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28 de outubro de 2008

Viver o presente

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A nossa vida precisa ser construída a cada dia na presença de Deus

"A vontade de Deus está escrita no seu coração; ela não é inacessível". Esses dias eu fiquei pensando nessa frase que ouvi de uma grande pregadora e fui constatando que isso é uma grande verdade. Quantas vezes ficamos na dúvida se é ou não da vontade de Deus determinada decisão, projeto, e certos planos que temos. Dessa forma, ficamos vivendo num grande martírio e, muitas vezes, num grande marasmo na nossa vida espiritual, profissional e sentimental, não é verdade?

Toda decisão causa em nós muito medo, porque queremos ter a segurança de que estamos certos no que estamos fazendo naquele exato momento. Se não tivermos a coragem de ir em frente, de viver o que Deus nos aponta no presente, não teremos a certeza do amanhã...

A nossa vida precisa ser construída a cada dia na presença de Deus, e em cada situação necessitamos dar o nosso 'sim' ou o 'não', fazendo escolhas acertadas de acordo com a vontade do Senhor.

Não tem como querermos saber o que vai acontecer amanhã sem passarmos pelo hoje. É necessário treinar-nos no hoje, no momento presente, porque as resoluções do amanhã ainda não chegaram e não temos como vivê-las no agora.

Existem situações pelas quais sofremos à toa, porque não sabemos viver o presente e a descoberta de cada dia, não é mesmo? É sempre assim: mal começamos a namorar e já nos preocupamos se o casamento vai dar certo ou não, e, muitas vezes, nos esquecemos de viver o hoje, de descobrir e conhecer essa pessoa no hoje para poder constatar e tocar na vontade de Deus.

Viver o presente é uma arte e um dom de Deus, pois a Palavra de Deus nos diz: "A cada dia basta o seu cuidado" (Mt 6,34).

Aprendamos a viver o presente, pois há muitas descobertas a serem feitas se buscarmos não nos atropelar na nossa própria ansiedade e pressa de tocar no amanhã. Lembro-me de que quando era criança tinha muita curiosidade sobre o que aconteceria na minha vida quando crescesse e como ela seria (coisas de criança...). Hoje, constato que a melhor forma de descobrir isso é vivendo o cuidado de cada dia, pois Deus se comunica por inteiro no instante presente de nossas vidas.

Que possamos pedir essa graça de viver cada dia o seu cuidado para não nos perdermos em nossas próprias vontades.

Deus abençoe você!

Com carinhos e orações

Cicera Gonçalves
Missão de São José do Rio Preto/SP

22 de outubro de 2008

A missão dos leigos na Igreja

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O leigo precisa conhecer a doutrina que Cristo ensinou à Igreja

O Concílio Vaticano II resgatou de maneira iluminada o papel do leigo na Igreja; por isso, hoje, graças a Deus, homens e mulheres leigos, jovens e até crianças fazem um trabalho maravilhoso de evangelização. Em nosso Continente, onde há uma enorme falta de sacerdotes, o leigo pode e deve dar a sua grande contribuição à Igreja na missão de salvar almas. O nosso Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que "todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja 'pela medida do dom de Cristo'" (Ef 4,7) [CIC§913].

Cada leigo deve repetir com São Paulo: "Ai de mim se eu não evangelizar" (1Cor 9,16).

Certa vez, falando aos bispos do Brasil em uma de suas visitas "ad limina" o Papa João Paulo II disse a eles: "O fiel leigo, na sua própria vida cristã e em sua atuação na Igreja, não é um mero auxiliar do Bispo ou do Padre. O Batismo lhe dá direito e, portanto, também o dever de realizar em sua existência a ação sacerdotal de Cristo. Daí a justa autonomia do fiel leigo naquilo que lhe é próprio: em qualquer estado ou condição de vida, cada pessoa na sociedade, independentemente da sua raça e cultura, tem o lugar que lhe é devido e é chamada 'a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo' (Código de Direito Canônico, 204)."

São Paulo nos lembra: "Vós sois o Corpo de Cristo, e cada um de vós é um dos seus membros" (1Cor 12,27).

"A área específica do leigo é o apostolado no mundo secular, inserido nas realidades temporais, na escola, na indústria, na economia, política, artes, música, etc, participando, como cristão, das atividades do seu estado de vida e trabalho social" ( "Christifideles laici", 17). O mundo é o campo de trabalho do leigo.

