29 de abril de 2011

Excessos: você os vê em sua vida?

Imagem de Destaque

Por trás da compulsão há um descompasso, um desequilíbrio
Muitos de nós já nos pegamos fazendo algo por excesso: comer, beber, jogar, limpar, comprar, amar, depender afetivamente de alguém, mentir, ter ciúme, dentre outros. É um impulso quase que incontrolável, no qual as pessoas se precipitam e, muitas vezes, têm até dificuldade para planejar qualquer tipo de tarefa, ou mesmo planejar a parada dessa compulsão.


Quantas vezes vemos pessoas cujo "hábito" é comprar, para terem cada vez mais, pois nunca se satisfazem com o que possuem. Tal "hábito" passa a movimentar nosso sentido de felicidade: tendo isso ou tendo aquilo, jogando determinado jogo, comendo isso ou aquilo, seremos mais felizes e preencheremos o "vazio" que há em nós.

As causas do comportamento compulsivo podem ser as mais variadas: predisposição, hábitos aprendidos, histórico familiar (que também é aprendido), razões biológicas. Ao percebermos que algo "é demais", que passa dos limites do normal e saudável, decidimos parar. O ato de parar pode acontecer naturalmente para muitas pessoas, mas para uma parte das pessoas isso não acontece. Ou seja, o comportamento, chamado de compulsivo ou aditivo, continua acontecendo em paralelo à ansiedade que a pessoa vivencia.

Geralmente, são hábitos pouco saudáveis ou inadequados que são repetidos muitas vezes e levam a consequências negativas como o uso de álcool, drogas em geral, comer exageradamente, gastar fora do controle, fugir do contato social, praticar esportes em excessivamente, lavar as mãos de forma exagerada (até mesmo chegando a se ferir), participar de jogos de azar, depender de relações virtuais, excesso do uso de remédios ou de idas a médicos em busca de uma doença, dentre outros. Tais atitudes são feitas quase que automaticamente; quem as pratica não percebe ou nota prejuízos num primeiro momento.


Ter um comportamento compulsivo acontece por hábitos que são aprendidos e seguidos de alguma gratificação emocional, de algum alívio da angústia ou da ansiedade que a pessoa sente. Ou seja, ela faz alguma coisa e recebe outra em troca. Com os prejuízos que essa pessoa pode ter em seus relacionamentos, no trabalho, na saúde, ou mesmo quando os demais indicam que ela tem esse distúrbio, ela passa a se observar mais detalhadamente. Aquilo que, num primeiro momento, era fonte de prazer e gratificação, posteriormente passa a dar uma sensação negativa, pois a pessoa cede em fazer aquilo.

Se por trás dessa compulsão existe um descompasso, um desequilíbrio, é importante canalizar essa energia, que antes ia para os excessos, em outras atividades e buscar "retirar" o foco do comportamento que acarreta prejuízo para a pessoa.
Vale lembrar que todos nós temos rotinas e hábitos e isso é muito saudável; fica apenas a atenção para aquilo que é excessivo! Como dizem, de forma popular, "tudo o que é demais, faz mal"!

Então, se você identifica alguns excessos em sua vida, procure analisar os afetos que lhe faltam e como você tem canalizado suas forças, se tem buscado o ter ou fazer em troca do ser.
 
Deixe seus comentários!

Abraço fraterno!

Foto Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

27 de abril de 2011

Quando o sofrimento bater à nossa porta

Imagem de Destaque

Pare de ficar neste sepulcro e venha viver!
O Evangelho escolhido foi o da Ressurreição de Lázaro, um grande amigo de Jesus. Estar em Betânia com os amigos era uma forma de Jesus curar e restaurar as forças. Jesus Cristo sofreu muito, porque amou muito. Quanto mais estivermos ligados às pessoas, tanto mais sofreremos. Mas não construamos cercas. Tenhamos essa sensibilidade diante do sofrimento. Era isso que Jesus ia buscar em Betânia: consolo em amigos verdadeiros.


Quando Ele chegou em Betânia, já fazia 4 dias que Lázaro estava morto. Não podiam fazer mais nada, mas para Jesus não havia tempo a perder e Ele foi ter com o amigo morto. O Senhor era muito humano. Quando Ele chegou, tapou o nariz, pois a situação estava 'podre', porém, movido pelo amor àquele homem, Ele disse: 'Venha, Lázaro'. 

Na verdade, Jesus queria nos mostrar que a morte não foi feita para nós. Um dia, todos nós iremos morrer, isso é fato, mas Cristo está falando de outra morte e quer nos propor a ressurreição. Se olharmos somente para a pedra posta no sepulcro, não haverá nenhuma esperança e nos desesperaremos, porque ela [pedra] é imóvel. Se ficarmos olhando para a pedra, ficaremos fixados ali, no mesmo lugar, e não é isso que Jesus quer. "Lázaro, venha para fora". Quantas vezes experimentamos estar no sepulcro, que é um lugar escuro e cheira mal? Mas se deixarmos essa pessoa ficar lá muito tempo, não a encontraremos do mesmo jeito, pois ela entrou em processo de decomposição. É um lugar de silêncio e não há mais nada, terminou. Agora, se olhamos a morte como um lugar de transição, daí sim, ele fica cheio e revestido de esperança. Quantas vezes você já morreu?

Estamos ressuscitando todos os dias. A cigarra fica um ano debaixo da terra para cantar somente um dia. Um ano se preparando para cantar até se arrebentar. O sofrimento é isso, um tempo de preparo. Louvado seja Deus pelos sofrimentos!

Todos os artistas compõem maravilhosas obras quando estão sofrendo, e, todas as vezes em que tocamos em nossos limites, vamos além. Compomos músicas, pinturas, criamos vida e caráter. Você pode se perguntar sempre: "Mas eu não sou artista, e aí?" Você pode desenhar a sua alma, pode esculpir o seu caráter.

