor personificado habita em nós faz mudar tudo, e tudo o que desejamos é ser amados e amar. Se, do fundo do coração, entendêssemos que o próprio Amor nos ama e ama em nós, deixaríamos de mendigar amor. O que mais querer, o que mais almejar, o que mais sonhar do que a certeza de que o Amor nos ama e ama em nós para sempre? Tendo o Amor tão perto e tão certo, somos verdadeiramente livres para viver e amar. Aí, somos livres para responder aos mais loucos chamados de Deus, somos livres para o perdão, para a humilhação, para a paciência e para o serviço. Somos livres de tudo o que foi e de tudo o que será, pois a felicidade é certa e habita dentro de nós.

Cuidai da Promessa em vós

"Eu vim lançar fogo sobre a terra, e quanto eu desejaria que já estivesse aceso!" (Lc 12, 49). Sem dúvida, Jesus se referia ao Espírito Santo, o fogo que desceu em Pentecostes. Desde quando o Pai tirou Abraão de sua terra para constituir um povo, Ele sonhava com a descida do Espírito ao homem. Por isso, Jesus, o Filho de Deus, tanto desejou o Pentecostes e Seu ministério não foi senão a missão de nos dar o Espírito Santo, o fogo do Céu (cf. Lc 12, 49). Por isso, o Paráclito é o prometido do Pai (cf. Lc 24,49a; At 1,4.2, 23-39). Ele é a grande promessa feita desde a antiga aliança pelos profetas e realizada por Cristo no dia de Pentecostes.

Promessa de Deus, riqueza dos homens. Saiba, Ele está em você e o chama a abrir-se à Sua amizade. Ele está em você, na sua intimidade. Ele conhece tudo e pode tudo. Ele cura, liberta, ensina, ama, é vida em abundância. Converse com Deus, Adore-O em você, conte a Ele suas dores, peça a Ele Sua proteção. A única coisa que o Senhor no pede: não o contristeis (cf. Ef 4, 30a).

Cristão, em tudo, lembre-se de que Ele está em você. Quão grande mal faz o cristão que não responde a essa terna amizade com amor. Cuidai do Espírito que habita em vós. Prestai atenção aos lugares, aos programas, aos lazeres, às palavras, às conversas, às músicas que entristecem o Espírito em vós. Aqui está algo de absolutamente importante: ou amamos o Espírito em nós e descobrimos quão libertador é Seu poder, quão curadora é Sua força e tão sublime e maravilhosa é Sua amizade, ou, embora O possuamos em nós, continuaremos a ser estraçalhados pelo mundo a mendigar qualquer amor por aí.

Já se passaram dois mil anos do cumprimento da promessa em Pentecostes. Porém, muitos são os que continuam aguardando, dizendo que as coisas não são bem assim. O Espírito mesmo é que clama: "Não espere mais; a graça é para todos, abra-se à Minha amizade e conhecerá a verdadeira liberdade de ser filho de Deus."

André L. Botelho de Andrade

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. Contato: facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/deus-e-meu-amigo/

16 de junho de 2014

O uso da tecnologia por crianças e adolescentes e seus riscos

Estudos mostram que o cérebro superexposto a essas tecnologias pode ter um déficit em seu funcionamento.

Todos os extremos costumam fazer mal a quem adota tais hábitos, como o excesso ou a falta de alimentos e de água, o excesso de velocidade com o carro. Com a evolução da tecnologia e a facilidade de acesso a ela, um novo questionamento surge em casa: "Qual o risco dessa crescente exposição aos dispositivos de mídia?". Tablets, notebooks, TVs, celulares… Todos os equipamentos são parte da nossa vida, mas podem e precisam ser melhor utilizados por nossas famílias.

O uso da tecnologia por crianças e adolescentes e seus riscos

Crianças têm facilidade de adaptação e aprendizado; na verdade, elas interagem mais rapidamente com a tecnologia, porque, muitas vezes, encontram os adultos fazendo uso desses equipamentos e aprendem por observação.

Pesquisas científicas mostram um aumento no risco de vários problemas emocionais e neurológicos frente ao uso superior a quatro horas diárias dessas tecnologias. Quanto menor a idade, menos tempo é indicado para o uso de tecnologias. Mas o que encontramos é uma realidade bem diferente dessa.

Quais os riscos envolvidos? Tais pesquisas revelam que os principais prejuízos são: sensação de solidão, depressão, obesidade, ansiedade, baixa autoestima e aumento de agressividade. As pesquisas, em diversas universidades de renome, indicam que boa parte dos adolescentes que costumam passar muito tempo conectados sentem desânimo, tristeza ou depressão pelo menos uma vez por semana. Este sentimento de vazio pode ser potencializado em uma casa onde todos, nos momentos de possível convivência, encontram-se "conectados" e "isolados" em seu "mundo".

