Sábado Santo, dia de esperança
Nesse tempo, somos chamados a refletir a respeito do Mistério Pascal de Cristo, sua Paixão, Morte e Ressurreição. Num primeiro momento, Jesus se apresenta a nós como o Servo sofredor. Cristo crucificado é o homem das dores, experimentado nos sofrimentos (cf. Is 53, 1-12). Porém, este mesmo Servo, que sofreu e morreu por nós, ressuscitou e alcançou para nós a Salvação. Estávamos perdidos por causa de nossos pecados, mas Ele alcançou para nós a vida nova, que se dá pela ação do Espírito Santo em nossas vidas.
Desta forma, o Sábado Santo é o dia da espera, um dia não de luto, tristeza, mas de esperança. Pois neste intervalo de tempo, a cruz toma o seu sentido pleno, na espera da ressurreição. Por isso a cruz e a ressurreição são duas realidades que revelam a presença do Mistério de Cristo em nossas vidas. Jesus se faz presente, pois, pelo Seu Espírito, somos capazes de viver essa vida nova. Esta é a presença do Ressuscitado em nós, que nos dá a força para vivermos a radicalidade do Evangelho.
E já que ressuscitamos com Cristo, como explicar a realidade dos sofrimentos? Continuamos sofrendo porque, apesar de Cristo estar presente em nossa vida, com Ele está presente também o mistério da Sua cruz.
Ainda experimentamos o sofrimento, mesmo que pelo batismo ressuscitamos com Cristo, porque a ressurreição ainda não se realizou plenamente e de modo definitivo. No sacrifício da cruz, o Senhor pagou pelos nossos pecados e tomou sobre si os nossos sofrimentos (cf. Is 53, 4-5). Este é o mistério da cruz de Cristo Ressuscitado, que se deu na Sua Paixão e Morte no madeiro da cruz e que faz parte da vida de todos os cristãos. Por isso, somos chamados a entregar a Cristo os nossos sofrimentos, para que estes, unidos ao Seu único e eterno sacrifício, tenham valor no plano da salvação.
Meditar na cruz de Cristo nos faz lembrar que Ele morreu por nossos pecados. Fomos sepultados com Cristo, mas ressuscitamos com Ele e somos chamados a viver uma vida nova e a buscar as coisas do Alto (cf. Col 3, 1). Nesse chamado, Jesus não nos dá simplesmente uma ordem, mas também nos dá o auxílio do Seu Espírito, por isso, podemos viver como filhos de Deus. Por Seu sacrifício na cruz, Cristo pagou pelos nossos pecados, dessa forma, somos capazes de romper com o pecado e viver essa nova vida.
A cruz de Cristo, os sofrimentos e tendências para o pecado continuam a fazer parte de nossa vida. Mas, Ele também está presente, até o fim dos tempos conosco (cf. Mt 28, 20). O mistério da cruz e da ressurreição se fazem presentes em nossas vidas até a vinda do Reino dos Céus, no qual não haverá mais dor nem sofrimento. Nele acontecerá a nossa ressurreição definitiva, não haverá mais choro nem lágrimas (cf. Ap 21, 4) e viveremos com Cristo por toda a eternidade.
Natalino Ueda
Missionário da Comunidade Canção Nova