A cigarra não fica debaixo da terra por motivo de masoquismo. Não. É um tempo de preparo existencial da natureza. Quando você perceber que o seu sofrimento está infértil, é o tempo de parar de sofrer. Quando começamos a derramar as lágrimas, passamos por um processo de cura que está nos lavando e purificando.

Quanto tempo pode durar um velório dentro de nós? O sepultamento do corpo tem que iniciar um processo de amizade com a vida. O sofrimento é criado dentro de nós; o velório não é uma situação de morte. O que fazemos com o ruim que aconteceu conosco? Não importa o que a vida fez com você, mas o que você faz com o que a vida fez com você. Não temos como evitar o desprezo do outro, vão acontecer coisas das quais não vamos gostar, mas somos nós que vamos ver quanto custa esse sofrimento.

Boa parte dos sofrimentos do ser humano está naquilo que nós pensamos e permitimos em nosso pensamento. Se racionalizarmos a nossa emoção, nós não sofreremos.

Neutralizar o pensamento do sofrimento é lançar um pensamento bom em cima de um ruim. Quantas pessoas sofrem por não terem a capacidade de filtrar as coisas ruins que escutam? Não temos o direito de ser mesquinhos por querermos ser o que o outro é. Não tenha inveja, floresça onde Deus o plantou.

Há pessoas invejosas, que querem ser o que você é. Que não são capazes de olhar quem elas, realmente, são. Pare de olhar para a vida do outro, pois você não tem os valores que ela tem; mas você tem valores que ela não tem. Temos que ter nossa coerência e nosso modelo. Liberte-se dessas ideias pessimistas sobre você mesmo, você é capaz!

A ordem de Jesus: "Pare de ficar neste sepulcro e venha viver". Estamos em horário do cristão: Está na hora de viver! Você não tem o direito de ficar no túmulo com seus problemas e lutos. O tempo previsto para o sofrimento tem data marcada para terminar, já passou, chega! Faça alguma coisa pela sua vida! Só sofra de verdade pelas coisas que valem a pena. Quantas pessoas não sofreram o que deveriam sofrer? Esse tempo é curto, e é maravilhoso descobrir que, hoje, temos a oportunidade de escutar a voz de Jesus dizendo que não quer mais a morte para a nossa vida. Deus está segurando na nossa mão.

Se você está sofrendo muito, permita que Jesus cuide de você. Revolucione sua vida, pois quem fica parado é poste. Melhore esta cara e faça o que puder fazer, pois assim beneficiará as pessoas ao seu lado. O cuidado de Deus é lindo: "Saia deste sepulcro!" Não perca seu tempo em bobagens que tornam o sofrimento enorme em sua vida.

O 'cuidar' é sempre expressão de alguém que ama. Ninguém gosta de ver a pessoa amada sofrendo. Precisamos acordar para a vida.

O nosso objetivo é sermos felizes! Não há problema que resista a uma pessoa transformada por Deus! Nem a um ser humano com vontade de resolver os problemas. Não há nada maior do que uma pessoa de coragem.

Quando o sofrimento bater à sua porta, abra a janela para que você veja a dor do outro.

Foto Padre Fábio de Melo

25 de abril de 2011

Ressuscitou de verdade!

Imagem de Destaque

Celebrar a Páscoa é chegar ao encontro com Cristo vivo
Uma antiga e sempre atual saudação para o Tempo Pascal resume em poucas palavras a fé dos cristãos: "Cristo ressuscitou"! A resposta confirma a convicção: "Ressuscitou de verdade"! Pode ser retomada na Liturgia e repetida nos cumprimentos entre as pessoas e, mais ainda, pode ser roteiro de vida! É o nosso modo de desejar uma Santa Páscoa a todos, augurando vida nova e testemunho vivo do Ressuscitado, com todas as consequências para a vida pessoal e para a sociedade.


Celebrar a Páscoa é penetrar no mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nestes dias de Semana Santa salta à vista Seu modo tão divino e humano de viver a entrega definitiva. "Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1). É a entrega livre daquele de quem ninguém tira a vida, mas se faz dom de salvação.

Jesus Cristo, que é verdadeiro Deus, oferece o testemunho de inigualável maturidade, na qual se encontra a referência para todos os seres humanos. "Os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam: Ninguém jamais falou como este homem" (Jo 7, 45-46). Encontrá-Lo é descobrir o caminho da realização pessoal. Mas seria pouco considerá-Lo apenas exemplo a ser seguido. "De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16). O homem verdadeiro é Senhor e Salvador. N'Ele estão nossas esperanças e a certeza da ressurreição. Mais do que Mestre ou sábio de renome, n'Ele está a salvação.

Seus apóstolos e discípulos, antes temerosos diante das perseguições, tendo recebido o Espírito Santo, sopro divino do Ressuscitado sobre a comunidade dos fiéis, tornaram-se ardorosos anunciadores de Sua ressurreição e de Seu nome. Basta hoje o anúncio de Cristo: "Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes. "Quando ouviram isso, ficaram com o coração compungido e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: Irmãos, que devemos fazer? Pedro respondeu: "Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar" (At 2, 36-39).

Cristo morreu, Cristo ressuscitou, Cristo há de voltar! O que parece simplório é suficiente, pois daí nascem todas as consequências: vida nova, alegria perene, capacidade para se levantar das próprias crises e pecados, amor ao próximo, vida de comunidade, testemunho corajoso da verdade, vida nova na família cristã, compromisso social, serviço da caridade! Tudo isso? Sim, na Páscoa de Jesus Cristo está o centro da fé cristã e a fonte de vitalidade, da qual gerações e gerações de cristãos beberam como de uma fonte verdadeiramente inesgotável.

