...e quando a vida sexual se inicia irresponsavelmente na adolescência
A cada dia mais é freqüente vermos jovens grávidas e pais muito jovens. A meu ver, isso nega a lógica das campanhas ministeriais de prevenção da gravidez, as quais, muitas vezes, estão a favor do sexo livre. Com isso, constatamos que o que falta não é informação, como muitos defendem, mas maturidade psicológica dos jovens que iniciam sua vida sexual muito precocemente, sem se dar conta das conseqüências de seus atos. Possuem informações sim, mas não sabem aplicá-las para suas vidas, pois com uma visão centrada neles mesmos e nos prazeres imediatistas, acham que nada vai acontecer com eles: é a visão mágica de ser imune a toda conseqüência negativa de seus atos.
A gravidez faz com que a jovem e também o jovem pai façam de maneira brusca a passagem de filho/a para pai/mãe. Muitas vezes pulando a etapa esposo/esposa. Seu mundo adolescente se rompe e vem a obrigação de adulto. Obrigações estas, que a meu ver, não devem ser transferidas e assumidas pelos pais deles. Os progenitores, muitas vezes, caem no erro de ficar com pena dos filhos por estes terem de assumir precocemente uma família, e por se sentirem culpados ou por terem vivido a mesma situação, acabam os superprotegendo mais uma vez, não permitindo que façam essa passagem, mesmo que de forma abrupta e precoce. Dessa forma, eles os condenam a ser eternamente adolescentes inconseqüentes.
Vejo que o adequado seria tratarmos os assuntos de forma preventiva em nossas famílias e na sociedade, formando nossos jovens para viver cada etapa de seu desenvolvimento: a criança brinca e aprende a ser sociável; o adolescente dedica-se aos estudos e à prática das relações sociais, preparando-se para assumir a vida a dois e a família; e o adulto, sim, pode viver plenamente sua sexualidade de forma responsável. Mas quando isso não acontece e a vida sexual se inicia irresponsavelmente na adolescência, o bom seria que a gravidez indesejada fosse motivo para se repensar no proceder de todos os envolvidos e se chegasse à conclusão de que esta criança é a coisa mais importante no momento, pois é uma vida que está chegando, é uma bênção e a bem-vinda. Pois um filho é sempre uma bênção, é fonte de alegria e prazer, venha ele quando e como vier.
maralourenco@geracaophn.com
Psicóloga e Membro da Comunidade de Aliança Canção Nova