30 de agosto de 2012

Escravos por amor a Jesus Cristo

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Faça-se em mim segundo a vossa palavra

"Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado" (Mt 23, 12).

Estas palavras de Jesus nos colocam diante de uma realidade fundamental acerca de nossa vocação. Como cristãos, somos chamados a acolher a cruz de Cristo em nossas vidas. Ele se humilhou, assumindo a condição de escravo, cuja vida não pertence a si mesmo, mas ao seu senhor. Como Ele, somos chamados a assumir o "ser servo". Para refletir sobre este tema, é muito importante olharmos para a mãe do Servo Sofredor, para a Virgem Maria.

Na Anunciação de que Nossa Senhora seria a Mãe de Jesus (cf. Lc 1, 31), ela responde ao anjo: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a vossa palavra" (Lc 1, 38). Maria não somente se disse serva, mas se coloca a serviço de sua prima Isabel. Depois da resposta de Maria ao anúncio do anjo, ela visitou sua prima, a qual estava grávida de João Batista. Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel ficou cheia do Espírito Santo e disse: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" (Lc, 1, 42b).

Assista também: "Tratado a Verdadeira Devoção à Virgem Maria", com padre Paulo Ricardo


Maria tinha acabado de chegar. Nem mesmo havia se colocado a serviço e foi exaltada pela saudação de Isabel. Esta declara Maria como a bem-aventurada, a realizada pelo fato de ter acreditado no anúncio do anjo: "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!" (Lc 1,45). Mais ainda, Isabel profetiza o cumprimento da anunciação feita pelo anjo.

Depois das palavras inspiradas de Isabel, em Nossa Senhora, no cântico do "Magnificat", realiza-se a profecia de Isabel. Maria experimenta, naquele momento, a exaltação de Deus: "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva" (Lc 1, 47-48a). Maria foi exaltada logo depois no anúncio do anjo, porque se fez humilde, fez-se serva do Senhor. Cheia do Espírito, Maria profetiza a exaltação que lhe será dada até o fim dos tempos: "Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz" (Lc 1, 48b).

Como a Virgem Maria, que se fez serva, fez-se escrava do Senhor, somos chamados também a nos fazer servos, escravos por amor do Senhor. Acolhendo com humildade o desígnio de Deus para nós, o Senhor nos promete que seremos exaltados: "quem se humilhar será exaltado" (Mt 23, 12). Certamente, esta exaltação acontece aqui, ainda que não conforme a nossa vontade, e acontecerá plenamente na glória da Jerusalém celeste, onde estaremos na comunhão definitiva com a Santíssima Trindade, a Virgem Maria, os anjos e os santos.

Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/tododemaria

28 de agosto de 2012

Falando de fé

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Deus age na nossa história, mas precisamos responder a essa ação

Fala-se muito de fé e sobre a fé em nosso meio, mas, afinal, o que é mesmo fé? O que precisamos conhecer de verdade sobre ela? Quando falamos sobre isso, é necessário considerar dois aspectos diferentes que estão interligados e não podem ser separados entre si. 

De fato, se formos levar em conta a teologia na Idade Média, essa reflexão é confirmada. Tal teologia dizia que a fé indica as verdades em que se creem; e que, por sua vez, se professam pela fé; ao mesmo tempo, para indicar a atitude pessoal em que ela consiste, isto é, o abandono total e a confiança da pessoa no encontro e na comunhão com Deus. Esse último aspecto é o verdadeiro fundamento e a substância daquilo que chamamos de fé.

O primeiro aspecto é, em certo sentido, a consequência disso. Agora, como entender melhor tudo isso? Imagino o povo continuamente distraído pelas sequências de vida da sociedade. Como esse povo pode fazer uma experiência de vida diferente, concentrada em um abandono total a Deus? Como fazer o encontro e a relação com Ele no dia a dia do nosso cotidiano? Como entender melhor tudo isso?

A comunicação nos ensina que a melhor recepção das mensagens tem de partir da realidade e do contexto dos envolvidos. Nesse caso, dos fiéis. O Mestre Jesus nos ensinou muito bem, por meio dos Evangelhos, a opção do gênero literário mediado pelos exemplos, isto é, as parábolas. Eu também quero desfrutar essa linguagem da realidade para poder penetrar no grande mistério da fé na nossa vida. 

Um jovem casal, com dois filhinhos, profissionalmente afirmado e com futuro mais promissor ainda, conduzia a vida normalmente, conforme os parâmetros de sucesso da nossa sociedade. Ah, sim, para melhor definir esse perfil, o casal, às vezes, tinha ainda um tempinho para ir à igreja, sobretudo por certas ocasiões sociais. Uma vida normal, conforme os dias de hoje. De repente, aconteceu aquilo que nunca se espera. Eles, acidentalmente, sem culpa nenhuma, perderam a filha menor. Uma desgraça que foi além da própria família. Parentes, amigos, conhecidos e colegas de profissão se sentiram todos abalados. Todos, por sua vez, tentavam mostrar a sua solidariedade, dando até conselhos mais impensáveis. Alguns, inclusive, chegaram a pensar coisas mais tristes, porque perder uma filhinha assim pode gerar somente desespero. Um túnel sem saída. 