Celebrar a Páscoa é ir além da recordação dos fatos históricos, para chegar ao encontro com Cristo vivo. Nós cristãos O reconhecemos hoje presente, fazendo arder os corações, vamos ao Seu encontro nos irmãos, especialmente na partilha com os mais pobres, acolhemos Sua palavra viva, lida da Sagrada Escritura e proclamada na liturgia, sabemos que Ele permanece conosco se nos amamos uns aos outros e está vivo na Igreja, quando se expressam os sucessores dos Apóstolos e O buscamos na maior exuberância de Sua presença, que é a Eucaristia. Este é nosso documento de identidade!

Com o necessário respeito à liberdade de todas as pessoas, queremos hoje dizer a todos os homens e mulheres, em todas as condições em que se encontram, que as portas estão abertas, mais ainda: escancaradas. Se quiserem, aqui está o convite para a maior de todas as comemorações: "Celebremos a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade!" (I Cor 5, 8). É Páscoa do Senhor! Feliz, verdadeira e santa Páscoa da Ressurreição!

Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

20 de abril de 2011

Espriritualidade Marial Vicentina

Desde o princípio de sua existência a Igreja como Povo de Deus tem vivido com Maria sua experiência do Transcendente. Quando da vinda do Espírito Santo no Cenáculo, lá está Maria junto com os discípulos recebendo a força de Deus para ser testemunha viva de tudo que viram e ouviram de Jesus de Nazaré seu filho e Filho de Deus. Por isso, nos diz e Encíclica Mariales Cultus de Paulo VI n 21 "desde cedo os fiéis começaram a olhar para Maria, a fim de, como ela, fazerem da própria vida um culto a Deus, e do seu culto um compromisso vital. Já no século IV Santo Ambrósio, ao falar aos féis, lhes auspiciava que em cada um deles houvesse a alma de Maria, para glorificarem a Deus: "Que em cada um de vós haja a alma de Maria para bendizer o Senhor; e em cada um de vós esteja o seu espírito, para exultar em Deus!".

A Igreja procura traduzir as multíplices relações que a unem a Maria, em outras tantas atitudes e manifestações culturais, em uma veneração profunda, refletindo de forma única a dignidade da Virgem Santíssima, que, por obra do Espírito Santo, se tornou Mãe do Verbo Encarnado; em amor, que se manifesta na maternidade espiritual de Maria para com todos nós membros do Corpo Místico de Cristo; naquela em quem se pode confiar, quando experimentamos a necessidade de intercessão da advogada e auxiliadora; em serviço amoroso, quando percebemos sua gratuidade em colaborar na obra de salvação tornando-se a mãe do salvador,  sendo modelo de imitação, pois nela contemplamos a santidade e as virtudes queridas pelo Pai.

Seguramente Maria é para nós cristãos deste novo milênio modelo de vivencia da fé e em quem podemos buscar inspiração para a vivência de nosso projeto de vida cristã, pois nas condições concretas da sua vida, ela aderiu total e responsavelmente à vontade de Deus (cf. Lc 1,38). Soube acolher a sua palavra e pô-la em prática, sendo sua ação animada pela caridade e pelo espírito de serviço, tornando-se a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo, reconhecida como modelo excelentíssimo de Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo.

a) - Maria é a Virgem que sabe ouvir: acolhe a palavra do Pai com fé. Fé que foi caminho para a maternidade divina. Ela, cheia de fé disse: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38); fé, ainda, que foi motivo de segurança no cumprimento da promessa: "Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45); fé com a qual ela, protagonista e testemunha dos acontecimentos da infância de Cristo, guarda-os no íntimo do seu coração (cf. Lc 2,19.51). É isto que também a Igreja faz. Na sagrada Liturgia, ela escuta com fé, acolhe, proclama e venera a Palavra de Deus, distribuindo-a aos fiéis como pão de vida, descobre os sinais dos tempos os interpreta e vive os acontecimentos da história.

b) - Maria é a mulher da oração. Assim Em sua visita à Isabel exulta  no espírito glorificando ao Deus, da humildade, da fé e da esperança: tal é o "Magnificat" (cf. Lc 1,46-55), a oração de Maria, o cântico dos tempos messiânicos no qual confluem a exultação do antigo e do novo Israel. Este cântico da Virgem Santíssima, na verdade, prolongando-se, tornou-se oração da Igreja inteira, em todos os tempos. Neste mesmo caminho segue a experiência vivida em Caná, onde, ao manifestar ao Filho, uma necessidade temporal, obteve também um efeito de graça, que Jesus ao realizar o primeiro dos seus "sinais", confirma os discípulos na fé n'Ele (cf. Jo 2,1 12). Por fim, o ultimo texto sagrado que nos apresenta Maria descrevem-na orando com os Apóstolos: "perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (At 1,14). Presença orante de Maria na Igreja nascente, e na Igreja de todos os tempos, porque ela, assunta ao céu, não abdica de sua missão de intercessão e de salvação. Virgem dada à oração e também a Igreja, pois, todos os dias apresenta ao Pai as necessidade dos seus filhos, e "louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo".

c) - Maria Virgem Mãe, isto é, aquela que "pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, por obra e graça do Espírito Santo". Maternidade prodigiosa, constituída por Deus protótipo e modelo da fecundidade da Virgem-Igreja, a qual por sua vez, se torna também mãe, pois com o anúncio e o batismo gera para vida nova e imortal os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus".

Sendo Maria modelo de vivência de Igreja é de fundamental importância que nossas orações dedicadas a Virgem Maria exprimam, de maneira clara, sua característica trinitária e cristológica que lhes é intrínseca e essencial. O culto cristão é por sua natureza culto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Nesta perspectiva, torna-se o culto extensivo, legitimamente, se bem que de maneira substancialmente diversa, em primeiro lugar e de modo único, à Mãe do Senhor, e depois aos Santos, nos quais a Igreja proclama o Mistério Pascal, por isso mesmo que eles sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados.

