Não caia no pecado de rejeitar o Cristo
O Filho de Deus se fez como qualquer um de nós, e aqui está o nó da questão. Muitos afirmam que não creem, porque não veem. Os conterrâneos de Jesus não creem, porque veem o Jesus trabalhador, o Filho de Maria, um Homem do povo, que não frequentou nenhuma escola superior, um Homem que vem de Nazaré, lugarejo insignificante.
O escândalo da encarnação continua sendo um espinho atravessado na garganta de muito cristão de boa vontade. Por se encarnar nas realidades humanas, Jesus-Messias foi rejeitado. Ele faz pensar no desafio que é a encarnação do Evangelho na realidade do povo. Não podemos ficar paralisados como os conterrâneos do Senhor, pois Este rejeita o pecado da vaidade, do orgulho e da prepotência. Também rejeita o pecado da violência, da ganância e do egoísmo.
Muitas vezes, queremos um Cristo que aprove os nossos erros e que aplauda o nosso falso sucesso obtido à custa de opressão e desonestidade. Muitas vezes, não aceitamos um Cristo manso, pacífico, simples, humilde. A soberba nos faz querer um Cristo imponente, rico, opressor.
A nossa cegueira não concebe um Cristo que nos sugere o serviço aos irmãos, a capacidade de perdão, a simplicidade de coração. É preciso que meditemos sobre isto e transformemos a nossa vida. Jesus se fez um de nós a fim de facilitar o nosso entendimento, e não para complicá-lo. Ele se fez um de nós para que percebêssemos que as glórias deste mundo nada valem, que fomos feitos para uma glória maior.
Somos fracos, apegados às ilusões deste mundo e não percebemos os valores eternos. Renunciar ao pecado e aderir à mensagem de Cristo é o gesto mais sábio que um cristão pode ter.
Peçamos ao Senhor Jesus que Ele não permita que as adversidades nos impeçam de seguir adiante no cumprimento da missão a nós confiada.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)