No entanto, o jovem casal enfrentou a dura realidade e se deixou questionar pelo dramático evento da vida que aconteceu com ele, isto é, não soube somente chorar, mas soube se interpelar. A linda filhinha, sim, morreu, mas ela se tornou mais viva nos dois, conduzindo-os para profundas reflexões; uma delas foi constatar como ele, casal, por exemplo, nunca tinha tempo para ir à igreja nem para rezar um pouquinho mais ou aprofundar mais sobre a própria conduta religiosa e familiar.

A partir do trágico episódio, o jovem casal começou a se colocar em questão. Daí em diante, com grande e resoluta firmeza, eles se engajaram mais na vida da igreja para promover a pessoa da fé. De fato, o casal não perde mais uma missa aos domingos, participa toda semana do estudo bíblico e é solidário com aqueles que mais necessitam.

O trágico evento provocou o casal a fazer uma experiência diferente, de confiança total na busca de Deus, porque viu que esta vida foge do nosso controle. Por isso, pude ver, nesse caso, como a fé se tornou operante, como esse casal soube reconhecer que não somos nós que garantimos a vida, embora possamos ter todo o poder e riqueza desse mundo.


Assim, começou no casal uma relação de confiança em Deus, mediado pelo encontro com Jesus. Tudo isso mudou o olhar deles sobre a realidade, a concepção dos valores, o mundo dos desejos e nada ficou como antes; a vida interior desse casal e mesmo o comportamento são submetidos a um processo de conversão. Portanto, esse processo de fé começou com o evento da vida (a história) e lhe permitiu favorecer o encontro com Deus por meio de Jesus, e de fazê-lo amadurecer numa relação mais profunda e continuada na vida do jovem casal. Essa experiência de fé, com certeza, abriu-lhe novos horizontes de vida, os quais, dificilmente, se podem entender sem essa ótica de conversão.

Enfim, Deus age na nossa história, nas nossas realidades, mas, ao mesmo tempo, também nós precisamos agir respondendo a essa ação. Sem essa colaboração, é difícil fazer uma experiência de fé, porque Deus pode agir, mas se nós não respondermos, tudo se torna em vão.

Padre Cláudio Pighin
Doutor em teologia, mestrado em missiologia e comunicação

27 de agosto de 2012

Eu e minha casa serviremos ao Senhor!

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Quem não vive para servir, não serve para viver

A frase é de uma das maiores personalidades do século XX, Mahatma Gandhi, que conduziu seu país, a Índia, assim como muitos outros, a encontrar o caminho da independência e da democracia por meio da não violência ativa: "Quem não vive para servir, não serve para viver". Viver para servir! Proposta desafiadora, fonte de realização para todos os seres humanos, caminho de felicidade. Parece-nos encontrar aí uma das muitas sementes do Verbo de Deus, plantadas na sabedoria e na prática religiosa da humanidade, pois a própria Palavra Eterna do Pai encarnada, Jesus Cristo, mostrou a que veio, abrindo perspectivas novas para Seus discípulos e para toda a humanidade: "Eu vim não para ser servido, mas para servir e dar a vida por resgate de muitos" (Mc 10,45). Jesus Cristo veio ao mundo para fazer a vontade do Pai, para servir. 

O Antigo Testamento reporta a história de Josué, a quem foi dada a tarefa de introduzir o povo de Deus na Terra Prometida. Como havia acontecido na chamada Assembleia do Sinai, quando Moisés, em nome de Deus, pediu ao povo a definição de rumos diante da aliança estabelecida, também em Siquém se reúnem todas as tribos de Israel (cf. Js 24,1-18). A escolha de Josué, em nome de toda a sua família, é muito clara: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor"! Nas diversas etapas da história da salvação, retorna a provocação positiva que toca no mais profundo da liberdade humana. Trata-se de escolher o serviço a Deus, optar pela fidelidade à Sua Palavra, cumprir Seus mandamentos, assumir a missão confiada àquele povo escolhido. A resposta do povo de Deus a Josué é decidida: "Nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus" (Js 24,18). Durante os séculos que se seguiram, continuamente o Senhor enviou emissários que o chamaram, de novo, à fidelidade!

Veio Jesus, chamou os discípulos e começou uma nova forma de viver. Do meio deles, escolheu apóstolos, criou relacionamento diferente, acolheu crianças, chamou justos e pecadores, derrubou barreiras culturais e religiosas, abriu a estrada da fraternidade. Também o Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, entrou no maravilhoso jogo de provocação à liberdade humana. Depois das primeiras etapas da pregação do Reino e da constituição de uma nova comunidade de irmãos - os chamados evangelhos sinóticos - Jesus pede aos discípulos uma definição: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Cf. Mt 16,13-20; Mc 8,27-30; Lc 9,18-21). 

Já o Evangelho de São João, no texto que a Igreja proclama no vigésimo primeiro Domingo do Tempo Comum (Jo 6,60-69), traz uma pergunta altamente provocante, após a multiplicação de pães e o discurso de Jesus sobre o Pão da Vida: "Vós também quereis ir embora?". Vem de Pedro a resposta que continua a ressoar pelos séculos: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus!" Os discípulos aprenderam a seguir Jesus a partir da fé professada naquele que é Santo de Deus, Messias, Cristo, Filho de Deus. A Igreja não se cansará de proclamar a mesma fé em Jesus Cristo até o fim dos tempos.