Todos, em casa, estão com seus celulares, tablets e computadores, muitas vezes, num mesmo ambiente, mas com "zero interação". Não existem jantares e conversas à mesa. Pouco se fala. Eles não contam suas histórias de vida, não falam sobre o que se passou com eles naquela semana e coisas do tipo.

Existe, então, um risco físico? Estudos mostram que o cérebro superexposto a essas tecnologias pode ter um déficit em seu funcionamento tanto em execução quanto em atenção, pode sofrer com atrasos no aprendizado, raiva expressiva, maior impulsividade, dificuldade de concentração dentre outros. (Small 2008, Pagini 2010). Questões de concentração e memória (sem concentração é mais complicado armazenar dados em nosso cérebro) acontecem, porque o cérebro toma atalhos até o córtex frontal para lidar com tal rapidez de informações. (Christakis 2004, Small 2008). Logo, se uma criança tem dificuldade na concentração, também terá dificuldade em aprender. Nesse sentido, podemos pensar que essa seja uma das causas do aumento de casos de déficit de atenção e hiperatividade entre crianças, especialmente.

O caminho não é a proibição do uso, mas a consciência dele e sua adequação para cada faixa de idade, lembrando que o apego ao uso de tecnologia pode levar a prejuízos desnecessários. Carinho, amor, interação social, contato e outras atividades fazem parte do nosso desenvolvimento saudável.

Como a tecnologia tem sido usada por você e por sua família? Pense nisso!

Elaine Ribeiro

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Blog: temasempsicologia.wordpress.com Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/o-uso-da-tecnologia-por-criancas-e-adolescentes-e-seus-riscos/

13 de junho de 2014

Como preparar-se para a Comunhão?

"A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra", por isso devemos nos preparar para recebê-la.
Jesus, na noite de Sua Paixão, instituiu o sacramento da Eucaristia, a comunhão. Este é o sacramento dos sacramentos, por meio do qual estamos sempre em profunda comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo.
Para meditar sobre esse grande mistério da fé [a Eucaristia] e saber como podemos nos preparar para recebê-Lo, gostaria de apresentar alguns textos do Magistério da Igreja que nos serão de grande proveito:
A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã". "Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e todas as tarefas apostólicas ligam-se à Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa" (Catecismo da Igreja Católica, 1324).
Como-se-preparar-para-comunhao
"A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho" (Ecclesia de Eucharistia, João Paulo II, § 19).
O Senhor nos convida, insistentemente, a recebê-Lo no sacramento da Eucaristia: "Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós" (Jo 6,53). Para responder o convite, devemos nos preparar para este momento tão grande e tão santo. São Paulo nos exorta a um exame de consciência: "Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor, indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação" (1Cor 11,27-29). Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes de receber a comunhão" (Catecismo, 1384-1385).
"Conforme o mandamento da Igreja, 'todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar seus pecados graves, dos quais tem consciência, pelo menos uma vez por ano'. Aquele que tem consciência de ter cometido um pecado mortal não deve receber a Sagrada Comunhão, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição sacramental, a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossível chegar a um confessor" (Catecismo, 1457).
"Diante da grandeza desse sacramento, o fiel só pode repetir humildemente e com fé ardente a palavra do centurião: 'Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo' (Mt 8,8)" (Catecismo, 1386).
"A Igreja obriga os fiéis 'a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos' e a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis que recebam a Santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior frequência, e até todos os dias" (Catecismo, 1389).
"A fim de se preparar convenientemente para receber esse sacramento, os fiéis observarão o jejum prescrito em sua Igreja" (Catecismo, 1387). "Quem vai receber a Santíssima Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando-se somente água e remédio, no espaço de, ao menos, uma hora antes da sagrada comunhão" (Cân. 919, § 1). "Pessoas idosas e enfermas, bem como as que cuidam delas, podem receber a Santíssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que antecede" (Cân. 919, § 3).
Com relação aos divorciados novamente casados, o Magistério da Igreja afirma que "são numerosos, hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e contraem civilmente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à Palavra de Jesus Cristo ('Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério': Mc 10,11-12), afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam a casar-se no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação" (Catecismo, 1650). Esses cristãos, no entanto, mesmo não tendo acesso aos sacramentos, não devem se considerar separados da Igreja, "pois, como batizados, podem e devem participar da vida dela" (cf. Catecismo, 1651).
"A atitude corporal (gestos e roupas) há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede" (Catecismo, 1387).
Outro conselho de grande valor é chegarmos à Santa Missa com alguns minutos de antecedência, para depositarmos aos pés de Nosso Senhor as nossas intenções e preocupações, e, assim, estar mais atentos e participar com maior fruto da Liturgia da Palavra e da Liturgia Eucarística. Após a comunhão, é importante também termos um tempo de ação de graças, para agradecermos a Jesus por Seu Corpo e Sangue, que recebemos, e por todas as graças que nos são dadas por meio dessa comunhão. A cada Eucaristia, Jesus vem habitar em nós para nos santificar, curar e salvar. Temos, pois, muito para agradecer cada vez que O recebemos.
Não existe sobre a terra momento mais intenso de comunhão com Jesus do que quando recebemos Seu Corpo e Seu Sangue. Por isso, cada vez que vamos participar da Santa Missa, queremos nos preparar para esse encontro com Cristo, para que Ele nos conduza a uma amizade cada vez mais íntima e intensa com Ele. O nosso amor por Jesus e a observância de tudo aquilo que o Magistério da Igreja nos pede será sempre a melhor maneira de nos prepararmos para receber Cristo com dignidade. Procuremos, pois, fortalecer, cada vez mais, os nossos laços de amizade com Jesus, pois é Ele quem nos conduz com alegria em meio às muitas provações da nossa vida.