A espiritualidade Mariana vivida em nossas comunidades deve levar em conta o que nos pede a norma da Constituição Sacrosanctum Concilium, a qual, ao mesmo tempo que recomenda os exercícios de piedade do povo cristão, acrescenta: "...Importa, porém, ordenar essas práticas de piedade tendo em conta os tempos litúrgicos, de maneira que se harmonizem com a sagrada Liturgia, de certo modo derivem dela, e a ela, que por sua natureza lhes é muito superior, conduzam o povo cristão" (SC 13). Portanto A Igreja católica, apoiada em sua caminhada de dois milênios, reconhece na devoção a Virgem Santíssima um caminho seguro, um auxílio poderoso para todo homem e toda mulher em marcha para a conquista da sua própria plenitude. Maria, a Mulher nova, está ao lado de Cristo" o Homem novo, em cujo mistério, somente, encontra verdadeira luz o mistério do homem. Esta é a nossa garantia que em uma simples criatura, Maria tornou realidade o plano de Deus em Cristo, para a salvação de todo o homem.

Nossa comunidade que vivencia a espiritualidade vicentina, tem a graça de ter recebido em sua família a visita da mãe de Deus. Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1º Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos de suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções. Num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

"A Virgem Santíssima — disse Irmã Catarina — baixou para mim os olhos e me disse no íntimo do meu coração: "Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que mais pedem." Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas já não pudessem com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem uma figura, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora:  "Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECOREMOS A VÓS."

Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança". Então a figura se virou, e no verso apareceu a letra "M", monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do "M", os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas."

Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15). A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.

O Arcebispo de Paris, Dom Quélen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças".

A Medalha Milagrosa não é um objeto mágico, um amuleto. É um sinal religioso, um rico presente de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Foi Maria mesma, quem manifestou sua Medalha a Santa Catarina Labouré. "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha".

A vivência de nossa espiritualidade Marial vicentina da-se em cada novena realizada em nossa comunidade ou mesmo em nossa pequena comunidade familiares. Através de Maria chegamos ao Cristo nosso Salvador.

 

Pe. Ilson Luis Hübner CM

Mestre em Teologia Sistemática

Reitor do Seminário Vicentino Nossa Senhora das Graças

19 de abril de 2011

Como vencer a violência

Imagem de Destaque

Quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d'Ele
A Igreja ensina as razões profundas da violência; acima de tudo está num coração sem Deus, sem amor ao irmão, o qual não é visto como "imagem e semelhança de Deus". E quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d'Ele e a dignidade humana já não é mais respeitada. O "não" dito ao Senhor acaba se transformando em um "não" dito ao homem, por isso vemos hoje a pior de todas as violências: o aborto e a eutanásia, o sacrifício da vida humana; além dos assaltos, sequestros, roubos, corrupções de toda ordem, pedofilia, estupros, incestos, violência nos lares contra as crianças, entre outros.

Não basta encher as nossas ruas de policiais armados e bem equipados para acabar com a violência – embora isso seja necessário para combatê-la de imediato –; é preciso mais. É preciso a "educação para a paz". Essa educação exige que se ensine às crianças e aos jovens, nos lares e nas escolas, a dignidade de todo e qualquer ser humano. A moral cristã tem como base essa dignidade. Tudo aquilo que a Igreja condena como imoral é porque fere a dignidade da pessoa. A base da violência está na falta da vivência moral e na relativização do que seja o bem; o mal tem gerado muitas formas de violência.

Um fator de importância máxima na questão da violência é a família, pois ela é a "escola de todas as virtudes", e é nela que a criança deve aprender com os pais e os irmãos a respeitar e a ser respeitada. Mas como vai a família? Infelizmente mal; a imoralidade tem destruído a família e seus valores cristãos. Muitas estão destruídas e há muitos filhos sem a presença imprescindível dos pais para educá-los. Milhares de adolescentes e jovens ficam grávidas sem ao menos terem um lar para receber seus filhos. Como disse o saudoso Papa João Paulo II, no Brasil há milhares de crianças "órfãs de pais vivos". Que futuro terão essas crianças? Muitas delas acabarão na rua e no mundo do crime e da violência. Sabemos que quase a totalidade dos nossos presos são jovens.

E por que tantos jovens acabam no mundo do crime? Porque lhes faltam um pai e uma mãe que lhes ensinem o caminho da honradez, da virtude, da escola e do trabalho. O trabalho é a sentinela da virtude.

Hoje quase não faltam escolas para as crianças, nem mesmo catequese nas paróquias, mas faltam os pais que as conduzam à escola e à igreja. Portanto, sem a reestruturação da família, segundo o coração de Deus, na qual não existam o divórcio, a traição, o incesto, as brigas, o vício, o estupro, a pedofilia, etc., não se poderá acabar com a violência na sociedade. E  sobretudo, sem Jesus, sem o Evangelho, sem a vivência moral ensinada pela Igreja de Cristo, não haverá paz verdadeira e duradoura. Sem isso será inócuo lutar pela paz. Diz o salmista que "se não é Deus quem guarda a cidade, em vão vigiam os seus sentinelas" (Sl 126, 1).

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

16 de abril de 2011

Lutar com as próprias armas

Imagem de Destaque

Quando estiver desanimado, nunca desista
Quando o jovem Davi se dispunha a brigar com o gigante Golias, o rei Saul emprestou sua armadura de aço, seu escudo e sua espada, porém o pastot de Belém não podia nem caminhar com tanto peso (conf. 1Sm 17, 38-39). Ele teve que renunciar às armas reais e brigar com sua funda e cinco pedras de arroio. David não derrotou Golias com as armas do rei Saul, mas com as suas próprias.

Deus também ordena ao juiz Gedeão, que se sente incapaz de enfrentar uma batalha contra os madianitas: vai e, com essa força que tens, livra Israel das mãos dos madianitas (conf. Jz 6,14).