Após a Ressurreição, a ascensão de Cristo e o Pentecostes, foi chamado aquele que, perseguidor implacável, veio a ser apóstolo das gentes. É o próprio Paulo quem conta, numa das narrativas de sua conversão, a pergunta que brota no coração de todas as pessoas que se encontram com Jesus Cristo: "Senhor, que queres que eu faça?" (At 22,10) A graça do apostolado continua a se multiplicar na Igreja. Quantas pessoas são chamadas a servir ao Senhor no anúncio da Boa Nova da salvação, nos ministérios e serviços existentes nas Comunidades Cristãs! Que profusão de carismas suscitados pelo Espírito no coração da Igreja, por meio dos quais as palavras do Evangelho são postas em prática e "lidas" nas inúmeras obras de caridade e de serviço existentes em toda parte! E como não reconhecer a beleza do serviço prestado por homens e mulheres, adultos e jovens que desempenham a missão de catequistas em nossas paróquias?

São pessoas que experimentaram a graça do seguimento de Jesus e não podem se calar. São leigos e leigas que, nos serviços internos da Igreja, nas inúmeras frentes de trabalho apostólico e na caridade, podem dizer com o apóstolo São Paulo: "Anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar o evangelho!" (1 Cor 9,16).

Por isso, fixem seus corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Com todas estas pessoas, agradecemos a Deus pelo mês dedicado às vocações. Em sua conclusão, temos o direito e o dever de acolher as novas e muitas vocações para o serviço ao Senhor e à Sua Igreja.



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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

20 de agosto de 2012

Oração do Encontro Internacional da Juventude Vicentina 2013

Deus da vida e do amor, 
nós vos louvamos e agradecemos, 
por que nos chamais a seguir vosso Filho Jesus, 
nas trilhas de São Vicente de Paulo.
Conheceis o nosso íntimo 
e sabeis do bem de que somos capazes,
fazei-nos descobrir o sentido da vida 
no ardor da  caridade e da missão,
como amigos solidários dos pobres,
artesãos da justiça e da paz.
Vós, Senhor,
sois a alegria de nossa juventude,
tornai-nos fecundos na oração, 
criativos no serviço e audazes nas tentativas,
missionários de vossa caridade, 
vicentinos felizes, 
livres e comprometidos, 
no caminho do vosso Reino.

Amém.

Virgem Maria, sinal de Deus para nós

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No mundo marcado pelo poder, ela se fez escrava do Senhor

Deus fala sempre e é necessário apurar os ouvidos diante de Suas Palavras. Muitas vezes, o silêncio é a Sua voz (Cf. Is 30,15; Sl 64,2), outras se manifestam por meio de pessoas por Ele enviadas, cujos gestos e respostas aos apelos do Senhor são altamente eloquentes. Grita bem forte, diante da história, o sinal que é a Igreja, esposa de Cristo, cuidada com amor por aquele que se entregou para fazê-la santa e imaculada. Sinal de Deus é o fato de ser esta mesma Igreja constituída por homens e mulheres marcados pela fragilidade comum a toda a natureza humana, mas tocados pela graça de Deus, que os conduz progressivamente à estatura de Cristo (Cf. Ef 4,13-16). O mistério de Cristo, luz do mundo, há de resplandecer na face da Igreja.

Tudo o que se diz da Igreja, em geral, pode ser aplicado em particular àquela que foi escolhida e preparada pelo Pai do Céu para ser Mãe de Seu Filho amado, a Virgem Maria, Imaculada, assunta ao céu, sinal de Deus para o mundo. Por outro lado, tudo o que se diz de Maria pode ser aplicado à Igreja no seu conjunto, como graça e vocação (Cf. Ap 11,19; 12,1-10). Ao celebrarmos com a Igreja a Festa da Assunção de Nossa Senhora, deparamo-nos com uma torrente de ensinamentos a serem colhidos com sabedoria, ainda que não sejamos capazes de absorver toda a riqueza dos mistérios de Deus, realizados em santa cumplicidade com a humanidade, nos quais nos envolvemos, com Maria e do modo de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

O fato de Deus ter preservado a Virgem Maria
da corrupção, elevando-a em corpo e alma, "assumindo-a" na "assunção", traz consigo a lição do grande valor dado por Deus a tudo o que é humano. Não nos é lícito desprezar o corpo humano, as realidades terrestres destinadas a contribuírem à realização das pessoas, a beleza da natureza, o relacionamento entre elas. Tudo tem um destino de felicidade e de eternidade, tanto que buscamos um novo céu e uma nova terra, onde Deus será tudo em todos! É inclusive condição para a realização humana nesta terra o olhar otimista dos cristãos em relação a toda a criação. Cabe a eles passar pelas estradas do mundo plantando e colhendo o bem, recuperando a realidade e o sonho oferecidos por Deus no Livro do Gênesis, pois ele nos quer felizes no Paraíso. Nossa vida na terra é ao, mesmo tempo, saudade e esperança do Paraíso. Em Cristo, Salvador e Redentor, tudo é recapitulado, ganha um novo e definitivo sentido.

Olhar para o grande sinal aparecido do no céu e dar-lhe um nome: Maria! – traz ainda a grande certeza de termos uma Mãe no Céu, criatura como todos nós, mas escolhida, preservada do mal e elevada à comunhão plena com a Trindade. Um privilégio e uma graça que a tornou missionária. Ela chegou na frente para nos mostrar a estrada. Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,39-45) para nos mostrar o caminho da bênção. Ela é Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do presente e do futuro! Junto de Deus está a nossa humanidade. Estabeleceu-se um laço definitivo pelo que nós podemos renunciar a olhar para o Céu e caminhar para lá. 