12 de junho de 2014

As linguagens do amor no relacionamento

Podemos ter dificuldades de entender a forma de amar e ser amado no relacionamento

Deus é tão perfeito que fez cada um de nós de um jeito diferente. Ele é único ao nos criar; logo, somos também únicos. Ouvi um "graças a Deus"?

Ao nos criar, o Senhor nos dotou com um jeito de receber e dar amor. Agora, somemos isso à educação familiar de cada um, ou seja, à maneira como a mãe, o pai e os irmãos nos amaram. Adicionemos também a nossa maneira de nos relacionarmos com os amigos, com os colegas, os professores etc. Juntando tudo isso, teremos uma noção de como, no decorrer de nossa história, fomos sendo educados no amor. Cada um dá sua parcela e age de determinada forma, e nós reagimos de outra!

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Em algumas famílias, por exemplo, o jeito de amar é todos se sentarem à mesa e passarem horas a fio na refeição, trocando ideias do que cada um vive e sente. Para outras, amar é estar na varanda com seus pratos super à vontade conversando alto e tal. Cada um foi amado de um jeito e respondeu de outro. Isso é bonito, pois diz de nossa identidade. Não há como falar que um é melhor que o outro, são jeitos diferentes e pronto!

Quando trazemos tudo isso para o namoro, podemos ter dificuldades de entender a forma de amar e ser amado do outro! E aí, meu amigo, nada sairá da maneira como pensávamos. Assim, se não entendemos a maneira como ela se sente amada, podemos pensar que estamos "abafando" ao enviar uma carta a ela, quando, na verdade, ela está mais interessada no tempo que passaremos juntos do que aquilo que escrevemos na carta.

Para mim, amar é dar algo que esteja cheio de afeto; mas, para ela, se sentir amada está na quantidade e na qualidade do tempo que passamos juntos.

Cada ser humano nasce com uma forma de identificar, dar e receber amor. No livro 'As cinco linguagens do amor', de Gary Chapman, ele, após várias experiências em encontros com casais, disse que "o amor não apresenta uma linguagem universal, mas cada um tem a sua 'linguagem de amor'". Desse modo, elencou cinco delas e cada uma possui certos "dialetos", ou seja, uma maneira concreta com que essa linguagem se expressa!

Sabendo e acreditando que a pessoa humana é um eterno mistério e que somos muito diferentes uns dos outros, creio que temos muitas outras linguagens de amor e que cada um pode viver seu próprio "idioma". Mas é bacana a reflexão feita por Chapman, nesse livro, valendo a pena termos como referência as cinco linguagens e, quem sabe, na aventura de se descobrir e descobrir o outro, você não encontrará outras, não é?

Falar em nosso "idioma de amor" para alguém é o mesmo que ler um livro inteiro em alemão, sem nunca ter tido contato com a língua. Ninguém vai entender nada!

O primeiro passo, num relacionamento, é identificar a nossa linguagem e, em seguida, descobrir a linguagem da pessoa que namoramos. Com isso, é possível expressar nosso amor de forma que ela se sinta amada e também fazê-la perceber sua própria linguagem, a fim de que ela descubra, de forma efetiva, nossa expressão de amor por ela. Ufa! Achou complicado? Mas não o é. Esteja atento à sua maneira de amar e como se sente amado; perceba como ela o ama e como se sente amada!