Vamos enfrentar a batalha com toda nossa força, mas só com a força que temos. Ali está o segredo de nossa vitória.
Moisés, por sua parte, estava acostumado a apascentar o rebanho de seu sogro Jetro e vivia na rotina e na melancolia. Até que um dia se atreveu a dar um passo ao fascinante mundo do desconhecido e foi "para além do deserto", para encontrar um novo sentido à sua existencia (Ex 3,1).

Era uma vez um grande músico chamado Nicolo Paganini, nascido em Gênova, Itália, em fins do seculo XVIII, que foi considerado o melhor violinista de todos os tempos.
Certa noite, o palco da Scala de Milán estava repleto de admiradores, sedentos para escutá-lo. Paganini colocou seu violino no ombro e o que se escutou foi indescritivel: tons graves que se misturavam com fins agudos. Fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias pareciam ter asas e voar ao contato de seus dedos encantados. De repente, um ruído estranho surpreendeu a todos. Uma das cordas do violino de Paganini havia se rompido. Paganini continuou tocando e arrancando sons deliciosos de um violino com problemas.

Pouico depois, a segunda corda do violino de Paganini se rompeu. Como se nada tivesse acontecido, Paganini esqueceu as dificuldades e continuou criando sons do impossivel.
Pela sobrecarga do esforço, uma terceira corda do violino de Paganini se rompeu. E ele continuou produzindo melodiosas notas.

No concerto da vida, se rompem as cordas de nosso violino quando se deteriora a saúde, quando perdemos de repente pessoas queridas, quando um amigo nos traí e outras mil formas imprevistas. De qualquer maneira, o musico deve continuar tocando, inspirado na criatividade e na perseverança.

Mesmo que as cordas se rompam, seguiremos sem nos deter e florescerão qualidades ocultas que nem nós sabíamos que existiam em nosso interior. Então, os outros se emocionam e se motivam, porque percebem que, se alguém pode tocar seu instrumento musical em meio às dificuldades, eles também acreditam que podem fazê-lo.

Quando estiver desanimado, nunca desista, pois ainda existe a corda da constância para tentar uma vez mais, dando um passo "mais além" com um enfoque novo. Enquanto tiver a corda da perseverança ou da criatividade, pode continuar a caminhar, encontrando soluções inesperadas. Desperta o Paganini que há dentro de você e avança para vencer.
Vitória é a arte de continuar onde os outros se dão por vencidos. Quando tudo parece desmoronar, se brinde com uma oportuinidade e avance sem parar. Toca a mágica corda da motivação e tire sons virgens que ninguém conhece.

Toca teu violino com as cordas que tens.

 

do livro:  Como evangelizar com parábolas

Prado Flores

15 de abril de 2011

Cerco de Jericó da SSVP

1 – Orações diárias: Efésios 6, 10-20, Salmos 69 e 90 e Lucas 1, 46-56.
2 – Oh, Pai celestial, em nome de Seu Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, peço-lhe que o poder que deste para Josué e seus companheiros nas muralhas de Jericó, seja dado a mim e a todos que fizerem está oração. Peço-lhe, Senhor!
Jesus QUEBRE as muralhas de pragas por boca ou por contaminação, em relação aos nossos antepassados e nos dias de hoje;
Jesus QUEBRE as muralhas do egoísmo, ciúme, vícios, sejam da origem que forem.
Jesus QUEBRE as muralhas das brigas, contendas, dissoluções de casamento, de famílias, conselhos e conferências, e todos os tipos de desunião.
Jesus QUEBRE as muralhas de dificuldade financeira, falta de emprego, dificuldade nos negócios, dificuldade no trabalho, falta de dinheiro e outras dificuldades sejam elas quais forem.
Jesus QUEBRE as muralhas das doenças, sejam elas quais forem, principalmente o câncer, a leucemia, a depressão, a AIDS, a dependência do álcool, drogas, prostituição e homosexualismo.
Jesus QUEBRE as muralhas dos maus pensamentos, iluminações, astúcias de satanás de todas as origens em nossa mente.
Jesus QUEBRE toda a ação de satanás em nossa vida espiritual e faça com que sejamos totalmente renovados PELO TEU SANGUE DERRAMADO NA CRUZ.
Jesus QUEBRE todo o ocultismo em nosso passado e agora, seja de origem que forem.
Jesus QUEBRE as muralhas que impedem a obra de Deus em nossas vidas.
Senhor nós entregamos nossas vidas a Ti, para que haja um novo Pentecostes em nós e acreditamos na TUA VITÓRIA QUE TAMBÉM É NOSSA. Amém!
3 – Salmos 2; 3; 4; 67; 69; 117 (Escolha um dos Salmos para meditar a cada dia)
4 – Seja quebrado, destruído, arrasado, todo poder de satanás e seus anjos rebeldes sobre essas pessoas e/ ou pedidos. (Proclamar com fé todos os pedidos durante o cerco).
- PEDIDOS:
I – Pelo Santo Padre o Papa: Que Deus o proteja e o ilumine.
II – Por nossa Igreja (comunidades onde as conferências participam), por nossa Paróquia: Que Deus quebre toda divisão, desobediência, rebeldia e mágoas, dando-nos a unidade;
III – Pelo Conselho Metropolitano, Central, Particulares e conferências: para que haja amor, perdão, fidelidade e conversão verdadeira, entre os confrades e consócias e demais participantes.
IV – Para que Deus QUEBRE todo o laço do inimigo em nossas vidas e em nossas famílias;
V – Para que Deus QUEBRE todos obstáculos na nossa vida financeira e espiritual;
VI – Para que as pessoas se libertem do comodismo e participem com todo fervor das conferências vicentinas e voltem para suas casas renovados;
VII – Pela AGENDA dos Conselhos e Conferências. Para que Espírito Santo reinflame os CARISMAS em todos os eventos programados.
VIII – Faça agora uma oração nas suas intenções particulares.
5 – Seja destruído, exterminado, neutralizado todo poder das trevas que vem perseguindo, prejudicando, escravizando, dominado essas pessoas, desejando sua ruína espiritual, material, semeando ódio, orgulho, discórdia, inveja, ciúmes e mágoa.
- Seja destruído, exterminado, neutralizado todo espírito de desunião nos lares destas pessoas, que vem provocando discórdia, ódio, mágoa, desentendimento, orgulho, fofocas e julgamento.
- Seja também queimado, destruído, desmontado todo e qualquer trabalho de despacho, escrito feito contra essas pessoas.
- Seja também queimado e destruído todo o seu conhecimento anterior e atual com o espiritismo, ocultismo, quimbanda, umbanda, mesa branca, rosa cruz, mensana, seichono-ie e supertições.
- Seja também queimado, exterminado, destruído e eliminado todas as moléstias, dores no corpo e problemas mentais, físicos e espírituais, opressão, perseguição diabólica sobre nós e nossas famílias.
- Seja destruído, aniquilado, queimado, neutralizado para sempre todo o poder do mundo sobre nós, que vem provocando discórdia, opressão, tristeza, depressão, angústia, solidão, pavor, desanimo, inveja, ódio, rebeldia, egoísmo, desentendimentos.
6 – Reze: Josué 6 (todos os dias)
7 – Reze ao final de cada dia: SALVE RAINHA...
8 – Reze ao final de cada dia: TERÇO DA BATALHA - Creio em Deus Pai...       Pai Nosso...     Três Ave Maria...
CONTAS GRANDES: Deus do céu, me dê forças Jesus Cristo me dê poder Nossa Senhora me dê coragem para esta luta eu vencer. Sem morrer, sem enlouquecer, sem muito me abater. Deus quer, Deus pode, esta batalha eu hei de vencer.
CONTAS PEQUENAS: Jesus, esta batalha eu hei de vencer.
FINAL:  A vitória é nossa pelo sangue de Jesus! (Falar com confiança 3x) - Rezar: Salve Rainha...
ORAÇÃO: Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos. Abrindo portas e portões. Abrindo casas e corações. A mae indo na frente, os filhos estão protegidos e seguem seus passos. Ela leva todos os filhos sob sua proteção. Maria passa na frente, resolve aquilo que somos incapazes de rezolver. Mãe cuidado de tudo o que não está ao nosso alcance, Tu tens poderes para isso. Vai mãe, vai acalmando, serenando e amansando os corações.  Vai acabando com o ódio e rancores, mágoas e maldições. Vai terminando com as dificuldades, tristezas e tentações. Vai tirando teus filhos das perdições. Maria passa na frente e cuida de todosos detalhes, cuida, protege e ajuda a todos os teus filhos. Maria eu te peço, passa na frente e vai conduzindo, levando, ajudando e curando os filhos que precisam de ti. Ninguém pode dizer que foi decepcionado por ti, depois de ter te chamado ou invocado. Só tu, com o poder de teu filho, pode resolver as coisas difíceis e impossíveis. AMÉM.