Olhando para aquela que foi assunta ao Céu, parece-me encontrá-la realizada aqui na terra, em muitas outras pessoas que trazem os traços de Maria. Dentre tantas, no mês dedicado às diversas vocações na Igreja, volto meu olhar para os homens e mulheres que descobriram um chamado semelhante ao de Maria, tornando-se sinais da plenitude do Reino de Deus, na vida religiosa. Quando muitos põem toda a esperança nos bens da terra, a vida religiosa proclama a plenitude de Deus, com a bem-aventurança da pobreza, transformada em voto, entrega total de vida, e diz a todos que Deus eleva os humildes, despede os ricos de mãos vazias e sacia de bens os famintos. Com a virgindade e a castidade vividas e testemunhadas, os religiosos e as religiosas reconhecem que Deus olhou para a pequenez de seus servos e servas, e o proclamam senhor de todos os seus afetos, dispostos a construir a fraternidade, não constituindo para si uma família própria, mas suscitando a ternura da família dos filhos de Deus.

Ao mundo que luta pelo poder e o domínio de uns sobre os outros, a vida religiosa proclama, com o desafiador voto de obediência – "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" – que Deus derruba do trono os poderosos. Nos religiosos e nas religiosas o Senhor Jesus quer continuar a se fazer servo, obediente até à morte, e morte de Cruz (Cf. Fl 2,1-11). São pessoas que podem ser parecidas com Nossa Senhora, são homens e mulheres "apressados", desejosos de viver, desde já, os valores da eternidade. Sintam-se reconhecidos e valorizados pela sociedade, pela Igreja e por todas as pessoas que têm sede de Deus e muitos jovens experimentem o chamado a seguir Jesus de perto nesta forma de entrega à Igreja e ao Reino de Deus.


Com Nossa Senhora, com a Igreja e com as pessoas consagradas na Castidade, na Pobreza e na Obediência, pedimos ao Pai, Deus e eterno e todo-poderoso, aquele que elevou à glória do Céu, em corpo e alma a Virgem Maria, que nos faça viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

16 de agosto de 2012

Seguindo o exemplo da Virgem Maria

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Tudo está submetido ao poder de Deus

Não sabemos para onde apontam os sinais da realidade brasileira em momentos de campanhas eleitorais e do cenário de julgamento do mensalão. Será que, em tudo isso, está a vitória do povo brasileiro? Quem sairá ganhando? Quem vai perder? É a grande incógnita de um país que não prima pela justiça.


A Festa da Assunção de Maria contempla a vitória de Jesus Cristo sobre todos os poderes que tentam impedir a construção do reino de Deus. Maria é sinal da Igreja, cuja missão é conduzir o povo para a condição de liberdade e de vida feliz. Isto acontece na prática da fraternidade e da partilha em gesto de justiça.

A fé e o compromisso com o reino da vida são fundamentais. Isto é condição para que a pessoa seja sinal e aponte para o bem de forma correta. A fé na Palavra de Deus gera compromisso e faz das pessoas discípulas e missionárias de uma cultura de paz. Isto supõe dizer nas palavras de Maria: "Eis a serva do Senhor" (Lc 1, 38).


Quando vamos ao encontro do outro, como fez Maria em relação a Isabel, algo de revelador acontece. A generosidade, o serviço, o querer ajudar os mais necessitados acaba sendo sinal da presença de Deus, fazendo a pessoa superar todo tipo de atitude egocêntrica, egoísta e alheia às carências dos marginalizados da comunidade.


Tudo na natureza e na história está submetido ao poder de Deus, mas é uma realidade também sujeita à ação do mal. O Apocalipse apresenta a figura do "dragão" que está, a todo momento, desarticulando os planos do Criador. É o retrato de quem sinaliza o poder destruidor, seja de autoridades ou de pessoas comuns.

Não podemos viver esperanças vãs nem uma fé inútil, porque deixamos de ser sinal de vida para o mundo. Maria, com muitos títulos, foi sinal de uma nova realidade. Ela é sinal da Igreja com a missão de levar Cristo para as pessoas.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba 

14 de agosto de 2012

O verdadeiro bem dos filhos

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O que de melhor posso deixar para os meus filhos?

Um dos maiores amores do mundo é aquele que - com algumas tristes exceções - os pais têm pelos filhos. Sai-lhes da mais entranhada fibra da alma querer bem a seus filhos e desejar o melhor para eles. Mas são poucos os que entendem qual é o maior bem para eles.

Muitos dirão que o maior bem é a saúde, porque é um pressuposto básico de quase todos os outros bens: "Tendo saúde, tudo se pode superar, tudo se pode conseguir!". Será preciso, como é lógico, acrescentar uma boa educação (procurar - como costumam dizer muitos pais orgulhosos dos filhos - que "não fumem, não bebam, não caiam na droga") e proporcionar-lhes um preparo profissional de excelência, o qual lhes permita ter segurança e bom nível material de vida pessoal e familiar.

Será que isso é o "maior bem", o "melhor" para os filhos? Tudo o que acabamos de mencionar é excelente, sem dúvida, mas não é o mais "essencial"; em vários aspectos, nem sequer é "imprescindível" (há, por exemplo, pessoas com sérias deficiências físicas ou com carência de bens materiais que são fantásticas, realizadas e felizes).

