O tempo é breve; estamos nos últimos dias!
Meus caros, contextualizando-nos com a Palavra do Senhor - "nestes dias, que são os últimos" (Hb 1, 2) -, podemos compreender melhor o que Jesus vem falar aos discípulos deste nosso tempo, os quais são chamados a cultivar características fundamentais que remetem ao estilo de vida e missão do próprio Mestre, Salvador e Senhor.
Como é belo percebermos, na revelação de Jesus, a verdade que liberta! Palavra que tem o poder de nos salvar de toda e qualquer ilusão e triunfalismo, joios semeados constantemente no campo deste mundo. O grande e mau semeador de todas as espécies de vícios já sabemos quem é. Se você não sabe, prossigamos com coisas mais importantes!
Voltando ao Bom Semeador, a Palavra nos releva, de diferentes formas, que Ele nos quer participantes ativos de Sua evangelização, sempre antiga e nova, e perseverantes em todas as circunstâncias, inclusive nas mais exigentes que podem se apresentar a qualquer momento do nosso dia. Isto não significa que temos a capacidade de nos proteger completamente, ou seja, nos autosalvarmos. Pelo contrário, o Senhor nos aponta a vivência da humildade que precisa nos ajudar a nos percebermos «como ovelhas no meio de lobos» (v. 16).
É assim que Ele nos envia, como seres vulneráveis e necessitados de guias, ou seja, de um Bom Pastor que também é Bom Semeador. Para esboçarmos um Mundo Novo, a Palavra também nos promete o Espírito Santo capaz de nos exercitar em qualidades que nos diferenciarão sempre daqueles destiladores ou semeadores dos venenos próprios dos espertos de um mundo feito na mentira.
O Senhor nos quer sim, experts em sermos «prudentes como as serpentes e simples como as pombas» (v.17). O Paráclito prometido por Jesus (cf. Jo 16) é como o cajado do Bom Pastor a nos auxiliar no deserto desta vida, num caminho ladeado por perigos. O cristão vive desta esperança e experiência já expressada pelo salmista: «Ele faz descansar em verdes prados, em águas tranquilas me conduz. Restaura as minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome» (Sl 23, 2-3).
Como pensarmos em tranquilidade e qualidade diante de um Evangelho tão dramático em várias partes? Jesus não nos aponta as hostilidades que acompanham e seguem os discípulos verdadeiros nos espaços religiosos, familiares e sociais? É verdade! Mas com o assemelhar-se radical a Cristo, vem a certeza da presença e salvação experimentada por aquele ou aquela que viveu o nome e por Ele sofreu: «Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo» (v.22).
Por isso não há verdadeiro discípulo sem um relacionamento crescente e crente com o Pai, pelo Filho (Mediador) e no Espírito Santo. Com Deus desejaremos, cada vez mais, as pastagens eternas da Casa do Pai, deixaremos o Bom Pastor nos conduzir numa vida de Igreja peregrina e teremos, mais e mais, a certeza de que temos a nossa disposição e em nós a Água Viva do Espírito a nos reconfortar e inspirar: «Então, naquele momento, vos será indicado o que deveis dizer. Com efeito, não serei vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós» (v.20).
Tempos atrás, ao ouvir um bispo ameaçado de morte, ele testemunhava sobre a perseguição do pensamento de morte por assassinato, mas o quanto que o Espírito Santo não o deixava se angustiar perante esta possibilidade. Pelo contrário, dizia que, se isso acontecer, será o dia mais feliz de sua vida, pois o seu ministério Sacerdotal estará completo, pois o Bom Pastor dá a vida pelas Suas ovelhas!
Sinceramente, ao ouvi-lo, não desejei que isto acontecesse por meio de sua morte! Mas quem sou eu? No entanto, perante as exigências do Evangelho, do testemunho de muitos, ao longo da história da Igreja, e na vida do próprio Jesus, não vejo um cristão em santidade que não admita esta possibilidade. Quem não se abre a um futuro e possível dom do martírio, possivelmente, no hoje, se fechará ao desejo e ação semelhante a Cristo, Bom Pastor e Bom Semeador.
Então, como nos apresentaremos naquele dia que não tarda, como Cristo profeticamente e misteriosamente anunciou: «Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem» (v. 23). O tempo é breve, estamos nos últimos dias! É tempo de ser Igreja no mundo e para o mundo, pois o mundo novo virá!
Padre Fernando Santamaria
Missionário da Comunidade Canção Nova
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