Por outro lado, o Concílio Vaticano II ensinou que: "O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas por grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, cada um a seu modo, do único sacerdócio de Cristo" (LG, 10).

Assim, o leigo faz e complementa a ação do sacerdote; ele não ministra os sacramentos, não o substitui, mas prepara os irmãos para isso. Mas, para que o leigo cumpra bem a sua missão, ele precisa conhecer bem a Igreja que Jesus instituiu e nos deixou com a Sua doutrina. Muitas vezes, há erros e desvios graves porque alguns leigos querem prescindir da Igreja hierárquica como se essa não fosse da vontade de Jesus. O entusiasmo pelo novo pode ser danoso se a hierarquia e o Magistério da Igreja não forem respeitados.

A estrutura hierárquica da Igreja foi estabelecida por Cristo, como seu fundamento e não se confunde com outras formas de governo: monarquia, oligarquia, democracia, etc.. A Igreja está muito além desses paradigmas sociais, porque ela "não nasceu do povo", mas de Deus, de Jesus Cristo, ela veio do céu, e não da terra. Somente vindo do céu ela pode salvar a terra. Uma igreja que nascesse da terra não teria esse poder. A autoridade da verdadeira Igreja não é fundada na vontade popular, mas na vontade de Deus.

Nós leigos queremos a Igreja conforme Jesus a instituiu e a organizou e não segundo o parecer e a vontade dos homens. Toda doutrina que destoa do que vem do Senhor - através do Magistério - deve ser abandonada e corrigida. Às vezes, se fala perigosamente de "Uma Igreja, Povo de Deus", sem uma autêntica hierarquia; esta é uma igreja falsa. A nossa segurança é estar em comunhão com o Magistério, obedecer às diretrizes do Papa, a quem Cristo confiou a sua Igreja: "Sobre ti edificarei a minha Igreja..." (Mt 16,17). "Pedro (...) apascenta minhas ovelhas" (Jo 21,17).

Por outro lado, o leigo precisa conhecer a doutrina que Cristo ensinou à Igreja e que está de modo especial muito bem sintetizada no Catecismo da Igreja Católica. O Papa Bento XVI disse a um grupo de bispos ucranianos que: "A formação de um laicado que saiba dar a razão da sua fé é mais necessária que nunca em nossos tempos e representa um dos objetivos pastorais que terá que se perseguir com empenho" (acidigital.com – Vaticano – 27 set 07). Uma vez que o trabalho do leigo cresce hoje na Igreja, assim também a sua formação precisa ser cada vez mais esmerada. Ele não pode ensinar o que quer, mas o que a Igreja ensina.

Para ser firme no cumprimento de sua missão de batizado e missionário, o leigo precisa ter uma vida espiritual sadia. O Papa João Paulo II disse um dia que: "A eficácia do trabalho apostólico do fiel leigo está intimamente associada à sua base espiritual, à sua vida de oração pessoal e comunitária, à freqüência na recepção dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Penitência e à sua reta formação doutrinária". O leigo que não reza, não se confessa, não comunga, não lê e não medita a Palavra de Deus, não tem perseverança na missão, e como acontece com muitos sacerdotes também, acaba sendo afastado dela.

Mais do que nunca a Igreja precisa hoje dos leigos no campo de batalha do mundo; pois hoje ela é magoada, ofendida, perseguida e tida por muitos como a culpada de todos os males. Escândalos e blasfêmias se repetem a cada dia. Uma escala de valores pagã tenta insistentemente substituir a civilização cristã por uma cultura de morte (aborto, eutanásia, destruição de embriões, contracepção, prática homossexual...); e Deus vai sendo eliminado na sociedade como se fosse um mal, e a religião católica vai sendo atacada por um laicismo agressivo anticristão.

É hora de saber quem é verdadeiramente cristão, quem ama a Deus de verdade, a Jesus Cristo e a Sua Igreja.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

17 de outubro de 2008

A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja

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Anunciar e transmitir Cristo por meio da nossa conduta de vida

Em toda a história da Igreja e do povo de Deus a Palavra de Deus sempre ocupou um lugar fundamental, a começar pelos princípios de nossa existência, ou seja, pela nossa própria criação. Deus criou o mundo e o edificou através da Palavra, ao longo do tempo. Ela foi comunicada aos homens e transmitida a eles - por intermédio dos que foram escolhidos e enviados pelo próprio Deus - para que se comunicassem entre si conduzindo e orientando a humanidade ao longo da história. No tempo oportuno, a própria Palavra: "O Verbo se fez carne e veio habitar no meio de nós" (Jo 1,14).