Seria um contrassenso que o bem mais "essencial" fosse desprezado, deixado de lado pelos pais. Faltando o essencial, todas as coisas "boas" dos filhos ficam como os materiais excelentes de uma ótima casa, a qual não tem alicerces nem pilares sólidos. É bom lembrar o que Cristo diz da casa construída sobre a areia: "Caiu a chuva (das dificuldades e provações), vieram as enchentes (momentos de crise e tormenta familiar, profissional ou social), os ventos sopraram e se abateram contra aquela casa (injustiças, perseguições, inimizades, falência, dívidas, etc.) e ela desabou. Sua ruína foi grande (cf. Mt 7,27).

Daí a grande importância de não perdermos nunca de vista qual é o verdadeiro bem do homem, o único bem imprescindível, sem o qual nenhum dos outros se sustenta. A resposta a essa questão já foi dada por Cristo: "Que aproveita o homem ao ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? Ou que poderá dar o homem em troca da sua alma? (Mt 16,26).

São palavras que brilham como um farol no meio do nevoeiro. Nenhum "bem" vale a pena se a alma estiver privada da Vida divina, da Verdade e da graça de Deus. Com efeito, sem a graça divina, uma alma está "morta" e, então, as melhores qualidades e "bens" de que possa dispor não passam de flores vistosas enfeitando um corpo sem vida. Estando ausente a vida, "de que aproveitam" as flores?

Os pais deveriam pensar mais nisso, todos os pais cristãos deveriam ser capazes de compreender o que significa Cristo, o único Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6), e o valor de uma eternidade feliz. Uma e outra vez deveríamos repetir-nos que "querer bem" outra coisa não é senão "querer o bem" dos filhos, e que não pode haver "bens" autênticos quando falta Deus. "A quem tem Deus - dizia Santa Teresa de Ávila - nada lhe falta". A quem não O tem - poderíamos acrescentar - falta-lhe o suporte, impedindo que as melhores coisas (família, amor, alegria, sentido da vida) se esfarelem.

É excelente, sem dúvida, o empenho dos pais para que os filhos tenham saúde, cultura, bem-estar, capacitação profissional que lhes permita enfrentar, com segurança, o futuro. Mas é um empenho muito mais excelente e vital - por ser decisivo nesta terra e na eternidade - esforçarem-se com a sua oração, o seu exemplo e uma orientação prudente e contínua, para que os filhos conheçam as verdades da fé cristã - a doutrina salvadora de Cristo - e aprendam a amá-las e praticá-las.

Podem ter a certeza de que as virtudes cristãs de um filho vão lhe fazer, ao longo da vida, um bem infinitamente maior do que todos os diplomas ou contas bancárias que lhes possam proporcionar. Mil vezes mais vale a fé do que a saúde, a união com Deus do que o sucesso. Só as virtudes cristãs são os tesouros verdadeiros de que Cristo falava (Mt 6,19-20).

Somente esses tesouros proporcionam, àqueles que amamos, a "realização", o bem pleno, quer nesta terra, quer na eternidade. Sem esta convicção, todos os carinhos cheios de boa vontade podem vir a desfazer-se como um sonho ilusório.

Por isso, sempre deveria ecoar em nossos ouvidos, como um norte para a vida e, especificamente, para a família, o segredo que Cristo confidenciou a Marta: Tu te inquietas e te perturbas por muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada (Lc 10, 41-42). A "melhor parte" é estarmos junto de Cristo, segui-Lo atentos às Suas palavras, fazer do amor de Deus e da Sua santa vontade a estrela que guia nossa vida. Aí está o verdadeiro bem do homem.


Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/

10 de agosto de 2012

Sacerdotes, nossos pais

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Eles participam das nossas tristezas e alegrias

Todas as religiões sempre se valeram dos préstimos de coordenação dos líderes religiosos. Encontramos gurus, pastores, sacerdotes, pajés, levitas, mães de santos, feiticeiros... Na maior parte dos casos, trata-se de gente de boa fé, querendo prestar serviços à humanidade diante do mundo divino. Até entre os ateus encontramos "apóstolos" que promovem a "evangelização" e querem libertar a raça humana de vãos temores. 

Não lhes nego a possibilidade de reta intenção, mas sabemos que todos esses líderes ocupam posições frágeis. A membrana que separa a verdade da mentira, a retidão da injustiça, a honestidade da exploração, é muito tênue e porosa. Não é fácil passar por tudo isso sem, ao menos, chamuscar as vestes.

Na Santa Igreja, temos uma figura que, em muitos aspectos, participa de eventuais características de fragilidade dos líderes religiosos. Alguns o chamam carinhosamente de padre, de presbítero, de sacerdote, de clérigo ou até de levita. Dentro da economia de salvação, trazida pelo Sumo-Sacerdote Jesus Cristo, a pessoa central na Igreja é o bispo, sucessor dos apóstolos. 

No dia-a-dia da vida da comunidade, a pessoa fulcral é o padre. É ele quem está em contacto permanente com os fiéis, participa de suas tristezas e alegrias, chama as ovelhas cada uma pelo nome, distribui-lhes os tesouros da salvação, organiza a vida religiosa e lhes ministra a Palavra Sagrada.

Nada a estranhar que o povo espere de seus presbíteros
uma grande santidade de vida. Posso garantir aos meus amigos que a preparação dos padres é séria e se estende por vários anos. Mas quero mostrar também que - muitos talvez não o saibam - uma vez ordenados, os sacerdotes passam por uma formação permanente com cursos, reuniões, planejamentos, retiros, dias de estudo e de oração.