Segundo Chapman, as cinco linguagens são (lembrando que não há determinismos):

 Palavras de afirmação: são sentenças expressas em elogios. Os dialetos são falas como "Nossa, você está linda!"; afirmações do tipo: "Você é bem verdadeira!"; e incentivos como "Eu acredito em você".

Qualidade de tempo: é a dedicação de um tempo exclusivo ao outro, ainda que esse seja curto. As expressões ou dialetos podem ser: conversar com qualidade, passear, assistir a filme juntos, acordar mais cedo para ir à Missa das sete quando você poderia ir à das onze, porque ela, devido aos trabalhos da faculdade, não poderá ir mais tarde à Celebração Eucarística. Assim, ela perceberá seu "sacrifício" e se sentirá lisonjeada.

Presentes: o que menos importa é o valor financeiro. Dialetos: colher uma flor, comprar uma pizza, dar uma joia… Uma maneira de se fazer presente é pegar um guardanapo da lanchonete, no dia de prova da faculdade, e escrever: "A prova foi difícil, mais é fácil provar para você que a amo".

Gestos de serviços: uma atitude sua fala mais que qualquer palavra. Dialetos: lavar a louça na casa dos pais dela depois do almoço de domingo, consertar a fechadura, levar o lixo para fora, abrir a porta do carro para ela entrar etc.

Toque físico: o importante é saber quando, como e onde tocar a pessoa. Dialetos: beijos, abraços, cutucão com o cotovelo, mão no ombro, relações sexuais (no casamento, né!) etc. Lembre-se: tocar com amor, sem querer usá-la. A castidade é possível até na maneira como tocamos o outro.

Todos nós temos uma linguagem principal. Ainda que você diga "eu te amo", nas outras quatro linguagens, sua namorada continuará se sentindo indiferente às suas ações, pois a linguagem dela pode ser outra, como a de tempo, e não de afirmação, por exemplo.

O bacana é usar a linguagem correta, constantemente, e aperfeiçoar-se em conhecer, a cada  dia, todas as formas ou todos os dialetos pelos quais sua expressão é entendida da forma mais concreta.

Experimente: o amor é incrível e os resultados ainda mais! Qual sua linguagem de amor? Qual sua jeito de se sentir amado? Qual a maneira de o outro se sentir amado e amar?

Tratei essas linguagens pensando em nós, homens, para as mulheres. Mas você, mulher, tem de saber que nós, homens, temos as mesmas linguagens, só mudam os dialetos.

Conhecendo a linguagem de amor de nossa namorada, fica mais fácil encontrar o caminho para chegar ao coração dela. Saiba que, no namoro, não é necessário sexo para dizer que ama alguém! O sexo terá sua linguagem própria no casamento. Você é bem mais que um ato!

Tamu junto

Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/as-linguagens-do-amor-no-relacionamento/

11 de junho de 2014

Os dez mandamentos da copa do mundo



1. Respeite nossas Crianças, Jovens, Adultos e Idosos.

A nossa gente é a nossa maior riqueza

2. Ajude na conservação dos nossos patrimônios.

Eles contam um pouco de nossa história

3. Saiba conviver com as diferenças raciais, religiosas, políticas, sexuais e culturais.

Somos um povo alegre e acolhedor.

4. Promova a dignidade dos moradores e meninos (as) que encontrar na rua.

Eles carecem de seu respeito e de seu gesto de amizade. 

5. Jogue sempre o lixo no lixo.

O meio ambiente agradece. O planeta terra é a nossa casa.

6. Informação é a alma do turista.

Procure manter-se informado. Na dúvida peça ajuda.

7. Admire nossas mulheres com a mesma admiração que tem com sua mãe, irmã, filha e sua melhor companheira.

Elas não são descartáveis.

8. Jogue pela vida,

evite as drogas.

9. O bom torcedor sabe admirar um bom jogo mesmo quando seu time perde.

E perdendo, mantem sua alegria e respeito por seu adversário.

10. Viva o espírito da Tolerância e não se deixe levar pela violência.

Deixe sua marca de torcedor pela Paz Universal.

Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

9 de junho de 2014

O homem que não sabia rezar


Conta-se que um velho circense, após ter sido despedido do circo ao qual dedicara toda a sua vida como malabarista, vagueou sem rumo, à procura de quem lhe desse emprego e abrigo. 
Não era fácil, afinal não desenvolvera outras habilidades, não era mais jovem e tampouco sabia ler e escrever. 
Após muitos meses perambulando e já doente, bateu à porta de um Mosteiro, encontrando a caridade dos monges que o recolheram e dele cuidaram até que sarasse. 
Sua tarefa passou a ser cuidar do jardim, o que ele foi aprendendo com algum esforço. Todavia algo o incomodava. Ao observar a rotina dos religiosos, os cantos, as orações em Latim, sentia-se triste por não poder acompanhá-los. 
Ele também queria orar e cantar hinos de louvor ao Deus da sua compreensão. Mas como? Não tinha as palavras certas, sentia-se rude e indigno de adentrar a Capela. Como poderia ele falar do seu amor por Jesus, cuja imagem se destacava majestosa ao fundo do Santuário? 
Certo dia, esperou que todos se recolhessem, tomou todos os seus aparatos circenses e acercou-se da linda imagem do Mestre na Capela. 
Começou a fazer a única coisa na qual ele era exímio... à sua volta, arcos, bolas, pratos subiam e retornavam as suas mãos, em movimentos perfeitos. 
Ele esperava o milagre de ver no semblante do Senhor, um leve sinal de que a sua prece - embora incomum , estava sendo recebida. 
E foi persistindo nos seus malabarismos, como se executasse a mais linda canção de louvor, sem dar-se conta do tempo, nem do suor que já escorria abundante por todo o seu rosto. 
Os monges, ao notarem os estranhos ruídos vindos da Capela, levantaram-se com cuidado, receando tratar-se de algum meliante. 
Todavia, quando chegaram à porta, pararam estupefatos diante da cena que presenciaram. 
É que neste exato momento O Senhor inclinava-se e, com o manto, enxugava o suor daquele homem simples que não sabia rezar, mas que não obstante, rezara com todas as forças do seu coração ! 
(Autor desconhecido)

Reflexão: Existem muitas formas de se rezar. O importante é estar em sintonia com Deus. 
A oração que mais agrada a Deus é a oração que é feita com a própria vida. 
Em nossos atos, em nossa postura e em nossa maneira de servir a Ele e ao próximo. 

Pensamento: "Dá-me um homem de oração e ele será capaz de tudo" – São Vicente de Paulo

Cortesia: Missa da Caridade

7 de junho de 2014

A pressa é inimiga da oração

Essa realidade de uma vida agitada e tumultuada tem seus reflexos em nossa vida espiritual, o que torna a pressa inimiga da oração.

Diz um antigo ditado que a pressa é inimiga da perfeição. Infelizmente, somos escravos da pressa, principalmente na sociedade em que vivemos. Tudo acontece numa velocidade muito rápida! As notícias chegam até nós no momento em que os fatos acontecem. A comunicação está a um clique de nossas mãos. Neste tumultuado mundo em que habitamos e vivemos, desaprendemos a saborear os momentos. Na pressa que nos convida a estar sempre agitados interiormente, fazemos tudo no impulso da agilidade que o tempo nos exige.

Essa realidade de uma vida agitada e tumultuada tem seus reflexos em nossa vida espiritual. Enfermos da 'síndrome da pressa', nossa caminhada espiritual sofre as consequências de nossa agitação. Rezamos com tamanha rapidez que não conseguimos viver e sentir a força profunda da oração em nossa alma.

Perceba o seu modo de orar. Na maioria das vezes, as orações que saem de nossa boca não acompanham o ritmo de nossa alma. Tudo muito veloz; quando não, muito mecânico. Quando olhamos para essa realidade latente em nossa vida de fé, percebemos claramente que, na maioria das vezes, estamos ligados no "botão automático".

A pressa é inimiga da oração

Quando foi a última vez que saboreamos internamente uma oração do Pai-Nosso rezada com calma e profundidade? Das celebrações litúrgicas que temos participado, quantas temos gravadas com profundidade em nosso coração?

A vida espiritual requer de nós a tranquilidade roubada pelas agitações. As nossas orações necessitam da calma e da paz que nos permitem saboreá-las internamente. Todo excesso de pressa furta de nós uma autêntica construção de nossa vida interior. Faz-se necessário desligarmos o "botão automático" quando nos propomos momentos de oração.

Muitas vezes, será preciso reaprendermos a descobrir onde, em nosso coração, se encontra o lugar sereno que nos permite estar totalmente com o Senhor. Distantes de nós mesmos e imersos na velocidade alucinante da vida, estamos condenados a fazer de nossos momentos espirituais apenas mais um momento que não deixa marcas profundas em nossa caminhada espiritual.

Antes de começarmos a orar, temos de parar, respirar e, uma vez adquirida a serenidade na alma, começar nossa oração. Saboreemos cada palavra que nossa boa pronuncia e, no silêncio do nosso coração, deixemos emergir as mais sinceras preces que nascem de nossa alma.