Mediante essa revelação, portanto, o Deus invisível, levado por Seu grande amor, fala aos homens como amigos e com eles se entretém. Assim chegamos ao longo dos tempos e percursos da história, guiados e orientados por esta Palavra, que constitui sustentáculo e vigor para a Igreja e para seus filhos firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual.

"Nós queremos confirmar uma vez mais ainda que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja!" (Trecho da Declaração dos padres sinodais ao final do Grande Sínodo de 1974).

"Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!" (Mc 16,15).

O mandato e o envio de Jesus aos Seus apóstolos é bem claro e evidente. Eis a grande missão da Igreja. São Mateus o completa: "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado" (Mt 28,19-20).

Todo esse anúncio está contido em Jesus. Ele é a Palavra, o Verbo de Deus (cf. Jo 1). Toda a missão e o ministério de Cristo partem da Palavra do Pai, a Palavra de Deus. Aí está expresso, para nós, o princípio da missão. "O espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção; a anunciar a Boa Nova" (Lc 4,18).

Ao longo da história do Povo de Deus, o próprio Deus se comunica com os Seus escolhidos e os envia a falar aos homens: "Vai, portanto, que eu estarei com tua boca e te ensinarei o que deverás dizer" (Ex 4,12).

A missão parte da Palavra. Ela continua a ser sempre atual, sobretudo, quando ela é portadora da força divina, assim também como mantêm todo o seu vigor as mesmas palavras do apóstolo Paulo: "Logo a fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10,17).

E o que nos apresenta a Palavra de Cristo? A grande Boa Nova do Reino de Deus, um programa de vida, um estilo de vida, "pois não haverá humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho" (Paulo VI, Evangelli Nuntiandi).

Esse programa de vida nos apresenta um caminho: a verdade e a própria vida contida em Jesus e apresentada por Ele e por todos aqueles que são enviados em Seu nome. Vivemos novos tempos e conseqüentemente desafios novos provenientes do tempo em que vivemos, no qual a busca e a sede pelo conhecimento tornam-se a cada dia mais intensos. Novas linhas de pensamento e mentalidades nas quais, muitas vezes, a "verdade" é transmitida por conveniência e a mentira se camufla e se disfarça de verdade.

Atual continua a ser o envio de Jesus a nós, os discípulos de hoje, "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações". Precisamos dar e ser essa resposta aos desafios e necessidades atuais desta grande missão, nos tempos de hoje, dentro do contexto no qual estamos inseridos, não temendo os desafios e tudo aquilo que vier por conseqüência da missão. Precisamos anunciar a Palavra com a nossa vida: "Para que se alguns não obedecem a Palavra venham a ser conquistados sem palavras, pelo procedimento. Será, pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja , antes de mais nada, evangelizara este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus (...)" (Paulo VI).

Há muitos lugares onde a Boa Nova, isto é, a Palavra de Deus, já foi anunciada e o está sendo; mas também há muitos aos quais ela ainda não chegou. E há outros nos quais, por motivos políticos e religiosos dominantes, não se pode expressar a fé. Muitos são os homens e mulheres que têm dado a sua vida e a estão transformando num anúncio, sem palavras, da própria Palavra. Estão anunciando o Reino de Deus com a própria vida. Eis o grande desafio para os discípulos de hoje e a grande necessidade para o tempo em que vivemos: transmitir a Palavra de Deus por meio do nosso testemunho de vida. Como discípulos e missionários essa é a nossa grande resposta à missão dada e orientada por Cristo-Palavra: anunciá-Lo e transmiti-Lo por meio da nossa conduta de vida.

André Felipe - Com. Obra de Maria
andre@obrademaria.com.br

13 de outubro de 2008

Igreja e interpretação da Bíblia

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Sínodo reúne representantes de todo o mundo em Roma

Em tempos como estes, aparece de tudo. Há quem apresente Jesus como um revolucionário; outros prometem apartamentos e gordas contas bancárias a partir de tratos com Deus; outros ainda apregoam a aceitação de Deus sem necessidade de participação na Igreja. E assim vai.

