A Via-sacra na JMJ Rio2013 foi uma obra-prima
Embora tivéssemos tido muitos momentos de grande significado nesta Jornada Mundial da Juventude, quero destacar, no entanto, apenas um que, foi um ponto alto de tudo que se viu. Trata-se da Via-sacra do jovem. Estamos diante de uma representação teatral moderna, fiel à figura central que é Cristo, cujo fulgor atingiu uma expressão mundial. Em qualquer lugar do planeta, a encenação pode ser considerada uma obra-prima.
A peça manteve-se dentro da mais sadia tradição, mas, ao mesmo tempo, se encarnou no mundo moderno. Mostrou toda a grandiosidade do Filho de Deus, cujo sacrifício se mostrou o centro da história mundial. A execução do gesto de solidariedade do Salvador provocou profundas emoções em todas as pessoas que viram a Via Crucis ao vivo ou acompanharam pela televisão.
O profundo silêncio da multidão vem comprovar que só Deus satisfaz a alma humana. Já nos dizia o salmista: "Eu digo ao Senhor: só tu és o meu bem" (Sl 16,2). Isso não elimina a necessidade de nos voltarmos para tantas atividades humanas, quais sejam as econômicas, as políticas, as científicas... Elas fazem parte da vida do ser humano, mas não convém que ocupem o centro do coração. Este queremos reservar Àquele que é o nosso mais fiel amigo: Cristo. Diante d'Ele, todos os heróis humanos perdem o brilho. Ele nos ajuda sem nos substituir. Ele nos faz propostas sem sequestrar nossa liberdade. Sua presença na vida é estimulante. Ele não é "pé no freio", mas proposição de nobres ideais.
Um jovem diante de Jesus exclamou: "Cristo é demais!". Os jovens vibram com Ele. Mas o Senhor também rejuvenesce o coração de qualquer ancião.
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
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