13 de abril de 2011

A origem e a função dos dons

Imagem de Destaque

Os dons são dados em benefício da comunidade
São Paulo deixa claro que os dons, carismas, ministérios e atividades provêm de Deus, de Jesus, do Espírito Santo. Sendo assim, não são conseguidos pelo intelecto ou esforço humano, mas dados gratuitamente por intermédio da ação do Espírito (Cf. I Coríntios 12,1-31).

Paulo também demonstra a finalidade deles. As pessoas recebem dons diversos e estes devem ser colocados em prol do outro para o bem comum (cf. id 12,7). E relata alguns desses dons. Interessante notar que o apóstolo começa pelo dom da sabedoria, tema que perpassa toda a epístola dele ao povo de Corinto. Apesar de já ter deixado claro que eles [dons] são dados em benefício da comunidade, dá ênfase à origem deles. A partir daí ele desenvolve com mais vagar a finalidade dos dons, que são o serviço ao próximo. E para isso utiliza como exemplo o corpo humano (id. 12,12), dessa forma reforça a questão da unidade que o próprio Espírito proporciona. No batismo somos todos iguais (id. 12,13-14).

 

 

Interessante é que o apóstolo dos gentios começa por demonstrar a importância dos membros considerados menos importantes em comparação com outros mais vistosos: pé/mão e ouvido/olho (id. 12, 15-17). E assim atesta a importância dos mais fracos na comunidade, chamando-os de indispensáveis , pois também fazem parte do corpo da Igreja, cuja cabeça é Cristo (id. 12,18.20.22).

Ataca aqueles que se consideram superiores e não querem contar com os mais fracos (id. 12,21). Reforça a importância desses membros e, ao compará-los com partes íntimas do corpo, mostra que, apesar de serem considerados menos nobres, são justamente estes que precisam ser mais honrados (id. 12, 22-24). O apóstolo faz essa comparação para que não haja divisão e que todos sejam valorizados (id. 12,25), de modo que todos participem da vida dos demais membros da comunidade. E dessa forma cada um se sinta singular diante de Deus e da comunidade (id. 12,26-27).

E, além de alguns carismas já citados e outros novos, finaliza o trecho com atividades hierárquicas – apóstolos, profetas e mestres (id. 12,28). Esses cargos também participam da mesma dinâmica dos carismas. Nisso o apóstolo inclui todos da comunidade. Independentemente do carisma, do dom, da função, da atividade… são todos importantes, cada um possui um lugar específico, mas são todos membros do mesmo corpo (id. 12,29-30). E dessa maneira abre o tema seguinte, que diz respeito ao anseio pelo dom mais valioso, que, de tão importante, não é tratado como um dos carismas simplesmente, mas um caminho que ultrapassa a qualquer outro: o dom da caridade (id. 12,31).

4 – Como aplicar o texto na vida:

- Quais os dons que o Espírito Santo me concedeu?