Com tantas vozes, ficam as perguntas: "Afinal, quem é Deus? O que Ele quer do ser humano? Como devemos nos relacionar com Ele e com nós mesmos? O que Ele é? O que Ele não é?"

Muitos desconhecem que nem tudo o que se diz com a Bíblia, de fato, a Bíblia diz; nem tudo com o nome de Deus, de fato, Deus aprova.

Ao abordar o episódio da tentação de Jesus no deserto (cf. Mt 4, 1-11), no livro "Jesus de Nazaré" (São Paulo, Planeta, 2007), Bento XVI cita que o demônio se apresentou como teólogo. Na segunda investida, satanás usurpou versículos do salmo 90 e instigou o Filho de Deus a se lançar de um precipício – o que forçaria o Pai a socorrê-Lo. "Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra". O Senhor se defendeu, citando o livro do Deuteronômio: "Não tentarás o Senhor teu Deus".

O Papa avança ainda mais e aponta: "De aparentes resultados da exegese científica [ou seja, da interpretação da Bíblia] se entreteceram os piores livros que destruíram a figura de Jesus, que desmontaram a fé".

Esses fatos dão importância ao 12º Sínodo que acontece em Roma, até o dia 26 deste mês, com 253 bispos, dezenas de peritos e auditores tratando de um mesmo assunto: "A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja".

No turbilhão de idéias e interpretações, a Igreja quer continuar como porto seguro. Representantes do mundo inteiro refletem, dialogam e rezam durante 21 dias, não para chegar em "achismos". A Mãe, com cerca de dois mil anos, não brinca nem quer brincar com a interpretação da Sagrada Escritura.

Nesses momentos, o católico pode ver que não é ovelha sem pastor. A Igreja fundada por Jesus perpassa os séculos sabendo-se portadora da verdade que ela não tem o direito de modificar e tampouco de permitir deformar-se.


Maurício Rebouças
Comunidade Canção Nova

8 de outubro de 2008

Vencendo as provações

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Não somos provados além do que humanamente suportamos

Ao deparar com tantas situações, com tantas lutas, com tantos desafios, e, às vezes, más notícias, fico pensando nas pessoas que perderam entes queridos, fico pensando nas pessoas que estão na luta por causa de uma enfermidade, fico pensando nas famílias que estão vivendo diversas situações de conflitos e divisões. Penso nos jovens nas drogas, nos maridos e esposas no álcool, fico pensando nas meninas e meninos dados à prostituição, no desemprego, nas dívidas que muitos contraíram e hoje não vêem resposta. Quantos pais sofrendo, quantas mães sofrendo, quantos filhos sofrendo!

O Apóstolo Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, nos dá uma certeza muito grande e que fortalece a nossa decisão de continuar combatendo e acreditando: "Não tendes sido provados além do que é humanamente suportável. Deus é fiel e não permitirá que sejais provados acima de vossas forças. Pelo contrário, junto com a provação Ele providenciará o bom êxito, para que possais suportá-la" (I Cor 10, 13).

Se acreditamos na fidelidade de Deus, se servimos a Deus e O temos como Senhor, precisamos tomar posse das promessas contidas nesta Palavra:

- Não somos provados além do que humanamente suportamos;

- Não seremos provados acima das nossas forças;

- Providencialmente teremos bom êxito para suportarmos toda provação.

Essas promessas se realizarão na vida de todos aqueles que acreditarem até o fim na força de Deus, na intervenção de Deus, na providência de Deus. Mesmo que demore, que doa, que seja complicado, precisamos tomar posse dessa Palavra e caminhar na graça e enfrentarmos com o Senhor todas essas provações.

O Salmista nos ensina que é no Senhor que encontramos a força, a proteção e a certeza da superação de tudo aquilo que vivemos: "Levanto os olhos para os montes: de onde me virá o auxílio? Meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Não deixará teu pé vacilar, aquele que te guarda não dorme. Não dorme, nem cochila o vigia de Israel. O Senhor é o teu guarda, o Senhor é como sombra que te cobre, e está à tua direita. De dia o sol não te fará mal nem a lua nem a noite. O senhor te preservará de todo mal, preservará tua vida. O Senhor vai te proteger quando sais e quando entras, desde agora e para sempre" (Salmo 120).