Ademais, uma coisa que muitos veem, mas pouco se comenta é que os padres são pessoas quase únicas, pois eles têm a coragem de apostar sua vida nessa nobre missão; deixam de formar uma família para se tornarem pais de uma grande comunidade, pela qual empatam tudo. "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos" (Jo 15,13).


Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba, MG

8 de agosto de 2012

Eliminando os maus vícios

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Para manter-se fiel é preciso ser coerente


Nossa vida nem sempre está preparada para acolher novidades, projetos novos, etc. A vida pode ser comparada a um campo virgem; no momento em que se deseja plantar nele, é preciso prepará-lo bem. O agricultor, que somos nós, prepara o terreno, busca fertilizar a terra e só depois planta os grãos. Enquanto não era fértil, nada nele crescia, mas agora que o terreno é bom, nele também podem crescer sementes de outras plantas que não foram semeadas, que estavam ali antes do solo ser adubado e que colocam em risco a boa semente. Assim também acontece com um ideal.

Ao lado de um ideal, surgem também vícios e hábitos adquiridos antes dele, os quais, se não forem combatidos, acabam por ferir ou mesmo destruir todo o objetivo, todo o projeto e, por fim, toda a vida. Não é possível cultivar costumes de naturezas diversas no mesmo campo. No Evangelho de Mateus (Mt 13), encontramos a parábola do semeador e vemos os riscos que a semente corre para seu desenvolvimento, porque o terreno está cheio de hostilidades. Se os espinhos crescem ao lado da boa semente, podem vir a sufocá-la. O ideal, que é a semente, era boa; a terra era de boa qualidade e fertilizada, mas as pragas do campo terminaram por sufocar a semente.

O bom trigo não cresce onde os espinhos não são arrancados. Por isso, se não arrancamos de nós os hábitos contrários aos nossos projetos, eles acabarão sufocando aquilo que de bom estávamos cultivando. Ao lado de um ideal sempre crescem seus opostos; se algo é exigente, a preguiça e a distração logo se achegam como uma força contrária que impulsiona a abandonar tudo. Podemos ter os melhores projetos e propósitos, mas se não estivermos atentos às vozes contrárias que se insinuam, desorganizam nossa vida e enfraquecem nossas determinações, teremos nosso terreno, onde foi semeado o bom trigo, transformado em um grande matagal de espinhos; pior ainda quando se termina por apenas justificar a infidelidade e abandonar o terreno.

É sempre muito forte em nós um hábito antigo, um vício, etc. Se não ficarmos atentos, podemos, depois de ter trabalhado tanto, ter nosso terreno transformado em selva. Imagine tanto tempo e esforço investido em algo que, depois, termina em nada, porque faltou o último esforço. Parecendo com alguém que prepara um bolo e, depois, o deixa queimar no forno, perdendo, assim, os ingredientes e o esforço, ainda sobrando a fôrma para ser lavada.

Um exemplo disto nos dá São Paulo (1Cor 9,24-25): "Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem para conseguir uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível".

Não se compreende alguém que, desejando um casamento feliz, não procura crescer nas qualidades necessárias para um bom matrimônio e termina por destruí-lo apenas por não ter lutado contra os hábitos incompatíveis a ele. Ou alguém que, num momento de dificuldade, não busca adequar seu jeito de ser ou comportamento, de tal forma que possa superar o problema. A boa disposição deve comportar a capacidade de privar-se daquilo que é menor que o ideal, de tal forma a poder conquistá-lo. Não é possível ficar com a melhor parte de tudo.

Para manter-se fiel e perseverante é preciso ser coerente. Quando se propõe uma meta, um ideal de vida e um crescimento é preciso limpar a alma do vício que lhe é contrário. Interessante que uma gota de veneno em um copo de água limpa torna toda a água um veneno; mesmo a proporção do mal sendo pequena, ele é sempre nocivo. É preciso escolher. Não pode haver incompatibilidade entre os ideais e os meios para atingi-los. Devemos rejeitar tudo que é incompatível com nosso ideal de vida para conseguirmos realizá-lo um dia. Uma vez que se deseja algo também é preciso desejar os meios corretos que conduzem a ele, mesmo que existam incômodos que, se rejeitados, conduziriam o ideal ao fracasso.

Deus os abençoe e até o próximo artigo na semana que vem!

Padre Antônio Xavier - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padrexavier

6 de agosto de 2012

Apaixonei-me pelo meu amigo

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Nossas carências podem ofuscar nossa visão

Em nosso dia a dia, estamos sempre abertos a viver novas experiências, pois sabemos que a conquista de novas amizades é algo que nos faz crescer. Dessas amizades, há aquelas com quem mantemos maior empatia e, sem grandes dificuldades, estabelecemos grandes vínculos.


Com isso, a conversa flui com facilidade, a simpatia da pessoa nos atrai e as nossas afinidades nos levam a "baixar a guarda" de nossos medos e receios. Sem perceber, está estabelecida uma reciprocidade com quem não hesitamos em partilhar nossas conquistas, vitórias, alegrias, medos, sonhos e, até mesmo, de partir em defesa dessa pessoa se necessário for.