- Coloco meus dons em favor do bem comum?

- Tenho consciência de que todos possuem dons e que todos possuem sua importância?

- Eu me enxergo como membro do Corpo de Cristo?

Foto Denis Duarte
contato@denisduarte.com

11 de abril de 2011

Padre também se confessa?

Imagem de Destaque

Ser ministro do sacramento não nos deixa isentos das fraquezas
Por incrível que pareça essa pergunta é frequentemente feita a nós sacerdotes: "O padre se confessa? Precisa se confessar? Com quem ele se confessa?" Ser ministro do sacramento da reconciliação não nos deixa isentos das fraquezas e de, infelizmente, cairmos no pecado. O sacerdote, como fiel adulto, necessita e deve se confessar. Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC): número §1457: Conforme mandamento da Igreja, "todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar seus pecados graves, dos quais tem consciência, pelo menos uma vez por ano". Certas pessoas pensam que o padre se confessa com o bispo e o bispo com o Papa. E o Santo Padre confessa com quem? O Papa tem o seu confessor, que até pouco tempo era um frade Capuchinho. Existem pessoas que chegam a acreditar que o  sacerdote se confessa com o espelho. Não, o padre não pode se absolver, ele sempre procura outro sacerdote para se confessar.

Todos os anos os sacerdotes da Diocese de Lorena, juntamente com o seu Bispo, Dom Benedito Beni dos Santos, participamos de uma manhã de espiritualidade em preparação para a Semana Santa e Páscoa. Depois de uma reflexão muito profunda, Dom Beni preside uma celebração penitencial na qual os 60 sacerdotes se confessam uns com os outros. Graças a Deus, padre também se confessa e experimenta a vida nova em Cristo pelo sacramento da reconciliação e da misericórdia.

Por que Cristo instituiu o sacramento da penitência?

CIC §1421 O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos.

Por que existe um sacramento da reconciliação depois do batismo?

CIC §1426 - 1425 Entretanto, a nova vida recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação ao pecado, que a tradição chama de concupiscência, que continua nos batizados para prová-los no combate da vida cristã, auxiliados pela graça de Cristo. É o combate da conversão para chegar à santidade e à vida eterna, para a qual somos incessantemente chamados pelo Senhor.

Quando foi instituído este sacramento?

CIC §1446 Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. E a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como "a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça".

CIC §1485 O Senhor ressuscitado instituiu este sacramento quando, na tarde de Páscoa, se mostrou aos Apóstolos e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos" (Jo 20, 22-23).

Quais os elementos essenciais do sacramento da reconciliação?

CIC §1440 – 1449 São dois: os atos realizados pelo homem que se converte sob a ação do Espírito Santo e a absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo concede o perdão e estabelece a modalidade da satisfação.

Quais são os atos do penitente?

CIC §1491 O sacramento da Penitência é constituído de três atos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Um diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita, quando é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar; a confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos atos de penitência, que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.

Que pecados se devem confessar?

CIC §1456 Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados, dos quais nos recordamos depois dum diligente exame de consciência. A confissão dos pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão.

Quem é o ministro deste sacramento?

CIC §1446 –1466 -1495 Cristo confiou o ministério da reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus sucessores e aos presbíteros seus colaboradores, os quais, portanto se convertem em instrumentos da misericórdia e da justiça de Deus. Eles exercem o poder de perdoar os pecados no Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Quais são os efeitos deste sacramento?

CIC §1468 Os efeitos deste sacramento "Toda a força da Penitência reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade." Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa "podem usufruir a paz e a tranqüilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual". Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira "ressurreição espiritual", uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (Cf. Lc 15,32).

CIC §1449 A fórmula da absolvição em uso na Igreja latina exprime os elementos essenciais deste sacramento: o Pai das misericórdias é a fonte de todo perdão. Ele opera a reconciliação dos pecadores pela Páscoa de seu Filho e pelo dom de seu Espírito, por meio da oração e ministério da Igreja:

Deus, Pai de misericórdia, que, pela Morte e Ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Obrigado, Senhor, pela Tua infinita misericórdia, criaste os sacramentos da ordem e da confissão. Grande oportunidade de experimentarmos o perdão e voltarmos à amizade Contigo.

Padre Luizinho - Com. Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreluizinho/

7 de abril de 2011

Harmonia Conjugal

Imagem de Destaque

Casamento, uma escola de amor
O casamento, e a família de modo especial, é uma escola de amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Esse exercício forte de vivência das virtudes faz cada um crescer como pessoa humana. Na família, Deus nos ensina a amar e nos dá a oportunidade de sermos amados.

A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, 'supera-se a si mesmo' e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isso ocorre cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas, para isso, é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Para chegar a esse ponto é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e atenção.

Ninguém é obrigado a se casar e a constituir uma família, mas se tomamos esta decisão, então devemos 'casar pra valer', com toda responsabilidade. Aquela pessoa com quem decidimos nos casar é a 'escolhida' entre todos os homens ou mulheres que conhecemos; e, portanto, como o(a) eleito(a), devemos ter-lhe em alta estima, como a pessoa 'especial' na nossa vida, merecedora, portanto, de toda atenção e respeito.

É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras pesadas, o que provoca ressentimentos; não tem cabimento que o marido fique falando mal da esposa para os outros, criticando-a para terceiros. Isso também é infidelidade. Pois esta não acontece somente no campo sexual.

Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho para com o outro não diminuam. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isso se manifesta: Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ele gosta? Qual é a comida de que ele gosta? Quais são os móveis que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro – sem cair no exagero, é claro – é o que mantém a comunhão de vidas.


Ouça comentários de André e Cris Bittencourt sobre o tema



Isso não quer dizer que o amor conjugal deva ser um 'egoísmo a dois'. Como dizia Exupéry: "Amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direção". Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na Igreja, entre outros. Importa olhar na mesma direção e caminhar juntos.