A nossa vida e tudo o que estamos vivendo precisam estar entregues nas mãos do Senhor. Só Ele pode, só Ele é poderoso, só Ele tem a solução e a fortaleza de que necessitamos para vencermos as batalhas, para suportamos as provações e tirarmos um bem maior de tudo o que vivemos.

O nosso auxílio está no Senhor, que nos guarda, que nos cobre com Suas bênçãos, que nos preserva e que nos protege. Precisamos confiar toda a nossa vida ao Senhor.

Não tenha medo de enfrentar, de passar e de vencer a provação; se estamos com o Senhor, temos a certeza da vitória. E São Tiago vem nos edificar com esta Palavra que mostra a ação de Deus a partir das provações vencidas com Ele: "Considerai uma grande alegria, meus irmãos, quando tiverdes de passar por diversas provações, pois sabeis que a prova da fé produz em vós a constância. Ora, a constância deve levar a uma obra perfeita: que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma" (Tg 1, 2-4).

Estamos unidos!

Contem sempre comigo e com minhas orações!

Seu amigo e irmão,


Pe. Roger Luís

3 de outubro de 2008

A sabedoria consiste em saber aprender

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Sabedoria não significa o acúmulo de conhecimentos...
Uma maneira concreta de roubar da vida a possibilidade de crescer é a atitude de se achar totalmente pronto diante dela. Aquele que crê saber tudo, retira da alma o sabor da novidade, pois acredita não ter mais nada a aprender. Quem assume tal postura acaba se tornando extremamente auto-suficiente e, conseqüentemente, infeliz. O coração que perde, nas pequenas coisas, a alegria da descoberta sobre si e sobre tudo o que o circunda, adquire uma postura de profunda monotonia e insatisfação em seus dias.

A humildade de se reconhecer em pedaços, ou seja, ainda não terminado, é essencial para que cresçamos e construamos uma vida sóbria e sem ilusões a nosso próprio respeito.

Aquele que considera que não tem nada a aprender com os outros e com a vida, torna-se arrogante e infantil, pois, fecha-se em "seu mundo" crendo nas falsas e irrevogáveis verdades criadas por si mesmo.

Quem passa a vida toda aprisionado a um falso sistema de crenças e verdades pessoais experienciará uma profunda solidão, pois nunca permitirá que outros adentrem em seu coração, que se encontra trancafiado em suas próprias razões.

A sabedoria escolheu a humildade como sua casa. E somente quando a alma se abaixa para descansar em tal morada, vislumbra o sabor do saber e pode se elevar portando o devido equilíbrio para contemplar cada situação.

A verdadeira sabedoria consiste na humildade de se enxergar como um "eterno aprendiz", como alguém que não está pronto e reconhece que tem ainda muitas novidades a vislumbrar na jornada dos dias. Sabedoria não significa o acúmulo de conhecimentos, mas a sensibilidade para aprender as lições presentes em cada coisa que se vive.

Quem deseja aprender está sempre aberto e escuta a tudo e a todos. E se coloca atento diante de cada situação para delas absorver o conhecimento impresso em cada experiência.

Tudo e todos são capazes de nos ensinar algo, até mesmo nossos erros e fragilidades.

Quando reconhecemos que não somos os senhores absolutos diante dos outros e de nós mesmos, somos capazes de nutrir uma sóbria visão a respeito do que somos, entendendo assim que as nossas necessidades não são as únicas e as mais importantes.

Existem coisas sobre nós mesmos que ainda precisamos compreender e descobrir. Há situações em nosso cotidiano – perdas e acréscimos – que têm muito a nos ensinar e que desejam nos revelar novos caminhos a serem trilhados.

Estejamos sempre atentos e receptivos às coisas que nos são acrescentadas pela vida, para assim entendermos um pouco mais sobre aquilo que somos e sobre a missão que trazemos no peito.

"Aprender sempre, impor verdades próprias nunca"; dessa forma, caminharemos constantemente aliados à sabedoria e construiremos sólidas realizações em nossa história.

Foto Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com

1 de outubro de 2008

Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)


A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.

Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.

Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.

Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.

Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.

Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.