O zelo e o cuidado mútuo alimentam os nossos sentimentos, estreitando e valorizando, fortemente, os laços com os quais estamos envolvidos. Isso faz com que nos tornemos cada vez mais próximos um do outro.

A íntima relação com tal pessoa poderá nos conduzir por veredas, onde a atmosfera estabelecida, tiraria o fôlego de nossa razão e ofuscaria nossa visão, a ponto de acharmos que estamos apaixonados. Tomados por essa sensação, podemos permitir viver outro tipo de envolvimento, somente pelo fato de sermos objeto da preocupação e da atenção recebida da pessoa querida, senão da amizade.

A liberdade que encontramos dentro de tal relação poderá nos abalar emocionalmente, de maneira especial, se estivermos atravessando momentos delicados em outras esferas de nossos relacionamentos. Algumas vezes, podemos viver certos tipos de carências que precisam ser sanadas, a fim de não confundir nossas emoções dentro de um relacionamento que já foi estabelecido ou o que ainda está por se estabelecer. 

Quais limites poderiam nos valer, como alerta, a respeito de outros sentimentos que poderiam emergir entre uma grande amizade que se desponta? Assim como o valor de um diamante se concentra na ausência de impurezas, nossos sentimentos, da mesma forma, precisam ser lapidados, eliminando as impurezas que podemos trazer para dentro de uma nova experiência, especialmente, quando nos sentimos perdidos no "oceano" de nossas carências.

Tal compromisso não isenta aqueles que são apenas amigos ou outros que já vivem o compromisso de namorados; mas também aqueles que já partilham com outra pessoa um estado de vida definitivo, pois ninguém está livre das crises que poderão abrir as portas para outros tipos de afeições.

Os resultados obtidos dessa experiência poderão não ser tão tranquilos quando nos deixamos envolver pelos desejos potencializados, por outras necessidades, e não aquelas que anteriormente intencionávamos estabelecer.

A linha que separa e define as fronteiras de nossos relacionamentos é tênue, mas se estabelece na clareza daquilo que buscamos fundamentar em nossas amizades, especialmente quando se trata do convívio com o sexo oposto.

Precisamos entender que as confusões de nossos sentimentos, quase sempre, está relacionadas a algum outro tipo de cuidado que deixamos de experimentar, o qual poderia nos ludibriar com o menor gesto de atenção, recebidos da pessoa com quem estabelecemos contato.

Dessa forma, para evitar que surja, dentro de uma grande amizade, segredos que poderiam causar sofrimentos para todas as demais pessoas com quem convivemos, precisamos estar atentos a qualquer tipo de intimidade ou aproximação que não caberia no relacionamento, o qual procuramos manter com o (a) amigo (a).

Certamente, a postura contrária para aquilo que os nossos sentidos clamam diante da possibilidade de um envolvimento não será fácil. Assim, a outra pessoa, percebendo os caminhos pelos quais a amizade está se enveredando e as circunstâncias pelas quais fazem crescer outros apelos, precisará também buscar forças para a retomada do equilíbrio daqueles sentimentos fugazes que ambos se encontram envolvidos e que podem esvaziar a beleza daquilo que poderia ser uma pura amizade.

Deus abençoe nossas amizades!

1 de agosto de 2012

Michael Thio em visita a Brasília

07.08.2012


Hoje (2012) com 67 anos de vida, 45 anos de confrade, proclamado aos 22 anos de idade, este é o perfil do dedicado e novo presidente do CGI, Michael Thio, eleito em 2010 para um mandato de 06 anos.

Ele teve 87 votos concorreu à vaga com mais três candidatos: o israelense Karim Albert Cheikho-3 votos; e os brasileiros Cristóvão Gomes Gonçalves-8 votos e Nélson Antônio de Souza-1 voto.

Nascido em 1945, Michael Thio entrou para a SSVP no ano de 1967. Foi secretário e, logo depois, presidente de Conferência, CP e do Conselho Nacional de Cingapura. Entrou no CGI em 1988 (com 21 anos de confrade) na função de coordenador, depois, passou aos cargos de Vice-presidente Territorial Internacional para a Ásia e Oceania; Vice-presidente Geral Adjunto para Estrutura e Vice-presidente Geral até junho de 2009. Também foi presidente da Comissão Técnica Territorial desde 2005.

PROPOSTAS DE TRABALHO:

 

01-Buscar e reforçar a internacionalização da Sociedade de São Vicente de Paulo;

02- Empreender uma iniciativa de marketing e comunicação para promover e dar notoriedade à SSVP, contribuindo também com o recrutamento de novos membros, em particular os jovens;

03- Estender nossos serviços e apostolado pelo projeto de 'Mudança de estruturas';

04- Estender nossa colaboração com outros membros da Família Vicentina e outras organizações missionárias e de caridade; católicas e cristãs;

05- Reforçar a formação espiritual dos membros e líderes, com programas de desenvolvimento e formação, com a contribuição da Fundação Bailly e Lallier;

06- Conservar uma situação financeira sólida para a continuação da ajuda global aos menos favorecidos;

07- Trabalhar com o estabelecimento oficial da Sociedade na China que, devido ao elevado índice populacional, nos dá uma grande oportunidade de incluirmos nosso apostolado;

08- Manter uma relação sólida com a hierarquia da Igreja, e defender os oprimidos e os Pobres, promover o respeito dos Direitos Humanos para restaurar e preservar a dignidade humana.