Reduzindo nossa velocidade interior, vamos vivenciar os momentos de oração como oportunidades de crescimento espiritual e humano. Entre os muitos benefícios que um momento tranquilo de oração nos proporciona, descobrimos que, mesmo que tenhamos pouco tempo para orar, estes serão profundos. Aprenderemos também a reagir com calma diante de situações que necessitam de mais serenidade para serem solucionadas. E ainda experimentaremos que a paz de Deus pode ser uma realidade em meio ao tornado de demandas que a vida nos apresenta.

Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. www.facebook.com/peflaviosobreiro www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/a-pressa-e-inimiga-da-oracao/

5 de junho de 2014

O que você tem feito da vida?

Chegou o meio do ano, é importante pensarmos o que temos feito da vida. As metas estabelecidas, no início do ano, estão sendo alcançadas?

"Não consegui emagrecer os cinco quilos que tinha como meta no início do ano." "Não passei na prova que fiz em março para o mestrado." "A meta do noivado tornou-se a realidade do fim do namoro". "Será que conseguirei fazer a viagem que coloquei como propósito das férias de agosto?"

Estamos em junho e uma parada agora é bem oportuna para nos reavaliarmos quanto aos propósitos e metas que tínhamos lá em janeiro. Nessa hora, é preciso coragem para ter um olhar positivo sobre o seu projeto de vida. A primeira coisa é desvencilhar-se da visão pessimista frente àquilo que não saiu como o "combinado com você mesmo". Eu lhe garanto que uma revisão de vida pode suscitar em você uma avalanche de sentimentos persecutórios e, assim, você corre o risco de assumir uma vida errante, meio 'The walking dead', ou ainda atuar como Hardy do desenho 'Lippy e Hardy' e seu olhar sobre a vida terá o refrão: "Oh céus! oh, vida! Oh, azar!". Isso não vai dar certo!

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Meu caro, parar um pouco e perceber-se no que foi vivido torna-se um fato com o qual você precisa lidar. O mal não está em se avaliar, mas em como você faz isso, pois a primeira ação é sempre supervalorizar o que não deu certo. E aí surgem sentimentos de culpa, de remorso e autocondenação, os quais, se não forem bem administrados, podem paralisá-lo, impedi-lo de ter uma vida mais plena e feliz, de não olhar para frente, para os meses que ainda o esperam.

A segunda coisa é: nada de ficar com os olhos no que deu errado, ruminando os acontecimentos e, depois, colocar seus sentimentos para fora em amargura e azedume, fazendo-se vítima de si mesmo, porque isso não rola, não nos faz bem!

Algumas dicas para uma boa revisão de vida e de dias melhores à frente:

* Mudança em ação: Se fizer o balanço de sua vida e chegar à conclusão de que precisa mudar algo, faça primeiro um firme compromisso com você e com suas potencialidades. Não paralise; estabeleça novas metas. A rigidez o paralisa. Tenha flexibilidade em suas metas, elas podem ser reajustadas.

* Seja específico: Seja específico no que foi vivido e dê o peso certo para cada coisa. Às vezes, você tem problemas financeiros e diz: "Estou fracassado!", "Não tem mais jeito!". Acalme-se! Não é bem assim… Peso certo, medida certa. Há algumas situações que não foram alcançadas, mas isso não quer dizer que todas as situações estão ruins.

* Examine suas expectativas: São reais ou ilusórias? Seja sincero. É melhor dividir os objetivos em etapas do que dar um salto maior que a perna. Se até agora você não conseguiu fazer algo, pode ser que isso esteja mais "no mundo de Platão" do que no seu. Será que uma diminuição de expectativas não traria mais leveza à sua vida?

* Sonhe os sonhos de Deus: Tudo que falei acima só tem sentido se a primeira postura assumida for: "Isso está dentro da vontade de Deus para mim?". Sem isso, não é possível ser plenamente feliz. Não que Deus queira o manipular e fazer as coisas do jeito d'Ele, mas por Ele nos conhecer bem, sabe quais são os desejos do nosso coração! Às vezes, Deus quer que planos sejam mudados e novas metas sejam estipuladas.

Enfim, olhe para frente e para o que virá. Saiba que se não puder ser mudado poderá ser usado a seu favor para mudar sua maneira de encarar a vida, pois um novo tempo só está começando!

Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-que-voce-tem-feito-da-vida/

4 de junho de 2014

Pentecostes: uma vida sob a ação do Espírito

Quando falamos da vida segundo o Espírito, não devemos imaginar uma vida fora da realidade

O Pai ama por meio do Filho (cf. Jo 10,17) e derrama o Seu Espírito, o Defensor, para que permaneça com os Seus (cf. Jo 14,16), ou seja, é um dom de Deus para toda a humanidade. Desde os primórdios, os padres da Igreja ensinam que esta nasceu no Espírito Santo doado por Cristo no alto da cruz, e também no cenáculo em Pentecostes. O Pentecostes, narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2, é o mais famoso relato sobre Sua vinda, porém houve outros Pentecostes (Atos 4,31; 8,16-17; 11,44-48).

A Igreja nasceu no Espírito. Ela é movida, sustentada, guiada por Ele. Enfim, sem o Espírito Santo fica difícil pensar em Igreja, assim também nos membros dela. Nós não podemos e não conseguiremos viver sem o sopro do Espírito.

O Espírito Santo é invocado nos sacramentos. Como é maravilhoso perceber que, nas fases da vida cristã, recebemos essa força do Senhor! No batismo, somos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Quando somos perdoados no sacramento da penitência, somos perdoados pelo Espírito enviado do Pai e do Filho, e assim todos os sacramentos são realizados pela ação do Espírito.

Pentecostes: Uma vida sob a ação do Espírito

Quando falamos da vida segundo o Espírito, não devemos imaginar uma vida fora da realidade, desvinculada de si mesma; aliás, a vida humana é composta pela realidade física, biológica, psíquica e espiritual. Nenhuma deve ser descartada, pois o ser humano é um todo. Devemos ter bem claro isso: somos um conjunto, mas precisamos reconhecer que, quando a vida espiritual vai mal, as outras realidades acabam indo mal; e quando se vive uma espiritualidade sadia, consegue-se superar o males físicos, biológicos e psíquicos. Quando há saúde espiritual, os males em outras áreas podem não ser sanados, mas superados pela força do Espírito. O mal físico e a violência podem nos impedir de caminhar alguns metros e nos limitar, enquanto o Espírito nos leva a distâncias longínquas, porque n'Ele somos livres.

Hoje, sem dúvida, temos de valorizar a vida espiritual, uma vida segundo o Espírito de Deus. Em nosso tempo, uma das grandes dificuldades que as pessoas vivem é uma vida sem sabor, sem sentido, uma vida de erros, à qual chamamos de pecado. Uma vida sem o auxílio do Alto é fadada ao fracasso, susceptível às doenças psíquicas e físicas. Quantas pessoas doentes no espírito, quantas pessoas perdidas! Quantas pessoas vão à igreja, mas, desanimadas, não conseguem se levantar ou possuem dificuldades para fazer isso?

Tanto para as pessoas que estão na igreja quanto para as que não estão fica o convite: precisamos ter uma vida no Espírito para que todos sejamos saudáveis, fortes, esperançosos, para que não desanimemos frente às limitações humanas e aos poderes do mal.

Essa vida segundo o Espírito é vivida sob a orientação de Deus, sob a moção divina. Mas como consegui-la? É possível, por meio de uma vida de oração, ter contato com Deus, onde o Espírito Santo é o que nos impulsiona, é o que nos esclarece e ordena, é Aquele que nos faz perseverar e entender as situações. E mesmo que não as entendamos, Ele nos dá esperança, sentido à nossa vida. Os dons do Espírito nos ajudam no dia a dia.

Nós devemos buscar uma vida em Deus não só nos momentos difíceis, pois todo o tempo estamos sendo testados. Somos chamados, a cada momento, a dar uma resposta coerente, segundo o Cristo. Graças a Deus, existe um caminho que podemos percorrer para não nos perdermos: a Igreja Católica Apostólica Romana, pois esta já fez e faz um caminho sob a orientação do Espírito Santo.

Jesus, como narra e evangelista João, soprou sobre os discípulos o Espírito Santo (Jo 20,22). O Paráclito não foi derramado sobre um, mas sobre todos os discípulos, sobre a primeira comunidade reunida, a Igreja. Assim, eles se tornam apóstolos, e, encorajados pelo Sopro Divino, anunciam, com ousadia, o Cristo Ressuscitado. Quando surgiam os problemas e as dúvidas, os apóstolos podiam contavam uns com os outros. Pedro até poderia, como o primeiro, decidir, mas tomava a decisão junto com os apóstolos. Um exemplo é a eleição dos diáconos (Atos 6,1-6). Já no capítulo 15 de Atos, Paulo e Barnabé, em Antioquia, encontraram dificuldades com alguns cristãos judeus e foram tratar do assunto em Jerusalém. Esse é o primeiro concílio da Igreja.