Para que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Não haverá dois iguais a você na face da terra e na história dos homens, mesmo que se chegue ao absurdo da clonagem do ser humano. Cada um de nós é insubstituível, e isso mostra o quanto somos importantes para Deus.

Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da família, como um presente ímpar, singular, sem igual, e que deve, portanto, ser cuidado com o máximo cuidado, para sempre.

É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio, entre outros, para poder compreendê-lo, ajudá-lo, amá-lo e perdoá-lo. Ninguém ama a quem não conhece. Quando o casal não se conhece bem, acaba cometendo dois erros: antes do casamento parece que o outro não tem defeitos; e depois do casamento parece que tem todos.

Ao conhecermos a profundidade desse 'mistério' que é o outro, teremos, então, condições reais de aceitá-lo como ele é, e, a partir daí, ajudá-lo a se superar.

Do livro "FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA"

Prof. Felipe Aquino

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

5 de abril de 2011

O demônio existe?

Imagem de Destaque

Ele é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças
Não há dúvida sobre isso, ele existe. A Igreja diz que sim; e esta realidade é atestada pela Bíblia, pela Tradição dos Apóstolos e pelo Magistério sagrado da Igreja. Os santos confirmam a existência dele também. Não há um só santo que não tenha acreditado no demônio. Seria preciso destruir a Igreja e o Cristianismo, desde as suas raízes, para negar a existência do demônio.


No entanto, inacreditavelmente, ainda encontramos pessoas na Igreja, mesmo sacerdotes e teólogos que, em oposição ao que a Igreja ensina, têm a coragem e a desonestidade de ensinar que satanás não existe. É uma grande  e terrível heresia. Por isso mesmo, em 15/11/1972 em uma Audiência, Papa Paulo VI fez a famosa Alocução "Livrai-nos do mal", na qual falou da existência do demônio e de sua ação perversa.

O saudoso Sumo Pontífice começou perguntando: "Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja?" E ele mesmo responde: "Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos demônio". Paulo VI mostra que a realidade do pecado é uma ação perversa deste mal; "o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo, o demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha". E deixou claro que estão em desacordo com o ensinamento da Igreja todos aqueles que negam a existência do demônio:

"Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma personi­ficação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças".

O mesmo Papa afirma que o demônio é a origem de todo o pecado que entrou no mundo: "O demônio é a origem da primeira desgraça da huma­nidade; foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pode libertar".

"Ele é o pér­fido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós atra­vés dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas".

"Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana".

Paulo VI ensina que nem todo pecado é obra direta do demônio, mas lembra-nos que "aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do "mysterium iniquita­tis", ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna pro­blemática a alternativa da nossa salvação".

O maior serviço que alguém pode prestar ao demônio é ensinar que ele não existe; assim, os fiéis não se defendem contra ele, e se tornam suas vítimas fáceis.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

1 de abril de 2011

A coroa de Cristo

Imagem de Destaque

A coroa do Senhor se perpetua nos sofrimentos humanos
Nos dias do carnaval os que saem pelas ruas, fantasiados, muitas vezes, completam a indumentária, enfeitando-se com algum tipo de coroa. A coroa, seja preciosa, seja de matéria menos nobre, é no conjunto das vestes a última peça que sobressai e enaltece.

Ao vivermos os dias quaresmais em que relembramos os sofrimentos de Cristo para nossa redenção, nossos olhos se fixam na fronte do Senhor, encimada pela coroa de espinhos. Triste a cena da coroação de Jesus pelos soldados, ridicularizando-O por ter Ele dito que era rei. Evidente que o reinado de Cristo é de outra natureza, não nos planos humanos, mas na aceitação de Sua doutrina e de Seu domínio sobre os que O têm como Deus e Salvador. É, pois, nosso Rei.

Inspirado poeta paulista descreve-nos uma sala de museu, onde três coroas dialogam entre si: a de ouro, a de louro e a de espinhos. No passado, não eram só os reis e imperadores que eram coroados. Também os heróis que voltavam das batalhas como vencedores e os poetas que encantavam, com a terna beleza dos seus versos, aos que os ouviam.

Da mesma forma, as vítimas que se imolavam aos deuses se adornavam com coroas sagradas. As noivas, com brancas grinaldas de flores. Os guerreiros com coroas de louros e os reis, ainda hoje, trazem-nos enfeitadas de ouro e pedrarias. Jesus, o Rei dos reis, bem merecia um riquíssimo diadema, mas na Sua fronte divina só recebeu uma sangrenta coroa de espinhos... Foi a única que Lhe deram, por zombaria, os soldados de Pilatos. Não sabemos se aquela ramagem de espinheiro estava enfeitada da brancura de pequenas flores que a suavizassem. Por certo não. Eram só espinhos.

A majestosa fronte do Senhor bem merecia uma grinalda rica de pedras preciosas para ser coberta de flores e de respeitosos ósculos de amor. Mas só Lhe deram uma coroa de espinhos...

Desde que o Senhor morreu, coroado assim de ignomínia, os cristãos todos os anos se ajoelham diante da cruz e beijam, agradecidos, a imagem que O representa. Assim, na contemplação do Senhor coroado de espinhos, mãos e pés rasgados, peito aberto, a criatura humana dobra os joelhos para agradecer a redenção de Cristo em nosso favor.

É certo que a coroa do Senhor se perpetua nos sofrimentos humanos dos que vivem, ainda hoje, desprovidos do essencial para uma condição de vida humana digna, sem luxo e sem miséria, sem espinhos e sem urzes pelos trilhos da vida. Por isso, no diálogo das três coroas, a de espinho pode dizer às outras: "Eu coroei os reis e os heróis, eu coroei todos os homens e ainda não murchei".


*Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Dom Benedicto de Ulhoa Vieira
Arcebispo Emérito de Uberaba - MG