 

NO BRASIL

 

Michael Thio vindo participar do aniversário de fundação (04.08.1872) da Conferência São José no Rio de Janeiro – R.J. a 1ª do país, quer conhecer a organização da SSVP brasileira e a forma como o maior país vicentino do mundo organiza os trabalhos. Em visita ao Brasil, no mês de agosto, ele pretende conhecer todos os processos pelos serviços aos Pobres. "Será muito interessante visitar o Brasil e ver, por mim mesmo, a organização da SSVP e o grande trabalho que os vicentinos brasileiros estão fazendo em servir a Cristo nos Pobres e necessitados", disse em entrevista à revista Boletim Brasileiro, edição julho/agosto. Ele também quer conhecer os desafios enfrentados pelos confrades e consocias brasileiros. "O Brasil é o maior país vicentino, com o maior número de vicentinos e elevada participação dos jovens. É um país muito grande, e eu tenho certeza que servir aos necessitados apresenta um grande desafio aos membros da SSVP local", afirma. Um dos temas tratados durante a visita será a possibilidade de a SSVP brasileira trabalhar focada no projeto 'Mudança de Estruturas', visando à retirada do vulnerável do ciclo de pobreza, tornando-o independente. "Desta forma, ajudar a restaurar-Lhe a dignidade da pessoa humana. Assim, Ele e Sua família poderão levar uma vida humana normal", reforça Michael Thio. O presidente internacional passará por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

O que o presidente do CGI significa para todos os vicentinos?

Significa o traço de união e autoridade moral. Representa a SSVP junto a Santa Sé e junto de todos os organismos internacionais religiosos e civis, e de uma maneira geral junto de qualquer entidade pública ou privada. Ele personifica a unidade da sociedade no mundo.

Transmissão da palestra em Brasília: www.ustream.tv/channel/ssvp-brasilia

Fiquem todos com Deus

Cfd Mago Rabelo

Maria, humana como nós

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Ela foi a pessoa que melhor realizou a vontade de Deus

O gênero humano possui duas naturezas: a corporal e a espiritual. (CIC, 2337). Uma bonita característica desta realidade é que tudo aquilo que somos neste mundo têm como finalidade última revelar a nossa identidade eterna, como disse o Papa João Paulo II em uma de suas catequeses: "O corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível. Foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus, e assim ser sinal d'Ele (Teologia do Corpo, nº 19, de 20/02/1980).

Até a essência humana do "Homem-Deus" teve esse propósito: "a pessoa humana do Cristo pertence 'in proprio' à pessoa divina do Filho de Deus, Sua vontade e inteligência têm como primazia a revelação do ser espiritual da Trindade (CIC, 470).

Podemos identificar uma mostra disso ao checar a vida dos santos, aqueles que já alcançaram a glória junto ao Altissímo, mas que, desde sua vida terrena, enquanto peregrinos neste mundo, demonstravam habilidades, carismas e dons que faziam parte da identidade eterna a respeito deles.

Perceba que aqueles que foram elevados aos altares, os mais conhecidos, são tidos como padroeiros e intercessores de causas específicas conforme suas experiências vividas em sua passagem aqui na terra. Dom Bosco, hoje no céu, continua intercedendo pelos jovens; São Lucas, médico (cf.Cl 4,14), é padroeiro destes profissionais da medicina; Santa Cecília, musicista, é auxiliar espiritual dos músicos, e assim por diante.

Neste contexto, destacamos Maria Santíssima. Ela foi a pessoa humana que realizou, da maneira mais perfeita, a obediência da fé (CIC, 148), por isso está acima de todos os santos. Ela teve, em sua humanidade, a dádiva de ser mãe como maior incumbência e a mantém na eternidade. Tudo nela diz respeito à maternidade.

Aquilo que conhecemos a seu respeito, proclamado pela Igreja em seus títulos, já tinham um traço, uma característica que ela desenvolveu em sua vida neste mundo. A personalidade, a alegria, o silêncio, o serviço, a feminilidade, a prontidão, o ser educadora, a intimidade, o modo particular de ser mãe, correspondem ao cuidado que Cristo desfrutou e que, ainda nos tempos de hoje, nós também podemos obter de Maria. Nisso tudo, ela antecipava o ser "Auxiliadora", "Rainha de Paz", distribuidora de "Graças", "Medianeira", mulher "das Dores" etc.

Nela, o "dom da maternidade" atinge seu significado mais profundo e perfeito desde sempre e para sempre.

Maria, a mãe de Jesus, é e sempre será a mãe de toda a Igreja. Sem nenhuma exceção, aqueles que são gerados no Cristo herdam a filiação do Pai das Misericórdias e também dessa Mãe Dulcíssima, que nos acolhe e nos ama, pois, somos membros do Corpo Místico de Jesus, no qual Sua dimensão física foi gerada por Maria.

Ela é o modelo de mãe que concebe o corpo e também cuida para que o filho alcance a plenitude da vida espiritual e da vontade de Deus a seu respeito.

Ao vislumbrar o rosto humano da Virgem de Nazaré, seremos impulsionados a aumentar nosso amor, nossa devoção e entrega a Nossa Senhora, como também será uma provocação, partindo dos exemplos de Maria, a encontrar a iniciativa do Senhor no sentido de nossa própria existência, conhecer o que Deus pensou a nosso respeito para esta vida e para a eternidade.

Maria, mãe da ternura, rogai por nós!
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Sandro Ap. Arquejada
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