A Igreja é mãe e mestra, afinal, são "apenas" dois mil anos de experiência, de acertos e erros. Nós aprendemos e somos educados por ela. Quando digo que vivemos movidos pelo Espírito, digo que somos movidos pelas orientações da Igreja. O Espírito nos orienta quando nos colocamos em oração, quando temos sensibilidade para realizar algo; principalmente quando tudo isso está dentro daquilo que a Igreja aprova e nos orienta.


Por fim, uma vida segundo o Espírito é uma vida no Espírito Santo, seguindo Suas orientações numa comunhão com a Igreja, a qual nos leva a discernir entre o certo e o errado, ajuda-nos a fazer a vontade de Deus e nos orienta em todos os momentos da nossa vida, principalmente quando nos impulsiona a viver a caridade. A vida segundo o Espírito nos faz pessoas melhores não para nós mesmos, não para nos sentirmos bem, mas ela nos leva ao necessitado, nos faz desprendidos das coisas terrenas, livres para servir aos outros e amá-los.

Deus seja louvado!

Padre Marcio

Padre Márcio do Prado, natural de São José dos Campos (SP), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é "Fazei-o vós a eles" (Mt 7,12), padre Márcio cursou Filosofia no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista; e Teologia no Instituto Mater Dei, em Palmas (TO). Twitter: @padremarciocn

2 de junho de 2014

Evangelizar nas plataformas digitais

Para evangelizar na sociedade contemporânea é indispensável compreender as novas linguagens da comunicação
Padre Clovis Andrade de Melo
Há 48 anos, motivados pelo Decreto Inter Mirifica, de 1963, os Papas nos apresentavam uma reflexão para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para este ano, o Papa Francisco escolheu para o evento o tema "Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro". Suas reflexões estão em sintonia com os discursos realizados no Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, quando convidou a Igreja a sair dos muros, abrir as portas e ir em direção ao povo sedento de Deus.
Uma frase que chama à atenção, no discurso do Pontífice, neste ano, é: "Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independente da condição de vida em que se encontrem, ou para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos". Nesse sentido, podemos constatar que a presença da Igreja, na web, é imprescindível e deve ser entendida como uma autêntica missão, como reforçou o Santo Padre na mensagem: "Não basta circular pelas 'estradas digitais', isto é, simplesmente estar conectado; é necessário que a conexão seja acompanhada do encontro verdadeiro (…). A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade; não uma rede de fios, mas de pessoas humanas".
Evangelizar nas plataformas digitais
Em 2002, João Paulo II reconheceu o potencial do ambiente digital para a evangelização: "Para a Igreja, o novo mundo do espaço cibernético é uma exortação à grande aventura do uso do seu potencial para proclamar a mensagem evangélica".
Bento XVI enfatizou esse pensamento em sua mensagem para o ano de 2009, quando nos convidou a aprofundarmos nosso conhecimento sobre o assunto: "O anúncio de Cristo, no mundo das novas tecnologias, supõe um conhecimento profundo dessas tecnologias para chegar a uma conveniente utilização".
No ano passado, Bento XVI ainda nos exortou dizendo que "se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora de alcance da experiência de muitos que consideram importante esse espaço existencial, especialmente os mais jovens".
Diante dessas exortações, fica evidente que a presença da Igreja no ambiente digital é urgente e irrenunciável. Recentemente, os bispos do Brasil aprovaram e promulgaram um importante documento para a comunicação da Igreja, o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, que conta com um capítulo dedicado ao tema: "Igreja e mídias digitais".
No artigo 182 do diretório, lemos que "para evangelizar na sociedade contemporânea é indispensável compreender as novas linguagens e práticas vivenciadas, a fim de inculturar a mensagem do Evangelho na cultura digital". Todavia, as ações evangelizadoras, neste ambiente, são complementares.
De modo algum, a presença da Igreja, na web, substitui a vivência eclesial presencial, assim como outros meios de comunicação não o fazem, como a televisão e o rádio, por exemplo. Dada a importância de se refletir sobre o anúncio do Evangelho, nas plataformas digitais, concluo com uma recomendação, apresentada no artigo 189, do Diretório de Comunicação: "A comunidade eclesial é incentivada a fazer-se efetivamente presente na internet, já que grande parte da vida social se desenrola mediada pelas tecnologias digitais; as redes digitais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade. (…) É preciso, portanto, favorecer formas de encontro, diálogo e debate em sites e fóruns, marcados pelo respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade".
* Padre Clovis Andrade de Melo: missionário da Comunidade Canção Nova e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). É graduado em Filosofia e Teologia.